– Você quer me ouvir ou não?! – Reclamava Ares andando atrás de mim.

– Não, na verdade não. Tenho medo do que você vai falar. – Revirei os olhos ainda tentando esquecer a cena que vira.

Ele segurou meu braço e me virou para ele.

– Eu não sou gay. – Falou olhando nos meus olhos.

– Você disse “eu não sou gay” ao invés de dizer “eu não estou tendo um romance escondido com o Apolo”. – Comentei para incomodá-lo.

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– Kelly, sua... – Eu o interrompi tentando prender o riso. Não queria que notasse que eu estava simplesmente implicando com ele.

– Você pode ser bi. Ou ainda não-gay. – Continuei. Ele me empurrou contra a parede e colocou os braços em cima dos meus ombros, imobilizando-me.

– Se eu estivesse tendo um caso com o Apolo, seria eu quem bateria na bunda dele. – Respondeu. Droga, ele sentiu que eu estava brincando – Porque, você sabe, eu seria o homem da relação.

– Sempre. – Afirmei com a cabeça, rindo.

– E ele ia me esperar no quarto com alguma roupa de escravo sadomasoquista. – Continuou e eu ri mais ainda – Se bem que eu acho que ele prefere um colam rosinha.

– Fala baixo! – Repreendi, mas ainda rindo. Ares riu e apontou para mim.

– Você é uma pervertida. – Falou.

– Que?! Eu sou a pervertida? – Falei incrédula.

– Eu continuei essa sua brincadeira, e agora você não tira esse sorriso bobo do rosto. – Apontou para mim e eu corei.

– Bem, você me fez rir, esqueceu? – Rebati ainda rindo.

– Rir nada. Você gostou do que ouviu, tem diferença. – Negou com a cabeça – Passe a ter outra fantasia, porque eu não vou pegar o Apolo para você...

– Tá bom, você é o pervertido. – Falei com o rosto corado – Eu não falei nada di...!

– Deuses! Pare de me imaginar nu com ele! – Exclamou alto o suficiente para me deixar ainda mais constrangida. Dei um tapa em seu braço. Ares riu de mim. Tentei acertar seu rosto, mas ele segurou meu pulso e me puxou para perto de seu rosto. Estávamos próximos o suficiente para sentir nossas respirações se misturarem, mas longe ainda para um beijo.

– Eu cheguei no quarto desde o momento em que você falou “Não, estou falando sério. Olha só os meus peitos”. – Falei olhando fixamente para seus olhos com um mini sorriso de “você não pode se defender disso” – Então não adianta você fingir que aquilo não foi nada.

– Bem que você queria que fosse alguma coisa. – Rebateu com um sorriso torto.

– Ele passou a mão em você. – Retruquei erguendo uma sobrancelha.

– Uma filha de Hermes não sabe reconhecer uma mera brincadeira quando a vê?

– Desculpa. Nenhuma amiga minha brincava assim comigo. – Respondi. Ares riu.

– Só os amigos. – Respondeu com um sorriso malicioso.

– Bem... Alguns amigos. – Disse. Nós aproximamos nossos rostos – Ou...

– Ou...? – Sussurrou.

– Um pouco mais que amigos. – Respondi. Nós nos beijamos devagar, e fomos intensificando aos poucos. Abracei o pescoço dele como sempre gostava de fazer. As mãos de Ares, entretanto foram para minha bunda. Ele sorriu torto por alguns segundos de pausa.

– Assim? – Riu.

– Por aí. – Respondi com o rosto vermelho. Nós íamos nos beijar mais uma vez, mas fomos interrompidos.

Eca! – Gritou Thomas – Você lambeu a língua dela!

– Thomas! – Exclamei surpresa – O que você...?!

Eca, eca, eca! – Exclamou passando a mão pelo rosto.

– Thomas, para com isso! – Reclamei revirando os olhos – Não era nem para você estar atrás de mim!

– Eu vou contar para a sua mãe! – Exclamou Thomas.

Eu vou contar para a sua mão. – Imitou Ares zombando.

– Não me imita! – Thomas bateu o pé no chão – Tia Jenny vai brigar com vocês dois!

– Ah, eu estou morrendo de medinho da tia Jenny. – Falou Ares zombando – Porque você não vai brincar no seu cantinho, hein? Deve estar passando algum desenho animado na TV para você se distrair, pirralho.

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– Desenhos animados são para todas as idades! – Reclamou fazendo careta – E você é nojento, porque vive beijando as pessoas!

– Você nem sabe o que é um beijo, moleque. – Riu Ares. Eu lhe olhei repreendedora, mas ele continuou – Ainda é pequeno demais para isso.

– Beijos são nojentos! Quantas vezes eu tenho que repetir?! – Retrucou.

