Me Acorde Pra Vida

Capítulo 18 Monstro roubado


Cheguei na China às 14:00h em ponto, passei pelo centro do país e ao chegar em Gõnghuì evitei passar pela Aldeia da Noite e todas as outras que se uniram à minha aldeia, como a Aldeia da Água, a Aldeia do Gelo, a Aldeia da Mata, e a Aldeia da Terra, os governantes dessas quatro aldeias ainda estão na família Hitate. A Aldeia do Fogo e a do Ferro fazem parte daqueles que querem me matar, estava passando dentro do ninho da cobra, cheguei no galpão faltando 15min para as 15:00h, estava tudo muito silencioso, havia uma névoa sinistra cobrindo o lugar, e é claro estava tudo escuro e com uma chuva forte em toda região da Aldeia do Fogo e a Aldeia do Ferro.

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"Parece que os guerreiros da Aldeia da Névoa e da Chuva estão por aqui."_ Pensei enquanto olhava para toda aquela lama causada pela chuva, sem falar nos raios e trovões exagerados.

_ Não da pra voar nessa chuva!_ Disse Calisto pousando ao meu lado.

_ Fique perto de mim, talvez eles ainda não saibam que cheguei!_ Sussurrei._ Shisgan!_ Disse logo em seguida, não encontrei ninguém em nenhum dos pontos daquele lugar, mas no alto do galpão havia um homem vestido de preto, dava pra ver apenas seus olhos, eram prateados._ Ora tem um ninja da Aldeia do Ferro nos vigiando Calisto!_ Disse em tom calmo.

_ Sendo assim acho que não vamos conseguir atingir seu corpo, certo?_ Disse ela o encarando.

_ Nós não...._ Disse e usei o dom de hipnose, meus olhos ficaram rosa e logo os dele perderam o foco._ Se jogue!_ Disse em seguida, ele parou de usar o poder do ferro e saltou de lá de cima.

_ Será que resgatar seu pai vai ser fácil assim?_ Perguntou ela.

_ Não!_ Disse e me aproximei do portão escancarado e danificado do galpão, lá dentro estava tudo muito escuro._ Shisgan!_ Disse pra que eu conseguisse enxergar, mas não havia ninguém lá dentro.

_ E então?_ Perguntou Calisto.

_ Está vazio..._ Disse confusa e comecei entrar.

_ Valentine espere, pode ser uma armadilha!_ Disse ela vindo atrás de mim.

_ Armadilha ou não, eu preciso fazer alguma coisa, não posso esperar lá fora ate que matem o meu pai!_ Disse e no mesmo instante as luzes do lugar se acenderam.

_ Viu só eu disse que era uma armadilha!_ Disse Calisto.

_ Continua não havendo ninguém aqui dentro!_ Disse olhando em volta.

_ Olá Valentine, a quanto tempo!_ Disse uma voz conhecida atrás de mim, quando me virei, lá estava Pethria, loira e assustadora como sempre.

_ Ah que novidade, você por aqui!_ Disse em tom entediado.

_ Ninguém aqui dentro..._ Ouvi Calisto murmurar.

_ Imaginei que você já soubesse!_ Disse ela com um sorriso calmo de mais.

_ Pois é adorei a decoração estilo Franquen Stein do lado de fora!_ Disse com desdem.

_ Imaginamos que fosse apropriado pra você, na história Franquen Stein é um monstro não é?!_ Disse ela com um sorriso satisfeito.

Trinquei os dentes.

_ O engraçado é que eles acharam que uma estúpida estranha como você poderia ser pário pra mim!_ Disse provocando-a.

Ela deu um sorriso medonho e seus olhos ficaram inteiramente negros. No mesmo instante vi com meus próprios olhos ela decapitando a Calisto e depois arrancando meu braço com uma velocidade incrível.

Caí de joelhos e gritei de dor e tristeza vendo Calisto cair imóvel enquanto eu segurava meu braço ensanguentado. No mesmo instante vi Calisto vivinha me encarando e meu braço intacto no lugar sem uma gota de sangue, e nenhuma dor.

_ Ue?_ Disse confusa enquanto Calisto me encarava como se eu fosse uma louca varrida.

_ Interessante o que uma estúpida estranha pode fazer não é?

_ Ah sua cretina isso é golpe baixo!_ Disse nervosa me levantando.

_ No amor e na guerra vale tudo!_ Disse ela sorrindo._ Como eu não tenho amor a vitória na guerra é sempre minha!

