Make A Wish

Romance em risco




Não conseguia parar de chorar. Isso não poderia ter acontecido. Debatia-me na cama sem saber o que fazer. Me perguntando, eu tenho culpa?


Pensei em ligar e falar com o Bill. Não seria uma coisa dessas que destruiria nossa relação. Tudo isso é muito bobo perto da alegria que ainda teríamos juntos.

Uma coisa assim não destruiria algo como o nosso amor. Não, eu não deixaria.
No desespero da madrugada, senti ter ouvido a campainha do quarto. Resolvi conferir rapidamente.

- Oi, por favor, me deixe entrar. Temos que conversar.

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Estava um pouco trêmula devido ao susto e tudo mais. Abri mais a porta e Enzo atravessou passando por mim e tentando capturar minha alma com seu olhar. Era como se ele tentasse enfiar uma flecha do cupido em mim.

- É melhor mantermos certa distância - falei com medo de suas intenções.

- Tudo bem - disse e se afastou.

- Eu não sei, apesar de não ter sido nada pra você, eu senti alguma coisa e é melhor a gente resolver esse "acidente" antes que algo pior aconteça.

- Enzo, o que aconteceu não tem explicação. Eu jamais seria capaz de trair meu namorado. Me sinto muito desconfortável só de pensar nisso.

- Não, a culpa foi toda minha. Fui eu que te puxei pra perto. Nem reparei no seu anel.

- Bom, então certificamos de que não tenho culpa - respirei aliviada.

- Não, fui eu que te beijei. Faria de novo se pudesse - ele disse a última frase em voz mais baixa.

- Se eu fui só vítima, acho que já terminamos com isso. Sinto muito de qualquer jeito.

- Eu conheço o Kaulitz - ele disse pronunciando o nome com ardência.

- Conhece?

- Lembra? Eu também desfilei pra Dsquared2 aquele dia. A atração principal foi ele, mas eu estava lá e fiz tanto quanto ele.

- Humm. Eu tinha esquecido esse seu trabalho com a Dsquared2. Eu acho que conheci vocês dois no mesmo dia então.

- É. Pra ser sincero, achei que aquele cara fosse gay.

- Gay?!

-Olha pra ele. Ele usava maquiagem, salto alto. Desfilou vestindo uma roupa estranha. Eu não considero aquilo masculino.


Eu estava perdendo a paciência. Se eu não fiz nada, tudo isso já morreu pra mim. Vá embora Enzo!

- Ele é um homem! - quase gritei.

- Tá certo, eu ainda tenho dúvidas, mas, você pretende ficar com ele?

- O anel que estou usando no momento diz o contrário?- Não - ele disse triste e olhando pra baixo.

- Carol, você não sentiu nada? Eu posso te dar muito mais do que esse Bill. Olha pra gente, seriamos o melhor casal da história.

- Não senti nada Enzo.


A verdade era que sim, havia sentido. Isso com certeza era um péssimo sinal. Só que, eu amo o Bill. Sim, eu o amo e é tudo.

- Nada mesmo? Vem, podemos tentar de novo - ele parecia desesperado.

- Não, você é louco?

- Como posso ter sentido o melhor beijo da minha vida e você não?

- Eu amo o Bill.


Ele se calou e foi em direção à saída.


- Eu não vou desistir de você Carolina Manfredini - disse e fechou a porta.

Taquei-me na cama outra vez e tentei dormir. Dei graças que já iríamos embora amanhã, ou melhor, hoje.


Fiz questão de deixar tudo pronto e partir o quanto antes. Bia e Isabelle estavam acordando. Tomaríamos café-da-manhã e daríamos só mais uma visita à Fontana Di Trevi.



- Já temos mesmo que ir? - disse Bia chateada.

- Temos e, por favor, vamos logo!

- Ah, Carol, deixa eu só tirar outra foto disso. Essa cidade é muito linda.

- Tá, Isa. Não demore.


Estava enjoada da paisagem, se é que isso era possível. Queria tanto ir pra casa e esquecer tudo não importa o quão perfeita fosse Roma.

- Já vi tudo, podemos ir.

- Ir pro aeroporto!


Da janela do avião, me despedi de Roma. Algo infelizmente me fez pensar nos dizeres de Enzo. "Eu não vou desistir de você".


Era uma ameaça? E o que ele iria fazer? Ir até a minha casa e me perseguir até aceitar beijá-lo outra vez? Não, nem Enzo Pretroski se submeteria a algo assim.

