Lágrimas Perdidas

Capitulo 8: Lágrimas Perdidas


Quando saí de casa eu tinha um único objetivo: chegar ao aeroporto. E foi só nisso que pensei até entrar no taxi. Porque lá estaria o Luke me esperando. Depois de uma semana, enfim voltaria a vê-lo e quando ele me abraçasse tudo ficaria bem novamente. Na primeira metade do caminho do apartamento da Blan até o aeroporto, meu coração estava aos saltos, batia muito rápido e forte, e enquanto eu mordia o lábio inferior, comecei a analisar tudo o que Luke me disse momentos atrás ao celular. Foi então que me dei conta que meu coração não estava batendo acelerado daquele jeito por ansiedade para ver o Luke, mas por medo do que eu estava deixando para trás. Abracei forte minha bolsa, enquanto algumas vozes se repetiam na minha cabeça.

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"Mas agora vai ser diferente" - disse se afastando - "Você não vai mais brincar comigo. Se quiser ficar com esse cara, então fique. Só saiba que não terá meu apoio" - saiu e fechou a porta, me deixando ali excitada e confusa”.

"Não seja injusto Luke. Eu faço o possível para estar aqui com você" - eu falei com minha voz mais alta que o normal, depois de dois meses juntos - "Meus amigos estão frios comigo, meu quarto está vazio lá embaixo porque escolhi passar esta noite aqui com você, me arriscando ao fazer isto"

"Poncho eu já perdi faz tempo" - dei de ombros.

"Sabe, você é tão madura às vezes. Mas na maioria das vezes é tão inocente, tão ingênua que é preciso medir as palavras antes de lhe dizê-las"

"Por que diz isso?" - perguntei confusa.

"Porque é assim, Dul. Não vou dizer por que disse isso, mas quero que você fique mais atenta com as coisas ao seu redor. Se abre mais para a vida, seja mais corajosa. Você é muito fechada, e muitas vezes deixa passar muita coisa"

"É que estou um pouco assustada com tudo isso, sabe?!" - ela assentiu - "Não é como se eu estivesse com um cara que mora no mesmo país que eu. Quero dizer, não é que as coisas seriam mais fáceis, mas seriam menos complicadas, eu acho" - fiz uma careta - "Vê? Me perco nas minhas próprias palavras" - ela sorriu.

"Às vezes me pego pensando em nós, e não me lembro do nosso último beijo. E isso me deixa mal, sabe?! Quero dizer, ele foi tão importante para mim, e não consigo lembrar da última vez que nos beijamos"

"Como nós sabemos que estamos tomando a decisão certa?" - perguntei ainda abraçada ao meu porto seguro.

"Não sabemos; se erramos na decisão é porque não era para ser de outra maneira e aprendemos com o erro, se acertamos então desfrutamos este êxito. Só devemos fazer o coração e a razão entrarem em um acordo"

“Na parte em que cantamos juntos, ele se virou para mim, colocou a mão na cintura e cantou com desdém. Fechei os olhos para disfarçar o choque e a frustração”.

"Só queríamos te proteger desta relação com o tal Luke. Quero dizer, não que ele seja má pessoa. Mas você está sempre viajando muito, e ele também; seus encontros são, sei lá.. Como posso dizer!? Informais demais, entende!? Falo isso por mim, que sou homem. É muito mal visto, para quem ver de fora. E meio que te perder por algo assim foi frustrante, por não conseguir fazer nada e te afastar ainda mais quando você tentava provar que éramos os únicos errados"

"Te acho tão vulnerável, Dulce que isto me preocupa de verdade. Eu sei que é uma pessoa analítica, mas às vezes sua vulnerabilidade fala mais alto. Você faz as coisas sem parar primeiro para observar e refletir. Quero dizer, não é sempre e nem é para tudo o que faz, é como eu disse, você é analítica. Mas para certas coisas.. É sério, isto me assusta, me preocupa. Já te falei isso. Ver como você está com aquele cara a cada viagem, aquilo estava me deixando impotente. Porque quanto mais eu tentava abrir seus olhos, mais você se afastava. E era eu, quem você costumava ouvir, acreditar, enfim"

"Eu sei que sou muito grosso, você também sabe disso. Já te falei tantas coisas que você não merecia ouvir, na hora da raiva. Como esta última vez"

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"De alguma forma, eu sei que também estava errada"

"Mas não justifica eu agir com você daquele jeito" - dei de ombros, fazendo uma careta - "E hoje no Teleton, também" - ficamos em silêncio. Ele esticou a mão e repousou-a sobre o colchão com a palma virada para cima. Eu olhei e ele chamou a minha com os dedos. Estiquei a minha até a dele, e ele segurou-a bem forte - "E eu te conheço há muitos anos. Sei que você é desligada para algumas coisas, dengosa, birrenta.." - escondi meu sorriso com os dedos da minha mão livre.