_ Ah é? Então vamos ver se gosta disso!_ Controlei as emoções dela pra que ela sentisse um medo terrível, tristeza, insegurança, desanimo e cansaço mental.

Ela caiu ajoelhada com os olhos sem foco enquanto abraçava a si mesma tremendo e soando frio, quando parei de controlá-la ela me encarou com ódio, se levantou e veio pra cima de mim.

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_ Pethria, volte!_ Disse uma voz masculina e desconhecida vinda do lado escuro do galpão.

Ela parou no mesmo instante e voltou para o lugar em que estava, fiquei olhando para o lugar de onde veio aquela voz, e então um homem alto, grisalho de olhos acinzentados e vestimentas reais saiu da escuridão e caminhou ate Pethria,

Calisto ficou com as penas arrepiadas ao vê-lo entrar.

_ Onde está Melissa?_ Perguntou ele calmo sem olhar pra mim, como se não me visse ali.

_ Foi seduzida por um garoto inútil e ficou por lá!

_ Que pena, era uma boa guerreira, sentirei falta dela, não esqueça de matá-la quando tudo aqui acabar!_ Disse ele ainda muito calmo.

_ Sim senhor!_ Concordou Pethria como se fosse um robô programado.

_ Mas, o que realmente quero já está aqui!_ Disse ele enfim olhando pra mim, Calisto logo se pôs à minha frente.

_ Vejo que está com uma das minhas fênix traidoras!_ Disse ele com um sorriso de desdem.

_ Quem é você?_ Perguntei me preparando para o que quer que pudesse acontecer.

_ Ah mil perdões, eu sou Sazu Akurama, fui eu quem te mandou o convite para me encontrar!_ Disse ele com um leve sorriso e logo se pôs à minha frente me encarando como se eu fosse uma mercadoria.

_ Onde está o meu pai?_ Perguntei séria.

_ Não seja tão apressada minha cara, esperei praticamente 18 anos pra te conhecer!_ Disse ele deslisando a mão em meu cabelo.

Bati as costas da minha mão na mão dele, ainda o encarando de modo frio.

_ Onde está o meu pai?_ Perguntei mais uma vez liberando uma energia medonha nele.

Ele logo colocou as mãos nos braços como se estivesse arrepiado.

_ Nossa!_ Exclamou ele._ Sentiu isso Pethria? Não é magnífico?_ Disse caminhando até ela.

O encarei confusa.

_ Desculpe senhor não senti nada!_ Disse ela.

_ Essa foi a prova do poder que breve será meu!_ Disse ele me olhando com cobiça.

Ele parecia estar me fazendo de motivo de chacota.

_ Eu nunca irei trabalhar pra você como um cachorrinho, assim como a sua Pethria faz!

_ E quem disse que você irá trabalhar pra mim?_ Perguntou ele sério.

Senti um arrepio percorrer em meu corpo.

_ O que quer dizer?_ Perguntei.

_ No tempo em que você passou treinando pra ficar mais forte, eu andei desenvolvendo uma máquina que concentra o Nèilì de uma pessoa de um lado da máquina e abre um portal, e do outro suga todo o poder da outra pessoa e o prende nesse portal, depois a pessoa que abriu o portal recebe seu próprio Nèilì novamente junto com o poder da pessoa que estava no outro lado da máquina, estava porque ela não sobrevive depois dessa troca, claro!_ Disse ele sorrindo.

_ Você quer tirar Akachi de mim e passar pra você?_ Perguntei assustada com a ideia.

_ Mas é claro que não, eu sou um mandarim não posso ser visto marcado dessa maneira, vou tirar de você e passar para uma pessoa de minha total confiança!_ Disse ele olhando para o lado quando um homem entrou no galpão e caminhou ate ele.

_ Você é louco? Por que alguém aceitaria viver com um monstro?_ Perguntei quase gritando.

_ Porque eu quero todo o seu poder, eu quero ser o mais forte que existe, carregar um monstro comigo é apenas o preço a ser pago, que a meu ver será muito útil!_ Disse o homem que se aproximou com um sorriso picicopata.
Fiquei o encarando vendo a loucura estampada nele, ele tinha uma marca na testa em forma de um cadeado, era óbvio que Sazu o aprisionou dentro de si mesmo, pra que pudesse ter total poder sobre ele, como uma marionete, que coisa triste.

_ O que te faz pensar que essa sua máquina seja resistente o bastante pra me segurar dentro dela?

_ É muito simples, sua vida pela do seu pai, se você não for ele vai, o triste é que essa máquina só possa ser usada uma vez, então você terá que sobreviver sabendo que seu pai morreu em vão!_ Disse ele pensativo.

