Marrying With The Devil

Capítulo 12 - O Baile


Capítulo 12 – O Baile.

Find Me – Boyce Avenue (Acoustic)

Bella:

Acordei lentamente, apreciando cada detalhe daquele primeiro segundo de dia. Como a brisa marítima batia calma e fresca pela janela aberta, como era quente o corpo ao meu lado... Virei-me para encontrar o amor da minha vida e fui recebida com um sorriso largo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Bom dia, meu amor. – Edward disse beijando meus lábios. – Está com fome?

-Morrendo. – Respondi com sinceridade enquanto me sentava na cama.

-Fiz nosso café.

Apesar de ser algo rotineiro Edward cozinhar, naquele momento pareceu único, algo romântico até. Ele se levantou saindo dos lençóis e expondo seu corpo seminu sem nenhum pudor, talvez ele devesse ter posto uma calça, sua boxer causava efeitos indesejáveis para se ter no café da manhã.

Mordi o lábio tentando controlar meu libido e Edward voltou colocando entre nós uma bela bandeja de café da manhã, tinha pão, waffle, panqueca com calda de chocolate, morangos além de suco de laranja e leite puro.

-Não sabia o que fazer, então fiz tudo que me veio a mente.

-Está perfeito, obrigada.

Enquanto comíamos nos encarávamos, conversando silenciosamente durante bastante tempo. Desejei nunca mais sair daquela cama.

-O que achou de ontem? – Edward finalmente verbalizou sua duvida.

-Gostei não, esperava mais. – Me fiz de decepcionada.

A cara de surpresa dele era hilária, ele definitivamente não esperava minha resposta daquele jeito, isso me fez rir descontroladamente. Não percebi que Edward retirara a bandeja, só quando ele avançou sobre mim pressionando seu corpo contra o meu e indo até minha orelha.

-É assim é? Então deixe-me compensá-la, Sra Cullen.

-Você soa como um garoto de programa, sabe disso né? – Perguntei mordendo o seu queixo.

-Farei melhor do que eles. Eu vou te amar ao mesmo tempo.

E no segundo seguinte eu me entreguei novamente.

[...]

Edward:

Bella estava de bruços, o lençol não cobria um centímetro se quer do seu corpo, e eu estava deitado de barriga para cima, também completamente entregue e ofegante. Ambos sorriamos e eu acariciava sua coluna distraidamente enquanto ela desenhava círculos no meu peito e abdômen.

Fazer amor com Bella era algo indescritível. Inominável. O sexo era mecânico, algo que dava prazer mas não satisfazia completamente uma segunda necessidade, que era a de completar alguém e de se auto completar. Com Bella ambas necessidades iam além do imaginável, eu me sentia o homem mais poderoso, o homem mais feliz do mundo.

Era engraçado imaginar que eu um dia já a julguei feia e comum demais para mim por magra demais e sem atrativos... Mas ela era feita sob medida para mim. Seus seios enchiam minhas mãos, saciavam minha boca e seu corpo encaixava-se no meu como uma peça há muito perdida de um velho quebra cabeças. Com ela tudo era perfeito e completo.

-Quer tomar um banho comigo? – Perguntei já sentindo meu mundo rodopiar só de imaginá-la novamente comigo.

Bella mordeu o lábio e balançou a cabeça afirmando que sim.

Peguei-a no colo no instante seguinte e a beijei, enquanto isso íamos para o banheiro, foi quando ela esticou o braço e nos impediu de entrar, parei e a observei curioso.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Que horas são agora?

-Sete da manhã. – Respondi confuso.

-A essa hora a praia está deserta, não está?

Minha boca se abriu em surpresa completa pelo que ela estava sugerindo, mas logo sorri concordando e mudei nossa direção atravessando a casa e indo em direção ao mar.

[...]

Bella:

Enquanto Edward preparava alguma coisa para comermos eu olhei seu desenho do outro dia novamente e peguei uma borracha pondo a redesenhar algumas partes, fiz algumas anotações no final da folha sobre qual tipo de motor poderíamos usar e quando olhei o resultado final sorri satisfeita.

-Que foi? – Edward perguntou aparecendo atrás de mim e deixando o prato com ovos e bacon na mesa.

-Aprimorei seu barco, pelo visto agora temos um projeto promissor. Acho que nossos pais vão gostar de analisa-lo.

Edward pegou o desenho e o olho, o sorriso que eu tinha refletiu no seu rosto.

-Parece que vamos fazer carreira conjunta, minha caríssima esposa.