– Você diz isso agora, sendo um pirralhinho. Mas quero ver repetir quando tiver uns 13 anos. – Respondeu prendendo o riso.

– Beijos vão ser sempre nojentos.

– Se você acha beijos nojentos, não sei nem o que você vai achar de...

– Cala a boca! – Exclamei antes que Ares falasse demais. Olhei para Thomas – Thomas, deixa a gente em paz.

– Não! Era para você passar tempo comigo, mas você fica o tempo todo com ele e com o Dwayne! – Reclamou batendo o pé no chão – Ou você vem brincar comigo ou eu vou contar para a tia Jenny tudo o que eu vi!

– Thomas, isso não é... – Eu ia tentar explicar que um beijo não é nada demais para os adultos, porque é coisa de adulto, mas ele me interrompeu.

– E eu vou dizer que vocês estavam fazendo aquilo! – Exclamou. Franzi o cenho.

– Aquilo o que exatamente, Thomas? – Perguntei cruzando os braços.

– Aquilo que meu pai disso que só adulto faz. – Respondeu – Eu não sei o nome, ele só disso aquilo. Mas a tia Jenny vai saber.

Meu queixo caiu. Olhei para Ares sem acreditar, e ele ergueu uma sobrancelha impressionado.

– É, esse garoto é esperto. – Murmurou.

– Isso é mentira, Thomas. A gente não estava fazendo nada.

– Mas eu vou dizer que estava para a tia Jenny se você não brincar comigo! – Exclamou batendo o pé no chão.

Respirei fundo e soltei o ar pesadamente.

– Tá bom! – Exclamei – Mas saiba que ficar inventando histórias sobre os outros é muito feio, entendeu?!

– Vamos brincar! – Disse animado e apressado, tomando minha mão e me puxando para o seu quarto. Dei uma última olhada em Ares, e depois entrei no quarto com meu primo.

POV Ares

Apolo sorriu enquanto jogava para mim um travesseiro e algumas cobertas. Já era de noite, e o Deus do Sol suspirava apaixonado olhando para a cama de casal que teria só para si.

– Toda minha. – Disse olhando-a – Eu vou poder rolar para o lados sem o medo de ter que encostar em algum lugar nojento do seu corpo.

Eu bufei pensando em como seria dormir no sofá a noite inteira.

– Olha... – Balancei a cabeça quando Apolo olhou para mim – Acho que esse tal de Brina e o roubo de sobremesa devem ter empatado, sabe? Vai ver elas brigaram pelos dois, e...

– Vai para o sofá. Você perdeu. – Falou Apolo sem nem mesmo querer ouvir, jogando-se na cama – E feche a porta quando sair.

Bufei irritado e fechei a porta atrás de mim, ainda segurando os cobertores e o travesseiro. Virei e vi Alice saindo do quarto de Thomas na ponta dos pés. Ela mostrava uma cara de cansaço e sono.

– Passou esse tempo todo com o moleque? – Ela pareceu surpresa por me ver ali.

– É. – Assentiu – Tudo para ele não contar mentiras para a tia Jenny. E o que é isso?

Olhei para as cobertas e depois para ela.

– Apolo descobriu que eu sou hetero e me mandou dormir no sofá. – Respondi. Alice revirou os olhos.

– Bom... – Ela bocejou – Boa noite.

Pensei em deixa-la passar direto, mas então pensei melhor. Estava levemente irritado de ir dormir no sofá, porque ela não tinha me contado sobre aquele cara antes. Mas por outro lado...

– Ei. Eu só... – Olhei para ela, que parou no corredor virando-se para mim – Eu só fico feliz de você ter sido honesta e contado sobre aquele cara lá e a briga com a sua prima.

Alice piscou os olhos.

– Temos que ser honestos, não é? – Falei encolhendo os ombros, e me sentindo idiota. Alice piscou os olhos novamente e assentiu.

– Claro. É. Temos... Temos que ser honestos. – Repetiu. Assenti de novo.

– Bem, boa noite, Kelly. – Respondi indo para o andar debaixo. Ela não me seguiu.

Demorei para conseguir me acomodar no sofá. Demorou tanto, que eu simplesmente não me acomodei, só me resumi a escolher uma posição que minhas costas não chorassem de dor.

Joe desceu as escadas e olhou para mim com o cenho franzido, mas eu lancei um olhar tão raivoso para ele que resolveu não perguntar nada. Bebeu água e subiu novamente. Esperei alguns minutos até que tivesse certeza de que todos estavam dormindo e que ninguém desceria mais para poder ver aquilo de novo.

Tirei a foto do bolso e olhei para Alice (lá pelos quinze anos) com a jaqueta de time escolar. Ela parecia feliz, e o mesmo podia se dizer do tal do Brian. Suspirei pesadamente e guardei a foto novamente no bolso. Fechei os olhos e tentei cair no sono.

