Me dê a sua mão...

Gradativamente, de repente, de uma hora para outra.


***

Ana acordou um pouco mais cedo que o normal, era exatamente 5:10 da manhã, a ruiva levantou-se da cama e praticamente se arrastou até o banheiro, escovou os dentes e despiu-se de seu pijama de bolinhas. Tomou um banho com água gelada para despertar-se e saiu do banheiro, vestiu seu uniforme; Uma calça jeans escura, a blusa azul com bordas brancas, um All Star azul escuro e deixou seus ruivos e lisos cabelos soltos. Pegou sua mochila e saiu do quarto, pegou seu celular e seu casaco no sofá e foi portão afora.

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A ruiva caminhava devagar enquanto a brisa gelada batia contra sua pele fazendo seus cabelos voarem para o lado oposto do vento. A menina não se preocupava nem um pouco em chegar descabelada na escola, queria apenas uma coisa: paz! Era isso que ela queria...simplesmente paz, não queria chocolate- como a maioria das meninas deprimidas necessitam de chocolate, esse não era o seu caso- e a melhor forma de conseguir paz, era saindo de casa e "pegar um ar", então foi isso que Ana fez, enquanto caminhava lentamente pela rua, pode apreciar o dia amanhecer, o vento que batia sobre ela, ainda estava gelado mas não o suficiente para deixa-la com frio, sentia apenas um arrepio, mas nada que precisasse de um casaco. A garota estava chegando em uma rua bem próxima de sua escola, então diminuiu o passo pois não queria ser a primeira a chegar na escola.

...

A menina chegou um pouco antes do sinal tocar, aproveitou e entrou logo na sala de aula, não queria ser observada por todos igualmente quando chega atrasada, sentou não muito no fundo da fileira próxima à janela, enquanto os alunos chegavam reclamando que ainda era terça-feira, a menina prestava atenção em uma só coisa, no chão, sentia-se um pouco brava por ter chegado antes de todos na sala, e passou a fitar o chão. A aula começou e desta vez quem chegou atrasada foi Tati, Ana a olhou com um olhar reprovador e a mesma revirou os olhos e depois disse tão baixo quanto um sussurro:

–Eu tenho minhas explicações tá legal?. Para a ruiva, Tati era como uma irmã, estava mais presente em sua vida que seu pai, podia confiar nela para o que der e vier, e a morena sempre deixava isso muito claro. Recebeu uma mensagem de Tati no meio da aula de história:

"Como está, Ana?"

"Indo.. Saí mais cedo de casa e fiquei andando por aí."

"Não me diga que de novo você ficou pensando nele?"

"Claro que não!...."

"Jura?"

"Juro, dessa vez não, percebi que não preciso ficar pensando e muito menos derramar lágrimas por alguém que não merece isso"

"Que bom que entende isso, mas não vá enganando seu coração ok?"

"Tecnicamente!... Não estou enganando meu coração, estou apenas te alertando da professora".

Nesse momento, Tati não pensou duas vezes e enfiou o celular dentro da mochila, fazendo a ruiva rir.

O resto da aula foi normalmente chato, a menina estava entediada o suficiente para perguntar se poderia ir ao banheiro, caminhou rapidamente e entrou no banheiro que por sorte estava vazio, lavou o rosto e se olhou no espelho, estava mais vermelha que o normal, ela era uma completa de uma tímida, só perguntou se poderia ir ao banheiro e já se envergonhou, a vermelhidão de suas bochechas, estava voltando da sala quando acabou trombando com um menino o que deixou-a mais envergonhada:

–Me perdoe eu... Tentou se explicar a menina se abaixando para pegar seu celular que havia caído

–Você que me perdoe eu acabei deixando seu celular cair no chão eu sou um lerdo, me desculpe. O menino disse pegando seu livro que também havia caído, ambos nem haviam se olhado ainda, mas a menina percebeu que ele não era estudante pois não estava com o uniforme, ela se desculpou novamente quando o menino estava quase saindo da escola porém ele não escutou, a voz do menino não era estranha para a garota mas não conseguiu olhar quem era, entrou na sala ainda confusa e desconcertada, o menino havia despertado um sentimento de confusão mas ao mesmo tempo interesse na menina, queria saber quem era mas ele não se virou porque não havia a escutado.