-Mal posso esperar, meu amado esposo!

O roupão preto que Edward usava estava um pouco aberto no peito, a abertura se abriu ainda mais quando ele se sentou para comer junto comigo. Apertei os dois lados do meu roupão de forma a me controlar, estávamos insaciáveis hoje.

Edward pegou seu celular na mesa e tirou uma foto do projeto e das minhas anotações, e mandou para a empresa. Depois começou a comer e eu o imitei sem desviar os olhos dele.

-Desse jeito eu vou me desconcentrar aqui.

-Desculpe. – Apesar de ter pedido desculpas eu continuava a olhá-lo.

-Chega.

Ele se levantou e me atacou na cadeira mesmo, possessivo, eu arfei com a sua pegada e já estava pronta para mais um round quando...

-Vão para o quarto! –Duas vozes falaram juntas.

Edward e eu nos viramos para constatar que nossos irmãos muito queridos tinham acabado de aparecer e nos olhavam com um tanto de surpresa. Ignorei os dois e voltei a beijar meu marido lindo com paixão antes de darmos as devidas atenções à visita.

[...]

-Nossa isso ta muito bom! Ele cozinha melhor que a cozinheira da mansão! – Alice disse comendo, ou melhor devorando os ovos com bacon que Edward havia preparado extra para nós.

-Alice, o mínimo de educação seria excelente a mesa. – A repreendi.

-Desculpa é que ta muito bom. E desde quando é você que me repreende?

Edward e Emmett riam e conversavam entre eles, porém não consegui me manter quieta sobre a questão mor.

-O que fazem aqui? – Perguntei me dirigindo a Emmett e Alice.

-Vocês sumiram. – Emmett respondeu tranquilamente. – Achei que tinham se matado, liguei para a baixinha ali e chegamos a conclusão que tínhamos que vir checar vocês. Bom, eu quase acertei, a final Edward estava te devorando feito o lobo mal e a chapeuzinho vermelho.

Fiquei corada imediatamente, mas Edward riu abertamente do comentário, ele parecia acostumado a incovenciência do irmão. Alice confirmou tudo.

-Saímos de Londres e viemos do aeroporto direto para cá. Sabia que deram um carro oficial para a gente? Tem até bandeirinha pendurada. Dá para estacionar em vaga de deficiente e tudo.

-Carro? Deram uma limusine para nós! – Emmett disse empolgado. – Sério, daquelas que você vê nos filmes... E nem dirigimos, tem motorista.

Olhei para Edward e depois para o irmão dele.

-Espera, tem duas limusines paradas na frente da nossa casa?

-Tem sim! – Alice disse rindo. – E dois motoristas, acreditem ou não eles são gêmeos! Muito legal. Eles não sabem falar ‘doce’ direito. Tem sotaque britânico.

-Vieram da Inglaterra também, -Edward disse - estranho é se tivessem sotaque russo.

-Tem um moço de saias que não fala direito, não entendo uma palavra. E ele é de Londres. – Emmett contrargumentou.

-Ele é escocês, Emmett.

-Mas é de Londres e tem aquele sotaque filho da mãe!

Dessa vez foi a minha vez de rir da situação do irmão de Edward e de como os esforços do meu amado eram em vão.

Alice saltou de sua cadeira e apoiou-se nas minhas costas.

-Também vim ver como que você se virou com o lance do vestido em cima da hora. Conseguiu?

-Claro, Edward me ajudou. – Comentei piscando para ele.

Edward me devolveu um olhar chocado, como se não fosse algo que devesse ser mencionado, e eu logo entendi o porque. A risada de Emmett ecoou estrondosa e seu braço desceu nas costas de Edward no que deveria ser um tapa amigável.

-Edward meu caro, desse jeito arranjo uma saia para você terminar de embixar.

-Não seja estúpido, Emmett. – Eu tentei defende-lo – Edward é muito homem.

-Posso ver, olha o seu estado! – Emmett apontou para mim sorrindo maliciosamente. – Quantas horas você dormiu hoje?

Corri para o espelho e vi o que ele estava dizendo, as olheiras da noite mais do que animada que tive com Edward denunciavam as horas de sono escassas. Alice bateu no meu ombro.

-Calma, eu faço sua maquiagem. Na verdade é melhor começarmos, faltam três horas para o baile e quero você dentro de uma banheira de sais para ontem. Despeça-se de Edward, vamos para a mansão.

-Quê? Não quero ir. – Olhei para Edward, me separar dele era quase que doloroso demais.