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Queria que meu namorado estivesse comigo caso ele me surpreendesse.
Nosso desembarque foi tranquilo, peguei minha mala e saí chamando o primeiro táxi que vi.


Dentro do carro, vi um sorriso. Isa estava feliz. Acho que no fundo ela também queria voltar pra casa.


Peguei as chaves mas não foi necessário. A porta estava aberta e dava para ouvir gritinhos e vozes de criança. Melissa estava fazendo uma tarde de brincadeiras com suas amiguinhas.


Respirei fundo e atravessei o chão cheio de brinquedos. Melissa me viu e correu para me abraçar. Quase caí sentada em cima da mala. Claro, fiz treze garotinhas gargalharem.

- Carol, como foi sua viagem?

- Foi boa, nonna. Luca está em casa? - quando disse isso os olhos cor de mel de Isa arregalaram.

- Ele saiu com os amigos para variar. Luca anda muito festeiro.


Era de se esperar que ele estivesse fora de casa. Ai Luca, Luca... Vi os olhos de Isa perder aquele brilho especial. Bia não largava o celular. Ela estava mandando mensagens para o Trentinno. Sim, depois de um lance, seriam super amigos.
Melissa e suas amiguinhas queriam que eu contasse da viagem e com certeza, do amiguinho alto. Cheguei a me perguntar, qual dos altos?


Enzo me lembrava Bill. Bill! Tenho que ligar pra ele!


Celular na mão e um botão de discagem rápida. Torcia para ele atender. Bip, Bip...

- Carol?

- Bill! - eu tinha de parar de assustá-lo toda vez que ligasse.

- Oi meine liebe. Você está bem?

- Sim, liguei pra dizer que cheguei em casa.

- É? Como foi o desfile?

- Deu tudo certo. Tive outra crise de nervosismo mas tudo acabou bem - ou melhor, com um beijo. Tentei me conter.

- Fico feliz que meu amor está tendo sucesso.

- Obrigada. E o cd? Quero saber das músicas que você anda escrevendo.

- Sim, sim, estamos trabalhando...

- Essa palavra de novo não Bill!

- Haha, o que posso fazer? Amo o que faço.

- Eu sei e isso é demais.

- Algum engraçadinho se aproveitou da minha namorada?

Wowww ele estava com ciúmes?! Ele se importava comigo. Não falaria de Enzo porque como disse, não aconteceu nada!



- Ah, Bill, os homens olham. Se perguntam por que eu estou sozinha mas, foi só. Nada de mais que valha a pena falar.

- Tudo bem. Vou sonhar com você como faço todas as noites. - Bill, antes de desligar, a Mel quer falar com você.

- Tá, me deixa falar com minha amiguinha.


Passei o celular para Melissa e ela ficou bem faceira.

- Altão! Saudade de você!

- Que bom Mel, eu também sinto. Anda aprontando muito?

- Não, sou uma mocinha comportada - tive de rir de sua voz. Melissa era uma comédia.

- Tudo bem, continue se comportando mocinha. Mande um beijo para sua irmã.- Tchau altão! Eu te amo.


Ouvir minha priminha dizer "eu te amo" para o meu namorado foi a coisa mais fofa do dia. Sentei e contei sobre a cidade de Roma para ela e suas amiguinhas.
Deitar em minha cama foi mais aconchegante do que jamais pensei. Queria virar de lado e ver meu par favorito de olhos castanhos, mas só via um ursinho de pelúcia.


Também quero sonhar com você meine liebe!


Adormeci logo em seguida. Luzes apagadas e um silêncio profundo, até Luca chegar e Isa abrir os olhos.


O garoto andava um pouco tonto e se equilibrava na escada como conseguia. Antes que pudesse dar outro passo lento, uma mão tocou seu braço e o ajudou a subir.

- Andou bebendo?

- Um pouco. Quando vocês chegaram?

- De tarde. Provavelmente você estava em uma festa.

- É o que ando fazendo toda noite.

- E vale a pena?

- Não sei.


Isabelle e Luca terminaram a conversa na porta do quarto dele. Ela o ajudou a entrar e logo saiu dizendo apenas: "Bons sonhos".


A mente atordoada de Luca o fez pensar pelo restante da noite. "Vale a pena?" Conclusão rápida: não.


Ele prometeu a si mesmo se dedicar mais ao jogo e não sair de casa toda noite. Ajudaria o pai com algumas pesquisas e visitaria o vinhedo com mais frequência ao lado de nonno Lorenzo.


Luca teria de abrir os olhos. Alguém acabaria com seu sofrimento. Ele amará um dia, desejava isso.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.