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Tati a olhou confusa pois tinha percebido a demora e o desconcerto na hora de entrar na sala, a mesma apenas balançou a cabeça negativamente e aguardou o sinal tocar.

...

Ana e Tati caminhavam juntas rumo à casa da morena pois haviam um trabalho a fazer, enquanto a ruiva olhava e escutava a morena falar, buscava na rua alguma coisa interessante para olhar:

–Ana, você está meio estranha hoje. Respondeu a morena e a ruiva ainda parecia fora de si- Ana! Você está me escutando?

–Estou... Claro que estou, por quê não estaria?. Respondeu a ruiva não muito convincente, Tati soltou uma leve risada- O que foi Tati?

–Você está com a cabeça longe.. Ou melhor, está pensando nele não está?. A ruiva cambaleou e quase caiu no chão fazendo a morena rir mais do que nunca:

–TATI!. Repreendeu-a e logo depois a olhou séria, a morena estava vermelha de tanto rir - Não estava pensando nele... E não estou achando graça. Elas caminharam alguns minutos enquanto Ana se emburrou com a amiga a mesma se recompunha da crise de risos:

–Admita Ruiva, você estava sim pensando nele, não me engane. Começou a morena fazendo uma pausa para amarrar o casaco na cintura- Vocês se merecem, são completamente apaixonados um pelo outro. Continuou a morena fazendo a ruiva olhar incrédula pra ela.

–Não começa Tati, eu não estou mais apaixonada por ele eu só... Ana procurava algo para falar

–só?... Perguntou Tati

–só estava pensando no trabalho. Mentiu a ruiva, as duas voltaram a caminhar sem se pronunciarem, Tati olhava toda hora para a ruiva e segurava o riso enquanto a mesma se afundava novamente em seus devaneios. As meninas chegaram em casa e Tati abriu a porta de casa no maior silêncio possível, por sorte seus pais não estavam em casa, Tati suspirou aliviada e subiu em direção ao quarto acompanhada de Ana:

–O que faremos agora?. Perguntou a ruiva sentando-se na cadeira em frente ao computador da morena que já estava sentada na cama.

–Como assim o que vamos fazer agora Ana?. Ironizou a morena que depois soltou um sorriso.

–Ah Tati, você não tem jeito... E também. Começou a menina- Eu odeio falar sobre "nós"

–Não, você odeia falar sobre ele!. A morena consertou a ruiva- Vocês se merecem, aceite isso Ana!

–Não, mas é claro que não , eu não gosto de falar disso Tati. Choramingou a ruiva

–Não acabamos aquela conversa Ana, Por favor!

–Não me peça por favor, eu tenho um certo trauma dessa palavra

–Por favor...por favor. Brincou Tati fazendo a ruiva rir

–Eu odeio você!. Tati riu, Ana procurava uma palavra para iniciar seu longo debate, enquanto Tati se ajeitava na cama para ouvi-la.

...

_Tati, você promete que limpará todos os meus caquinhos?. Perguntou a ruiva enquanto limpava com a costa da mão uma lágrima que insistiu tanto e acabou caindo.

–Claro Ana, estou aqui para isso. Pode confiar em mim, todos os caquinhos. Reforçou Tati e Ana assentiu.

–Me sinto tão culpada dele ter ido, e o pior é que tínhamos brigado no dia anterior. Começou Ana e a mesma já estava com os olhos marejados, mas prometeu a si mesma que não choraria, não agora.

–Não fique assim ruivinha, tome coragem e conte o que sente, talvez seja melhor do que ficar aí sofrendo tanto.

–Não tenho toda essa coragem Tati, eu não sei se vou ou se não vou.. Disse a ruiva

–Já sei, seu medo é de ir e acabar se arrependendo ou de ficar e perde-lo pra sempre. Ana assentiu- Você é completamente apaixonada por ele não é? Sempre foi!

–Não sou mais!. Indagou Ana

–Não engane o seu coração Ana, eu sei muito bem que você ainda é loucamente apaixonada por ele.

–Não estou enganando meu coração. Balbuciou a ruiva- E você não está catando meus caquinhos, você prometeu. Tati riu

–Tem um milhão de caquinhos em minhas mãos Ana, mas não engane seu coração!

