Memórias Perdidas

Cap. 4 - Reconhecendo o Passado


Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.

Vladimir Maiakóvski

Em meus braços ela esta. Mesmo não correspondendo ao abraço, ela esta aqui. Seu cheiro de pêssego, seus olhos cor de avelã, seus cabelos negros sedosos, sua pele branca e delicada, seu perfume. Poucas coisas nela mudaram, sua altura, alguns centímetros mais alta e o comprimento de seus cabelos. Aperto mais meus braços em torno de seu corpo, que ainda me parece frágil.

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Uma lagrima escorre por minha bochecha. Nunca chorei quando era pequeno, nunca chorei quanto estava na. academia e em todo meu período como capitão. A única, e exclusiva vez, em que chorei foi quando sua morte foi declarada. Outra lagrima, de felicidade, cruza meu rosto

- Como você pode me deixar por tanto tempo, sua idiota ? – Pergunto tremulo em seu ouvido.

Ela não responde. A solto de meus braços para ver sua expressão. Ela devia estar chorando de felicidade ou, até mesmo, chorando e me pedindo desculpas. Não. Ela permanece parada, como em estado de choque. Pálida.

- Hinamori ? – Chamo-a

- Mas, como ... – Ela diz – Você estava ... morto ...

- Como assim ? – Pergunto ofendido e surpreso

- E o vi ... nem meus sonhos, mas ... eu o vi – Ela gritava chorando. Sua voz estava fina e desesperada – Eu vi você caído no chão morto ... Eu vi seu sangue ...

Lagrimas caem em cascata pelo seu rosto. Ela coloca a mão na boca, como que para tentar reprimir um grito de pânico. Dou um passo sua direção. Ela retrocede um. Ela parece a beira de um ataque de pânico. Ela me olha incrédula e balança a cabeça de forma negativa.

Em um rápido movimento, me ponho em sua frente. Ela não tem tempo de fazer nada. A abraço, obrigando-a colocar a cabeça em meu ombro. Ela resiste, se debate e grita. Mas por fim, se aclama. Deita a cabeça em meu ombro. Faço pressão na região de sua nuca, fazendo-a desmaiar.

Ela ainda continua em meus braços. Aproveito a situação para sentir sua pele e matar a saudade que queima dentro de mim. Olho atentamente para seus lábios vermelhos, sua expressão é serena. Um sono tranqüilo.

Levanto-me do chão com cuidado para não machucá-la ou acordá-la. A levo para meu quarto, Matsumoto diz que é melhor deixar ela no quarto dela. Me nego. Empurro a porta com o corpo e entro no quarto. As paredes são brancas e os moveis de madeira escura. Deito Momo em minha cama. Minha tenente vem logo atrás. Sento-me no chão, perto da cama. Matsumoto se recosta em minha cadeira.

- Você tem que me explicar muitas coisas – Digo

- É, seu sei.

- Pode começar a falar, então.

- O inicio você já sabe. Kira e eu a vimos – Ela suspira – Começamos a procurar-la por toda a cidade. Hoje, Kira me disse que a tinha visto. Ele achou melhor eu falar com ela sozinha. Nos conversamos e estamos aqui

- Tenho certeza que você deixou escapar algum detalhes, Rangiku. Por exemplo, como ela me viu morto se estou vivo e quando foi que isso aconteceu, já que eu não a vejo a anos ? E por que ela se comportou de um jeito tão estranho, como se não me eu fosse um estranho para ela ?

- Por que você é um estranho para ela. Ela esqueceu de todos nos, de Kira, de mim, de você. Ela perdeu a memória

- Ela não se lembra de nada, absolutamente nada ? – Pergunto sem acreditar

- Nada, nadinha mesmo. Ele nem se lembra de você capitão

Isso é um golpe. Eu cresci com ela, ouvi seus segredos e a protegi. Eu a vi passar por coisas difíceis e se superar. Cair e levantar. E agora ela não se lembra de nada disso, mal sabe o mau nome. Mas, se isso realmente é verdade, que ela não se lembra de nada, como ela pode ter me visto morto ? E ainda mais importante, aonde ela me viu morto ?

- Mas se ela nunca me viu, como ela me viu morto ? – Faço um sinal de aspas com as mãos quando digo morte

- Eu não sei. Ela disse que lhe viu morto nos sonhos dela – Especulou ela – Mas se ela, realmente, o viu nos sonho, quer dizer que ela ainda, menos que ainda inconscientemente, se lembra de você – Disse animada

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- Aham – Resmunguei. Será que devo ficar feliz ou triste com isso ?

- Capitão, ela não se lembra de ser uma shinimagi. Ela acha que nossos espíritos. Ela esta confusa, e foi por isso que ela ficou tão nervosa na sala.

Ela se levanta e anda em direção a porta do quarto. A abre. Mas, antes de fechá-la se vira em minha direção e fala :

- Acho que terá que reconquistá-la de novo, capitão

Não dou atenção a sua frase pois Momo se mexe na cama. Gradualmente abre seus olhos. Levanta da cama e me olha. Seus olhos parecem tristes e chorosos. Ela esta com o rosto abaixado. Ela coloca as pernas para fora da cama. Se senta no chão com as pernas dobras. Abre um sorriso amarelo.

