Acordou com o frio. O lençol fino sobre seu corpo não aquecia o suficiente. Abriu os olhos e percebeu estar no hospital novamente. Soltou um suspiro.

— Achei que não acordava mais hoje. — Do seu lado esquerdo estava Sasuke, praticamente jogado na poltrona.

— Por que o quarto está escuro? Já anoiteceu.

— Eu estava sozinho. — O moreno deu de ombros. — Prefiro assim.

— Ligue as luzes, teme. Você pode enxergar no escuro com esse olho novo, mas eu ainda tenho olhos comuns.

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Sasuke deu um sorrisinho enquanto levantava e ia até o interruptor. Quando voltou, ajudou Naruto a se sentar.

— Como se sente?

— Enjoado. — Olhou por um instante para a paisagem do outro lado da janela. — Quanto tempo eu dormi?

O Uchiha verificou o relógio no pulso.

— Umas trinta horas.

— O quê?!

Sasuke o impediu de sair da cama, empurrando-o na direção dos travesseiros.

— Você foi envenenado, Naruto — o mais velho falou com firmeza. — Prenderam Koji por isso e por seus outros crimes. Nada de fazer esforço.

— E quanto a Hiashi?

Sasuke pareceu hesitante por um momento.

— Está preso também.

— Ótimo. — Naruto se recostou nos travesseiros novamente. — Por mim, podia passar o resto da vida lá.

— Mas não vai. — O moreno suspirou. — O Conselho e o Hokage decidiram que ele ficará preso apenas um ano. Os Hyuuga também decidiram que Hanabi será sua sucessora, apesar da pouca idade. Ela ainda não assumiu propriamente, e nem o fará até os dezesseis anos, mas será bem educada e aconselhada até lá. Por enquanto, Hinata quem está cuidando dos assuntos mais urgentes, em casos que o Conselho não conseguir decidir sozinho pelo clã.

— Hinata! — gritou novamente, desesperado. — Onde está Hinata? Ela está bem? Não foi atingida por aquele Hyuuga, não é? Eu nem pensei direito, só quis protegê-la...

— Como sempre, não é?

Naruto se calou com o pequeno sorriso do amigo.

— Hinata está bem — tranquilizou o loiro. — Ficou aqui por horas esperando sua cirurgia terminar. E não quis sair mesmo quando Tsunade garantiu que você estava fora de perigo. Mas quando Tsunade descobriu que ela mal estava comendo ou dormindo aqui, a expulsou para que descansasse. Então fiquei como substituto.

— E onde ela está?

— Deve ter ido para o clã. Ou para a festa de Ano-Novo no Prédio do Fogo. Só sei que ela me pediu para avisá-la se você acordasse, não importando a hora.

— Bom... — falou decidido, tirando o lençol de cima de si. — Não podemos deixá-la esperando, não é?

Sasuke abriu um novo sorriso, mostrando uma muda de roupas pretas e laranjas sobre a mesinha de cabeceira.

— Com certeza.

~*~


“Eu vejo seus olhos azuis
Toda vez que eu fecho os meus
Você torna isso difícil de ver
Onde eu pertenço
Quando não estou à sua volta
É como se eu estivesse sozinha comigo”

Não conseguiu ficar na festa, em meio a tanta gente animada e falando alto. Seu ânimo não estava dos melhores desde o dia anterior, e só piorou quando Tsunade a expulsou do hospital e mandou que deixasse Naruto. “Será que ela não entendia?” pensava chateada. Naruto salvara sua vida! Mais uma vez! Não poderia e nem queria deixá-lo! Mas a ninja lendária foi irredutível, expulsando não só ela, Hinata, como Sakura também, que estava fazendo plantão no hospital desde que Naruto fora internado. Como ainda era necessário um acompanhante, Sasuke se voluntariou, meio incerto. Tsunade hesitou, mas permitiu que o Uchiha ficasse com Naruto, deixando Hinata ainda mais chateada.

“Eu estava lá desde o início! Merecia ficar ao lado dele quando acordasse!”.

Bufou mais uma vez, saindo do Prédio do Fogo e parando no meio da rua. Para onde iria? Não queria voltar ao clã, mas pensar em voltar sozinha para o apartamento de Naruto...