-Bella, não seja estúpida, Edward não vai a lugar nenhum, certo? – Ela olhou para Edward para confirmar.

-Claro, meu amor. – Edward veio até mim e abraçou minha cintura. – Fique linda para mim. – Ele disse no meu ouvido. – Eu te amo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Depois de recolher as caixas do vestido e do sapato e por elas na limusine de Alice eu beijei Edward longamente e apaixonadamente, um estranho choque me passou e a sensação de que esse era o fim, o nosso ultimo beijo me ocorreu.

Ignorei o mal agouro e apliquei mais ardor no nosso beijo, decorando cada detalhe até finalmente Alice me rebocar para o carro de luxo, que mais parecia fúnebre para mim. Assisti Edward na calçada até não poder mais e respirei fundo, prometendo a mim mesma que eu estava ficando louca e que nada me separaria dele... Ele prometeu ser para sempre.

Edward:

Voltei para casa, levei a mão ao rosto para coçar a barba por fazer e senti o cheiro de Bella nos meus dedos. Deus eu estava ficando louco, viciado como um drogado em cocaína... Só que a diferença é que Bella me deixava vivo e a cocaína matava.

Emmett observava o ambiente pasmo.

-Sério isso virou um prostíbulo? Quantas você trouxe para o ménage?

-Larga de ser idiota, isso tudo fui eu e Bella.

Ele se referia as peças de roupa espalhadas, aos objetos de decoração caídos da mesa de centro, as toalhas jogadas pelo chão da varanda... Suspirei voltando a me sentar na mesa, Emmett imediatamente me acompanhou e começou a narrar como era com Rose, apesar de eu ter certeza que ele era “amarrado” na dela, o jeito como ele descrevia o sexo com Rose parecia a narração de um filme pornô sem muitas posições.

Me peguei comparando Rose a Bella, e fiquei surpreso como Bella parecia ser ainda melhor do que a loira nobre de Emmett. Bella não gritava na hora de fazer amor, mas falava baixinho no meu ouvido o quanto estava gostando com a voz arrastada, até finalmente encolher um pouco as pernas e gemer e finalmente atingir o seu ápice.

Não me lembro de ter reparado isso em outra mulher. Mas Bella era quase que fácil de se identificar, ela se entregava, não só de corpo, mas de alma. Era sempre amor com ela. Nunca apenas sexo.

-Que tal darmos uma volta por ai? Como nos velhos tempos? – Emmett sugeriu.

-Claro, vou só por um tênis. – Respondi imediatamente. Saídas com Emmett iriam exigir que eu dirigisse, caso contrário era capaz de ele parar em um bar e começar a beber e eu ir junto.

[...]

-Edward! Filho que modelo maravilhoso, irei apresenta-lo imediatamente ao conselho, Charlie está muito orgulhoso também, mandou parabéns e tudo. Queremos você e Bella trabalhando cada vez mais juntos...

Carlisle não parava de me elogiar desde que eu chegara a mansão Swan junto com Emmett, já era quase hora do grande show, na verdade faltavam ainda alguns minutos, porém aqui estava eu vestindo novamente uma gravata sufocante e terno, dessa vez o lugar contava com ar condicionado.

Fui impedido de ir até o quarto de Bella, porém ninguém me impediu de ir ao jardim dar uma volta...

Assim que saí da vista dos meus vigias, simplesmente corri até a conhecida sacada e com algumas pedrinhas acertei o vidro. Bella saiu ainda de roupão, mas com maquiagem e cabelos prontos.

O meu primeiro pensamento foi compará-la a deusa grega da beleza. Os cabelos estavam com ondas e caíam organizados por cima de seu ombro, o sorriso largo dela expunha o batom vermelho como sangue e tão tentador...

-O que faz aqui no jardim? – Ela perguntou tentando controlar a voz. – Porque não subiu?

-Estou com saudades. Não me deixaram subir, mas eu tinha que te ver...

Bella apoiou-se na sacada e sorriu.

-Devia ter trago um violão, assim com uma serenata quem sabe eu não dava um jeitinho da gente se ver.

Eu ri me lembrando da ultima vez que estive aqui, a desculpa para alcançar a sacada da minha amada foi justamente essa. Parecia a uma vida atrás, mas pelo olhar divertido de Bella, ela se lembrava da história que a contei.

-Quero te beijar. – Eu disse a ela mordendo meu lábio.

-Eu também.

-Mas eu quero te beijar mais. Até ficarmos sem fôlego, até o fim...

