A água não foi ao acaso. Plutarch teve uma ótima ideia para garantir que Finnick fosse um dos primeiros a chegar à Cornucópia para se aliar à Katniss. Deu certo. Eles estão juntos, recolhendo armas e lutando contra os tributos. Não vou para onde os dois estão, pois poderia ser morta em segundos por algum dos Carreiristas do 1 ou do 2.

Estou dentro da água por alguns segundos, não movi nenhum músculo e ainda não afundei. Claro, o cinto em minha roupa! Não tinha percebido antes. Ele é uma espécie de boia, para não deixar os tributos morrerem afogados. Temos alguns desses lá no 4. Usamos esses cintos para ensinar as crianças a nadar. Plutarch pensou em tudo!

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Dentro da água, dou uma olhada ao meu redor, e vejo que a maioria dos tributos ainda está em seu prato de metal. Eles ainda não descobriram a utilidade do cinto. Um deles é Peeta, o menino do 12. Decido que o melhor a fazer é nadar o mais rápido que consigo até onde ele está, pois sei que Katniss e Finnick, após saírem da Cornucópia, irão procurá-lo.

Alcanço o raio oposto à Peeta em pouco tempo. Por causa do cinto, não precisei fazer nenhum esforço para me manter em pé, apenas dar um impulso com os braços para me mover na água. Katniss está à minha direita, com o arco levantado. Finnick está resgatando Peeta de seu prato de metal e o levando até a praia.

Aumento o ritmo das braçadas, para poder alcança-los. Katniss e Finnick agora colocam Peeta em terra firme. Quando estou quase chegando até eles, Finnick me puxa para fora da água rapidamente e sem dificuldades.

Ele me beija na testa, aliviado por me ver viva. Dou um tapinha no cinto e consigo pronunciar a palavra boia com um pouco de dificuldade.

– Olha, ela tem razão. Alguém descobriu. Finnick aponta para Beetee, a três raios de distância. Ele se debate nas ondas, mas está com a cabeça para fora dágua.

– O quê? Katniss pergunta.

– Os cintos. Eles são dispositivos que flutuam. Você precisa dar um impulso para a frente, mas eles não vão deixar você se afogar. responde Finnick, e eu balanço a cabeça em concordância.

Katniss diz para seguirmos em frente. Ela dá um arco, uma aljava de flechas e uma faca para Peeta. Cutuco seu braço e reclamo, afinal, sou a única que não tenho algo para me defender aqui. Tenho oitenta anos, mas não sou uma velha inútil!

Quando ela percebe que estou sem alguma coisa, me entrega o furador. Bom, pelo menos já é alguma coisa. Encaixo o cabo entre minhas gengivas, e estendo o braço para Finnick. Ele joga a rede em suas costas e me coloca em cima dela, como combinamos, e vamos embora dali. Ao olhar para trás, percebo que Brutus, Enobaria, Gloss e Cashmere estão pegando armas na Cornucópia. Tinha certeza de que formariam uma aliança.

Depois da praia, há uma selva com árvores altas, troncos lisos e poucos galhos. A terra é preta e esponjosa, e o ar é bem úmido. Peeta vai na frente, cortando a vegetação com a faca. Finnick está com seu tridente na mão. Katniss segue atrás de nós, com o arco preparado.

Depois de andarmos por mais ou menos um quilômetro, paramos para descansar. Katniss escala uma árvore para ter a visão do que está acontecendo na Cornucópia. Finnick assume uma posição defensiva com seu tridente, caso Katniss resolva atacar, e me coloca atrás dele. Afinal, ela não sabe da aliança que foi feita entre metade dos tributos para manter os dois do 12 vivos.

Quando ela desce, Finnick pergunta:

– O que está acontecendo lá embaixo, Katniss? Estão todos de mãos dadas? Fizeram votos de não violência? Jogaram as armas no mar em desafio à Capital?

– Não. ela responde

– Não. Porque seja lá o que tenha acontecido no passado, agora é mais do que o passado. E ninguém nessa arena foi vitorioso por acaso. Finnick olha para Peeta por um instante Talvez com exceção de Peeta.

Realmente, o menino não seria capaz de machucar ninguém, ele era muito bondoso. Diferente do resto de nós, que matamos pessoas para sair com vida dos Jogos Vorazes.

Finnick está esperando que Katniss faça o primeiro movimento. Ela parece confusa sobre o que fazer, até que Peeta se coloca no meio dos dois, impedindo que uam luta começe. Ainda bem.

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– Quantos estão mortos mesmo? ele pergunta.

– É difícil dizer. Pelo menos seis, eu acho. E eles ainda estão lutando. responde Katniss.

– Vamos seguir em frente. A gente precisa achar água. ele diz, determinado.

– É melhor a gente achar isso logo. A gente precisa estar escondido quando os outros vierem nos caçar à noite. diz Finnick.

Retornamos a andar. Já estava com muita sede, e o calor da arena só piorava a sensação. Depois de mais ou menos um quilômetro, parece que estávamos chegando ao cume da montanha.

– De repente temos mais sorte do outro lado. Talvez a gente ache uma fonte ou algo assim. diz Katniss.

Peeta posiciona a faca para cortar algumas trepadeiras, e do nada escuto um zunido agudo. De repente, ele é lançado para trás, derrubando eu e Finnick no chão.

Nada acontece conosco, mas vejo Peeta imóvel numa rede de trepadeiras.

– Peeta? - chama Katniss, agoniada.

Sinto cheiro de cabelo queimado. Ele atingiu o campo de força que cerca a arena, algo que pode ser fatal. Katniss não sabe o que fazer. Desesperada, espera alguma reação de Peeta, mas nada acontece. Ele não morreu, pois não ouvimos nenhum canhão. Mas o coração dele deve ter parado com o choque que recebeu ao atingir a área do campo de força. E agora?