Não sei quanto tempo dormi, na verdade, nem me lembrava de ter pegado no sono, até sentir uma mão gelada na minha testa.

– Lola? Ah, meu Deus! Ainda bem que você acordou, eu estava quase chamando a aeromoça pra dizer que você estava morta. – Sam olhava para mim assustada. Ela falava tão rápido que eu não consegui pensar no que falar, antes mesmo dela continuar. – Você pode falar comigo, por favor? É sério, se você não falar nada eu vou começar a gritar aqui.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Calma Sam, eu to bem. É só que você me acorda do nada e já começa a falar, é muita coisa pra eu raciocinar. – Tentei sorrir.

Ela começou a rir tão alto que umas cinco pessoas ficaram nos encarando.

– Puts, não sabia que os brasileiros eram tão lerdos. – ela tentava falar em meio a tantas risadas.

– Ei.

– Ah, desculpe. Não queria ofender vocês.

– Claro que não, porque assim você estaria se ofendendo.

– Que? Desde quando eu sou brasileira? – disse ela rindo.

– Ué. Você fala português muito bem, achei que fosse. – dei de ombros.

– E o que isso tem haver? Eu nunca falei que era brasileira.

– Então o que você é?

– Sou um ser humano. – disse ela debochando de mim.

– Sério Samantha, a onde você nasceu?

– Ui, me chamou pelo nome... Tá bom mamãe, eu nasci na Alemanha.

– Na Alemanha?

– Acho que foi isso que eu disse antes.

Ignorei o último comentário dela, Sam era muito sarcástica, se desse corda ela não iriaparar.

– E o que você estava fazendo no Brasil? E porque você tá indo pra Inglaterra?

– Longa história... – disse ela revirando os olhos.

– Acho que temos tempo, afinal estamos indo para Londres, baby.

– Na verdade não temos tanto tempo assim, já que você dormiu quase toda a viagem.

– Eu dormi tanto assim? – Na maioria das vezes eu perdia a noção da hora, mas eu não achei que tinha dormido muito.

– Aham. Só para você ter noção falta 20 minutos pra decolarmos no...

Senhores Passageiros, dentro de 10 minutos iremos pousar no Aeroporto Heathrow em Londres. Espero que a viagem tenha sido prazerosa para vocês. Obrigada e até a próxima.

– Bom agora falta 10 minutos.

– 10 MINUTOS? MEU DEUS, MAS EU DORMI A VIAGEM TODA.

– Ei, para de gritar. Tá todo mundo olhando pra gente. – disse ela colocando a mão na minha boca.

– Desculpa.

– Está desculpada madame. Ah, e seu “Itop” acabou a bateria. – ela estendeu a mão com o Ipod, peguei.

– Ipod Sam, I-POD, e não Itop. – revirei os olhos.

– Ipod, Itop, é tudo “AI”. – ela fez uma careta engraçada.

Comecei a rir. Samantha tinha um jeito único de falar das coisas, me lembrou até a Renata, talvez fosse uma boa manter contato com ela enquanto estivesse por aqui, pelo menos teria garantia de diversão.

– Ah, seu amiguinho tá bem apaixonado por você ein. Eu que queria um amigo desses.

– Ein?

– Nem venha se fazer de desentendida, Lolita. Se você não quiser esse tal de Roberto manda pra Samzinha aqui que ela cuida direitinho. – ela fez um beicinho e mexeu as mãos como se tivesse “nanando” um bebê.

– Como você sabe do Roberto?

– Por causa disso aqui. – ela balançou a carta na mão.

– Ei, isso é meu. – puxei a carta da mão dela.

– Opa, relaxa. Eu só to dizendo que se você for louca de deixar esse Roberto de lado eu pego pra mim. Homem assim tá em falta no mercado.

– Você nem conhece ele.

– Passo a conhecer... Sei lá, vai que eu o levo pra Alemanha.

– NÃO, O ROBERTO É MEU! – não sei o que deu em mim na hora, mas só de pensar no Roberto com a Sam... Argh! Mas afinal porque eu tava sentindo isso? Ele sempre foi meu amigo, só amigo.

– Ai, desculpa Lola. Eu só tava brincando. É que eu achei que você tivesse dito que ele era só seu amigo... Mas se ele é seu, sem problemas.

– Não é isso, eu e o Rô não temos nada, somos apenas amigos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Não tem nada porque você não quer né? Porque essa carta mostra que ele tá caidinho por você.

– Bom, talvez... – corei, eu só falei disso, do Roberto gostar de mim, com a Renata, era estranho falar com outra pessoa.

– Talvez? Se isso não é amor, eu não sei o que é.

Senhores Passageiros estamos prontos para aterrissar.

– Aleluia. – disse Sam levantando as mãos.

Tínhamos chegado, na terra da Rainha. Na terra da 4street.