- Desculpa pelo que eu disse e pelo meu comportamento infantil – Disse ela me olhando timidamente – Estava nervosa

- Tudo bem – Falo sorrindo. Ela não mudou em nada

- Posso lhe pedir um favor ? – Pergunta

- Pode – Respondi

- Me conte sobre meu passado. Sobre minha infância, minha adolescência e sobre você. Rangiku me disse que éramos melhores amigos

- Nos nos conhecemos quando éramos bem pequenos. Nos morávamos em Rukongai. Pode parecer loucura mas você não morava nesse mundo. Mas sim em uma outra ``dimensão´´ - Paro. Ela me olha incrédula – Parece loucura, mas é verdade ! O nome de nossa dimensão é Soul Society. Um dia você me disse que queria se torna uma shinigami, ceifeira de almas. Eu achei ridículo na época. Mas mesmo assim você entrou na academia. Pouco tempo depois eu entrei também, para poder controlar melhor os meus poderes. Me tornei capitão do 10º esquadrão, e você se tornou tenente do 5º. Um dia alguns Vasto Lordes, criaturas , apareceram, nos lutamos contra eles. Foi nesse dia que você desapareceu.

Dou um minuto a ela, para absorver tudo o que acabei de dizer.

- Como assim 5º e 10º esquadrão ? – Pergunta meio abatida

- Gotei 13 são os treze esquadrões reunidos. Alem disse ainda há Onmitsu Kidou, que são unidades moveis secretas. Kidoushuu é onde se corporação das almas demoníacas. O 10º e o 5º fazem parte da Gotei 13

- Mas como se entra para a Soul Society ?

- Você tem que deixar esse mundo, ou ter uma grande poder espiritual

- Ou seja a maioria das pessoas entra na lá quando morre.

- Exato

- Eu morri ? – Mudo de posição incomodado. Essa pergunta é complicada demais. Não sei responde-la sem magoá-la

- Você morreu comigo ! – Disse tentando a fazer se sentir melhor – As pessoas que morrerem ao mesmo tempo são enviadas para o mesmo lugar, assim dizendo. E foi assim que nos nós conhecemos. Morávamos no mesmo lugar.

- Como você morreu ?

- Eu não me lembro*

O silencio paira sobre nos

- Deixa ver se eu entendi. Eu morri e foi para Soul Society. Eu morava no Rukongai junto com você. Resolvi me tornar uma shinigami, que significa que eu era uma ceifeira de almas. Eu era tenente do 5º esquadrão. E um dia Vasto Lordes nos atacaram e eu desapareci. É isso ?

- É

- Isso é tão ... complicado ! – Momo solta uma risadinha nervosa e coloca a mão na cabeça

- Você deve me achar um louco – Digo

- Isso eu não respondo – Ela sorri marota, sorrio junto com ela

- Eu não sou louco, e vou fazer você acreditar em minha sanidade

- Como ? – Perguntou

- Você verá !

Andei até um canto do quarto. Pego Hyourinamaru. Ela se levantou, assustada.

- Tem medo de espadas ? – Pergunto

- Só das de verdade. Na verdade, o senhor que me acolheu em sua casa é dono de uma ´´escolhinha´´ de ensinar a arte das espadas, mas só que de madeira.

- Soten Nin Saze,Hyourinmaru – Libero a Shikai - Bankai! Daiguren Hyourinmaru

A assas e minha cauda aparecem, todo a nossa volta congela. Liberto meu Bankai mas não uso nenhum ataque. Momo me olha incrédula. Ela anda em minha direção. Fica a minha frente, centímetros de mim. Posso sentir o calor que emana dela. Ela toca em minha assa de gelo, e da um passo para trás. Sua expressão é um misto de incredulidade e surpresa.Como uma criança que acaba de ver a coisa mais incrível do mundo mas esta com medo de quebrá-la.

- É gelo de verdade ! – Exclama

- Tenho poderes, todos os shinigami tem. Só posso fazer isso, as assas e a cauda, por causa de uma coisa chamada Bankai. E como se fosse um poder especial que se precisa para se tornar capitão.

- Bankai ? – Repete

- Exato. É como se fosse um bônus por ter treinado por dez anos – Ela assenti

- Eu tenho poderes também ?

- Ahãm

- IN-CRI-VEL ! – Diz ela

Ela anda até a janela. Coloca a mão no vidro e olha para a rua. Seus olhos tem uma aparência triste, cansada. Mas ela ainda sorri, mas não um sorriso verdadeiro como os que ela costumava dar, esse era forçado e artificial.

- É estranho – Começa ela sem tirar os olhos da janela – Eu sempre pensei que eu devia ter uma família em algum lugar, pais, irmãos e namorado. Imaginava um casa de dois andares no final de um rua, com um jardim enorme na frente. Mas agora ... depois de saber de tudo isso – Ela voltou seus olhos a mim – Não pense que estou infeliz. Por que não estou – Ela sorria verdadeiramente, seu sorriso meigo e termo iluminou seu rosto - Eu só estou ... assustada. Mas estou feliz por que eu tenho amigos e eu tenho você. Eu quero saber mais sobre mim, quero esclarecer as duvidas que ainda tenho, quero saber mais coisas sobre mim, sobre quem eu era, e é por isso eu lhe peço. Me leve a Soul Society.