"Vamos esquecer isto, sim?" - ele fazia carinho no dorso da minha mão com seu dedo polegar - "Dame tu abrazo" - inclinei-me sobre ele.

Dei-me conta de que chegara ao aeroporto, quando o taxista chamou minha atenção virando para trás e me avisando. Ao deixar o taxi, olhei para frente e vi a porta do aeroporto com algumas pessoas entrando e outras saindo, pouco movimento devido ao horário. Lá dentro estava Luke me esperando em algum lugar. Soltei um soluço de pavor ao me lembrar de suas palavras ao telefone. Ao olhar para trás, o taxi já não estava mais ali. Cocei a nunca, tentando convencer a mim mesma de que estava tomando a melhor decisão.

Senti de repente, mãos nos meus ombros e me virei em um reflexo para ver quem era. Vi Poncho com uma expressão dura atrás de mim, me olhando.

"Como você vem para o aeroporto sozinha?" - baixei a cabeça e permaneci em silêncio - "Por sorte é madrugada e quase não há ninguém aqui fora"

"Me tira daqui?" - pedi fazendo uma careta.

Caminhamos em silêncio pelo estacionamento. Após abrir a porta do carro para que eu entrasse, ele deu a volta ocupando o lugar à frente do volante. Permanecemos em silêncio, até ele colocar um molho de chaves na minha frente.

"As chaves" - colocando-as sobre minha bolsa, que estava sobre minhas pernas - "Saí de lá tão rápido que nem tive tempo de parar para entregar ao porteiro, nem a ninguém" - ainda permanecia em silêncio, admitindo a mim mesma que eu estava, talvez não onde eu queria, mas onde eu precisava estar - "Quando você saiu de lá falando que viria ao aeroporto, não pude acreditar. Esta não é a Dulce que eu conheço. Quero dizer, já se esqueceu o que poderia te acontecer se tivesse fãs aqui? Luke ainda não se deu conta disso? E você? Não pensou nisto?"

"Quando o Luke me ligou.." - disse, após mais um momento de silêncio - ".. ele disse que pensou esta última semana e chegou a conclusão de que já não quer seguir como estamos. Que quer me ter cem por cento, e quer que eu o tenha cem por cento, também. E para isso, nós dois teríamos que abrir mão de algumas coisas. Eu tinha que me decidir, e ele estaria esperando minha resposta aqui até a hora de embarque"

"Você abriu mão de tudo por ele muito rápido, verdade?" - suspirei lento e profundamente, e o olhei - "Todavia lo quiere?" - me perguntou com uma careta perplexa.

"Quando saí de casa, eu achava que sim, que estava decidida"

Os minutos que se seguiram foram no mais absoluto silêncio dentro do carro. Ele não me perguntou mais nada, e eu voltei a lembrar de tudo que passou pela minha cabeça dentro do taxi. Repensei na minha vida nos últimos quatro anos. No fim, me perguntei o que foram os últimos quatro meses.

"Eu não me lembro quando foi nosso último beijo" - falei, de repente.

"Que?" - me olhou.

"Não me lembro quando nos beijamos pela última vez" - ele olhou para frente e segurou firme o volante.

"Era madrugada de 5ª feira" - ele disse minutos depois. O olhei - "Estávamos em Porto Alegre, em turnê no Brasil em abril. Naquela noite todos saímos para uma churrascaria da cidade. Bebemos além do limite, e quando voltamos para o hotel, demos um pouco de trabalho para todos" - disse dando um sorriso torto. Mordi meu lábio inferior, sorrindo ao me lembrar - "Um tempo depois você começou a se sentir mal e foi para o quarto tomar banho. Mais tarde me ligou, pedindo para ir lá te desejar boa noite. Seus cabelos estavam molhados e tinha um cheiro bom, de alguma fruta, uva talvez. Foi um beijo calmo e breve, e com gosto de canela, do Trident que eu tinha na boca.., que por acaso você o pegou e não devolveu" - me olhou por um breve instante, sorrindo - "Este foi o nosso último beijo" - finalizou, sério.

"Melancia" – eu disse após um tempo.

"O quê?" - me olhou confuso.

"Meu xampu era de melancia" - ele assentiu, pensativo.

Não me lembro qual foi a última vez que senti uma dor tão profunda pesando meu peito como essa. Na verdade..., não sei se um dia cheguei a me sentir assim. Como agora que vejo meus sonhos fugirem das minhas mãos, como dente de leão quando são levados pelo vento, sem um destino certo. Às vezes é engraçado como o destino brinca com a gente, nos colocando em dois lados, deixando em nossas mãos a escolha que vai mudar a nossa vida.. Talvez esse peso que sinto seja arrependimento por está silenciando uma resposta que no fundo, eu sei qual é. Ou talvez seja a dor de estar perdendo uma chance para o meu coração. Ironia é eu estar sem resposta agora, quando no início a dona de uma resposta era eu..

