Seus olhos estavam fixos aos meus enquanto seu corpo descansava encostado a porta meio aberta, eu fiz questão de desviar meu olhar do dele, mesmo tendo que me esforçar bastante para concluir tal ato. Então vagarosamente ele se moveu dando-me passagem para dentro de sua casa, entrei e fui observando o rastro molhado que eu havia deixado desde a porta até onde parei – mais ou menos no meio da sala.

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Até ali eu ainda não tinha falado nada, muito menos ele, então resolvi ir bem rápido na cozinha pegar um pano para enxugar o chão, – não gostava muito de deixar as coisas fora de ordem - mas antes mesmo de um músculo meu conseguir se mover eu ouvi a voz de Sasuke soar ao meu lado.

-Acho melhor você trocar de roupa. - ele disse indo pro quarto como se me guiasse.

Obviamente o segui, deixando mais rastros por onde passava. Chegando lá, ele estava com uma blusa em mãos e olhou sugestivamente para ela e depois para mim. Eu não falei nada, apenas balancei a cabeça negativamente indo em direção a minha mochila. Droga, pensei, sem roupas. Então virei e de cabeça baixa peguei a blusa da mão de Sasuke e fui ao banheiro.

Tirei a roupa com um pouco de dificuldade, já que ela estava encharcada, depois me enxuguei com a minha toalha que estava pendurada ao lado da pia e logo coloquei a blusa que Sasuke me ofereceu, me olhei no espelho e vi a tragédia que eu estava dentro daquela ‘sacola’, meu corpo era totalmente desproporcional ao tipo de corpo que aquela blusa vestia.

Saí do banheiro com a esperança de Sasuke não estar mais lá, pois realmente não estava a fim de ser vista daquele jeito e também queria finalmente poder ir a cozinha pegar o pano para tranquilamente enxugar aqueles rastros que eu havia deixado por toda a casa, mas como sempre nada é do jeito que quero, ele estava sentado na cama observando a chuva na sua frenética queda pela janela de vidro, calmamente virou em minha direção, com a expressão indecifrável.

Mais outra vez desviei meu olhar do dele, não queria que visse que não importava a situação meus olhos sempre estavam voltados para ele, então com a cabeça baixa fui me dirigindo à porta.

-Você... Está fugindo de mim? – ele perguntou com um tom meio irônico, quase uma afirmação.

Eu parei, não foi preciso muito tempo para ele perceber que seu palpite era correto.

-Sabe que isso é infantil, não sabe? – ele falou se levantando.

Aquilo era a mais pura verdade, eu estava tão decidida um tempo atrás e agora me utilizava de coisas banais para fugir do foco, pois eu tinha medo, medo de me decepcionar.

-Acho que não adiantaria se eu dissesse que tenho que enxugar isso, adiantaria?! – falei olhando para trás.

-Não mesmo. – ele respondeu sentando novamente, só que desta vez próximo de onde eu estava e logo depois fazendo um sinal para que eu sentasse também.

Respirei fundo e sentei. Agora iria ouvir tudo, sem mais fugas. Olhei-o nos olhos, mas logo depois abaixei meu olhar e fiquei a observar os meus dedos baterem em minhas pernas num ritmo desconcertado.

-Sinceramente eu não sei por onde começar. – finalmente falei algo, quebrando o curto silêncio.

-Pergunte o que quiser e eu irei responder. – depois que disse isso, com uma das mãos pegou no meu queixo e alinhou nossos olhares.

Eu não sabia muito bem o que perguntar primeiro, então resolvi começar com algo básico, que definiria todo o resto.

-Bom, eu quero saber se agora, que recuperou sua visão, você irá continuar aqui em Konoha? – perguntei com um pouco de receio da resposta, e então outra vez abaixei meu olhar.

Sasuke realinhou nossos olhares novamente, e quando me tocou desta vez me senti mais nervosa, talvez pelo que eu estava esperando que ele respondesse.

-Primeiro, não desvie seus olhos dos meus, gosto de poder explorar seu olhar. – ele falou sério, me deixando meio envergonhada – Segundo, não tenho porque sair daqui, até consigo ver um futuro propício.