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“Eu só quero que Hinata volte para minha casa, nossa casa...”. As palavras do loiro no julgamento de Koji invadiram sua mente, e ela abraçou o próprio corpo. Não, só voltaria para o apartamento com Naruto.

Se ele a aceitasse de volta depois de tantas revelações do dia anterior, pensou cabisbaixa.

Passou a andar sem rumo, sem notar que seus pés a levavam para a frente do Monte Hokage. Ela olhou para cima quando percebeu onde estava, abrindo um pequeno sorriso com o estranho ângulo do rosto de Minato. Naruto, a morena percebeu há algum tempo, era mais parecido com a mãe, Kushina, apesar dos cabelos loiros enganarem a todos. Os cabelos e os olhos de Minato, é claro...

Fechou os seus, sentindo a fraca neve molhar o rosto. Céus, como sentia falta daqueles olhos azuis e do sorriso enorme de Naruto! O tempo que passara longe dele – desde a noite que pretendia fugir da vila, reunindo provas contra Koji e mais as longas horas do rapaz desacordado – a deixaram extremamente saudosa e solitária.

“Por favor, Naruto-kun, acorde logo” rezava.

Subiu a extensa escadaria que levava aos túneis e esconderijos do monte, ainda perdida em pensamentos. Quando chegou ao último andar, concentrou o chakra nos pés e andou pela montanha até chegar ao topo da cabeça do Quarto Hokage. Deixou as lágrimas caírem.


“Mas eu nunca te disse
O que eu deveria ter dito
Não, eu nunca te disse
Eu simplesmente segurei dentro de mim”
(I Never Told You – Colbie Caillat)

O topo da cabeça de Minato estava coberto pela neve, mas Hinata não se incomodou de sentar ali mesmo, abraçando os joelhos para espantar o frio. Faltava pouco para a meia-noite, pelo que parecia – os habitantes da vila aparentavam cada vez mais animados, mesmo àquela distância. Ela suspirou, baixando o rosto.

Passaria mais uma virada de ano pedindo para os deuses que seus sentimentos alcançassem Naruto...

“Não vá. Por favor, eu te...”.

As lembranças de beijos roubados semanas atrás vieram com força, fazendo seu coração bater descompassado.

Naruto quase disse que a amava... e ela o interrompeu brusca e propositalmente, amedrontada demais para ouvir aquelas palavras que esperou por tanto tempo.

Estavam separados, e mesmo assim o rapaz quis dizer o que sentia... Hinata nunca fez o mesmo. Desde o dia que Pain atacou a vila, no ano anterior, não dizia as palavras que, até aquele momento, não sabia que Naruto também esperava.

Enxugou o rosto mais uma vez, se perguntando se o loiro a perdoaria algum dia. E se sim, se lhe daria mais uma chance de contar que ainda o amava.

~*~

As ruas de Konoha estavam movimentadas. Passava das onze da noite e Naruto e Sasuke movimentavam-se devagar pela vila, tentando chegar ao clã Hyuuga. Uma caminhada lenta e em vão – um dos seguranças avisou que Hanabi já havia se recolhido para dormir, desanimada para uma festa depois dos acontecimentos do dia anterior. Hinata, no entanto, avisara que iria para o Prédio do Fogo, para a festa do Hokage.

Naruto franziu o cenho por um instante, pensativo. Não fazia sentido Hinata ter ficado ao seu lado em todo o tempo que estava desacordado e, depois de ter sido expulsa, resolver participar de uma festa. Não fazia o feitio da morena.

Externou os pensamentos para Sasuke, que logo deu a ideia de Naruto procurá-la com o Modo Sennin. Procuraram um banco mais próximo e, com muito esforço para ficar quieto – não somente pela ansiedade, como também pelo enjoo consequente de tantos remédios para combater o veneno –, conseguiu localizar a Hyuuga. O loiro voltou-se para Sasuke meio encabulado.

— Vou precisar de uma carona.


Hinata deu um gritinho quando apareceram atrás dela, no topo da cabeça do Quarto Hokage. Naruto se questionou se um dia a morena deixaria de surpreendê-lo com seus esconderijos.

