Marotos no Futuro

Caught In The Middle


I'm just a little bit caught in the middle
I try to keep going but it's not that simple
I think I'm a little bit caught in the middle
I gotta keep going or they'll call me a quitter
Yeah, I'm caught in the middle

Estou um pouquinho presa no meio
Eu tento continuar, mas não é tão simples
Acho que estou um pouco presa no meio
Tenho que continuar ou eles vão me chamar de desistente
Sim, eu estou presa no meio

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Caught In The Middle — Paramore

Destiny estava tendo uma manhã tranquila, ou tão tranquila quanto se pode ter quando você sabe que seus pais na versão adolescente logo chegarão lhe dando uma bronca. Ou seja, muito tranquila... só que não. E nem um pouco confusa.

Assim que ela acordou, ficou se perguntando se valeria a pena sair da cama para enfrenta-los. Ela sabia exatamente o que estava por vir, pelo menos da parte do seu pai. Lembrava-se como se fosse ontem quando a versão mais velha dele descobriu.

“— Eu proíbo você de fazer isso de novo, Destiny Selene Black! — foi a primeira coisa que Dest escutou quando entrou na cozinha para pegar o lanche de Charlie, dando de cara com seu pai, que estava muito, mas muito zangado.

Ela apenas arqueou uma das sobrancelhas para ele.

— Do que você está falando, homem? — fingiu-se de desentendida.

— Não se faça de tonta! Você está proibida de ficar trancada com um lobisomem adolescente durante a lua cheia. Você está doida?! — ele falou, parando em frente a filha, que respirava fundo, tentando se controlar.

— Primeiro, essa lobisomem é a minha melhor amiga. Segundo, não é a primeira vez que eu faço isso e não será a última, muito obrigada. E por último, não é como se você tivesse muita autoridade para proibir algo, Sirius Orion Black. Principalmente isso. Já que você fazia exatamente o mesmo com a minha idade! Ou pior! Já que eu não costumo passear com a Charlie por aí — rebateu a menina.

— Como é que você sabe de tudo isso? — ele perguntou surpreso. — E é claro que eu tenho autoridade, eu sou seu pai!

— A tia Dulce nos contava as aventuras dos nossos pais. Com outros nomes, é claro, como você já sabe — Dest relembrou. — É, um pai que eu conheço a duas semanas. Você acha realmente que pode me proibir de ficar ao lado da minha melhor amiga assim? O louco daqui é você.

— Você sabe porque nos conhecemos só agora — instantaneamente Sirius ficou triste com o que a filha havia falado. — E eu entendo você querer ficar com a sua amiga, mas é perigoso!

— Eu sei, eu sei que você não tem culpa. Mas não é como se você pudesse chegar do nada e querer sentar na janela. Sem falar que não há nada nem ninguém que possa me separar da Charlie, eu prometi que estaria sempre ao lado dela. A tia Dul aceitou, contrariada, mas aceitou. E por isso ajudou para a minha transformação. Porque eu iria fazer com ela ou sem. Agora é a sua vez de aceitar isso. Tentar me impedir não irá fazer nenhum bem para o nosso relacionamento.

Sirius suspirou, vendo que não havia jeito. Não queria ter que andar em ovos ao redor da filha mais do que já andava.

— Mas é perigoso, Dest... — falou, mas sabia que não adiantaria de nada.

— Você sobreviveu a isso, tenho certeza que também irei.

— Por que você tinha que ser tão parecida com seus pais? — Sirius disse enquanto a puxava para um abraço.”

A conversa até poderia ter parecido fácil, mas só Dest sabia o quando a custou para não sair gritando. Agora tendo que lidar com dois deles... ela não via como as coisas poderiam ser calmas.

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A vontade de levantar da cama — que nos dias normais já era praticamente inexistente, e no final de semana era quase impossível de ser achada — só surgiu quando ela lembrou que Charlie a esperava na ala hospitalar, para seguir a tradição de comerem muito chocolate, que era o que faziam após cada lua cheia, com Dest levando as guloseimas para a amiga, que era uma chocólatra sem cura.

Suspirando, e amaldiçoando os sete infernos de Dante, ela se levantou dificultosamente, tentando se preparar para o dia que viria. Ela passou rapidamente na cozinha para pegar tudo do bom e do melhor para a amiga, além de fazer uma retirada no seu estoque pessoal de doces, que guardava embaixo da cama.

