Capítulo 28 - Conspiração

A luz da candeia criava um círculo em meio a escuridão, deixando entrever apenas uns poucos rostos ao redor da mesa. Ela tivera a atenção deles, mas não fora o suficiente.

— Pretende se insurgir? Pela primeira vez o povo tem o que precisa, e você quer se rebelar?

Ela era apenas uma pirata. Talvez a rebelião estivesse em seu sangue, afinal.

— Vocês viram o livro. Um governo maligno! Sabem de onde vem o poder que ela diz ter!

— E, contudo, só está trazendo bem ao povo. E, aparentemente, não é qualquer um que consegue decifrar o que está aí. Você conseguiu entender parcialmente, mas não dominar. Nós não chegamos nem ao entendimento. Deveria guardar isso, esconder, queimar ou algo assim. E deixe que ela traga a paz ao reino.

Ela analisou as expressões em torno da mesa. Pelo visto, havia escolhido errado. Talvez os tivesse mais em conta do que mereciam, ou queria acreditar que não estava sozinha. Pensou em tudo que havia feito nesses anos – ela era o que poderia ser definida como “egoísta filha da mãe”. Talvez só estivesse chateada por ter sido jogada para escanteio. Suspirou, enchendo um copo de rum e acenando a seus comparsas.

— Saúde.