E se ela daria falta da presilha de cabelo que Sasuke usou para se “teletransportar” até ali...

Sasuke andou até a borda do penhasco e, antes de sumir, disse à Hinata que tudo estava nas mãos dela agora.

A moça se levantou quando o Uchiha desapareceu, andando ansiosa até Naruto.

— Você acordou! — falou emocionada. — Que bom! Eu queria estar lá, mas Tsunade-sama...

— Eu sei. — Sorriu para tranquilizá-la. — Sasuke me contou, não se preocupe. Está tudo bem agora.

— Dez! Nove! Oito!

A contagem regressiva da vila começara, e era possível ouvir dali, mesmo baixo, os gritos dos outros habitantes. Hinata deu um pulo no lugar com o primeiro grito, sorrindo levemente.

— Quatro! Três! Dois! Um!

Um coro de “Feliz Ano-Novo” ecoou pela vila, incluindo a voz de uma Hyuuga no alto do Monte Hokage. Naruto não conteve o sorriso ao vê-la mais tranquila. Fogos de artifício coloridos explodiram no céu.

— Feliz Ano-Novo, Naruto-kun! — ela gritou perto de seu ouvido. — Faça um pedido!

Hinata fechou os olhos, provavelmente esperando que ele fizesse o mesmo. O loiro engoliu em seco. O mundo pareceu em câmera lenta quando voltou o olhar para a jovem que tinha um sorriso ansioso nos lábios, iluminada pelos fogos que ainda continuariam por alguns minutos. Ela se esforçava para permanecer no lugar, tamanho seu nervosismo.

O que poderia desejar?

Seu coração bateu forte no peito. A boca ficou seca e o sorriso sumiu.

Como poderia desejar outra coisa se não ela, ao seu lado, para sempre?

— Já fez seu pedido?

Naruto piscou duas vezes antes de reparar que a garota abrira os olhos e o fitava docemente, as mãos unidas na frente do corpo.

— J-Já.

Ela comprimiu os lábios, segurando uma risada. Naruto conhecia aquele gesto: curiosidade.

— E o que vo...?

— Eu amo você.


“Eu suportei tudo que posso suportar,
E eu não posso esperar.
Nós perdemos muito tempo
Sendo forte, aguentando firme.
Não posso deixar isso nos derrubar.
Minha vida com você significa tudo,
Então eu não desistirei tão facilmente.”
(It’s Not Over – Daughtry)

Hinata piscou, aturdida.

— O... O quê?

Os foguetes não mais estouravam no céu. Ela o ouvira perfeitamente.

— Eu amo você. — Não hesitou em repetir.

Os olhos brancos se arregalaram, surpresos. Depois pareceram brilhar.

— N-Não é bem um pedido, Naruto-kun — falou embaraçada.

— Não me importo. Eu precisava soltar isso do meu peito, te falar sobre meus sentimentos! Sinto muito por ter demorado tanto a dizer, mas eu nunca fui muito esperto para essas coisas. Mas agora não há nada que me impeça de falar: Hinata, eu amo você! Mais do que consigo aguentar! E eu não quero mais esconder o quanto eu quero ficar contigo, o quanto preciso de você na minha vida, para sempre!

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— Naruto-kun...

— E eu não quero nunca, nunca mais, ficar longe! — interrompeu, sentindo-se tremer inteiro. — Quero passar o resto da minha vida ao seu lado e retribuir todo amor que você me deu em segredo! Quero poder dizer que te amo todos os dias, até o nosso último dia! Te fazer feliz até ficar com as bochechas doendo!

Naruto agarrou as mãos dela, implorando que ela não desviasse o olhar.

— Não desista de nós dois, por favor! — Tanto os olhos azuis quanto os perolados marejaram. — Você é minha, lembra-se? Minha para sempre...

Hinata fechou os olhos, tentando inutilmente controlar as lágrimas.

— Naruto-kun...

— É um pedido sim, no final das contas. — Ele beijou docemente as duas mãos pequenas das quais não percebeu sentir tanta saudade. — Estou pedindo, Hina, com todo o meu coração, para que me dê uma segunda chance, que me dê outra oportunidade de fazê-la feliz. Prometo não te decepcionar dessa vez. Se aceitar, prometo...