–OK!.. Me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono, gradativamente, de repente! De uma hora para outra. Sussurrou a ruiva- E pela mesma pessoa...esse foi meu maior erro!

–Não escolhemos por quem nos apaixonamos Ana, não mesmo! Acho que você não errou, apenas se apaixonou, se apaixonar não é um erro.

–Obrigada.. Disse Ana

–Pelo que?. Perguntou Tati desentendida

–Por catar todos os meus caquinhos. Tati envolveu Ana em seus braços e a mesma retribuiu

–Eu te amo Ana!. Sussurrou a morena

–Eu também... E você sabe disso!. Sussurrou Ana em um tom sério porém suave e depois depositou um longo beijo nas bochechas da morena.

–Bipolar!. Disse Tati rindo.- Uma hora você diz que me odeia e agora... .A menina foi interrompida por uma risada de Ana.

–Ai Tati, só você mesmo. Sussurrou Ana entre uma gargalhada.

As duas começaram a fazer o trabalho escolar, não era muita coisa para fazer porém era muito complicado . As duas terminaram o na metade da tarde, a ruiva olhou o horário e se desesperou, estava atrasada demais para ir à sorveteria com o filho do gerente do seu pai:

–Ai droga. Balbuciou a ruiva guardando o material na mochila, se demorasse um pouco mais, não teria tempo para se arrumar, Tati a olhou desentendida:

–O que houve Ana?

–Eu me esqueci que hoje eu iria ir para a sorveteria com o filho do chato do gerente do meu pai Tati. A ruiva disse fechando a mochila e refazendo o coque que já havia soltado.

–Então quer dizer que...

–Não, não.... Não. Repreendeu a ruiva.- Não! Eu não estou saindo com ele, essa é a primeira vez e não estou ficando com ele, não mesmo!

–Tudo bem! Eu lembrei que você não tem olhos pra ninguém além do... .A morena foi interrompida pela ruiva.

–Não começa Tati!. Ana disse e logo após depositou um beijo na bochecha da amiga e saiu em disparada para sua casa. Não chegou lá muito tarde pois foi correndo, entrou em casa correndo e subiu para o quarto, tomou o banho mais rápido que poderia; Vestiu uma saia bege com flores lilás e rosa, uma regata preta com babadinhos nas pontas , vestiu um All Star cano longo rosa; fez uma leve e simples maquiagem, deixou seus ruivos cabelos longos naturais e saiu. Ana chegou na sorveteria e avistou o menino sentado numa mesa, ela não parecia impaciente e isso a alegrou um pouco, mesmo não querendo estar ali nesse momento:

–Desculpe a demora, eu estava fazendo um trabalho com a Tati e acabei esquecendo do horário

–Não tem problema, eu acabei de chegar. Mentiu o moreno, ele havia chegado há um bom tempo atrás. Como estamos na sorveteria, nada melhor que pedir um sorvete!. Exclamou o menino e a ruiva riu

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–Verdade!.. Então eu quero um sorvete de chocolate. O menino chamou a garçonete e pediu.

Ambos saboreavam seus sorvetes, a ruiva adorava a companhia do menino e vice-versa. Despois resolveram sair da sorveteria e ir para a praça mais próxima, se sentaram em u banco e começaram a conversar:

–Sério? Eu também adoro chocolate. A ruiva admitiu

–É tão... Chocolate. O menino disse fazendo Ana ri

–Seu riso é cativante sabia?. A menina se surpreendeu, não corou! Ela nunca havia ficado envergonhada com as cantadas do menino, com ele era diferente, ela não se sentia envergonhada. Era como se eles fossem amigos, era apenas esse sentimento, amizade e nada mais, a única coisa que ele fez foi sorrir para não parecer mal educada.

–Obrigada, mas vamos mudar de assunto?. Ela disse e o mesmo concordou mas pareceu decepcionado. Ambos se olharam um tempo, a menina estava se sentindo incomodada com as olhadas do garoto sobre ele, o mesmo se aproximava cada vez mais, não era isso que ela queria, o garoto já estava à uma perigosa distância da ruiva e ela tentava ao máximo se afastar:

–Rubens... Eu.... Tentava se explicar enquanto o garoto ainda se aproximava mais .