Lua e Sol

Capítulo 19


O céu era azul. Azul, com nuvens brancas… Redondas, fofas… Uma leve brisa soprava, fazendo que o cheiro das flores que compunham o jardim chegasse ate a mulher, que estava sentada em um pequeno banco, apreciando a paisagem. Ou melhor, fingindo apreciar, já que sua mente estava longe. Os longos cabelos ruivos, de um vermelho intenso, estavam levemente enrolados. Dois cachos emolduravam o rosto dela, fazendo que os grandes olhos verdes, ficassem mais destacados.

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Usava um vestido creme, longo. Uma pequena cinta destacava-se em sua cintura, pois era negra. Em seus pés, haviam sapatilhas brancas. Suas mãos estavam pousadas no colo, até que em dado momento, ela as virou. As duas mãos apresentavam a mesma cicatriz singular. Da ponta da linha da vida, ate o polegar. As fitou por um longo momento, até que sentiu uma presença aproximando-se.

Não se virou. Deixou o olhar ficar ali, ate que o homem resolveu manifestar-se.

- O mestre quer vê-la. – falou azedamente.

Ele esperou por um longo momento, até perceber que ela não se mexia. Ela não iria ter nenhuma reação.

- O mestre quer vê-la. – ele repetiu, o tom de azedume acentuado. E mais alto.

- Não sou surda. – Ela falou, ainda se mexer.

- Então por que não vai logo atende-lo? – finalmente ela dignou-se a olha-lo.

Um homem jovem, com cerca de dezoito anos. Cabelos e olhos negros, uma pele pálida, os cabelos espetados para trás, um pouco caindo em seu rosto, escondendo uma cicatriz profunda que iniciava-se logo abaixo do olho direito, indo até o pescoço. Vestia uma calca azul escuro, uma camisa branca.

- Por que não sou serva dele. – ela respondeu com simplicidade, antes de voltar a encarar o jardim colorido. Flores diversas, de cores alegres, vibrantes, tornaram a atrair a atenção dela.

Ele bufou.

- Irritante. – resmungou. Aumentou o tom de voz, para que ela o escutasse. – O mestre deseja sua presença... Agora.

- Você sabe onde estou. Vá e conte onde eu... – Ela fechou os olhos. Sentia-se fraca. Com sono. Fome era sua companhia constante, nos últimos tempos. Mas ela não se alimentaria, não dormiria, enquanto não obtivesse as palavras que a condenariam. Mas que seriam a salvação de duas almas boas. – Não irei sair daqui.

- Não entendeu? O mestre deseja que você vá até ele.

- Volte e diga ao seu mestre, que o caminho é o mesmo, para que ele venha até mim. – ela sequer abriu os olhos para responder. –Eu não irei até ele.

A jovem quase sorriu, quando escutou o homem bufar novamente.

- Eu posso arrasta-la pelos cabelos, sabia?

- Pode. – ela concordou, então um breve riso ecoou em sua garganta. – Mas não me levará. – Ela sabia que era preciosa, preciosa demais para que ele a levasse pelos cabelos, arrastada. Um leve arranhão em sua pele, faria o causador dele passar por tormentos inimagináveis.

O homem suspirou.

- Você é pior que a Sakura! – ele ficou lado a lado dela. – O que lhe custa fazer isso? – apelações não eram o seu forte, mas ele não esquecia-se da ultima vez que o mestre havia se enfurecido. E por causa da ruiva de olhos verdes.

- A vida das pessoas a quem chamo de irmãs. – por um tempo, ele pensou que não escutaria resposta. – Não sou igual a você, Uchiha.

- Acha que elas se mexeriam para ajuda-la?

- Acabariam com a própria vida para me ajudar, se soubessem o que está acontecendo. – ela levantou-se. – Tomoyo e Saori são feitas do mesmo material que Sakura e Naruto. Do que lhe faltou.

- Diamantes são pedras.

- Eu não disse que eles são diamantes. Elas são feitas de um material chamado amor. Um amor forte e corajoso, quente e gentil.

- Tsc. – ele virou a cabeça, tentando não se mostrar incomodado. Aquela mulher desde que descobrira a historia de sua vida, lhe atormentava sempre que podia.