Minha mãe falou que eu precisava pensar tanto com a razão, quanto com o coração. Minha razão dizia que eu devia sair do carro e ir até o Luke, conversar com ele e tentar encontrar outra saída para a nossa relação. Minha razão dizia que com o Luke ou qualquer outro cara meu coração estaria seguro, não sofreria. Mas meu coração gritava que eu devia enxergar que Poncho sempre esteve ali, mostrando que ainda me amava e que eu devia ser corajosa e me abrir mais para a vida. Eu devia admitir para mim mesma que eu ainda o amava, que há quatro anos o amo e que ele sempre será o homem que vou amar. Eu devia admitir isso a ele, também. Mas eu tinha medo.. Já sofri tanto por causa dele, que me fez acreditar que nós nunca daríamos realmente certo, e eu sempre acabaria machucada.

Pensei outra vez com a razão, e percebi que eu sofreria mais se eu me envolvesse com o Luke ou qualquer outro homem, porque por mais feliz que eu estivesse com esta pessoa, eu nunca estaria realizada e completa, minha vida sempre teria um vazio. Meu coração dizia que era melhor me arriscar a sofrer com alguém e por alguém que eu amo, do que sofrer por não tentar viver e desfrutar dos momentos bons.

“Mudando, movendo num círculo, eu posso ver sua face em todos os meus sonhos

Sorrindo, rindo das sombras

Enquanto eu ouço sua voz eu sei o que quer dizer, eu sei que não importa o quanto eu tentei, você é a razão para a minha vida

Desilusão, desilusão é tudo o que você deixou para mim

Como eu posso te esquecer enquanto meu mundo está vindo abaixo?

Você é tudo o que eu tenho, você é tudo o que eu quero

Desilusão, desilusões agora é tudo o que eu tenho

Desejando, esperando, perseguindo as sombras, eu vejo seu rosto em todo lugar na cidade

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Pensando, imaginando o que você está fazendo

Eu não consigo parar de gritar alto

Eles dizem que minha ferida vai se curar e só vai deixar uma cicatriz

Mas então, eles nunca compartilharam nosso amor”

(Abba - Disillusion)

"Me leva para casa?" - pedi, minutos depois.

"Dulce, e-" – o interrompi.

"Só quero ir para casa.." - disse enxugando uma fina lágrima que ameaçava cair logo abaixo dos olhos.

Ele hesitou um pouco, mas deu partida no carro, e fomos todo o caminho em silêncio. Ao estacionar em frente o prédio da Blan, ele desligou o motor e permaneceu em silêncio, olhando para frente em vez de descer para abrir a porta para mim, como costumava fazer. Imaginei então, que ele ainda estava pensando sobre tudo isto.

"Você vai ficar bem sozinha?" - perguntou, por fim.

"Não" - admiti, num sussurro.

Ele assentiu e saiu do carro. Deu a volta e abriu a porta para mim. Pegou minha bolsa e subimos em silêncio. Quando chegamos ao quarto, me sentei na cama e apoiei minhas mãos no colchão em cada lado do meu corpo, e antes de baixar a cabeça e mirar o chão, vi quando ele deixou minha bolsa no chão ao lado da porta.

Comecei a chorar, então senti quando ele se aproximou e afagou meus cabelos.

"Se você ainda quiser, dá tempo de chegar ao aeroporto"

"Para de ser legal comigo" - pedi, soluçando.

"Eu não posso" - ficamos em silêncio por um tempo, e o único ruído era o meu choro. Fechei meus olhos apertando-os forte, então senti o colchão se mover quando ele se sentou ao meu lado - "Eu não sei o que fazer para te ajudar" - levantei a cabeça e o mirei.

Aproximei-me dele, sentando-me em suas pernas. Escondi meu rosto em seu peito, abraçando bem forte seu corpo. Desta vez chorei com mais intensidade. Ele acariciava minhas costas e meus cabelos sem dizer nada. Ali abraçada a ele, chorei por ter desistido do óbvio, ter fugido deste sentimento, ter negado tanto a ele quanto a mim que ele era o óbvio na minha vida, e que por mais que eu procurasse o amor nos Luke's que a vida colocasse no meu caminho, o meu verdadeiro amor estaria sempre no óbvio, nos braços onde eu estava naquele momento.

"Tudo vai ficar bem" - ele sussurrava perto do meu ouvido.

"Eu não posso" - solucei.