E agora, comendo as guloseimas com Charlie — Dest estava sentada na cama provisória da menina, que estava encostada na cabeceira —, Dest sabia que os momentos de paz estavam acabando quando Liz, seguida de Sirius, começou a ir em sua direção, furiosa.

— Você pode me explicar que história é essa de que você é uma animaga, Destiny Potter Black? — começou Liz. Dest ignorou a futura mãe e virou-se para o pai.

— Você é um baita de um fofoqueiro.

— Eu falei que iriamos resolver isso depois — ele retrucou, e Dest fechou os olhos, passando a mão pelo rosto, para não responder grosseiramente.

— Será que podemos voltar para o foco aqui? Você tem ideia do quanto isso é perigoso, Destiny? — exclamou Liz.

Destiny levantou uma das mãos, para parar a mãe. — O Sirius aqui já falou isso tudo, a versão mais velha dele já falou isso tudo. Praticamente todos os adultos que eu conheço já falaram isso — era verdade, logo depois que as coisas se acalmaram, Dest e Charlie, precisaram escutar um discurso da senhora Weasley, de Remus, e da professora McGonagall, essa algum tempo depois dos outros dois —.

— E ainda assim você continua com isso?! — rugiu Liz, extremamente revoltada.

— Mas é claro que sim. Eu não vou abandonar minha melhor amiga — ela respondeu, olhando carinhosamente para Charlie, que deu um pequeno sorriso amarelo, sentindo-se uma intrusa no meio daquela conversa, mesmo sabendo que na verdade os intrusos eram os dois “adultos”, que invadiram a ala hospitalar.

— Mas é perigoso! — repetiu Liz.

Dessa vez Dest não se segurou e revirou os olhos. — Assim como é perigoso seu irmão e seu melhor amigo barra namorado se transformarem em animais para passar a noite de lua cheia passeando pelo terreno do castelo com um lobisomem. Então por que toda essa preocupação comigo?

— Você tem apenas quinze anos! É apenas uma menininha! — Sirius exclamou. Dest o olhou sem acreditar.

— Você tinha a minha idade quando se transformou pela primeira vez. E eu faço isso a mais tempo que você, e nunca me machuquei. Será que o que preocupa vocês não é fator idade, e sim o fato de que eu sou uma menina? Que se fosse por exemplo, o Harry no meu lugar, as coisas não seriam tão dramáticas?

— Realmente, não seriam assim. Porque o Harry não é nosso filho! Não é questão de gênero, Destiny. É questão de que acabamos de conhecer você e não queremos te perder! — Liz falou. E Dest ficou tocada, porém nada a faria mudar de ideia.

— Vocês não vão me perder. Mas não podem me pedir para abandonar a minha amiga. Vocês não fariam isso com seus amigos, por que eu tenho que fazer com a minha?

Sirius balançou a cabeça. — Estou vendo que não adianta falar com você. Você é incrivelmente teimosa!

— Vou falar o que você mais velho me disse, eu sou muito parecida com meus pais — Dest falou com um sorriso no rosto. — Eu te falei ontem de noite que não iria adiantar de nada.

— A esperança é a última que morre — ele retrucou.

— Agora será que podemos continuar essa conversa depois, porque sabem, vocês meio que invadiram aqui, e a pobre da Charlie está com vontade de enfiar a cabeça na terra tendo que escutar essa conversa — Dest comentou, olhando para a amiga, que ficou vermelha e exclamou “Destiny!” bem alto.

— Tudo bem, mas isso não vai terminar assim — Liz disse e se aproximou, dando um rápido abraço na filha. — Cuidado. E até logo. Melhoras Charlie. — Sirius também se despediu e os dois saíram.

Finalmente Dest e Charlie voltaram ficarem sozinhas. — Merlin, que confusão desses dois, não é à toa que você não é normal! — Charlie comentou.

— Engraçadinha — Dest jogou uma das embalagens vazias na amiga.

— Você acabou nem me contando como foi que eles reagiram quando a viram lá ontem — Charlie lembrou.

— E preciso?

— Desembucha logo, Destiny.

A menina suspirou, mas começou a falar.

Destiny, na sua forma animal, não demorou a notar a chegada do pai e do tio nas formas animais. E naquele momento ela adoraria ser capaz de ler mentes, para saber o que eles estavam pensando a vê-la ali, na sua forma animaga — um husky siberiano, com anomalia genética, como Nico gostava de falar, já que era completamente preto, sem os normais pelos brancos —. Se animais pudessem fazer cara de confusos, definitivamente seria a expressão que estava no rosto deles ao observa-la ao lado de Charlie, e uns poucos metros longe de Remus.