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-Um futuro propício? – eu perguntei mais relaxada, achei que ele realmente iria me dar muitas informações naquela madrugada.

-Sim. Mas isso depende de uma coisa. – ele falou com o olhar bem fixo ao meu, mostrava-se muito sério.

-Do que? – perguntei curiosa.

-Não quero falar sobre isso agora. – quando ele terminou senti que minha expressão havia mudado – O que foi? Te desapontei?

-Sim. – respondi com o tom meio ferido – Achei que tudo que eu fosse perguntar você iria responder.

-Eu disse que não falaria agora, mas sim depois. – prometeu-me – Aliás, essa não era a pergunta que eu esperava que você fizesse primeiro. Mas continue, pergunte mais. – ele parecia está gostando daquela situação.

-O que você achava do time 7? – perguntei lembrando-me dos bons e maus momentos que havíamos passado juntos, todos os quatro.

-Achava?! – ele pareceu surpreso.

Eu apenas balancei a cabeça positivamente.

-Hum. – ele demorou um pouco para responder – Eu tinha aquele time como minha família. Minha segunda família. – desta vez ele desviou o olhar do meu, o que me deixou confusa.

A resposta dele na verdade me pegou de surpresa, pensei que iria vir com palavras superficiais, e agora nada mais fazia sentido.

-Sua segunda família? – ele rapidamente retornou a olhar para mim, talvez pela minha perceptível indignação – Como tem coragem de falar isso?

Ele estava com os olhos arregalados, provavelmente esperava uma reação melhor diante da sua resposta. A boca dele abria como se quisesse falar algo, mas nada era proferido, seus olhos indicavam que ele precisava de mais explicações minhas.

-Se éramos tão importantes assim para você, por que foi embora? –naquele instante, eu estava começando a perder o controle sobre minhas emoções - Sei que tinha sua vingança, mas por que não disse nada antes? – a mágoa que guardava dessa época era maior do que eu mesmo imaginava, me assustei por conclui isso naquele instante.

-Você teria me deixado partir se eu a falasse algo sobre isso? – ele falou com a voz calma.

Não respondi nada, afinal aquela era uma pergunta retórica, eu estava totalmente ciente disto.

-Se sem saber disso você tentou me impedir, imagina se eu tivesse falado o quanto vocês eram importantes pra mim. – disse com o olhar distante, como se lembrasse de alguma coisa.

Eu achei que começava a compreendê-lo, mas percebi que ainda faltavam muitas coisas para serem resolvidas, assim eu iria perguntar logo antes que me faltasse coragem.

-Então, naquela madrugada não consegui te convencer só porque estava focado o bastante? – perguntei confusa, talvez frustrada – Minhas lágrimas e palavras não tiveram mesmo efeito algum sobre você?

-Você é que pensa. – ele falou pegando as minhas mãos – Não pude ao menos suportar vê-la chorando, por isso tive que te falar aquelas coisas, te desacordar. Se não os tivesse feito acabaria cedendo aos seus apelos. – então ele apertou suavemente minhas mãos, talvez involuntariamente.

Meu coração estava acelerado, realmente eram muitas as coisas descobertas ali. Sentir o toque das mãos de Sasuke naquela hora só me deixou mais nervosa.

-Mas por que não me deixou ir com você? Eu iria lhe ajudar, tenho certeza que iria. – eu estava quase gritando, era maravilhoso e horrível falar sobre aquilo - Só não te queria longe, só não queria ter sofrido por todos estes anos. – falei mais baixo, deixando algumas lágrimas escaparem dos meus olhos.

Seus dedos acariciaram suavemente as costas das minhas mãos como sinal de conforto, de lá partiram para as minhas bochechas onde tiraram o excesso de lágrimas e então retornaram a segurar minhas mãos.

-A idéia me veio apenas uma vez em mente, mas logo a descartei. Era muito arriscado, eu estaria te levando para um jogo perigoso, onde o fim era a morte. – ele ficou meio sombrio ao falar aquilo – Era a mim que Orochimaru queria e eu não ia te envolver nisso. – voltou a apertar levemente as minhas mãos - Naquela época eu não tinha chances contra ele, e vê-lo te matando sem poder fazer nada iria me massacrar por dentro, e isso não estava nos meus planos. Nunca esteve.

