Capítulo 41 - UM É POUCO DOIS E BOM TRÊS É ...

PDV - NESSIE

Meu corpo estava em brasas ferventes. Uma raiva atroz estava se instalando por todo o meu corpo. Por vezes, Alec me perguntou se eu me sentia bem.

– Está muito quente, Nessie. Talvez seja menhor ir falar com Carlisle.

– Sim, eu falarei. Mas agora não, ele está com Seth. Posso esperar até chegarmos.

Eu e Jake não nos falamos por toda a viagem. Foi melhor assim. Eu estava com muita raiva dele. Iria acabar falando ou fazendo alguma bobagem. Ele, por sua vez, não tirava os olhos de mim e Alec. Em alguns momentos, achei que ele voaria para avançar em Alec. Mas não o fez. Estava se controlando bem. Alec não parecia se importar com os olhares assassinos, que Jake lhe lançava. Estava ao meu lado o tempo todo.

– Onde o babaca vai ficar?

Ouvi Jake perguntando ao meu pai, apontando para Alec. Quis responder com um belo fora, a grosseria dele. Mas meu pai respondeu no meu lugar.

– Na nossa casa, Jacob. Pelo tempo que ele quizer, ou pra sempre. Se assim ele desejar.

Ouvi um rosnado sair da garganta de Jake, mas ele não disse mais nada. Apertei a mão de Alec, em sinal de confirmação às palavras de meu pai. Ele sorriu, balançando a cabeça.

Resolvi tirar minhas dúvidas sobre ele, e como se livrou dos poderes de Chelsea.

– Como conseguiu se livrar dos poderes de Chelsea?

Ele abaixou a cabeça, incomodado.

– Eu e Chelsea entramos há muitos séculos atrás, em um acordo. Ela não lança seu poderes sobre mim e eu não conto a Caios sobre seus deslizes com um certo lobisomem.

– Como assim, lobisomem?

– Já faz muitos séculos, Nessie. Mas Caius tem pavor deles, e se descobrir que Chelsea teve um casinho com o líder deles, pode mata-la por isso.

– Você a chantageou?

– Sim! Ela não lança seus poderes sobre mim há muito tempo.

– Aro nunca desconfiou?

– Sempre fui fiel aos mestres, Nessie. Nunca dei motivos para desconfiarem, até conhecer você.

Seus olhos penetravam nos meus. Desviei, sem ter mais como encara-lo. Estavamos chegando na mansão em Forks. Jake seguiu com o bando para La Push, para levar Seth. Sue já estava à espera deles. Claire e Ana estavam preocupadas com seus lobos. Jake me olhava de longe, quando entrou no jipe de Leah, mas não trocamos nenhuma palavra. Entrei em casa, louca por um banho e arrancar aquela roupa do meu corpo. Foi quando percebi Alice me olhando de cima à baixo, com ar especulativo.

– Eu vou querer saber sobre isso?

Ela apontava para minha roupa. Tive que rir da cara horrorizada que ela estava fazendo.

– Com certeza que vai. Mas não agora. Preciso de um banho e dormir por tempo indeterminado.

Subi as escadas e encontrei minha mãe já no meu quarto, sentada na minha cama. Ela encarava um porta retratos que tinha uma foto nossa, de quando eu era bem pequena. Ela me olhou quando eu entrei.

– Você cresceu tão rápido! Ainda me lembro quando era só um bebê, que nos encantava com suas imagens infantins de balões e ursinhos.

Fui abraça-la. Ficamos um tempo assim. Era bom sentir seu cheiro doce de morango, de novo.

– Senti sua falta também, mãe. Mas agora acabou. Estamos todos juntos de novo e para sempre.

– Sei que está cansada e merece seu descanso filha . Mas assim que descansar e comer alguma coisa, Carlisle vai examina-la. Ouviu, mocinha?

Ela me olhava firme. Conhecia aquele olhar. Era o que ela uzava, quando não queria ser questionada. Só balancei, obediente a cabeça. Ela me deu um beijo e saiu.

Dormi até a manhã do dia sequinte. Nem acreditei! Meu corpo parecia agradescer o descanso. Sorri, quando ouvi os pássaros cantando lá fora. Eram cantos, que meus ouvidos tinham saudades. Eram pássaros que só existem nesta região de Forks. Pulei da cama, indo para a janela. Sorri, alisando minha bariga, e descobri que estava com muita fome. Nem me arrumei. Desci as escadas correndo. Todos me olharam assustados. Devia estar horrível. Descabelada e de roupa de dormir. Mas eu não tive como me conter. Abri a geladeira, atacando tudo que tinha lá dentro.