Bella mordeu o lábio também como eu e eu sorri torto.

-Eu quero te tocar. – Ela disse simplesmente e corando logo em seguida.

-Eu também. Quero fazer amor com você de novo.

Ficamos ali, por muito tempo dizendo as coisas que queríamos, senti o fogo tomar conta de mim, era como fazer amor com ela a distância, ainda que eu estivesse vendo-a ali. Isso me fez rir um pouco e ela me acompanhou.

“Bella, onde você está?”

A voz de Alice fez meu amor saltar e responder rapidamente que estava indo.

-Tenho que ir. – Ela disse triste.

-Nos veremos daqui a pouco. – Eu disse também triste.

-Eu te amo.

-Eu também.

[...]

Bella:

Como esse homem conseguia me deixar em frangalhos desse jeito só com palavras? Só com a presença dele, singela e linda... Alice me ajudou a por o vestido, não sem antes elogiar como eu tinha escolhido bem e como eu tinha sorte da costureira ter quebrado esse galho imenso alugando uma peça exclusiva para uma festa com imprensa.

-Também com o bolo de dinheiro que demos, o saco deve quebrar o galho sozinho. E ela não sabe que é uma festa com algumas fotos...

Alice riu.

-A atriz vai te caçar até o inferno, sabe disso né?

-Que ela venha, to pouco me ferrando. – Girei com o vestido. – Eu amei isso daqui.

-Eu também. Irei ver com alguém se conseguimos um igual para você.

-Obrigada Allie!

[...]

Senti minhas pernas ameaçarem a desabar de tanto que eu tremia, finalmente eu iria encontrar Edward. Todas as mulheres, inclusive Rosalie, a mãe de Edward minha mais do que adorada sogra e minha mais megera madrasta estavam entrando em fila para descer as escadas e encontrar seus pares.

Primeira seria Alice, devido a patente do seu príncipe encantado. Logo depois seria Rosalie, graças a sua patente de nobre real, depois Esme, depois a Megera em pessoa e só depois eu! Achei que era sacanagem com a minha cara e fui argumentar.

-Acho justo eu ser depois de Rosalie, vai quebrar o clima jovial, vai parecer que eu sou mais velha que a Jannet! E isso é uma sacanagem, eu não tenho um militiro se quer de botox em mim e ela tem uns 100.

-Olha como fala comigo, sua endiabrada. – Jannet bradou para cima de mim.

Esme olhou para mim e sorriu.

-Jannet, acho que ela tem razão, e outra, você é a anfitriã, deveria ocupar a posição majoritária, porque a ultima sempre ganha os maiores flashes e destaque nas colunas...

Sorri de volta para minha sogra esperançosa.

-Isso, Jannet! Faça o jornal tirar uma foto sua em tamanho real! Assim quando eu tiver filhos, eu falo para eles que se não obedecerem irão ter que ficar encarando a sua cara feia por uma hora!

Ouvi as meninas rirem e minha sogra balançou a cabeça, mas com o sorriso que eu tanto conhecia, um pouco torto e descrente. Ela era Edward de saias!

Jannet ia responder a altura mas Esme me defendeu mais uma vez.

-É pegar ou largar... – Ela disse.

-Tudo bem. – Jannet rosnou indo para o final.

Esme cuidou das alterações necessárias, vi Edward avançar na fila com um sorriso imenso virado para minha direção, mandei um beijo para ele e quando eu ia chegar no meu lugar, senti algo puxando meu braço para trás. Já ia virar na ignorância achando que era a minha madrasta mas abaixei a guarda a tempo ao ver que era minha sogrinha amada.

-Desculpe, mas tenho que te dizer algo. – Esme disse docemente. – E depois não sei se terei essa oportunidade novamente.

-Por favor, diga então, Sra Cullen.

Ela sorriu novamente do modo Edward e me repreendeu.

-Senhora Cullen? Você é a nova Senhora Cullen, então por favor largue disso. Me chame de Esme.

-Diga então, Esme – Disse novamente concertando meu erro.

-Eu sabia que você era a garota certa para Edward desde o inicio. Estou feliz que tenham finalmente visto isso, vejo o quanto gosta do meu filho e o quanto ele gosta de você... Serão muito feliz, tenho certeza.

Sorri diante das palavras da minha sogra, mais um mito a ser matado dos livros, as sogras podem ser bem legais... Melhor que muitas madrastas.

-Obrigada, Esme.

-Quando completarem um ano de casamento, irei providenciar uma segunda cerimônia, como votos, mas será como um casamento... Caso queiram, é claro.