Ela sabia que sua presença ali frustraria os planos dos dois, afinal, nem eles eram doidos o suficiente para sair passeando pelo terreno da escola com um animago “desconhecido” — mesmo que no fundo já desconfiassem da identidade dele, afinal, ela não foi exatamente discreta ao sair da sala —. Então, pela primeira vez em muito tempo, os marotos permaneceram na Casa dos Gritos durante a lua cheia.

Sinceramente, Dest não podia chamar aquela noite de animada; sim, ela estava em companhia de dois lobisomens e dois animagos, mas não era como se eles realmente tivessem algo para fazer ali. Há não ser deixar seus lados animalescos aflorarem em “brincadeiras” com os dois lupinos.

Ela já havia imaginado algumas milhares de vezes como seria uma noite de lua cheia com os pais e os amigos, passeando pela propriedade do castelo... mas as coisas definitivamente não saíram como esperado.

Um pouco antes do sol nascer, os três voltaram para o Salão Comunal. Dessa vez Dest foi embaixo da capa com o pai e o tio — os pés deles ficaram a mostra, mas não era algo com que eles se preocupavam no momento —. O silencio era mórbido. A menina sabia que Sirius provavelmente só estava esperando chegarem na torre da Grifinória para explodir. E ela não estava ansiando por isso.

— Você é doida? — foi a primeira coisa que escutou após passarem do retrato da Mulher Gorda, e sentiu a capa ser arrancada de cima de si. Não precisava ser adivinha para saber quem estava reclamando.

— Provavelmente. Mas por que você pergunta isso? — tentou se fingir de inocente. Não funcionou.

— O que você tem na cabeça de ficar sozinha com um lobisomem durante a lua cheia? Você é só uma menininha, Destiny Black! — ele gritou desesperado. Pelo canto do olho Dest notou que James subia, e agradeceu internamente por isso.

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— Primeiro, não é um lobisomem qualquer, é minha melhor amiga. Segundo, ela está completamente sobre controle, que é mais do que posso dizer do seu amigo no seu tempo. E isso me lembra o terceiro, você fez o mesmo pelo seu amigo. E quarto, há muito tempo não sou mais uma menininha, Sirius Black. E quinto, não grite! — ela retrucou, gritando também, porém mais baixo que ele.

Sirius ignorou tudo que a menina havia falado, e andava de um lado para outro. Dest, não disposta a enfrentar aquilo tudo de pé, sentou-se confortavelmente numa das poltronas.. — Você tem noção de quanto isso é perigoso? — ele perguntou. Deste arqueou uma das sobrancelhas.

— Sinceramente, você não tem muita moral para sair falando sobre coisas perigosas. Digo, você já notou a situação que está?! Você está no meio de uma viagem no tempo!

— São coisas diferentes, Dest! E se ela te morder?

— E se o Remus te mordesse? São riscos que corremos... E preciso relembrar que a Charlie está em pleno controle das suas capacidades mentais?

Sirius ainda continuava ignorando as respostas da filha. — Afinal, como você conseguiu virar animaga? Não é como se fosse algo fácil...

— É claro que não. Mas tive ajuda de um adulto, que é de novo, mais do que posso dizer de você. Minha tia me ajudou.

— A Dulce é doida?! — ele exclamou. Dest revirou os olhos.

— Não mais que você... Olha — ela falou levantando-se. — Está tarde, ou cedo... dependendo da definição da pessoa... mas eu estou morrendo de sono e vou subir para tentar cochilar ao menos um pouco, ok?

— Nós precisamos terminar essa conversa!

— Não estamos conversando, você está falando aí feito um doido e praticamente ignorando tudo que eu digo. Está mais para um monologo do que qualquer outra coisa — ela apontou, dirigindo-se para a escada.

— Isso não vai ficar assim, mocinha. Vamos resolver isso depois — ele falou enquanto ela se afastava,

— Tá, tá — Dest respondeu, balançando a cabeça e começando a subir. — Boa noite.

— Boa noite — Sirius observou a menina subir, antes de seguir para o seu dormitório. — Essa menina vai me deixar com cabelos brancos — resmungou no caminho.

— E foi isso — explicou Dest. E para não ter mais que falar naquilo, resolveu puxar outro assunto. — Cadê seu pai, digo, o Remus? — questionou.

— Ele resolveu ir logo cedo para o dormitório, para não criar suspeitas.