-Sasuke, mas você mesmo tentou me matar depois! – eu falei um pouco receosa.

Ele apertou os olhos como se sentisse um desconforto, passou um tempo em silêncio e depois voltou a olhar para mim, uma expressão sofrida.

-Não. Tudo que aconteceu antes foi uma insana mentira, momentos esquecíveis. – eu pude decifrar em um curto momento, o que os olhos de Sasuke transmitiam, era pura dor – Só queria ver se agindo como um completo idiota você me esqueceria, me odiaria. Mas não foi o que aconteceu, então tentei ser cada vez pior. – me olhou intensamente – Desculpe-me. – falou numa afabilidade nunca captada na voz daquele homem.

-Sasuke... – eu sussurrei enquanto encarava ternamente sua face, mas não o conseguia ver muito bem, já que meus olhos estavam meio banhados de lágrimas.

Provavelmente me chamariam de idiota por chorar com aquela situação, mas é de Uchiha Sasuke que estou falando, ele nunca foi de discorrer muitas palavras e agora tudo que era dito tinha um imenso valor dentro de mim.

Alguns segundos se passaram, e nós estávamos apenas nos olhando, talvez curtindo a união das nossas mãos. Não conseguiria falar nada, pelo menos não agora, me concentraria unicamente em explorar o olhar de Sasuke - que sempre foi um mistério para mim – mas acho que ele não tinha a mesma idéia, pois logo pude ouvir sua voz.

-Eu te deixei pra trás, e pensava que se mantivesse o foco na minha vingança, no meu treinamento, era lá que você ficaria: para trás, no passado. Puff! – ele murmurou, soltando um riso frustrado – Leviano erro! Toda vez que me deitava para dormir você reinava no meu pensamento, enquanto nos meus sonhos me implorava pra voltar.

Minhas lágrimas não pararam, nunca pensei no Sasuke falando aquilo. Isso queria dizer que ele realmente gostava de mim?! Eu estava extasiada com a idéia, não havia espaço para razão e foi com minha total emoção que agi, simplesmente o abracei forte, antes que ele sumisse ou eu acordasse, mas nada disso aconteceu, o que realmente ocorreu foi ele retribuir ao meu abraço.

Eu senti Sasuke afastar seu corpo do meu, e logo olhar nos meus olhos, então ir colocando uma de suas mãos em minha face para, a seguir, aproximar seu rosto vagarosamente do meu.

-Dessa vez você não vai correr, vai?! – ele falou com a voz rouca, portanto extremamente sensual, sendo acompanhada de um sorriso brincalhão.

-Claro que não. – eu sorri, fascinada, enquanto sentia o hálito gostoso de Sasuke refrescar minha face.

Já estávamos nos testando para ver quem cederia primeiro, e por incrível que pareça ele que cedeu, ou foi o que eu pensei, apenas encostou seus lábios aos meus, brincando com os nossos limites. Sua mão desceu do meu rosto para minha cintura, enquanto as minhas foram repousar em sua nuca. Sem mais aguentar, concretizamos o beijo; posso dizer que foi muito melhor que o primeiro, óbvio. Eu senti muitos arrepios tomando conta do meu corpo, enquanto minha mente era totalmente esvaziada e depois lotada com o rosto, o corpo, a voz, o jeito; simplesmente recheada por Sasuke.

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Afastamo-nos por necessidade, pois o ar já estava insuficiente. Mas depois disso não sabia como agir, se sorria ou se chorava, contudo o que realmente importava naquele momento era que Sasuke estava comigo. Abri meus olhos, que ainda estavam fechados graças aos sentimentos mútuos que passeavam por mim, e percebi um sorriso maroto estampando sua boca, o que achei glorioso e bem sensual, – devo ressaltar - já que ele não costumava rir.

-Uau! – eu suspirei, foi a única coisa que consegui dizer naquele momento. Notei que tinha um sorriso muito do bobo cravado no meu rosto, me sentia muito idiota, mas não conseguia retirá-lo de lá.