Meus olhos brilharam, casar de verdade? ERA TUDO QUE EU QUERIA!

-Com certeza! – Me empolguei na hora. – Muito obrigada.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Foi automático, num estante eu estava no meu lugar puladno e depois avancei e abracei o pescoço de Esme, ela correspondeu de um jeito que não pude descrever... Foi como o abraço que nunca recebi de uma mãe. Senti que poderia até chorar, mas pensei no lápis de olho e me concentrei em ficar calma.

-Agora vá para seu lugar, já vai começar. – Esme disse beijando minha testa. – Minha norinha.

Me limitei a continuar sorrindo, não haviam palavras que iriam conseguir dizer o que eu sentia naquele momento. Estava tão perfeito tudo... Mas tão perfeito, que eu tinha até medo que estragasse de tão perfeito.

Edward:

Endless Love – Lionel Richie feat Diana Ross

Ficar no lugar foi o maior desafio, cada uma das duas mulheres que estavam na frente de Bella desceram lentamente, não olhei para ver quem era primeiro, Alice ou Rosalie, não importava, eu só tinha olhos para a terceira mulher em seu belo vestido. Assim que seu nome foi anunciado eu dei um passo para frente ficando o mais próximo possível do ultimo degrau.

Bella desceu sem desviar os olhos de mim, com uma mão deslizando pelo corredor e a outra segurava a barra do vestido de forma que ele não seria um obstáculo para ela. Assim que ela alcançou o primeiro degrau, quebrei o protocolo beijando seu rosto de leve.

-Está muito linda e sexy, amor. – eu disse contra a sua pele e afastei meu rosto.

Ela corou e segurou em meu braço enquanto eu a conduzia para a pista onde os outros casais já dançavam a musica lenta. Abracei a cintura dela, os flashes pareciam notar a diferença em nós desde o nosso ultimo encontro com a imprensa e então fomos bombardeados.

Mas eu não olhava para eles, pois meus olhos estava estagnados, hipnotizados em uma só coisa, em uma só mulher.

-Sua mãe falou que podemos nos casar de novo. – Bella comentou sorrindo. – Você aceitaria casar de novo comigo?

-Isso não seria algo que eu deveria propor?

-Deveria, mas é que eu quero ter certeza e já começar a preparar nosso casamento de verdade.

Eu ri e balancei a cabeça incrédulo, ela era direta mesmo.

-Sabe que eu te amo pra cacete, não sabe?

-Sei.

-Então sabe minha resposta. Mas eu ainda quero te propor isso.

-Estarei esperando. Vai se ajoelhar?

-Vou.

-E vai fazer tudo romanticamente lindo?

-Vou fazer tudo perfeito.

-Então eu vou esperar você pedir. Ainda que você já saiba a minha resposta.

Girei-nos um pouco, mais flashes e Bella deitou a cabeça no meu ombro.

-Queria ir para algum lugar onde eu pudesse te beijar de verdade. – Ela comentou na minha orelha.

-Sabe que eu estou com vontade de arrancar esse seu batom desde a hora que te vi na sacada, não sabe?

-Sei. – ela riu. – Pus ele de propósito.

-Maldade...

Dançamos um pouco mais em silêncio e depois de rodopiarmos mais um pouco Bella voltou a falar.

-O que temos que esperar?

-O jantar, oras. Estou com fome. E essa é a primeira comida que alguém me serve a meses, estou com saudades das mordomias.

Ela riu docemente, sem se importar se estava sendo escandalosa ou não, simplesmente espontânea.

Assim que os outros casais pararam, paramos também e surgiu em nossas mãos taças contendo champanhe. Quando eu ia tomar a minha depois do brinde, Bella me impediu.

-Quero fazer uma coisa. – Ela disse.

-Que tipo de coisa?

-Isso.

Bella passou o braço no meu, laçando os dois e mirou o seu copo na boca com um sorriso, eu a imitei e tomamos o primeiro gole da champanhe juntos como nos casamentos antigos. Ri encantado com sua tradicionalidade.

-Senhores, a presença de vocês é requisitada na mesa da família. – Um garçom veio falar conosco.

Percebemos que éramos os únicos na pista.

-Acho que estamos atrasados. – comentei.

-Ninguém vai morrer por causa disso. –Bella disse sorrindo e pegando na minha mão.

Juntos fomos a mesa nos servir de um grande banquete.

[...]

