O doutor Bruce Banner estava sentado em uma sala no Hospital Metro-Geral, em Nova York. Ao seu lado, deitada em uma maca, estava sua prima inconsciente, Jennifer Walters.

Enquanto mexia em seu celular, ele recapitulava tudo que sabia sobre o acidente que ela sofrera. Bem Urich a trouxera no hospital, e isso era tudo que os médicos sabiam. Bruce, naturalmente, conversara com Urich, que lhe explicara sobre o ataque da Gangue da Demolição, um grupo de criminosos que estava, provavelmente, a serviço do Rei do Crime.

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Em seu celular, ele olhava as notícias de jornais e telejornais famosos do mundo todo. A maioria falava sobre o mesmo assunto. Sim, a invasão iminente de Thanos na Terra. Eles falavam de como a invasão fora o suficiente para apavorar o planeta inteiro, e também do desespero e das promessas vazias de governos e órgãos públicos.

Bruce sabia que Stark ficaria bravo assim que percebesse que Bruce ia faltar à reunião daquele dia. Pela primeira vez nos quatorze dias, aquela seria uma reunião geral, com todos os Vingadores. Mas Bruce tivera que faltar.

Afinal, a ligação do doutor responsável por Jennifer era urgente. Quando ele entrou na sala, Bruce ficou nervoso.

— Senhor Banner, é um prazer revê-lo.

— O prazer é meu, doutor. Então, o tem para me dizer?

Um semblante sombrio dominou a face do doutor.

— Temo que a senhorita Walters esteja em seus últimos momentos, senhor Banner.

Bruce cerrou os punhos, lutando contra a frustração que fazia uma raiva surpreendente crescer dentro dele. A verdade era que ele suspeitara disso desde que recebera a ligação.

— Não há nada que possamos fazer, doutor?

— Bem, há uma chance de repormos o sangue dela através de uma doação. Acontece que a pancada que ela levou na cabeça resultou em uma enorme perda de sangue. Infelizmente, o sangue doado para as campanhas já foi direcionado para outros hospitais, devido ao índice crescente de tentativas de suicídio que resultaram em perda de sangue. Você sabe, por causa de...

— Eu doarei do meu sangue — disse Bruce, convencido, interrompendo o médico.

— O senhor tem certeza disso?

Apesar de ter uma parte de si dizendo que era arriscado, o sentimentalismo fez com que Banner não pensasse duas vezes — já que sabia que, caso o fizesse, voltaria atrás. Mas fazia isso por uma boa causa. Por Jennifer, sua adorada prima.

— Sim — ele assentiu, engolindo em seco.

— Então venha, vamos retirar um pouco de seu sangue.

Enquanto isso, em uma sala da Torre dos Vingadores, Wong e Sharon Carter observavam Stephen Strange terminar de ler um livro flutuante. Faziam quatorze dias desde que ele entrara ali com o corpo do que deveria ser Morgana le Fay.

Wong e Sharon foram chamados ali minutos antes da reunião porque aquilo seria importante para mostrar aos outros. O corpo sofrera uma metamorfose durante o trajeto de carro até a Torre dos Vingadores. A humana que fora nocauteada se transformara em uma mulher verde de roupas roxas, com orelhas pontudas e rosto enrugado.

— Ela não é Morgana. Nem humana ela é — dissera Stephen ao vê-la naquele dia.

A constatação fora óbvia: era um dos invasores extraterrestres. Mas eles não conseguiam explicar como ela ficara igual a Morgana nem por que. Stephen passara um tempo pesquisando sobre feitiços de metamorfose, e identificara que aquilo não era magia.

Naquele momento, o corpo flutuava à frente deles, passando pela porta e indo para o corredor. Estavam indo à reunião. Subiram até a sala onde seria o encontro, onde já estavam os outros.

Sentados no sofá estavam o Gavião Arqueiro e os gêmeos Maximoff. Recostada no braço ficava a Viúva Negra, e em pé ao seu lado a Tigresa. Mais atrás ficavam o Homem e a Mulher-Aranha. Parado ao lado da televisão estava Tony, abraçado com Pepper. Thor andava impaciente de um lado para o outro. Não havia sinal de Banner ou Osborn, contudo. Kaine, clone de Peter, também não estava ali, mas porque Hank Pym havia pedido para estuda-lo.

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— Ótimo, vós chegastes — disse Thor, parando e se apoiando em uma cadeira.

Tony sorriu e começou a falar.