Sasuke estendeu a mão direita, pousou-a em minha face e ficou acariciando o local; então me senti totalmente mole, uma sensação que achei ótima e esperava que nunca fosse embora, mas não durou muito, pois sua mão deixou minha face, para logo poder segurar a minha mão esquerda, que sossegava no colchão, beijou-a e logo após seus lábios foram conduzidos a minha boca, surpreendendo-me. Foi um beijo inicialmente delicado e de repente se tornou desesperado, mas bastante envolvente. Separamo-nos e percebi que eu estava arfando alto, meus pulmões iam e voltavam freneticamente, já meu coração estava para sair pela boca.

-Caramba! – Sasuke falou com a respiração um pouco falha – Quanto tempo levei pra poder provar seus lábios?! – disse enquanto acariciava minha mão – Sabe, sempre eu tentava imaginar como você tinha ficado com o passar do tempo. Posso afirmar que você está linda. – falou passando a mão do meu queixo até a têmpora.

Eu fiquei um pouco rubra e, mesmo sem querer, bocejei, finalmente expondo o meu cansaço.

-Acho melhor você dormir. – ele disse deitando.

Balancei a cabeça, sonolenta, e me levantei. Estava quase me acomodando na poltrona, quando Sasuke agarrou minha mão.

-Por que você não dorme na cama? – ele falou com a voz carregada pelo sono.

Fiquei parada tentando absorver aquilo, Ele falou o que eu realmente ouvi?! . Eu o olhei desconfiada e sentei na poltrona de uma vez.

-Não, obrigada. Aqui está bom. – me aconcheguei e ouvi ele murmurar alguma coisa, mas confesso que não entendi nada.

***

Como sempre acordei com o canto dos pássaros, senti meu corpo mais relaxado do que devia estar, meus olhos ainda estavam fechados pela preguiça e então eu rolei, Esperai, eu rolei?! , abri meus olhos num instante e constatei que eu estava na cama, olhei para o lado oposto, mas não encontrei nenhum sinal de Sasuke.

Sai perambulando pela casa, não conseguia dar um passo sem pender pros lados, devido o sono que ainda não havia me deixado. Voltei para o quarto e entrei no banheiro, me olhei no espelho e vi o estrago que estava meu cabelo, a blusa de Sasuke completava meu estilo de molambo, não estava preocupada com aquilo naquele exato momento, então enxaguei meu rosto para poder despertar mais. Fui para a cozinha, mas Sasuke não estava lá, ele não estava em lugar nenhum, Um sonho?! ,não podia acreditar que aquilo tudo não havia sido real, mas se não tivesse acontecido como acordei na cama dele? Como explicar?

Peguei um copo e o enchi de leite, logo sentei. Estava perdida nos pensamentos conflituosos quando um barulho vindo da varanda me chamou atenção. Andei vagarosamente até lá, certamente eu estava preparada para qualquer situação que surgisse ali, então percebi que a portinhola da varanda estava aberta, suspirei aliviada ao ver que Sasuke estava sentado olhando o sol subir preguiçoso na linha do horizonte.

-Bom dia. – ele falou, sem tirar os olhos de um pequeno pássaro que saltitava no gramado.

-Bom dia. – eu repeti – Você quer comer alguma coisa? – falei virando para ir à cozinha, vi que ele me seguia.

Quando chegamos, ele sentou na cadeira em que eu estava há pouco tempo atrás, peguei algumas folhas de chá que tinham sido guardadas no armário por mim, me dirigi a outro pequeno armário onde eram guardadas as xícaras, peguei duas e coloquei-as na mesa. Peguei uma boa quantidade de pequenos biscoitinhos de dentro de um pote redondo, levei-os a mesa juntamente com um bule cheio de chá. Servi a nós dois e então comemos em silêncio, mas uma terceira voz surgiu ali.

-SASUKE! – foi ouvido um grito lá de fora, uma voz familiar – SASUKE! – a voz estava cada vez mais próxima – VOCÊ SABE QUE FIM LEVOU A SAKURA? – então pude ver aquela coisa loira e saltitante entrando na cozinha aos berros até que se calou num súbito.