O assunto na mesa foi o nosso projeto conjunto, alguns sócios de nossos pais estavam na mesa da “família”, tornando tudo muito mais impessoal, além dos representantes da realeza e os pais nobres de Rosalie. Tudo em nós estava sendo observado, Emmett falou que era por causa do príncipe Jasper, era necessário saber se tínhamos porte de família que poderia ser “anexada” a realeza.

Bella respondia as questões sobre o motor e eu sobre o desenho com extrema facilidade, os sócios começaram a cochichar entre eles e pelo visto estávamos garantindo um emprego na firma com nossos barcos.

-Que nome querem dar ao projeto? – Charlie perguntou olhando mais para mim do que para a filha, que cretino.

Olhei para Bella e ela respondeu.

-Endless Love. Acho que podemos usá-lo com propaganda para casais já que o compartimento inferior é um quarto só. Podemos até adaptar o modelo para mais quartos e fazê-lo modelo família.

Amor inacabável? Sorri com a ideia e concordei imediatamente, meu pai sorriu para mim como quem diz: Graças a Deus vocês vão ser felizes. Apertei a mão da minha amada por cima da mesa e ela olhou para mim a tempo.

-Vamos para o jardim? – Falei pra ela baixinho. – Ainda quero aquele beijo...

Bella sorriu e nos despedimos da mesa rapidamente e polidamente, e minutos mais tarde, praticamente fugimos de lá.

Bella:

No jardim da frente, longe dos olhares do público e das lentes dos fotógrafos foi onde Edward e eu chegamos. Assim que terminamos nossas taças de champanhe eu senti a urgência da abstinência dos lábios do meu amado me consumir, assim que paramos de correr, eu me estiquei para alcança-los, rocei meus lábios de vagar nos dele.

-Lindo casal, vocês.

Congelei na hora, olhei para o lado e lá estava Jacob, com um terno e uma gravata mal amarrada, ele batia palmas ironicamente e tinha um sorriso provocante no rosto. Meu Deus, o que ele queria? Ele olhou para Edward de um jeito estranho.

-Eu cuido disso. – disse a Edward, definitivamente eu explicaria tudo mais tarde...

Soltei as mãos de Edward estranhamente estagnadas também, como se ele tivesse sido pego no flagra assim como eu fui. Ignorei a sensação de que algo não estava se encaixando e fui até Jacob.

-Jake, olha eu tentei te explicar. Estou com Edward agora, eu lamento por ter vindo até aqui mas como eu disse, você vai achar alguém...

Jake me olhou como se acordasse de uma recordação e riu alto.

-Agora você ta com ele? Quanto tempo tem isso? Depois que você fez aquela patetice comigo no café?

Não estava gostando do seu tom, ele não parecia chateado pelo motivo que deveria...

-Você deveria mesmo conhecer melhor os caras que namora, Bella. Você só anda com gente errada, só se da com gente errada...

Edward veio até mim de forma protetora, tapando-me de ver Jake.

-Acho melhor você ir embora. Penetras não são bem vindos, estranho.

-Estranho? – Jake riu novamente. – Agora eu sou estranho? Fala sério, Tony... Ou devo chama-lo pelo seu primeiro nome, Edward? Qual você prefere?

Edward praticamente rosnou e eu o empurrei tentando entender a situação.

-Vocês se conhecem?!

-Não. – Edward respondeu imediatamente.

-Sim – Jacob respondeu em seguida. – Fizemos negócios há algum tempo.

Seu tom era como o de quem queria dizer algo a mais, fui para a frente de Jake para encará-lo.

-Seja lá o que está fazendo, não está agradando meu namorado, por favor Jacob...

Ele me olhou incrédulo.

-Bella, você é mesmo idiota ou o quê? Eu nunca quis namorar com você. Eu não sinto porra nenhuma por você. Tem como entender isso logo?

-Então por que...

-Porque ele- Ele apontou pra Edward. – me deve uma grana. Foi ele quem me pagou esse tempo todo para te namorar, e sabe o por quê? Para depois que você estivesse apaixonada por mim, eu te decepcionasse tão fundo, que o namoradinho perfeito ali completasse a sua vingança.

Edward:

A Different Kind Of Pain - Cold

Senti uma lágrima descer do meu rosto, a vergonha me atingiu como um soco na boca do estômago. Como eu poderia imaginar que um dia iria me apaixonar por Bella?

