Por terem servido de modelos para a Estátua da Liberdade em Nova York, três versões menores da estátua estavam espalhadas pela cidade de Paris, a capital francesa. Uma delas, visível para quem estivesse às margens do Rio Senna, ficava na extremidade da Île des Cygnes, na altura da Ponte de Grenelle, o que permitia que qualquer um nas proximidades a visse.

Alimentando o ego daquela parcela de cidadãos orgulhosos que viviam em Paris, aquela estátua, em seus 11,5 metros e 14 toneladas, representava uma vantagem quase inexistente, apenas um mero vislumbre de superioridade. Saber que o criador da Estátua, um francês, fizera outros três modelos de uma das mais famosas estátuas do mundo e deixara na França, e que a própria estátua não seria possível sem o criador da Torre Eiffel alimentava o ego.

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Naquele dia, porém, a ponte, bem como restaurantes e outros estabelecimentos (exceto casas), estava vazia. A razão era clara: bastava olhar para o céu, e ver a frota extraterrestre cuja invisibilidade acabara. Além disso, era madrugada, apesar de que, numa cidade como Paris, isso pouco importava.

O único carro na rua era uma limusine, dirigindo a milhão pela ponte. Dentro, o primeiro-ministro francês estava só seu motorista, que dirigia rumo ao lugar em que o ministro se encontraria com o presidente. Estiveram em Marselha no dia anterior, e tinham que retornar para a segurança do abrigo providenciado pela ONU (mais especificamente pela S.H.I.E.L.D., que fornecera à ONU).

Estavam nervosos, temendo a sobrevivência. De repente, com a aparição de um feixe de luz no meio da ponte, eles frearam. Os olhos de ambos seguiram a luz até sua fonte: uma das várias naves no céu, e a mais próxima. Imediatamente, uma cena famosa do cinema veio à mente deles: a clássica abdução alienígena através de um feixe de luz.

— Devemos contornar, senhor? — perguntou o motorista.

Oui — respondeu o primeiro-ministro, em francês.

O motorista virou e fez um retorno, que os tirava da ponte. Quando passavam sob ela, porém, aconteceu. Exatamente na direção do feixe de luz, um raio de energia foi disparado. E a ponte ruiu, explodindo em vários pedaços. Parte da estrutura começou a tombar, forçando o motorista a contornar.

A parte de trás da longa limusine, porém, foi acertada em cheio. O primeiro-ministro ficou junto do banco da frente, esperando não ser atingido. Então a nave alienígena surgiu em frente a eles, pairando sobre a avenida. O canhão começou a brilhar, indicando que iria disparar.

O primeiro ministro se escondeu atrás do banco, ouvindo o para-brisa explodir em cacos. Chamou pelo chofer, que não respondeu. Provavelmente morrera com o disparo. De repente, abriram a porta. Um alienígena se aproximou pela porta, parecendo usar uma armadura. Sua pele era um tanto bege.

Ele pegou o primeiro-ministro pelo pescoço, jogando-o na rua. Um outro alienígena exatamente igual se aproximou e pisou nas costas do ministro. O primeiro colocou a cabeça para dentro do carro, analisando tudo. Olhou para o outro e balançou a cabeça negativamente.

O alienígena apertou as costas do primeiro-ministro com o pé. Pegou sua arma e mirou o ministro. Ele disparou, abrindo um buraco com o laser no peito do primeiro-ministro. A nave que os trouxera foi embora, deixando uma espécie de biga romana pairando sobre o chão. Eles largaram um disco no carro do ministro e saíram voando em sua biga Chitauri.

Em Nova York, um homem magro e alto saia de uma casa. Usava uma calça jeans surrada e uma camiseta branca suja. Estava cheio de arranhões pelo corpo, e sangue nas mãos. As coisas que fizera dentro da casa permaneceriam em segredo.

Olhou para cima, observando as naves alienígenas que surgiram no céu. A visão era ao mesmo tempo assustadora e excitante. Ele sorriu, com um brilho doentio nos olhos. Tirou a franja da testa, jogando para trás.

Foi para o meio da rua, deserta àquela hora da noite. Ergueu os braços, abrindo-os. Seu sorriso doentio se destacou com a luz das lâmpadas públicas. Cletus Kassady tornou a andar, olhando para baixo.

Lembrou-se da família simples que o encontrara em um beco, nu, sem o simbionte. Agora eles estavam mortos, no interior do apartamento deles. Não tinha por que se preocupar com o crime que cometera, pois a culpa recairia sobre os alienígenas.