Logo me calei e olhei pra baixo, eu faria qualquer coisa pelo meu pai.

_ Não!_ Disse Calisto.

_ Calisto essa decisão é minha!_ Disse ainda olhando pra baixo.

_ Na verdade não é, seu pai me deu ordens pra te proteger ainda que fosse de você mesma!_ Disse ela séria.

_ Não vou fazer nada enquanto não ver o meu pai, pessoalmente!_ Disse olhando para Sazu.

Ele olhou para Pethria e em seguida pra mim, e então os três se viraram para o portão do galpão.

_ Você não vem Akachi? Ah desculpe, Valentine..._ Disse Sazu sem se virar pra mim.

Trinquei os dentes nervosa e os segui acompanhada de perto por Calisto. Antes que eles passassem pela porta viraram e foram em direção à parede, e então atravessaram-na sem problemas, parei de frente para a parede confusa, então Pethria saiu me olhando enojada.

_ Seja rápida monstrinha!_ Disse ela antes de voltar para dentro da parede.
Toquei na parede e vi que não era sólida, então a atravessei, havia uma espécie de ponte sobre o mar que levava ate um barco no meio do nada.

_ Muito interessante as ilusões que Pethria pode fazer não é!?_ Disse Sazu.

_ Isso aqui é uma ilusão?_ Perguntei olhando em volta.

_ Não, o galpão era uma ilusão!_ Disse ela com um sorriso medonho.
Estremeci e fiquei calada toda a viagem. Não demorou muito, logo chegamos ao lugar destinado, era nada mais, nada menos que o meio do nada, Pethria caminhou ate algumas folhas no chão e as chutou pra longe, então apareceu uma porta de madeira no chão, e os três me levaram para dentro, depois de descer uma enorme e escura escadaria, passar por vários corredores e portas de onde se podia ouvir gritos de pessoas e ate mesmo de animais, chegamos à um espaço vago enorme, sem absolutamente nada, as luzes eram fracas e bem no final daquele espaço havia uma coisa de metal gigantesca, com duas cabines de vidro, a máquina era um metal que parecia ser aço, vermelho chumbo, que fazia um barulho de engrenagens insuportável.

_ O que acha da minha obra prima?_ Perguntou Sazu.

_ Quero saber onde está o meu pai!_ Disse séria.

_ Olhe direito!_ Disse ele.

Olhei mais uma vez para o lugar e acorrentado à uma mesa de pedra havia um homem desacordado, cabelos crisalhos e barba por fazer, bem apessoado, mas tão abatido que parecia muito mais velho do que realmente era. Corri ate lá e olhei para seu rosto abatido, o coração ainda batia só que bem fraco, com o shisgan vi que ainda estava vivo, aquele era o meu pai.

_ O QUE FEZ COM ELE???_ Gritei para Sazu que logo se pôs ao meu lado observando meu pai como se estivesse em uma exposição num museu.

_ Eu? A pergunta certa não é, o que você fez?_ Respondeu ele com outra pergunta enquanto enfim olhava pra mim.

_ O que quer dizer?

_ Bem ele já estava bem fraquinho, não sei se você sabe mas a saudade enfraquece muito uma pessoa, olha como ele está abatido, e então a própria filha dele o faz se jogar de cima de uma árvore enorme!_ Disse ele sorrindo pra mim.

_ O que está dizendo?_ Perguntei quase chorando.

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_ Bem, eu mandei uma carta a ele, pra que nós três nos encontrássemos, claro que eu precisei mentir dizendo que havia te sequestrado...

_ Então eu entrei na sua casa e cortei um misero pedaço do seu cabelo, e enviamos de presente pra ele!_ Disse Pethria.

_ E eu roubei o anel dele, depois disso Pethria fez você pensar que quem estava vendo era um guerreiro da Aldeia do Ferro..._ Disse Sazu.

_ E o resto você fez sozinha!_ Concluiu Pethria.

_ Está dizendo... Que... Eu...

_ Exato!_ Disse Sazu.

_ Valentine se acalme..._Começou Calisto mas Sazu usando seu poder de controlar o fogo a jogou longe e a prendeu ao chão.

Meus olhos lacrimejaram, toquei no rosto do meu pai e então as lágrimas escorreram pelo meu rosto.

_Não...Pai...NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!_ Gritei e meus cabelos se tornaram pura chama, meus olhos ficaram vermelhos, olhei para Pethria furiosa._ Você, a culpa é sua!!_ Disse nervosa, e ela apenas sorriu.