— Vingadores, agradeço pela presença de todos. Infelizmente, o motivo da reunião não é nada agradável. — A expressão dele ficou sombria. — Como todos sabem, há uma invasão alienígena iminente, liderada por Thanos. Pouco sabemos nós sobre ele, mas as únicas fontes que temos alegam que ele é um genocida nato. Por isso, pedi que buscassem por qualquer apoio possível dentro da comunidade super-humana. Sexta-Feira, mostre o resultado.

A televisão se acendeu, mostrando um mapa-múndi digital. Pontos começaram a se acender. Tony tocou na tela, em cima do ponto de Nova York.

— Além de nós, Nova York conta com os X-Men, o Quarteto Fantástico, os Vingadores Secretos e o Comando Selvagem. A S.H.I.E.L.D. nos forneceu a localização de alguns dos super-humanos do Índice, mas muitos deles negaram e preferiram a vida de heróis solitários, ou em duplas, em alguns casos.

Ele mudou para um mapa dos Estados Unidos.

— A S.H.I.E.L.D. estará reforçando a proteção de muitos estados do país, e nós decerto ajudaremos a conter alguns ataques.

Ele foi para o Canadá.

— O governo canadense garantiu a disponibilidade da Tropa Alfa, sua versão dos Vingadores. Em Londres, o MI6 ofereceu ajuda para a S.H.I.E.L.D. Um dos membros do Comando Selvagem, o britânico Brian Braddock, retornou para a Grã Bretanha e ofereceu-nos o auxílio de sua academia e de sua equipe, a Excalibur.

Ele indicou a Ásia.

­— Não recebemos muito apoio no continente asiático, infelizmente. O mesmo se aplica à África e à Oceania. Porém, dois membros russos dos X-Men prometeram ajuda da parte de sua pátria.

Ele fechou o mapa.

— Os atlantes, habitantes da cidade submarina de Atlântida, negaram sua ajuda. Os místicos conhecidos de Stephen Strange, porém, ofereceram sua ajuda. Por enquanto, é isso o que temos.

Os Vingadores se entreolharam, nervosos. Quebrando o silêncio, Strange começou a falar sobre o corpo.

— Estranhamente, a invasora que a agente 13 e Wong encontraram não era a verdadeira Morgana. Por algum motivo, o que encontramos foi um alienígena.

Pepper pareceu extremamente interessada. Quando o corpo entrou, todos se calaram e gelaram, boquiabertos.

Ao mesmo tempo, Norman Osborn entrava em uma casa comum em Nova York. Lá dentro, uma mulher o recebia em um sofá e lhe entregava uma espécie de catálogo com fotos de mulheres. Ele pensou e escolheu uma.

A verdade era que estava ali para passar o tempo e conter a ansiedade enquanto esperava seu uniforme, contudo sempre fizera isso durante seu casamento. Acertou o preço com a moça, que guiou-o até uma sala.

— Divirta-se, pois o senhor tem gostos caros.

Ele entrou, e viu a mulher que estava na cama. Indefesa, da forma como ele escolhera. Norman tirou o paletó e lambeu os lábios.

­Na cidade de Meca, na Arábia Saudita, uma mulher vestida com as tradicionais roupas muçulmanas entrava em uma enorme mesquita. Lavou-se adequadamente antes de entrar para rezar. Era sua décima quinta peregrinação naquele ano. Fazia isso por desespero, pois sentia-se impura.

Ela era nascida no Afeganistão e seu nome era Sooraya Qadir. O motivo para se considerar impura, porém, nunca contara por medo. Mas, naquele dia, as coisas mudariam.

Tudo começou com a abertura de um portal no centro da mesquita. Alguns se desesperaram, achando que eram os invasores alienígenas. Outros rezavam, pensando ser um sinal de Alá.

Mas, quando guerreiros com armaduras laranja saíram do portal com espadas, o pânico foi geral. O caos começou, pois as pessoas tentavam sair ao mesmo tempo. Como havia muita gente rezando, afinal o desespero devido à invasão atraíra muitos para lá, o caos era grande.

Até Sooraya tentava fugir. Muitos, porém a empurravam para trás, tentando ir à frente. Foi quando ela caiu. Então, não conseguiu se segurar. Sua mão se desfez em pó.

As pessoas ao seu lado gritaram, apavoradas. Mas então, quando o pó começou a se multiplicar e a formar o princípio de uma névoa, correram. O pó subiu, girando feito um pequeno tornado. Com um esforço mental, Sooraya jogou todo seu pó nos guerreiros. O pó ganhou a força de uma tempestade de areia, e conseguiu empurrar os guerreiros.