Ele não encontrara nada que a pudesse calar. Seus argumentos eram rápidos, não deixava-se abater, no que se referia... O Uchiha cortou a linha de seus pensamentos, ao ver um homem aproximando-se deles. Ele parecia exaltado. O jovem moreno ajoelhou-se, curvando a cabeça em sinal de obediência.

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- Por que a demora em leva-la? – Ele usava um quimono tradicional, de cor azul cobalto. Seus cabelos eram longos, até a cintura. Os mantinha presos em um rabo de cavalo. O rosto atraente do homem, estava contorcido em uma mascara de fúria.

- Desculpe-me mestre. – ele nem tentou defender-se.

- Suma da minha frente, seu verme. – despejou, antes de virar-se para ela. – por que não me obedeceu? – ele não precisou olhar para o lado, para saber que Sasuke Uchiha havia sumido em uma nuvem de fumaça.

- Sabe muito bem a condição para que me leve a obedece-lo.

Ela o encarou sem medo. Ele encarou-a de volta, pensando na primeira vez que a havia visto. Estava junto daquela loira desbocada e da morena retraída. As três passeavam por aquele mesmo jardim, atrevidas apenas como a juventude podia ser. Ele encarara os três corpos com a devassidão de muitos séculos. Apenas o da ruiva o chamara atenção... Embora ele sentisse os poderes das outras duas. Elas também eram adequadas para o que ele tinha em mente.

- Riko Nishimura... – Ele ficou com os olhos vermelhos em instantes.

- Oni. – A jovem ruiva sentiu-se tonta, mas não daria o braço a torcer.

- Trate-me pelo meu nome! – ele não teve consciência que a pegou pelos braços e a sacudiu.

- Maou. – ela murmurou, apertando os dentes, os olhos baixos. Não daria a ele o prazer de ver que estava dolorida.

Ele a soltou, virando-se de costas. Limpou a garganta.

- Foi inútil. – informou com um certo prazer. – Aquela loira desbocada perdeu boa parte da vida por nada. – Como não obteve resposta ele continuou. – Sua... amiga, - ficou relutante em dizer irmã. - deu parte da vida para um homem que já está novamente em meus domínios. Sua... – procurou uma palavra que substituisse fé. - crença foi em vão.

- Ele... morreu?

- Pela segunda vez. – virou-se encarando-a. – Admita, Riko. Cada milésimo de segundo que se passa, eu ganho mais terreno. Fico com guerreiros mais fortes. O idiota ruivo estava tentando tirar a vida de quem, supostamente, matou o receptor da kyuubi. Ele...

- A garantia que nem Tomoyo nem Saori serão perseguidas... E a devolução da vida desse homem. – ela disse secamente, as palavras rasgando sua garganta como punhais. – E você terá quantos filhos meu corpo suportar ter.

- O que? – ele ficou satisfeito com a oferta dela.

Ela engoliu o orgulho, enquanto lagrimas brilhavam no rosto dela, pela traição que estava cometendo.

- Devolva esse homem a vida. E suspenda a procura por Saori e Tomoyo.

- Acho que a pequena iria se sentir bem junto com a família. – um sorriso cruel surgiu nos lábios dele. – Assim, eles entrariam defi...

- Acho que você é um ser desprezível e miserável. – ela não conteve as palavras. – Já tem minha palavra que serei a mãe de monstros! O que deseja mais? – ela ficou desesperada. – que eu me ajoelhe? – ela nem bem terminou de falar, já ajoelhava-se, encostando a testa no chão, o mesmo ficando úmido pelas lagrimas dela.

Ele fechou inconscientemente os punhos. Das três, aquela era a mais orgulhosa. Ele havia gostado dela por aquilo, também. Ela estava pondo acima de tudo, o amor que tinha por aquelas... criaturas inferiores a ela. Maou pegou o cabelo vibrante da ruiva, puxando-o até que ela ergueu o rosto. Os lábios trêmulos eram perfeitos para que ele a beijasse.

Sorriu com crueldade, percebendo o desespero no olhar dela. Ele a beijaria, sim. Mas... Primeiro cumpriria com a sua parte. Depois... Teria um prazer sem limites em faze-la cumprir sua parte.