– Calma, Nessie! Vá trocar de roupa e se pentear. Eu arrumo seu café, querida.

– Não dá pra esperar, vó. Preciso comer algo. Se não, vou atacar alguém, ferozmente.

Falei, enfiando uma maçã quase inteira na boca. Rosali me olhava assustada.

– Olha o que aquele cachorro fez com a minha princesa. Transformou ela em uma selvagem, como ele.

As palavras de tia Rose me desarmaram. Eu não queria pensar no Jake. Suspirei pesadamente, olhando em volta.

– Cadê meus pais? E Alec?

– Eles o levaram para caçar.

Olhei preocupada para minha vó, que estava colocando os waffles na máquina.

– Acha que ele vai se adptar, vó?

Ela parecia refletir. Pegou minha mão com delicadesa, e com um sorriso doce.

– Vamos ajuda-lo da melhor maneira, querida. É difícil para quem ficou séculos se alimentando de sangue humano. Acredito, que seja mais difícil para ele, do que foi para Jasper. Mas tenha fé, querida. Vamos apoia-lo. Já o considero da família.

Sorri de volta para ela. Mas já sentia um cheiro, que fazia meu coração bater mais rápido.

– Jacob está chegando, Nessie. !!!

Alice disse ,e pulou do andar de cima ate a sala , me puxando pelo braço.

– Me solta, Alice.

– Não! Chega de andar por aí como uma bruxa. Agora!!!!, olhe pra você. Eu te amo, Nessie. Mas você, às vezes me envergonha.

Eu queria protestar, mas estava chocada com suas últimas palavras. Ela se aproveitou do meu choque, me arrastando pro meu closet. Não queria ver o Jake, pela primeira vez em toda a minha vida. Não queria vê-lo. Isso é tão estranho. Meu corpo parecia nem me pertencer. Eu normalmente correria pra ele, pularia em seu percoço e ficaria alí, sem problema nenhum, agarrada com ele. Mas eu estava triste e decepicionada com ele. Ele não queria nosso filho, e isso era inaceitável pra mim. Estava tão perdida em meus pensamentos, que nem percebi Alice escovanco meu cabelo e amarrando num rabo de cavalo firme. Estava me maquiando, passando um batom clarinho, cor de boca, com um brilho leve. Escolheu um vestido cor de chumbo de alcinha e flores bordadas na ponta. Vesti sem protestar, só para satisfaze-la. Não estava muito preocupada em ficar bonita , e era bom eu me afastar da sala por alguns minutos, enquanto Jake estivesse lá.

– Pronto, está linda! Perfeita! Devia me deixar fazer isso todo dia, ia deixar Jacob se arrastando atrás de você, como um bom cachorinho adestrado.

Revirei os olhos, contrariada com seu comentário infame. Tia Rose nos olhava com os braços cruzados, encostada na porta do meu quarto, com uma cara de poucos amigos.

– Que foi tia Rose?

– Carlisle está te chamando, Nessie. E é menhor descer logo, antes que aquele cão fassa-o perder a paciência.

Eu e Alice a olhamos, sem entender nada. Ela bufou, levantando os braços.

– Carlisle nunca perde a paciência, Rose. Do que você está falando?

– O Cão está descompensado. Não para de falar e de encher Carlisle com perguntas idiotas .

Desci o mais rápido possível. Eles estavam trancafiados na biblioteca, mas pude ouvir as vozes assim que desci as escadas.

– Não sei, Jacob! Preciso examina-la primeiro. Ainda não tive tempo, ela acabou de acordar.

– Mas desde quando ela tá dormindo? Isso é normal, ela dormir o dia ineiro?

Entrei na biblioteca, e meu avô me olhava agradecido.

– Que bom que desceu, Nessie. Vamos começar logo os exames. Trouxe tudo que eu preciso, ontem do hospital. Vamos, deite-se alí.

Não me movi. Olhava para Jake, que estava com a aparência horrível de novo. Ele me olhava assustado .

– Pode ir embora, Jake. Não precisa estar aqui.

– Não vou embora, Nessie. Quero saber tudo que está acontecendo com você e com meu...filho.

Tive vontade de chorar quando ele falou a palavra filho e abaixou a cabeça, como se estivese com medo dele. Suspirei indgnada, subindo na mesa de exames. Foi constrangedor. Meu avô fez eu vestir um avental de hospital. Fiquei só de lingerie. Me senti nua na frente deles, mas tentei engolir minha vergonha. Carlisle fez ultrasonografia e estava sorrindo como um bobo, balançando a cabeça. Ouvi sua gargalhada. Foi demais! A sala foi invadida por toda a família. Tentei protestar, mas já estavam todos alí.