Na época, eu estava cego pela vingança, sedento por uma brecha na armadura medonha que a garota tinha sobre si mesma, e com uma pesquisa no seu quarto, eu me toquei que a chave estava não na agressividade, mas no coração que ela nunca tinha entregue a ninguém. Achar Jacob não foi difícil, um dia em um bar, uma conversa com algumas cervejas e uma bolada em cima da mesa, estava lá a oportunidade de ter a melhor das vinganças, ainda melhor do que a que Bella fizera comigo no Resort.

Pensar que a planejei durante um ano me enjoava agora, tudo que eu queria era acabar com tudo, pagar Jacob e acabar com tudo, enterrar isso para sempre junto comigo... Mas ver tudo vir a tona desse jeito me nauseou, Bella me encarava esperando algo... Não havia escapatória.

-É verdade. – Eu disse a ela. –Mas eu posso explicar...

A taça fina da champanhe estilhaçou entre as mãos de Bella me fazendo ficar chocado, o rosto dela estava abaixado se levantou, havia uma dor marcada ali, naquelas lágrimas que poderiam ser tranquilamente como o sangue que escorria das suas mãos, vermelhas como o sangue da ferida mais profunda que alguém já poderia experimentar.

Um rasgo no coração.

O corpo dela tremeu e eu me senti angustiado.

-Então foi tudo mentira? – Ela perguntou com a voz quase que forçada a sair, como se estivesse engasgada.

-Não claro que não! – Tentei tocá-la, para puxá-la para mim e mostrar que era verdade...

-NÃO ENCOSTA EM MIM! – Bella gritou. – SEU MONSTRO! TUDO ISSO POR CAUSA DE UMA VINGANÇA? O QUE QUER PROVAR A FINAL? QUE É O MELHOR? POIS PARABÉNS, EDWARD, VOCÊ CONSEGUIU!

-Bella, me ouça! – Implorei para ela.

-Não, me ouça você.

Bella andou até mim até ficar a centímetros de distância, seu indicador tocou meu nariz.

-Eu te odeio, seu desgraçado... E eu vou te matar.

Pisquei várias vezes assimilando tudo e quando reagi, Bella correu para a mansão.

-Bella! – Gritei-a e me pus a correr atrás dela sentindo o meu coração minguar a cada passo.

Bella:

One Last Cry – Mariana Elali

Cada momento que eu passei com Edward foi como vários tapas na cara, como marteladas no meu coração já maltratado, até finalmente quebra-lo. Senti as lágrimas de ódio descerem pelo meu rosto enquanto eu alcançava o andar superior da mansão, levando comigo diversos olhares curiosos.

Ignorei-os e me centrei no meu objetivo... Fazer Edward pagar por tudo, definitivamente por tudo que ele fez comigo.

E pagaria com a vida.

Sorri ao me lembrar da vez em que Charlie trouxe para casa uma maleta prateada, como a de agentes secretos, e ordenou que nunca tocássemos na caixa. Não consegui aguentar por muito tempo, e sob protestos de Alice por estar desobedecendo o nosso pai, eu abri a caixa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Nela havia uma arma.

Charlie a escondera desde então, mas eu sabia que ainda estava no quarto mestre da mansão que era o dele com a Jannet porcalhona. Consegui alcança-lo a tempo de trancar a porta atrás de mim e começar a ouvir Edward socar a porta pedindo perdão e dizendo que me amava...

Amor... Algo tão oposto ao ódio mas as vezes tão perto... A final eu amei Edward, dei a ele tudo que eu tinha de precioso, e ele pisou. Agora eu o odiava, tanto quanto eu um dia o amei.

Não deixei que esse devaneio me desviasse do meu objetivo e me pus a procurar a arma, manchando tudo que eu tocava com o sangue ainda fresco do vidro estilhaçado. O ódio não me permitia sentir nada, só o torpor do buraco no meu peito que sangrava, como o sangue da minha mão, por isso não me importei.

Finalmente tive a ideia de subir no armário e jogar toda roupa de cama no chão. E ali estava ela, a caixinha.

Puxei-a e junto com ela veio dois papéis. Ignorei-os por um instante, me sentei na cama e fiquei a flertar com o poder de tirar uma vida que eu tinha na minha mão, eu seria vingada como nunca. Olhei para a porta, Edward ainda batia vivamente nela... Bom, não por muito tempo.

Depois de carregar a arma, eu me abaixei para olhar os papéis, um era uma foto de uma mulher de cabelos castanhos aloirados, com olhos verdes como Alice e sorriso calculado meticulosamente para uma bela foto... Virei a foto e ali estava escrito um nome que eu nunca tinha atribuído um rosto a ele.

