Chateada

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A Gabi não gostou muito daquele abraço, mas logo desmanchou a cara de ciúmes porque a Monique foi devidamente apresentada.

- Bem e você primo? - a loira respondeu com um sorrisinho.

- Bem também... gente essa aqui é a Monique, minha prima, ela estava fazendo intercambio em Lisboa. - Rafa apresentou.

- Oi, prazer, Gabi, namorada do Rafa. - Gabi sorriu.

- Jura? Você conseguiu domar o Rafa então? Que poder garota! - Monique abraçou a Gabi.

A Gabi gostou do elogio...

- Oi, sou a Manu... amiga da Gabi...

- Prazer Manu. - outro abraço.

- Oi, eu sou o Felipe, ou só Lipe... amigo do Rafa e irmão da Gabi...

- Hum... vocês não são namorados então? - ela apontou pra mim e pro Lipe, ele me olhou.

- Não... - Lipe respondeu.

- Não... - falei também.

Ela sorriu.

- A Monique vai ficar essa semana aqui em casa, talvez ela fique até semana que vem... enquanto isso ela fica no quarto ao lado do Lipe... - Sara falou.

- Ok. – ela sorriu novamente.

O Lipe estava olhando pra ela, pro corpo dela. Aquilo me deu uma cortada no coração, mas eu não podia fazer nada. Ele era um galinha e eu sabia disso, sabia que ele não gostava de mim de verdade e sabia que eu era só pra passar o tempo, mas ainda bem que descobri isso antes, antes de me envolver mais. Pelo menos assim eu sofreria menos... eu acho. Eu estava visivelmente triste.

- Gente, eu vou subir... não estou muito bem... – olhei para o chão.

- O que você tem amiga? - Gabi me olhou curiosa.

- Nada não... amanhã eu melhoro... - tentei um sorriso.

- Ok.

- Quer ajuda pra ir pro quarto? – Lipe me olhou preocupado.

- Não. – olhei séria para ele e subi as escadas.

- Manu... - ele chamou.

Eu fiz que não ouvi e continuei subindo, entrei no meu quarto, fechei a porta e sentei na janela. Fiquei olhando pra lua, e de repente vi sentados na varanda, o Rafa, a Gabi, o Lipe e a Monique. Aquilo me doeu por dentro. Eu fiquei totalmente de lado. Fiquei observando mais um pouco, e de repente Lipe olhou para a lua, eu fiquei olhando para ele. Ele notou e olhou para mim, ficamos nos encarando um pouco, até que uma lagrima escorreu do meu rosto, tentei esconder e saí rapidamente da janela. Apaguei a luz e deitei. Um pequeno tempo depois ouvi uma batida na porta.

- Manu, ta dormindo? - era a voz da Gabi.

Ela entrou, ligou a luz e sentou do meu lado.

- Tudo bem amiga?

Eu levantei e a abracei.

- Ele não me ama, você viu? Viu o jeito como ele olhou pra ela? - Eu estava chorando.

- Amiga... calma... não é bem assim...

Nesse momento o Lipe entrou no quarto.

- Manu... - ele falou.

- Me deixa quieta! Por favor. Você também Gabi... eu estou bem... juro. –menti.

Ela e o Lipe saíram do meu quarto, fiquei chorando e adormeci assim.

Narrado por Felipe:

Voltamos do passeio a cavalo, que foi perfeito, e encontramos na sala os pais do Rafa e uma garota, chamada Monique. Cara, que menina linda! A Manu ficou meio mal e foi deitar, nós ficamos na varanda conversando, a Monique até era legal, mas a Manu fazia falta, só ela sabe como me fazer calar a boca quando falo alguma besteira. Olhei pra lua e lembrei dela, de repente a vi sentada na janela do quarto me olhando, logo ela saiu de lá. Subimos todos logo em seguida para nossos quartos, eu e o Rafa levamos as malas da Monique até o quarto dela, cara, a mina vai fica uma semana aqui e trouxe quatro malas... Deixamos as coisas dela lá, a Gabi tinha ido até o quarto da Manu ver como ela estava. Fui até lá também, vi que ela estava chorando tentei falar com ela mas não deu... Percebi que ela tinha ficado com ciúmes e eu só tinha percebido tarde de mais... Fui pro meu quarto e demorei pra pegar no sono, eu queria toda hora levantar e ir até ela, pedir desculpas, mas desculpas pelo quê e porquê? Acabei dormindo.

Narrado por Manu:

Levantei antes de todos e saí para dar uma volta a cavalo. Peguei o cavalo que eu gostava e montei, fui andando pelo pasto. Uma hora alguma coisa assustou o cavalo, ele começou a correr rápido e eu não conseguia controlá-lo. Tentei gritar, mas eu estava no meio do pasto, quem ia me ouvir?

- Para! Para! Ou, ou - gritei sem resultado nenhum.

Não tinha nada ali por perto, nenhum dos caras que cuida do campo, eles deviam estar com os animais e eu não sabia o que fazer, a única saída foi segurar firme no cavalo tentando não cair enquanto tentava fazer ele parar.

- Ou cavalinho, Ou, para... - eu tentava fazer ele parar de correr, mas nada resolvia, ele só corria mais e mais.

O cavalo estava trotando como se estivesse possuído, ele parou de súbito de correr uma hora, a força foi tanta que eu voei por cima dele sendo jogada para longe. Caí, bati com tudo no chão. Apaguei.