– O que foi, Carlisle? Do que você está rindo?

Jacob passava a mão na cabeça, nervosamente. Leves espasmos já se instalavam em seu corpo.

– Calma, Jacob. O que é isso? Todos para fora. Só Jacob aqui. Vocês estão envergonhando Renesmee.

Todos falavam ao mesmo tempo, protestando.

– Isso não é injusto. Não consigo ver nada. Você sabe que isso, pra mim é muito dificil .( Alice )

– Ela está bem, Carlisle? ( Esme )

– Por que temos que ficar lá fora, se dá pra ouvir tudo?( Rose )

– Eu quero ver meu sobrinho. Quero saber se compro um osso rosa ou azul. (Emmett)

– Eu sou a mãe, Carlisle . (Bella)

– Saiam todos. Você pode ficar Bella. O resto fora!

Minha mãe sorria satisfeita, segurando minha mão. Enguanto os outros eram postos pra fora por meu avô.

– Cadê meu pai , mãe?

Perguntei estranhando ela estar sem ele por perto .

– Ainda está com Alec, caçando. Voltei pra ficar com você.

Meu avô agora tirava uma boa quantidade de sangue para exames de laboratório. Depois de um silêncio constrangedor, onde ele analizava tudo, sorriu.

– É! Sem dúvida você está grávida Renesmee. E pelos exames, já esta entrando na quarta semana.

– Mas como? Eu só descobri que estava grávida há três dias, vô.

– Nessie, já devia saber que não vai ter uma gravidez de humano. Mas tenho mais uma coisa para dizer. Uma não, mas duas.

– O quê Carlisle? Diga logo.

Meu avô sorriu para Jake, que estava estranhamente branco. Parecia anêmico.

– É melhor se sentar, Jacob. Não me parece bem.

– Diga logo, Carlisle!!

– São três.

– Três, o quê?

– Nessie está grávida de três bebês.

Como esperavamos, Jake caiu na cadeira, sem conseguir ficar de pé. A minha boca estava tão aberta, que eu só percebi quando o ar começava a entrar nela.

– Como é possível, vô. Aro só ouviu um coração.

– Sim, é verdade.

Ele apontou para o monitor do ultra-som, que estava parado com a imagem congelada.

– Ele ouviu este coração. O maior dos três, o mais rápido e que bate com mais força que os outros dois. Quando ele ouviu, só tinha alguns dias de gestação, Nessie. E o fato dele conseguir ouvir qualquer coisa, é só por causa do seu dom especial. Porque era impossível de saber àquela altura, até mesmo com aparelhos sofisticados. Mas agora, é visivel que temos três crianças bem fortes aí. E um que me parece, vai ser maior que os outros, pois já é nítido que está mais desenvolvido.

– E isso pode ser um problema, Carlisle?

– Por enquanto não me parece. Eles estão bem. Nessie é mais forte que você, Bella. As chances dela de que tudo corra bem são maiores.

– Então vai ficar tudo bem, Carlisle? Nessie não corre risco de vida por causa da gravidez?

A voz de Jake saiu arrastada. Eu me senti aliviada, por ele finalmente estar voltando para sua cor normal. Carlisle sorriu para ele, tocando seu ombro.

– Ela vai ficar bem Jacob. Todos os quatro ficarão bem. Estamos mais preparados desta vez. Fique calmo!

Jake me olhava com olhar suplicante de dor. Não pude encara-lo por muito tempo. Aquele olhar me dava dores na alma. Não posso vê-lo assim. Minha mãe saiu da biblioteca com meu avô, nos deixando sozinhos. Levantei da mesa, me vestindo. Jake me olhava e eu ainda não conseguia encarar aquele olhar. Senti ele se aproximar mesmo de costas para ele. Eu olhava pela janela da biblioteca, tentando organizar minha mente e meu coração.

– Nessie ... Eu podia colocar a culpa do meu comportamento no animal que vive dentro de mim, mas não é culpa dele. Era só eu mesmo, sendo o idiota de sempre. Mas eu posso, se você me aceitar de volta, pedir perdão todos os dias da minha eternidade, Nessie. Me perdoa... eu não posso viver sem você, meu amor. Eu só tive medo por você, minha vida. De perde-la de novo.

Me virei para encara-lo. Seu semblante escurecido, as lágrimas que ele lutava pra que não caissem.

– Terá que fazer mais que pedir perdão todos os dias, Jacob. Terá que amar seus filhos incondicionalmente como eu já os amo. E mesmo se algo acontecer comigo, tem que me prometer que cuidará deles e que será forte por eles.