Então corri ate ela e lhe soquei com toda minha força, só vi alguns cacos caindo no chão, cacos de... gelo... Olhei pra ela confusa e ela continuava sorrindo, o gelo estava cobrindo o rosto dela como uma armadura, que terminou de se desfazer e caiu no chão, o sangue junto ao gelo no chão era meu, e minha mão estava ferida, antes que eu desse o próximo golpe Pthria socou meu estômago tirando o meu ar, depois me deu um soco no queixo me fazendo cair pra trás, eu sentia muita dor, mas meu ódio era maior que a dor, e quanto mais eu avançava na Pethria mais eu percebia o quanto eu estava destreinada, poucos dos meus golpes a atingiam, a maioria com fogo, eu não conseguia nem mesmo controlar os sentimentos dela, e se eu estava mesmo os controlando ela conseguia lutar normalmente, no fim eu apenas consegui queimar minha própria roupa e lhe causar alguns arranhões, mas eu mal conseguia me levantar, e meus ferimentos não estavam cicatrizando, ela se aproximou do meu corpo caído no chão e segurou meu queixo, quando estava prestes a me dar um soco que com certeza deslocaria minha mandíbula, Sazu disse:

_ Já chega Pethria!_ Disse ele me encarando decepcionado._ Ora Valentine, com tanto poder imaginei que você tivesse feito bom uso dele, olha como você está acabada, que desperdício lamentável!_ Continuou ele.

Pethria caminhou ate ele e ficou me encarando sem expressão no rosto. Levantei ofegante e com dificuldade por causa das minhas dores, mas ainda com muita raiva.

_ Bom de qualquer forma, ainda quero seu poder, eu farei melhor uso dele, seu pai ainda está vivo mesmo depois da queda, entre na cabine e deixarei que esta fênix inútil o tire daqui, depois que seu poder já tiver sido drenado é claro!_ Disse ele sorrindo.

_ Como vou saber que vai cumprir sua promessa?_ Perguntei.

_ Você tem outra escolha?_ Perguntou ele e no mesmo instante Pethria apontou uma estaca de gelo na direção do coração do meu pai.

_ Tudo bem!_ Disse chorando._ Eu vou!

_ VALENTINE NÃO FAÇA ISSO, É PERDA DE TEMPO, VAI SACRIFICAR O MUNDO TODO PELO SEU PAI???_ Gritou Calisto e logo Sazu tapou o bico dela novamente.

_ O mundo todo quer a minha morte, meu pai foi o único que me amou assim como eu sou, o mundo todo não se importou comigo, então não vou me importar com eles, talvez Sazu seja um guardião melhor pra eles!_ Disse chorando e entrei na cabine.

O homem "fantoche" de Sazu entrou na outra cabine e começou a conjurar a abertura do selamento. Por alguns minutos não vi nem senti nada de diferente, mas então senti um formigamento no meu braço direito, onde o selo estava, e então começou a latejar, deslisei a mão sobre o selo por causa de uma dorzinha incomoda que surgiu, e então senti uma dor terrível como se meu braço estivesse sendo perfurado e depois rasgado, o selo ficou vermelho e a dor se espalhou pelo meu corpo, caí no chão olhando para o meu pai deitado na mesa de pedra, as lágrimas rolavam em meu rosto e eu não deixei escapar nenhum grito ou gemido de dor, senti como se minhas forças estivessem sendo sugadas de mim. A cabine em que eu estava começou a brilhar em vermelho e a cabine do homem que estava conjurando a abertura também, ele parecia não sentir dor nenhuma apesar de estar visivelmente muito cansado, a dor era horrível, como se ácido estivesse sendo derramado em mim, mas vendo meu pai deitado imóvel e sabendo que era por ele que eu estava fazendo aquilo, eu podia suportar, quando minha cabine parou de brilhar o homem da outra cabine saiu esbanjando poder e vigor, utilizando os poderes que um dia foram meus, eu já não tinha forças nem pra me manter em pé, sabia que se eu parasse de me esforçar pra manter os olhos abertos talvez eu nunca mais os abriria, todo meu corpo ainda doía, nem o selo parou de doer, nem mesmo diminuiu a dor, reuni forças apenas pra dizer uma frase:

_ Agora... Liberte... O meu pai...._ Disse baixinho quase sem voz.

Sazu interrompeu sua comemoração e os três viraram-se pra mim com sorrisos escancarados.