— Por Deus, Naruto-kun, cale a boca!

Ele mal reagiu quando Hinata soltou suas mãos e segurou seu rosto firmemente, puxando-o para baixo para que pudesse alcançá-lo e beijar sua boca.

Naruto teve a impressão de que o peito poderia explodir.

Segurou na cintura fina, garantindo que ela estava mesmo ali, desejosa por um beijo seu, e que tudo aquilo não era um sonho. Trouxe a garota para mais perto de si, aprofundando o beijo salgado pelas lágrimas.

— Me perdoe, Naruto-kun — falou enquanto distribuía beijos no rosto dele. — Me perdoe...

— Pelo quê? — A voz saiu rouca. Ele sequer abrira os olhos, perdendo-se no carinho da moça.

— Por tantos segredos... tantas mentiras! — Hinata apoiou a cabeça no peito dele, escondendo o rosto choroso. — Eu nunca quis me afastar de você... ou desistir de nós dois. Mas aquele homem...

— Podia ter me contado, Hina. — Não brigava, mas deixou o tom mais sério. — Eu poderia ter ajudado.

— Ele conseguiu te atingir! — falou desesperada, o rosto ainda escondido. — Matou Natsu-san e, disfarçado como ela, entrou em seu apartamento e envenenou nossa comida! E nunca deixou de atentar contra Hanabi também!

— Você iria embora, Hina...

— Para proteger vocês! — Soluçou. — Eu sei que errei, Naruto-kun. Por favor, me perdoe! Sei que não mereço, mas todas as minhas atitudes foram para proteger você e Hanabi!

A moça levantou o olhar, receosa. Naruto odiava vê-la chorando. Tirou a mão da cintura dela e a pôs no rosto, secando as lágrimas. Hinata fechou os olhos, fazendo mais lágrimas saírem.

O rapaz cansou-se delas. Os corações dos dois já tinham sofrido demais.

— Eu estava falando sério quando disse que te amava. — Encostou a testa na dela, ansioso para ver as íris branco-peroladas brilharem novamente.


“Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu”

Hinata arregalou os olhos, e ele conseguiu ouvir a respiração pesada dela. Naruto viu que ela também tremia da cabeça aos pés.

— V-Você... — Hesitou. — Você me perdoa?

— O que acha? — Sorriu.

— Eu acho que não mereço seu perdão. Eu... eu só te trouxe problemas.

Naruto estalou a língua, fingindo seriedade.

— Odiei sua opinião. Vou ficar com a minha, já que você se mostrou ótima em ter péssimas ideias.

O rapaz abriu mais o sorriso, puxando-a para ainda mais perto, não querendo ficar mais nenhum centímetro distante.

— Acho que você merece se casar comigo e passar o resto de nossas vidas se redimindo por tentado fugir de mim. Que tal?

Ela confirmou com a cabeça em meio a novas lágrimas. Eram diferentes dessa vez, Naruto pôde confirmar. Lágrimas de felicidade eram sempre permitidas...

— A-Acho que posso fazer isso.

— Você acha?

Ela riu entre os soluços.

— Vou me casar com você, Uzumaki Naruto. — Hinata passou os braços pelo pescoço dele, também fingindo seriedade, mas sem muito sucesso. — Quer você queira ou não. Preciso me redimir pelo resto das nossas vidas. E a melhor maneira é te fazendo feliz todos os dias. Vou ser a melhor esposa do mundo, eu prometo.

— É bom mesmo que faça isso... futura senhora Uzumaki.

Naruto pressionou seus lábios contra os dela, não demorando a abrir sua boca e aprofundar o beijo, cansado da saudade lhe apertando o peito. Sentiria cada pedacinho dela, e dessa vez, ele prometeu aos céus, nada mais tiraria Hinata de seus braços.

Nunca mais.


“Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, o teu querer
Tua fome de prazer sem disfarçar
Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar”

Não repararam no caminho e menos ainda nas pessoas tentando cumprimentá-los. Naruto e Hinata correram – ou tentavam ao máximo, uma vez que o garoto ainda estava se recuperando – até o apartamento. Ligaram as luzes e rapidamente voltaram para os braços um do outro, os olhares se perdendo nos lábios e no restante do rosto, como se quisessem memorizar todos os detalhes da pessoa amada. O beijo, ao contrário da corrida, veio sem pressa, calmo e carinhoso, pois buscavam sentir e aproveitar ao máximo.

Chegaram ao quarto meio às cegas, sorrindo com os tropeços em meio aos beijos. Deitaram na cama com Naruto por cima dela, Hinata ficando corada, mas em nenhum momento fugindo dos toques do loiro. Ao contrário, aparentava estar sedenta por eles, passando a explorar a pele masculina por baixo do casaco e das camisas de frio.

Naruto parou de beijá-la um momento, rapidamente ciente do que estavam fazendo.

— Hina, espere. — Ela o olhou confusa. — Nós dois...

Hinata compreendeu de imediato, tirando suas mãos das costas dele e as colocando em cada lado do rosto do garoto. Todo seu semblante era apaixonado.

— Desculpe, eu preciso dizer uma coisa antes. — Ela aproximou mais o rosto do dele, prestes a beijá-lo, mas sem desviar o olhar. — Eu amo tanto você, Naruto-kun! Tanto... desculpe por ter demorado a dizer também. Eu tive medo de estar amando sozinha. — Ela o beijou em uma bochecha. — Mas agora eu não tenho mais medo... porque tenho certeza de que isso que temos é especial, é para sempre... — Beijou a outra bochecha mais demoradamente. — E eu não quero mais esperar para ser sua... e você ser meu.


“Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção, sou o teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor”

Ajoelharam-se na cama, um de frente para o outro. Hinata tinha as mãos trêmulas enquanto desabotoava o casaco do Uzumaki. Ele fez o mesmo com o sobretudo dela, jogando para o lado. As roupas foram tiradas devagar, com Naruto hesitando quando a morena ficou apenas de calcinha e sutiã.

— Você tem certeza? — ele perguntou baixinho, tímido. — Podemos esperar se não estiver pronta.

Ela sorriu, meio envergonhada, o instinto fazendo com que cobrisse os seios com os braços.

— Sim, eu só... nunca fiz isso antes. Não sei o que fazer.

— Eu também não. — Ele se aproximou mais, colocando as mãos na cintura fina e beijando levemente seus lábios. — Aprenderei com você.


“Eu sou tua saudade reprimida
Sou o teu sangrar ao ver minha partida
Sou o teu peito a apelar, gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor”

Depois que a amou pelo restante da noite e Hinata se aconchegou em seus braços, Naruto ficou encarando o teto por longos minutos ao acordar pela manhã.

Nunca tinha se sentido daquele jeito, como se tivesse explodido e permanecido inteiro, sentindo cada parte de seu corpo se arrepiar de alívio... e o coração acelerado como se tivesse corrido quilômetros!

Fixou o olhar em Hinata, adormecida em seu peito.

Sua Hina... agora poderia dizer que era completamente sua...

Beijou a testa dela devagar, e ela sorriu, despertando.

— Bom dia, Naruto-kun.

— Bom dia, Hina. — Ele hesitou, mas precisava perguntar. — Está dolorida?

— Não. Na verdade, foi...

— Bom? — perguntou ele, esperançoso e brincalhão.

— Sim. — A morena escondeu o rosto, rindo envergonhada. — Foi muito bom.

Naruto não soube como descrever aquele tipo de felicidade. Saber que Hinata quis estar com ele, daquele jeito, e não parecia nem um pouco arrependida...

— Eu já disse que amo você?

Hinata voltou a olhá-lo, amorosamente.

— Não nas últimas horas.

— Pois eu amo. Muito! E acho que amo ainda mais agora.

Os lábios dela tremeram com a declaração, e ela se aproximou para beijá-lo.

— Eu também amo você, Naruto-kun.

— Promete que vai ficar comigo para sempre? Que nunca mais...

Hinata colocou um dedo nos lábios do loiro, calando-o.

— Prometo. — Beijou-o de novo. — Nós seremos felizes juntos, Naruto-kun. Eu prometo a você. Nada mais vai nos separar.