-Ué, o Naruto me falou que você tinha dormido na sua casa, só que quando eu cheguei lá não tinha ninguém, aí eu te procurei por tudo que é lugar, então achei que o Sasuke poderia me ajudar e... Espera, para tudo aqui. – Ino falou me avaliando de cima a baixo, um sorriso malicioso começou a brotar no seu rosto – Você dormiu aqui?! – disse olhando para mim.

Não falei nada, aquele olhar dela tava me deixando confusa, quando observei bem, vi que Hinata estava ao seu lado, seu rosto estava com uma expressão estranha, meio envergonhada e o sorriso de Ino só crescia.

-O que...? – eu falei meio confusa processando as palavras ditas pela Ino.

As duas estavam me olhando da cabeça aos pés, achei estranho então resolvi olhar pra baixo, e vi a blusa de Sasuke, logo me veio à mente minha imagem descabelada na frente do espelho. Olhei para Sasuke – que estava ao meu lado – e percebi seu rosto meio afetado pelo fato de ter dormido tarde e acordado cedo, juntei tudo e com pouco tempo as coisas se formaram na minha mente. Não podia acreditar no que elas estavam pensando! Instantaneamente meu rosto ficou rubro, mesmo sem ter acontecido nada eu não consegui conter minha vergonha ante a situação.

-Vem aqui Sakura. Agora! – Ino falou puxando meu braço e logo foi me arrastando para um quarto que eu entrei apenas uma vez, o quarto de Itachi.

Ainda pude ouvir a voz da Hinata antes de ser arrastada por aí.

-Desculpe o incomodo. Ah, e estou feliz que tenha voltado a enxergar. – ela falou para o Sasuke, enquanto ia rapidamente pro quarto.

-Sério que você dormiu com o Uchiha?! – Ino disse com um sorriso assustador de tão malicioso que era.

-Ino, faz mais de uma semana que eu durmo aqui... – eu disse tentando me livrar daquele momento desconfortável.

-Ok, mas o Naruto disse pra nós duas – apontou pra ela e em seguida pra Hinata – que você e Sasuke haviam brigado, e depois ele disse algo que eu não procurei entender. Mas enfim, fomos na sua casa tentar te consolar, só que quando chegamos lá tava tudo vazio; achamos que Sasuke podia nos ajudar. Viemos às pressas pra cá e então você está aqui vestida com a blusa dele, toda descabelada e morrendo de sono... Sei não hein! – ela disse gargalhando.

-Não aconteceu nada entendeu? – eu falei querendo sair do quarto, aquilo estava me irritando.

Por incrível que pareça Hinata ficou no meu caminho, assim me impedindo de sair.

-Sakura, não estávamos lhe procurando apenas para falar sobre isso, na verdade há um motivo maior. – ela disse suspirando – Kankurou está aqui em Konoha para levar Temari de volta a Suna, mas como você bem sabe, ela quer ficar com Shikamaru durante todo o período de gestação, então ela precisa do nosso apoio, já que não pode ficar se estressando, mas com o temperamento dela você sabe que é difícil.

-Tentamos de tudo. – Ino entrou na conversa e seu tom já era sério – Se não conseguirmos fazer nada o Gaara vai provavelmente matar o irmão.

-E por que vocês acham que minha ajuda seria necessária no meio disso tudo? Eu nunca nem falei com o Kankurou! – disse confusa com a ideia delas.

-Ah, é que sempre te achamos a mais sensata em tudo, então... – Hinata falou como uma súplica pra eu ir logo.

-Tudo bem, eu vou. – disse percebendo que iria de qualquer jeito mesmo.

Do quarto do Itachi, corri diretamente para o de Sasuke, lá peguei minha roupa – que já havia secado – passei as mãos no cabelo, para ao menos amenizar aquela bagunça, fui rapidamente ao banheiro e escovei meus dentes. Sai às pressas de lá e encontrei as meninas sentadas no sofá da sala, vi Sasuke sair da cozinha e ir para a sala.

-Vou sair um instante, mas pretendo voltar antes do almoço. Se isso não ocorrer, não me espere e prepare algo. – falei preocupada com ele.

Sasuke não disse nada, apenas fez a última coisa que eu esperava que fizesse, ainda mais na frente de outras pessoas, ele se aproximou e laçou minha cintura com um braço, logo juntando meus lábios aos seus.