_ Pethria, liberte ele!_ Disse Sazu com um sorriso estranho.

E quando eu já estava aceitando o destino fracassado que escolhi, Pethria segurou meu pai pela gola da túnica real e começou a soprar em seu nariz uma fumaça arroxeada.

_ O que... Ela está... Fazendo?_ Perguntei sem forças.

_ Libertando seu pai ora, vocês dois vão ficar juntos agora!_ Disse Sazu sorrindo.

_ Não!!!_ Disse nervosa e comecei a tentar me levantar._ O combinado... Não foi esse!_ Eu estava quase gritando de dor enquanto me arrastava pra tentar levantar.

Pethria parou o que estava fazendo antes que aquele ar estranho chegasse às narinas do meu pai. Consegui ficar em pé com muito esforço, e tremendo muito.

_ É realmente notável o seu esforço, mas achou mesmo que eu iria perder a chance de matar o grande e sábio Idákira Hitate, e sua filha monstrinha? Que tolice, vocês dois vão morrer, e essa fênix também, nem poderes você tem mais, não é capaz nem de quebrar o vidro dessa cabine!_ Disse ele me zombando.

A minha raiva só aumentava, juntei toda força que ainda me restava e soquei meus punhos contra o vidro, várias vezes, meu sangue manchou o lugar onde eu socava e mesmo assim eu não parava, os três começaram a rir de gargalhar, mas eu continuei socando o vidro, ate que ele começou a trincar, eu sentia o ódio crescendo dentro de mim, e quando eu finalmente consegui quebrar o vidro me arrastei pra fora os encarando, eles me olhavam como se eu fosse uma assombração, minhas mãos estavam ensanguentadas, na verdade estavam tão feridas que dava pra se ver um pouco do osso, e eu nem sabia como ainda estava de pé, afinal era pra eu estar morta.

_ Pethria, acabe com ela!_ Disse ele me encarando assustado.
Antes que ela desse um passo eu comecei a rir baixinho, e então ri mais alto e mais alto como se estivesse acabado de ouvir uma ótima piada, ela parou e me encarou como se eu estivesse louca, ninguém além de mim percebeu que o homem que conjurou a abertura do selamento estava imóvel com os olhos sem foco.

_ Um homem sábio, uma vez me disse que uma jaula de passarinho não pode prender um leão!_ Disse ainda rindo.

Os dois estavam não só assustados comigo mas também confusos com o que eu disse. Apoiei uma das minhas mãos nos joelhos e apontei a outra mão para o homem imóvel à minha frente.

_ Você tem algo que me pertence... Eu quero de volta!_ Foi tudo o que eu disse antes que ele caísse no chão, se debateu e berrou como se estivesse tendo um derrame.

Sazu e Pethria o encararam assustados enquanto seu corpo começou a liberar fumaça e cheiro de carne queimada.

_ O QUE ESTÁ ACONTECENDO??_ Perguntou Sazu perdendo toda sua calma, Pethria estava sem reação e eu não parava de rir feito louca, Calisto logo se pos ao meu lado quando Sazu se esqueceu dela, e me ajudou a me manter em pé.

A boca e os olhos do homem começaram a brilhar em vermelho e sua pele começou a envelhecer e seus cabelos branquear.

_ PETHRIA FAÇA ALGUMA COISA!!_ Gritou ele desesperado.

_ Mas senhor o que posso fazer?_ Perguntou ela também desesperada.

_ Nunca se perguntou por que meu bisavô aprisionou Akachi em uma pessoa da sua linhagem que ele não saberia quem é?_ Perguntei a Sazu olhando o homem definhar no chão.

_ O que está dizendo?_ Perguntou Sazu.

_ Ele poderia ter aprisionado na primeira pessoa que aparecesse, e poupar um de seus familiares de carregar esse fardo, mas seria perda de tempo, pois apenas o selo direcionado pelo Nèilì dele sabe quem é forte o suficiente pra aguentar isso!_

Disse enquanto via aquela luz vermelha sair do homem e vir rápido em minha direção.

Quando a luz me alcançou a dor do meu corpo sumiu, mesmo eu ainda estando destruída por dentro, podia sentir meu poder voltar, a pele do pobre homem chegou à um estado de velhice, que virou cinzas, deixando apenas ossos no lugar, liberando fumaça. Os dois me encararam atônitos.

_ Buuu!!_ Zombei sorrindo enquanto meus olhos ficavam vermelhos.
Os dois estavam pálidos e sem reação com os olhos arregalados, e minha raiva só aumentava.