— Nem você, não é?

A insegurança era clara em sua voz. Hinata balançou a cabeça.

— Não. Irei me casar com você, só para garantir. Na primavera, como você queria.

— Promete?

— Prometo. — Ela encostou seus lábios. — E eu não volto atrás com a minha palavra, você sabe disso.

Naruto sorriu, mais aliviado. Girou-a na cama, Hinata dando um gritinho de susto.

— Então você não vai se importar se eu quiser garantir de outros jeitos, não é? — Já beijava o pescoço dela e descia devagar.

— Parece-me que quer treinar para a noite de núpcias, isso sim. — Brincava, mas nem conseguia fingir que não queria também.

— Bem lembrado — provocou. — Vamos treinar depois que eu tiver certeza que irá mesmo ficar comigo...


“Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Minha pequena, és minha amada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você”
(Meu Eu Em Você – Victor e Leo)

Hinata estava deslumbrante como nunca tinha visto...

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Seu quimono branco e vermelho a deixaram mais adulta, mais linda. Naruto teve que se esforçar, durante toda a cerimônia de casamento, a não desviar (tanto) o olhar do sacerdote, mal prestando atenção em suas palavras. Quando finalmente pôde se virar e colocar a aliança no dedo anelar esquerdo de Hinata¹, só faltava pular de alegria e gritar para todo mundo que agora Hinata era sua esposa.

Porém, como a mulher estava perfeitamente comportada como noiva, Naruto não quis envergonhá-la com sua hiperatividade, ficando quieto em seu lugar também.

O loiro recitou seus votos:

— Eu casei com essa mulher. Estamos nos tornando um casal. Eu, mesmo no tempo da saúde, mesmo no tempo sem ela, vou amar essa pessoa. Vou respeitar essa pessoa. Vou consolar essa pessoa. Vou ajudar essa pessoa. Durante toda a minha vida. Eu juro!²

Hinata repetiu os votos, os olhos marejados enquanto o olhava.

— Eu prometo — ela finalizou.

Naruto beijou as mãos da mulher que agora era sua oficialmente, para todo o sempre.

— Eu amo você — sussurrou para ela.

— Eu também amo você!

Quando a cerimônia terminou, caminharam até o parque que tanto adoravam, belamente decorado para a festa. Naruto e Hinata comeram, beberam, tiraram milhares de fotos, cortaram o bolo, dançaram...

Era o “final feliz” que tanto desejaram, mesmo sabendo que era apenas o início...


Passava de meia-noite, então tentavam rir baixo para não incomodar os vizinhos. As lembranças da festa ainda estavam vívidas, e o casal estava revivendo os melhores momentos da cerimônia.

— Foi do jeito que você queria? — Naruto acariciava o rosto daquela que agora era sua esposa.

— Muito melhor. — Ela ainda ria.

O loiro se aproximou mais da mulher, colando novamente seus corpos nus.

— Qual é o próximo sonho que devo ajudá-la a realizar?

Os olhos perolados brilharam.

— Acabamos de realizar um, Naruto-kun! Ainda estou flutuando! Podemos esperar um pouco para o próximo.

— Tem certeza? — Seu tom era sugestivo, e Hinata riu mais ao perceber suas intenções. — Vovó disse que você já está bem melhor... podemos começar a praticar a produção de pequenos Uzumakis, não acha?

Ao contrário do que Naruto esperava, o sorriso da morena sumiu.

— Está falando sério? — A voz saiu embargada.

O homem sorriu, aproximando os lábios.

— Com certeza. — Ele a beijou profundamente. — Estamos juntos, casadíssimos... por que não aumentar nossa felicidade com pessoas em miniatura?

Hinata voltou a rir, emocionada.

— Se você quiser...

— Oh, eu quero! Quero muito!

Foi a vez da mulher roubar um beijo apaixonado.

— O que eu faria sem você? — ela falou enquanto distribuía beijos pelo rosto do marido.

Naruto se afastou um pouco para olhá-la, o coração prestes a explodir de tanto amor.

— Não faço ideia... mas sei que não sou nada sem você, Uzumaki Hinata. Você é meu tudo...