Eu não conseguia descrever o que via. Havia sangue por toda parte; o que era verde de seus casaco, agora era vermelho escuro. Ela estava debruçada no pequeno espaço de grava onde havia uma arvore. Sua expressão era feliz, mas seus olhos olhavam para o nada. Sua cabeça sangrava e mostrava um profundo corte vermelho vivo. Meu estomago ficou embrulhado quando percebi que um galho de arvore estava atravessado na sua perna. O barulho de sirene ecoava nos meus ouvidos, mas não me mexia. Delina estava ensaguentada e morta, e a culpa era minha;

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Henry me despertou das minhas lágrimas quando pois a mão no meu ombro. Todos já haviam indo embora, mas a mão de Delina ainda chorava perto do cachão. Limpei o canto dos meus olhos com o paninho escuro que Henry me dera.

A senhora Quintella se levantou e andou calmamente até mim.

"Meus pêsames." -Disse Henry.

"A casa ficará tão vazia agora." -Disse a senhora Quintella.

"Eu sinto muito senho...."

"E a culpa foi toda sua."

Senti uma pancada no meu lado direito, fazendo meu rosto virar. Henry me puxou para o lado furioso.

"A senhora não tem o direito."

"Por culpa dessa menina minha filha esta morta!" -Ela gritou.

"Não sabe-se ainda quem foi o assassino." -Disse Henry- "Com sua licença senhorita."

Henry se virou e fomos andando até o carro.

"Por culpa dessa peste bastarda!" -Disse ela atras de mim.

*

"É tudo minha culpa Henry." -Disse no carro.

"Não. A culpa não é sua." -Ele olhou pelo retrovisor.

"Se eu a tivesse detido..."

"Não se torture por algo que não foi sua culpa. Vão achar o assassino, e justiça serpa feita."

*

Quando chegamos em casa era anoite, tia Sierra ainda não voltará do trabalho.

"Vou pedir para Lucinda te levar um chá, você deve estar muito abalada." -Henry tirou meu casaco. Assenti e agradeci. Subi as escadas correndo e quando cheguei no meu quarto, só consegui deitar na cama e chorar.

Meu escândalo ecoava pelo quarto. Estava escuro e nevava quando olhei pela janela. Me abracei no travesseiro e deixei as lágrimas escorrerem por conta própria.

"A culpa não foi sua." -Victor disse ao lado da porta.

"Ah! Victor! Eu... Eu..." -Não consegui terminar, ele veio até mim e se sentou na cama. Me sentei também para me acalmar.

"Eu me sinto tão sozinha agora." -Me cobri com cobertor e chorei cobrindo o rosto.

Ele hesitou em por a mão no meu ombro, mas logo cedeu.

"Eu estou aqui." -Não me contive em encostar minha cabeça no seu ombro e chorar.

"Denila... Estava lá... E, não estava mais." -Minha voz soava distante.

"Eu sei..."

Levantei minha cabeça e olhei para ele que encarava o chão.

"Você... estava lá?"

Ele piscou.

"Você...Você matou ela?"

Ele olhava para mim, mas se expressão alguma.

"Como você pode!" -Gritei, me levantando e encarando ele.

"Eu..."

"Ela! Ela não fez nada! E VOCÊ CHEGA E A MATA ASSIM? POR QUE? Você queria que eu estivesse sozinha?!" -E gritava e chorava ao mesmo tempo. Ele então se levantou e me segurou pelos braços.

"Foi o melhor para você." -Ele disse calmamente.

"O melhor pra mim? Ter alguém morto é bom para mim? Por que!" -Tentei empurrar ele, mas ele era mais forte.

"Eu queria o seu bem! Aquela garota... Era louca."

"Você é louco!" -Disse ainda chorando.

"Me desculpe!"

"ELA ESTA MORTA! NÃO ME PESA DESCULPA!" -Me larguei dos seus braços com um impulso e bati as costas na parede. Desci no chão e chorei.

Ele se agachou na minha frente e levantou meu rosto com os dedos.

"Eu não fiz por mal." -Ele sussurrou.

"Ela esta morta, e eu estou sozinha." -Chorei.

"Eu estou aqui, e não vou te deixar sozinha." -Ele segurou minha mão e levou até o seu peito- "Eu não sei por que estou aqui, mas não vou te deixar agora."

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Olhei para os seus olhos azuis e pareceu que todos meus problemas, medos e tristezas haviam desaparecidos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.