– Eu já os amo, Nessie. Eu não quero ficar longe deles e nem de você, meu amor. Nunca mais!

Ele suspirou e não entendi, quando ele se ajoelhou aos meus pés. Não queria que ele me pedisse perdão de joelhos. Aquilo já era exagero! Um beijo já estava bom, mas ele estendia uma caixa de veludo preto e abria em minha direção. Parei de respirar na mesma hora, arregalando os olhos.

– Renesmee Carli Cullen, você aceita casar comigo?

Eu queria muito pular nele e aceitar aquele anel, mas...

– Não precisa casar comigo porque estou grávida, Jake.

Ele me encara assustado .

– Acha realmente que é por causa disso? Sabe há quanto tempo tenho esse anel, e quantas vezes quis dá-lo à você? Pois então, pergunte ao seu pai e ele vai te dizer quantas vezes brigamos por causa deste anel.

Aquilo realmente me tirou do rumo.

– Há quanto tempo tem esse anel, Jake?

Ele abaixou os olhos por um tempo, mas depois já me encarava novamante. Minhas pernas já estavam moles com a intensidade daquele olhar negro como pérolas da noite.

– Quando tudo em mim se desfez. É.Todas as linhas que me prendiam à minha vida foram rompidas, e tudo que me tornava quem eu era desconectou-se de mim e eu me prendi a uma única coisa. Ao próprio centro do Universo. Então eu pude enxergar a simetria dele, ela era clara pra mim. Era a minha gravidade! Era o que me segurava aqui. Tenho esse anel desde a primeira vez que te vi RENESMEE, mesmo sabendo que você podia creser e fazer outras escolhas.

Fechei os olhos, absorvendo suas palavras eu as conhecia. Tinha ouvido no dia que li sua mente pela primeira vez. Não tinha mais força para tentar ser forte, nem queria mas resistir à isso. Toquei seu rosto e passei imagens nossas juntos. Do nosso primeiro beijo no penhasco de La Push, da nossa primeira briga na cabana, quando soube a verdade sobre ele e minha mãe, quando eu vi seu imprinting através do meu dom, do adeus no campo de batalha, da gente fazendo amor na floresta, depois na mansão, da despedida do aeroporto, dele entrando em forma de lobo para me resgatar da igreja em Volterra. Ele segurou a minha mão, beijando-a e eu me ajoelhei para olhar em seus olhos mais de perto. Segurei a caixa de veludo, tirando o anel de dentro dela. Ele pegou, segurando minha mão sem se mexer. Ainda esperava minha resposta para continuar.

– É claro que eu aceito, seu bobo. Sempre fui sua. Não precisava de um anel pra isso.

Ele me puxou para seus braços, me beijando com paixão. Tomei consciência de como eu setia falta daquela boca. De como meu corpo sentia falta do seu toque quente. Ele me afastou e eu arfei em protesto. Queria mais daquela boca gostosa. Ele riu do meu protesto possessivo.

– Já disse que vou segura-la em mim por todas as forças que exitirem nesta terra, Nessie.

Ele colocou a aliança. Era linda, com pequenas pedras de diamante cravadas em seu interior. Sorri quando ele me deu outra aliança parecida, mas sem os brilhantes e me entregou, para que eu colocasse nele.

– Sabe que vai ter que pedir para meu pai, pra se casar comigo?

– Sei, mas eu estava mais preocupado em convece-la primeiro.

– Por quê acha que vai ser fácil convencer Edward Cullen a entregar sua única filha em matrimônio?

– Eu acho, que o pior foi ele aceitar que eu a engravidei antes. Não sei como ainda estou vivo. Acho que se não tivessemos no meio de um guerra, eu com certeza já seria um lobo morto. Na verdade, não há mais nada a ser feito, uma vez que ele brevemente vai ser vovô.

– NÃO ESTEJA TÃO CERTO DISSO CACHORRO!!!

Ouvimos o grito do meu pai, que acabava de entrar porta a dentro da biblioteca, nos dando o maior susto. Levantamos, olhando pra ele espantados por sua cólera esandecida.

– Vocês foram muito irresponsáveis. Não tem como descrever o que senti quando soube que a senhora estava grávidade, dona Renesmee. E que eu não podia matar este infeliz porque estavamos no meio daquela confusão, mas agora teremos regras bem específicas aqui nesta casa.

– PAI!!!

– Calada, Renesmee! Eu ainda sou seu pai.

Eu queria protestar, mas senti os braços de Jake no meu ombro. Ele fez um sinal de negativo com a cabeça.