Ela começou a se empenhar realmente. Mas então avistou uma mulher parada entre os guerreiros. Espantada, levantou-se e foi até lá. Com o pó, afastou os guerreiros.

— Tudo bem? — falou, em árabe.

Foi quando a mulher se virou. E Sooraya percebeu que ela vestia um vestido, não uma burca como pensara.

— Então tu estás controlando esse pó? — disse a mulher, irritada.

Sooraya se assustou.

— Matem-na! — ordenou a mulher.

Para salva-la, porém, um homem surgiu voando e aterrissou ao lado dela.

— Matriarca, deixe-a ir. Estamos no lugar errado.

— Tens certeza, Magus?

— Decerto.

Frustrada, a mulher se virou e ordenou que recuassem. Sooraya aproveitou e correu, saindo da mesquita. Lá fora, se reuniu com os outros mulçumanos, que fitavam a mesquita. Ela olhou no momento em que a mesquita ruiu, coberta por pó.

Sooraya ouviu a voz de uma criança dizer uma simples palavra em árabe. Pensou que ele estava se referindo à mesquita. Mas, quando se virou, viu que o menino apontava para ela. A palavra que ele dissera mostrara que ele vira o que ela fizera. Ele a chamara de “Pó”.

Em uma base militar em meio ao deserto do estado de Nevada, nos Estados Unidos, um homem musculoso estava preso a uma cadeira. Junto a ele estava um homem mais velho.

— Doutor Kozlov, eu já disse. Me dê uma vermelha!

— Você já tomou sua dose hoje, sargento Simpson. Repetir seria insensato.

O homem grunhiu.

— Insensato? Você pode muito bem me neutralizar com uma azul para acalmar.

— Ainda assim, prefiro não arrisca. Devo lembrar você de que as pílulas são para uso militar. Não trata-se de uma daquelas drogas ilegais que viciados usam para se matar aos poucos.

Antes que prosseguissem, um soldado entrou correndo na sala. Ele sussurrou algo ao ouvido do doutor.

— O general? Que surpresa — disse Kozlov. — Espere, alienígenas? Parece que um mês de trabalho na base serve para que este país mude totalmente.

O soldado se retirou.

— Sargento, se comporte. O general está a caminho.

Simpson soltou um misto de riso e grunhido.

­­— Ross está vindo? Ah, ótimo — disse, irônico.

Mas quem entrou não era o General Ross. O homem em questão foi o Coronel Glenn Talbot, mas que se vestia como sendo um general.

­— Coronel? Mas onde está o general? — perguntou Kozlov.

— O general Ross está desaparecido, doutor. Por isso assumi o cargo dele. E decidi que colocarei este experimento em ação imediatamente. Ordeno que solte o sargento Simpson e dê a ele suas pílulas. Iremos arma-lo e solta-lo para que possa servir este país.

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— Coronel, ou melhor, general Talbot. Tenho que questionar, pois é demasiado arriscado.

— Já basta, Kozlov! É uma ordem direta!

O doutor engoliu em seco.

— Está bem. Soltaremo-lo amanhã pela manhã.

Quando o general saiu, Simpson deu uma risada irônica, em meio a tosses secas.

Assim que Norman Osborn terminou de fazer o que queria com aquela mulher, a deixou no quarto com um presente na boca. Ela estava inconsciente, pois ele a neutralizara.

Então, saiu do lugar e se despediu da mulher que o recebera. Lá fora, deu seu riso doente. Avistou, na esquina, um mendigo segurando uma placa. Nela dizia: “o fim está próximo”.

Soltou mais um riso.

Ao mesmo tempo, a mulher encontrava a funcionária inconsciente na cama. Em sua boca havia uma bola laranja. Arrancou ela dali e analisou. Era uma pequena abóbora de Halloween, uma daquelas “Jack O’Lantern”.

De repente, os olhos e a boca dela se iluminaram. A mulher largou a abóbora, devido ao susto. Quando o objeto se chocou com o chão, o prédio foi destruído. E a explosão foi ouvida por todo o bairro. Inclusive por um milionário louco que caminhava já um pouco distante.

Ele se sentia superpotente. Foi quando seu celular tocou.

— O que foi, Lily?

Senhor Osborn, é o tal do Potter.

— Passe para ele.

A voz mudou.

Olá, Norman. Esta noite, me encontre no mesmo lugar da outra vez. Sua roupa está pronta.