Quero me lembrar só das coisas boas e não deixar que os últimos momentos ao lado dele tomem conta de tudo que tivemos. Tento me lembrar da praia, dele deitado sob a sombra da palmeira, do meu mergulho no mar, da noite chuvosa com raios e trovões e nós dois juntos.

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Mas uma memória ruim tão forte pode meio que estragar as coisas boas. Como um veneno concentrado em uma só gota que é capaz de infectar todo o oceano.

Nossa historia de amor não é convencional, foge dos clichês que vejo por aí e o final não foi por causa de alguma traição ou algo do tipo, foi a morte que nos separou e ela não dá chance de retorno quando se perdoa o outro.

Mesmo se eu juntasse todas as pequenas alegrias que tive na vida, elas não seriam o bastante para apagar o que eu vi, os olhos de Will fechados e sua vida se esvaindo aos poucos e eu ali parada segurando sua mão que ficava cada vez mais gelada e eu sem poder fazer nada para mudar aquela situação.

A irmã dele saiu correndo do consultório e foi chorar compulsivamente do lado de fora, seu pai se controlou bem e sua mãe derramou poucas lágrimas. Eu sabia que eles se importavam, mas aquela cena me convenceu que eu o amava mais do que eles foram capaz de ama-lo.

Eu queria ir para bem longe dali o mais rápido possível e abraçar minha mãe e pedir desculpas, e dizer que ela tinha razão, que participar daquilo era horrível e que eu teria pesadelos por meses.

Porém me contive e fiquei uns dias sozinha apenas chorando e tentando consolar a mim mesma, como se isso foi solucionar pelo menos um pouco do problema.

Não fazia sentido para mim procurar logo um novo amor para curar o que eu sentia por ele, eu me permiti sentir a dor de perde-lo e não me convenci do contrario, eu tinha que sofrer para um dia tudo ir embora sem eu nem perceber.

Eu pensava em cada momento que tive com ele só para eu chorar mais e sentir o peso sair dos meus ombros. Emagreci uns cinco quilos nesse processo, e meu corpo quase se desidratou, mas isso meio que me curou e me fez sentir alivio.

Ás vezes o que justamente não faz sentido é o que mais me fez sentir bem. Me permiti sofrer, eu quis a dor profunda, eu chorei todas as lágrimas que haviam no meu corpo, para hoje olhar para trás e confessar que ainda não foi o bastante, que eu até que me controlei só para sobrar um pouco dele para depois quando eu sentisse sua falta.

É, não faz mesmo sentido, mas eu senti, e ainda sinto muito.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.