"Lo sé" - disse, afagando meus cabelos

"Eu não posso" - repeti, incapaz de desmenti-lo. Ele não sabia que depois de tentar muito, eu já não conseguia mais fugir dele e do amor que sentia por ele - "Eu não posso mais"

"Shh.."

"Eu te odeio tanto" - disse entre soluços, dando um leve soco em seu peito - "Odeio você" - agarrando sua blusa sobre o peito dentre meus dedos. Ele parou os carinhos e permaneceu em silêncio, ouvindo o que eu dizia - "Você é a pessoa que mais me fez sofrer até hoje, que mais me machucou. E minha vida já não é mais a mesma.. Tentei recomeçar duas vezes e não consegui.. Droga, Poncho! Eu devia te odiar!" - me ergui, abraçando seu pescoço - "Por não consegui tirar você de mim, devia te odiar por você estar sempre perto de mim me fazendo lembrar de tudo" - ele abraçou forte minha cintura.

"Eu nunca quis te fazer sofrer" - ficamos um tempo em silêncio - "Para o erro, há perdão. Para os fracassos, uma nova chance. E para os amores impossíveis, o tempo" - ele sussurrou. Afastei-me e o olhei surpreendida.

"Ontem Luke me mand-" - me interrompi ao dar-me conta - "Espera! Foi você? A mensagem de texto?!" - ele assentiu, sério - "Todas?" - perguntei, sentindo meu coração disparar. Ele me olhou confuso.

"Te mandei apenas uma, que dizia tudo o que sentia" - o olhei, mas em segundos sua imagem tornou-se desfocada pelas lágrimas que empapavam meus olhos - "Eu precisava estar com você de alguma forma ontem. Eu queria que seu aniversário tivesse sido diferente, queria ter comemorado com você" - disse, enquanto passava o dedo polegar sobre minhas lágrimas, então vi quando fez uma careta triste. Entreguei-lhe meu celular, para que ele visse as mensagens que recebi. Ele leu todas, balançando a cabeça para os lados - "Eu nunca desisti, nem vou desistir de você, como ele está desistindo nestas mensagens. Se o destino insistir em nos separar, eu sempre vou te esperar, outra vez. Como estou fazendo até agora... esperando"

"Meu desejo de aniversário se realizou" - sorri, entre lágrimas. Ele tombou a cabeça, me olhando curioso - "Pedi para voltar a te ver, com nossos sonhos difíceis e com.. Bem.." - cocei minha nuca, o que o fez sorrir - "com algo que é só nosso e ninguém precisa saber. Só não sabia que era você que estava no meu coração quando fiz o pedido" - confessei, sorrindo timidamente. Ele pegou meu rosto com as duas mãos e me olhou sorrindo, antes de me abraçar bem forte -"Eu era mais feliz antes de decidir tentar ser feliz sem você" - disse um tempo depois, descansando meu rosto em seu ombro.

"Desistimos muito rápido" - balancei a cabeça para os lados.

"Você sabe que não foi assim.." - disse, acariciando sua nuca - "Nós tentamos muitas vezes"

"Talvez tenhamos tentado do modo errado" - beijei seu pescoço, antes de me afastar e me sentar ao seu lado - "Eu quero te ver feliz, mesmo que sua felicidade não esteja comigo" - disse, afastando minha franja.

"Minha felicidade está com você, ainda que eu sofra ao seu lado" - ele ficou me olhando por um tempo - "Parece loucura, eu sei" - ele se aproximou, e antes que seus lábios tocassem os meus, eu já havia fechado meus olhos.

"O que vamos fazer com isto que nos passa?" - me perguntou, quando abaixei a cabeça ao final do beijo.

"Não sei.." - respondi alguns segundos depois, evitando olha-lo - "Não sei se eu.. Não sei se consigo esquecer tudo o que aconteceu entre nós"

"Bem, olha.." - o olhei, ele pegou minhas mãos - "Se te serve te consolo, eu também tenho muitas coisas para esquecer. Mas, vamos fazer um esforço?!"

"É que, não sei se só com esforço se pode esquecer tantas coisas.." - o olhei, apertando os lábios, e baixei minha mirada em seguida.

"Dul, se você me quer e eu te quero, eu acredito que as coisas podem dar certo" - levantei minha cabeça, mirando-o.

"O que você quer dizer com isto?"

"Que comecemos de novo, do zero. Como se fossemos dois desconhecidos; sem passado, e sem nada para nos atrapalhar" - fiquei vendo-o se aproximar, até sentir seus lábios sobre os meus outra vez - "Quero voltar a ser feliz com a única pessoa que posso amar" - fez uma leve carícia no meu rosto com o nariz. Segurei as mãos dele sobre meu rosto e assenti, fechando os olhos.

Uma nova lágrima caiu, então abri meus olhos e o olhei sorrindo. Respirei, dando as boas vindas para o recomeço, o nosso recomeço.