Renée Dwyer

Minha mãe... Sorri enquanto finalmente descobria algo sobre meu passado, o outro papel jazia ali, misterioso, esperançosa por mais resposta me pus a analisa-lo, era um exame... Ou melhor, um teste de paternidade feito no dia 13 de Setembro de 1993.

Meu aniversário... Era um teste de DNA comigo e com Charlie.

Li atentamente ao documento e no fim, senti meu coração rasgar ainda mais.

Teste de paternidade, amostra sanguínea, resultado: NEGATIVO.

Pus a mão no rosto sufocando um grito de agonia.

Edward:

Love The Way You Lie (Part II) – Rihanna.

-Bella... – Senti minha voz começar a falhar, o choro vinha com toda força, os soluços me faziam tremer todo.

-Edward, filho, fale comigo, o que houve? – Meu pai abraçava meus ombros, mas eu não conseguia responder nada a ele.

Tudo que eu queria era de alguma forma convencer Bella do meu amor e simplesmente vive-lo com ela, não era possível que algo tão belo durasse tão pouco e voltasse a ser ódio em menos tempo ainda.

-Ela está a muito tempo ali dentro? – Charlie perguntou parecendo preocupado. – Isabella nunca vai ali.

-Bella, por favor, venha para cá. – Alice gritou para a porta em vão. – Alguém arrombe essa porta!

Todos estavam ali desde o primeiro momento em que eu subi junto com Bella, a festa estava acabada, a imprensa proibida de subir, mas com certeza haveria especulações, o que haveria de errado com o casal da noite? Os nobres também foram embora junto com os representantes reais...

E aqui no corredor, só restavam eu, meu pai, Alice e Charlie.

-Talvez fosse melhor chamarmos por ajuda, ela não parecia bem quando subiu. – Meu pai disse, por incrível que pareça, ele estava tão preocupado com Bella quanto eu e Charlie parecia olhar para a porta pensando nos bens materiais perdidos.

Depois de um silêncio claustrofóbico de tão denso, Alice olhou para seu pai, preocupada.

-Papai, lembra-se daquele dia que você pegou eu e Bella mexendo na sua caixa prateada? Que você mandou nunca mexermos?

-Sim, lembro. O que isso tem a ver agora, filha?

-Você se livrou daquilo, certo?

Quando Charlie não respondeu, Alice perdeu o sangue do rosto.

-O que ela está falando, Charlie? – Meu pai exigiu saber.

Mas era tarde demais, logo descobriríamos. O barulho do trinco da porta sendo aberto ecoou no corredor de forma agourenta e a porta foi aberta, senti meu coração doer de tão forte que ele batia, de repente eu senti uma enxurrada de adrenalina.

Bella apareceu com o rosto totalmente molhado e manchado de sangue, o seu próprio sangue... Olhei para uma de suas mãos, um caco de vidro brilhou junto com o sangue vermelho vivo. A imagem nos calou por um bom tempo. Me forcei a quebrar esse silêncio.

-Bella... – tentei falar apesar da garganta seca.

A minha amada apontou uma arma prateada apertando o cano contra minha cabeça na mesma hora.

-Você – Ela disse com os olhos injetados de ódio. – tomou tudo que eu tinha por causa de uma vingança, prometi te matar e não tenha dúvidas de que irei.

Fechei os olhos assim que a ouvi puxar a alavanca traseira da arma, destravando-a para a força mais leve do gatilho a disparar contra meu cérebro. Fechei os olhos e não temi a morte.

Pelo contrário, tudo que pensei era que, se fosse para morrer para fazer Bella melhor, eu morreria quantas vezes fosse necessário.

Senti o cano se afastar, a adrenalina me fez perceber o leve movimento da arma e o gatilho foi puxado.

Esperei a dor, esperei a morte... Mas o céu não poderia ser tão barulhento.

-NÃO! – Alice gritou em agonia.

Abri os olhos desorientado, Charlie estava caído com Alice sobre ele chorando virei minha cabeça novamente a tempo de ver em câmera lenta Bella voltar a arma para mim, e ao mesmo tempo, meu pai se lançar contra ela, fazendo-a cair no chão e deixar a arma cair disparando um tiro no teto.

Bella se debateu e gritou.

-EU VOU TE MATAR, EDWARD, EU VOU TE MATAR. – Ela gritava incessantemente.

-Eu te amo... - Eu disse sentindo a dor manchar aquelas palavras com meu próprio sangue.

E foi a ultima coisa que Bella ouviu antes de apagar completamente.