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Continuou caminhando, indiferente às naves. Podia até sentir os olhos extraterrestres o observando de longe. Que venham, pensou. Não tinha quem se importasse com ele mais. A única pessoa que ele sentira que realmente o amarra fora Jessica Jones. E ele a perdera, como sempre fizera.

Pegou sua carteira, completamente vazia exceto por um único papel já surrado e amassado. Ele pegou e viu aquela foto. Era ele, junto de Jessica, anos atrás. Amassou a foto e apertou na mão, como já fizera tantas vezes. Em seguida, enfiou na carteira e continuou caminhando, indiferente.

Erguido em memória das Torres Gêmeas do World Trade Center, o Memorial de Onze de Setembro ficava no local onde ficaram as Torres, e era uma construção com duas pequenas torres ligadas entre si por uma estrutura menor no meio.

Muitos turistas visitavam o local diariamente, mais pelo que o Memorial representava do que pelo prédio em si. Naquele dia, não havia ninguém no prédio. Apenas alienígenas. Uma nave estava parada entre as pequenas torres, e seus tripulantes andavam por todas as salas.

Escondido em um prédio, porém, estava o Gavião Arqueiro. Ele pegou seu comunicador.

— Natasha? Avise os outros.

Positivo — respondeu a Viúva Negra através do comunicador.

Em alguns minutos, uma quinjet invisível se aproximou do prédio. Um dos alienígenas levantou os olhos para eles, percebendo a presença da quinjet. Ele começou a voar na direção da quinjet.

Para impedi-lo, Barton lançou uma flecha. Acertou, mas apenas chamou a atenção dele. O alienígena se aproximou, estendendo a mão para Clint.

— Eu sou Mar-Vell. Você, humano, se julga capaz de derrotar a mim, o Capitão Marvel Kree?

Ele puxou uma flecha no arco, apontando para Mar-Vell.

­— Não estou só — disse Barton, disparando a flecha, que se abriu numa rede.

Sem se importar, Mar-Vell apenas disparou um raio cósmico, rasgando a rede em pedaços. A distração, porém, serviu para Visão surgir atrás dele e acertar um chute nas costas dele. No topo do prédio, Viúva Negra atirava na direção da nave.

Lá embaixo, Mercúrio corria e derrubava os alienígenas azuis na rua. Feiticeira Escarlate e Mulher-Aranha atacavam os Krees na parte externa do prédio, enquanto Tigresa derrubava aqueles dentro do prédio. Mar-Vell se virou para Visão, disparando mais de seus raios cósmicos.

Visão se desviou, diminuindo a densidade, atravessando o Capitão Marvel e o aumentando a densidade para soca-lo nas costas. Então, para auxilia-los, a luz do sol surgiu no horizonte.

J.A.R.V.I.S. sentiu a energia do sol aumentar seu poder. Disparou um raio de energia das mãos na direção de Mar-Vell. Mas ele apenas desviou. E então, o som que se seguiu assustou a todos nas redondezas.

O som do vidro da torre esquerda do memorial se quebrando foi ensurdecedor. Em seguida, a torre ruiu, destruindo os Krees dentro daquela torre. Saindo pelo buraco aberto no teto, todos os Krees dentro do prédio começaram a sair, alguns sendo puxados por Tigresa com suas garras. Ela pulou para fora, com a agilidade felina que só ela possuía.

— Capitão Marvel, nada por aqui.

Desviando de mais um disparo, Mar-Vell liberou sua energia cósmica no prédio explodindo a torre restante. E o prédio inteiro veio abaixo. Quando todo o pó se dissipou, Feiticeira Escarlate estava com seus olhos brilhando, ao lado da Mulher-Aranha e do Mercúrio. Eles flutuavam ao lado dela, que os protegera da explosão.

Os três pararam no chão, e os olhos dela deixaram de brilhar. Nesse momento, os destroços da nave dos alienígenas caiu no chão. Viúva Negra pulou do prédio, acertando um Kree com tudo. Barton disparou flechas, enquanto todos os outros Vingadores presentes atacavam os Krees restantes.

O Capitão Marvel voou, disparando rajadas cósmicas para baixo, o que abria buracos no asfalto. Feiticeira Escarlate ficou com os olhos brilhantes, acessando a mente de Mar-Vell. Viu Phyla e Genis-Vell, os filhos dele. Em seguida, acessou memórias sombrias dele.

Assustado, Mar-Vell recuou. Ele subiu, em direção às várias naves no céu.