– É melhor mesmo senhor Black, não falar nada. Só vai piorar a situação de vocês.

– Diga logo, Edward. Quais são suas regras?

– Eu não acredito que você vai ouvir isso, Jake?

– Claro que ele vai ouvir. Se quiser que este casamento aconteça, ele vai ouvir. E a senhorita também.

– Não acha que isso é um pouco tarde, pai?

Falei apontando para minha singela barriga.

– Não!!! Não é.

Suspirei derrotada, sentando no sofá.

– Fale então, pai! Que regras são essas?

– Nada de encontros na floresta sozinhos até o casamento. Não vão ficar sozinhos, nem mesmo aqui em casa. Terá hora para vir aqui, Jacob. Não vai morar aqui dentro antes do casamento. Muito menos dormir com a minha filha na mesma cama enquanto não forem oficilamente casados.

Fiquei de boca aberta, olhando aquele monte de insanidades. Olhei para minha mãe, que permanecia parada como um estátua, sem dizer nada daquele monte de absurdo sem sentido. Mas ela parecia concordar com meu pai. Não veio em minha defesa.

– Pai, eu sei que você é de outra época. Mas eu já tô grávida. O que mais pode me acontecer?

– Sim, está de fato. Mas não quero que isso seja desculpa para vocês ficarem por ai fazendo (ele parou encarando Jake )... Controle seus pensamentos Jacob!! Eu e Bella ainda não ouvimos o seu pedido. Até Nahuel foi mais educado.

– Tá me comparado com aquele Tarzam de circo?

– Estou esperando, Jacob.

Jacob se endireitou, levantando os ombros. Parecia que ia para uma luta, mas entendi que ele estava nervoso. Tive que rir daquela cena. Olhei pra porta e toda a minha família. Já estavam alí, sorrindo com a cena. Menos Rosali, que observava de braços cruzados, e com uma cara de poucos amigos.

– Edward e ... Bells, Bella. Vocês me dariam a honra de permitir que eu me case com a Nessie... Renesmee?

– Não dá mole, não, Edinho. Faz ele sofrer primeiro.

Olhei indignada para tio Emmett, que agora ria alto. Meu pai se aproximou de Jake, olhando firme para ele.

– Eu não sei porque Jacob sempre tenta roubar as mulheres da minha vida, mas deve ter um motivo superior que foge à minha compreenção para isso. E eu não posso entregar minha filha... para nenhum outro, que não seja você. Porque sei que é o melhor para ela. E isso me custa muito admitir, pode ter certeza.

Jacob sorria seu sorriso perfeito, que chegava até os olhos.

– Posso te dar um abraço, sogrão?

– Não se atreva. Ainda posso mudar de opinião.

– Eu aceito o abraço, Jake.

Minha mãe foi abraça-lo e ele a girou no alto, provocando um rosnado do meu pai ciumento. Ele não deu atenção, colocando minha mãe no chão e a segurando pelos ombros.

– Nunca te agradeci, Bella.

– Pelo quê, Jake?

Ele me olhou nessa hora.

– Por ser teimosa. Por não ter me ouvido e por ter me dado o maior dos presentes, que foi trazer Nessie pra vida. Pra minha vida! Nunca vou te agradecer o suficiente.

– Fassa-a feliz, e isso me basta.

Me juntei a eles, num abraço triplo, já com lágrimas nos olhos.

– Assim vocês me matam. E olha que eu já tô morto.

Tio Emmett disse isso, se juntando ao nosso abraço.

– Sai daqui Emmett. Eu não vou aguentar o seu fedor muito mais tempo.

– Cala boca, pit bull! Vem!Vem! Edward não quis te dar uma surra por ter emgravidado a Nessie, mas ninguém disse que eu não podia te dar uma surra por ter engravidado minha sobrinha. Vem cachorro, vamos lá pra fora. Quero saber se é forte mesmo pra entrar para a família?

Ele já estava com os punhos fechados, chamando Jake para briga e rindo com a expectativa de uma batalha. Jake também ria, me soltando e se preparando.

– Chega, meninos! Venha, Nessie. Vá terminar de tomar seu café da manhã. Jake, venha também.

Minha vó disse, acabando com a confusão. Seguimos ela até a cozinha e eu olhei a a sala procurando Alec. Mandei meus pensamentos para meu pai e ele olhou lá fora. Eu entendi que ele não entrou junto com meu pai. Com certeza tinha ouvido tudo e estava se afastando. Eu tinha que conversar com ele. Não podia deixar as coisas mal explicadas entre nós. Ele agora era meu amigo, e eu não queria magoa-lo. Mas não via como.

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