O meu sonho foi uma cena depois daquela foto. Alguns dias depois, chuto.

Alice estava andando na chuva sem guarda-chuva, só com o capuz do casaco do time da escola. Por seus passos apressados, parecia que queria evitar alguém.

– Alice! – Chamou alguém correndo atrás dela. Brian parou do seu lado abrindo um guarda-chuva e rindo um pouco – Vai chegar em casa toda molhada assim.

– Não diga. – Resmungou baixo. Brian não ouviu. Ele segurou o braço dela e virou-a para si.

– Está tudo bem com você? Saiu tão rápido da aula de biologia que eu nem consegui te alcançar. Eu ainda acho que você devia entrar na equipe de atletismo e...

– Brian, eu odeio a escola. Você entendeu isso? Eu. Odeio. Essa. Escola. – Respondeu impaciente e irritada – Eu não quero que ela ganhe a porcaria de uma medalha de ouro como contribuição minha.

– Você ganharia ouro, Alice. – Falou ele corrigindo pacientemente.

– É, para a escola. – Bufou. Brian sorriu para ela e acariciou seu rosto. Ela desviou o olhar, como se não conseguisse olhar para ele.

– Você vale ouro. Não essa escola. – Respondeu sorrindo para ela. Alice cobriu a boca com a mão por um segundo. Ela prendeu um soluço de choro, mas ele não percebeu.

– Brian, você... – Ela negou com a cabeça.

– Eu só estou tentando te animar. Você parece tão deprimida hoje. Não estava assim ontem quando a gente estava se beijando atrás das arquibancadas. – Respondeu sorrindo torto. Alice passou a mão pela testa. Ela não olhava para ele de jeito nenhum.

– Eu beijei o capitão do time de futebol debaixo das arquibancadas. – Repetiu como se não acreditasse naquilo.

– Clichê demais para você? – Perguntou.

Eu fui o clichê, Brian. É isso que você não entende. – E ele realmente não entendia, mas eu sim. Alice fora só mais uma garota não popular que aquele imbecil tinha pegado em um canto escondido depois de uma partida de jogo. Ao invés de pensar nisso, ele acariciou o rosto dela de novo.

– Eu senti sua falta hoje. – Falou sorrindo torto. Alice olhou para ele pela primeira vez desde que ele aparecera. Diretamente nos olhos dele.

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– E você contou cada segundo para me ver, não foi? – Disse ela. Sua voz ficou trêmula, mas novamente ele não notou.

– É, eu... – Ela o cortou.

– Mentira. – Ele piscou os olhos, confuso – Você não sentiu a minha falta, nem contou os segundos para me ver porque não é o meu nome nesse bilhete, não é Brian? – Disse tirando um papel pequeno e branco de dentro da jaqueta.

– Como... – Ele parece chocado em ver aquilo.

– Sim, Brina. Você é tão burro que colocou isso no meu armário ao invés de no dela. – Respondeu em um tom de raiva e mágoa – Eu... – Ela respirou fundo para não chorar – Heather. Heather, Brian? É a minha prima. Há quanto tempo vocês...?

– Alice, isso não é como você está pensando. – Respondeu defensivamente. Por que nós sempre falamos isso para as mulheres? Acho que é automático.

Há quanto tempo, Brian? – Repetiu a pergunta.

– Há quanto tempo o quê?

– Há quanto tempo você e ela! – Exclamou com raiva.

– Escuta... – Ele coçou a cabeça – Ela foi simpática, sabe? E ela veio falando sobre você, em como estava feliz por nós estarmos saindo, e...

– Ah, eu não quero ouvir. – Alice passou a mão pelo rosto.

– E ela veio conversando sobre você ter dificuldade de interagir com as pessoas, e tudo mais, aí há umas semanas ela veio para cima de mim. – Continuou apressadamente – Mas a culpa não foi minha, ela é muito gostosa.

Alice olhou para ele incrédula e magoada.

– A culpa não foi sua?! – Repetiu – Ela fez o quê?! Te estuprou, seu imbecil?!

– Não! Ela... – Ele coçou a cabeça pensando em como ia se livrar daquilo – Alice, só porque a gente estava saindo não queria dizer que a gente não podia sair com outras pessoas, sabe?

– Não sair com outras pessoas é exatamente o que você faz quando está com alguém! – Exclamou mais alto do que tinha falado antes.

– Fala baixo, não precisa fazer um escândalo! – Pediu tentando acalmá-la.

– Eu faço o escândalo que eu quiser, seu idiota! – Exclamou ainda mais alto – Eu achei você tão legal e você me trocou com a minha prima?! Vai para o inferno, Brian!