Ao mesmo tempo, ruas longe, em um trailer, uma jovem mexia em seu computador. Seu parceiro dormia em sua cama, então ela pretendia virar a note na Internet. Se não fosse o visitante surpresa, que estava sentado em uma cadeira, com seus óculos escuros e sua mão robô.

Ela sabia que ele já percebera que ela o observava. Skye apenas estava aguardando ele falar.

— Olá, senhorita.

Skye gerou.

— Você... é um daqueles caras do governo? Da S.H.I.E.L.D.?

Ele se levantou e caminhou até ela.

— Sou o agente Coulson. Tenho ordens para leva-la viva para a S.H.I.E.L.D., usando força se necessário.

— Vá em frente. Sei me defender.

Coulson tirou os óculos e guardou no bolso.

— Sabemos sobre seus poderes.

Com um pulo, ela se virou para ele, ficando de pé.

— Não vou deixar que vocês façam experimentos comigo.

Ele deu um passo à frente.

— Parado. Mais um passo e eu faço tudo tremer e acordo o grandão ali.

O agente levou a mão ao bolso.

— Sei que não tem total controle sobre seus poderes.

Droga, ela pensou.

— Ah, é? Pois tenho uma outra arma. Chama-se grito assustado.

— Por favor, mantenha calma...

E ele tirou uma arma de choque do bolso e disparou. Skye gritou, desmaiando em seguida. Mas ela conseguiu acordar Hércules, que, com um pulo, olhou em volta.

— Skye! — disse ele.

Coulson atirou nele, mas não adiantou. Apertou o botão de seu comunicador e pulou para o lado.

— Agente Coulson para Nick Fury. Temos problemas!

No Triskelion, o secretário Fury estava em sua sala, trabalhando, como a maioria dos agentes sem família. Na verdade, sua única família estava em sua sala, mas por motivos bem diferentes.

— T’Chaka está morto — repetiu o sargento Fury pela quinhentésima vez. — As complicações políticas serão desastrosas.

O secretário olhou para ele, como que para recorda-lo de que estivera ausente durante anos e que suas noções sobre política eram imprecisas e ultrapassadas.

— Sargento, devo lembrar-te de que...

Nem conseguiu terminar a frase.

Agente Coulson para Nick Fury. Temos problemas.

A conversa parou assim que o comunicador foi desligado.

— Conversamos outra hora. Tenho que consertar isso. Vou mandar o Capitão.

— Eu vou.

O olho bom do secretário analisou o secretário. Sabia que a decisão já era definitiva.

— Tem certeza?

— Claro. Posso morrer nos próximos dias de qualquer forma. Ao menos morrerei lutando pela S.H.I.E.L.D.

Fury suspirou. Se o Conselho soubesse, ficaria furioso. Mas aquele era o fim do mundo, não era? Isso era motivo suficiente para não correr o risco de perder Coulson apenas para relatar o Conselho.

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— Vá em frente.

Ele entregou as coordenadas para o Sargento, que saiu rapidamente. Fury aproveitou o silêncio para organizar a mente. Pensou na notícia que recebera dos enviados para Wakanda.

A morte de T’Chaka, juntamente de dois agentes da S.H.I.E.L.D., tinha sérias implicações políticas. Fury previa que, se não contivessem a notícia, políticos do mundo inteiro questionariam se estavam seguros confiando na S.H.I.E.L.D. Desde que a S.T.R.I.K.E., a irmã britânica da S.H.I.E.L.D., caíra nas mãos de mafiosos que provavelmente haviam matado o diretor da S.T.R.I.K.E., Lance Hunter, a confiança fora abalada.

Agora, com essa tragédia, as dúvidas surgiriam das cinzas como fênix. Mas isso não importava. Afinal, aquele era provavelmente o fim da humanidade. E eles morreriam lutando, defendendo o justo e a população da Terra. Fury soltou um riso irônico ao observar os primeiros raios de sol entrarem pela parede de vidro.

Em sua nave, Thanos observava Nova York. Ordenara que procurassem por todo o mundo, mas algo lhe dizia que a Joia da Alma estava ali. Talvez fosse sua amada, a Dona Morte, auxiliando seu querido Thanos.

Mas, sendo ela ou não, ele sentia isso. Por isso, ordenara que os mais poderosos de seu exército estivessem ali. Sabia que, se estivesse correto, a Igreja Universal da Verdade apareceria ali. E ele queria que saísse vitorioso da Terra sobre o corpo não apenas dos defensores daquele planeta, mas também da Matriarca e de Magus.

Quase como que concordando com ele, um portal se abria no deserto de Nevada, nos EUA. Através ele, membros da Igreja Universal da Verdade invadiam a Terra.