Ela virou e continuou a andar na chuva com passo apressado. Ele foi atrás dela uma última vez.

– Espera! – Exclamou – Alice, não é nada disso, ok? É só um lance, e você é especial...!

– Por quê?! – Perguntou virando-se para ele com lágrimas nos olhos – Por que eu sou especial?! Por que eu tenho problemas de interagir com as pessoas?! Por que eu me isolo?! Por que a minha prima é uma vadia?!

– Não é nada disso!

– Eu sou só mais uma garota que caiu na lábia de um idiota do time da escola, por isso para de tentar fazer parecer que eu sou especial! – Exclamou com raiva. Alice tirou o casaco rapidamente e jogou nele antes que pudesse responder algo – E toma essa porcaria de volta! Eu ia jogar no lixo de qualquer forma.

Ela voltou a andar.

– Eu nunca quis fazer você chorar! Não fiz por mal! – Alice se virou e olhou-o no meio da chuva por alguns instantes.

– Você é tão cretino, que deveria casar com a Heather. – Respondeu e saiu correndo. Ele não a seguiu.

Eu estava prestes a ver Alice abrir a porta de casa, quando fui acordado. Sacudiram meu braço.

Pisquei os olhos e tentei enxergar pela escuridão.

– Uhm? – Murmurei.

– Ares... Acorda. – Disse Alice me sacudindo.

– Uhm... – Gemi olhando para ela graças a luz fraca do abajur – Sou eu quem te acorda cedo demais. Não troque os papéis.

– Eu... Eu só... – Ela parecia incomodada. Lembrei a cena dela chorando por causa daquele cretino, e resolvi ser mais receptivo.

– O que foi? – Perguntei com calma.

– Eu só fiquei pensando...

– Que horas são?

– 2:40 da manhã. Bem, acho. Tipo, a última vez que eu chequei.

– Já está errado. Ninguém pensa as 2:40 da manhã.

– Eu só pensei em ser honesta, ok? Eu... – Alice olhou para o chão e sentou-se. Ficou bem mais baixa que a altura da minha cabeça deitada sobre o travesseiro – Eu não fui completamente sincera com você sobre mim e a Heather. Eu fiquei com vergonha de te contar e você rir de mim como você sempre faz, sabe? Aí eu...

Blá blá blá blá blá blá blá...

Eu só ouvia partes do que ela dizia. Por que mulheres falavam tanto? 2:40 da manhã? Eu não queria ouvir nem um pedido de boa noite.

– E aí nós ficávamos juntas quando... – Adormeci no meio dessa frase e voltei quando ela completou -... E nós brigamos feio, porque ela perdeu o papel.

Minha mente despertou.

– O quê? – Perguntei tentando manter meus olhos abertos – Não. Vocês brigaram pelo babaca do Brian.

– Ele foi depois. Ele foi a vingança dela, acho. – Respondeu encolhendo os ombros – Mas a gente passou a se odiar, porque ela me odiou por ter roubado o papel dela no balé.

– Quê?! Que balé?

– Eu fazia balé quando era pequena, mas não queria contar para você porque ia rir da minha cara. – Respondeu sem jeito.

– Estou rindo agora?

– Está quase dormindo.

– Lembre-me de rir amanhã então. – Disse quase voltando a dormir, mas meu cérebro me acordou de novo.

Pense, Ares.

Grande briga. Balé. O garoto veio depois...

Há! A cama é minha! – Comemorei me colocando de pé de repente. Alice franziu o cenho sem entender.

Eu saí correndo escada acima. Abri a porta do quarto de Apolo com rapidez.

– Saí da minha cama! – Exclamei puxando o cobertor de Apolo. Ele acordou com um susto e acendeu o abajur do lado da cama.

– O que você...?! – Eu o interrompi.

– Elas brigaram por causa de balé. Levanta a bunda dessa cama! – Exclamei empurrando-o. Ele se colocou de pé e franziu o cenho.

– E você descobriu isso no meio da noite?! – Exclamou.

Alice apareceu na porta, sem entender nada.

– Eu não acredito nisso.

– Ou acredita ou leva um murro na cara. Decide.

– Ah, você não está falando sério! – Exclamou irritado ao ver que obviamente Alice devia ter me contado.

– Estou. Dá o fora.

– Você puxou os lençóis! Eu podia estar nu, sabia?! – Reclamou.

– Não dá uma de gay, ela tá olhando. – Reclamei apontando para Alice – Agora vai embora. Eu tenho que dormir.

Apolo saiu pisando forte pela porta. Alice continuou lá, olhando para mim. Fui até ela aos tropeços de sono e apontei para o seu rosto.

– Me lembre de rir amanhã. Por favor. – Falei devagar – E me conta tudo de novo, porque eu ronquei no meio da conversa. Boa noite.