Love Story

Relacionamentos XXXVI - Arrependido


“Se eu pudesse voltar no tempo, você ainda seria minha

Você chorou, eu morri

Eu deveria ter calado minha boca, as coisas pioraram

Enquanto as palavras escorregavam pela minha língua, elas soaram estúpidas

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Se esse velho coração pudesse falar, diria que você é a única” ― Bon Jovi

Já era a milésima vez que ele olhava aquela carta. Mais uma que escreveu e não enviou pra ela.

A escreveu alguns dias depois que foi até Vegas se desculpar e acabou encontrando-a já seguindo a vida com outro cara.

Não pôde evitar ficar triste, mas também ficou feliz ao vê-la sorrindo e se divertindo. Pensar em Sara sofrendo doía demais.

Se ela visse como ele estava agora... Todo descuidado, aparentemente velho, o cabelo completamente branco e bagunçado, barba mal feita, pançudo... Se ela o visse, não lhe reconheceria.

Estava muito diferente do que era. Mas o coração bobo e medroso ainda era dela.

Em alto mar ele até tinha bastante tempo pra pensar. Conheceu muita gente legal, os caras que trabalhavam com ele eram divertidos, e para homens de meia idade — e um pouco mais — eles até que aprontavam bastante.

Muitas pessoas eram boas e defendiam os oceanos, mas muitas também destruíam e saqueavam-os, então Gil e seus colegas iam atrás dessas pessoas para entregá-los pra justiça. Gil adorava sua nova profissão, ocupava sua mente e aquecia seu coração que já estava praticamente congelado pela dor.

Se arrependia. Se arrependia muito de ter feito o que fez.

Deixar Sara foi a pior decisão que tomou, e não enviou a carta pois sabia que não merecia o perdão dela. Nunca teria coragem de lhe pedir isso.

À noite ele pensava. Não que ele não trabalhasse à noite, mas era o horário em que ele mais conseguia refletir e se lamentar. No início ele chorava quase todas as noites ao pensar nela. Sozinho em seu barco, agora sem Hank, apenas as ondas e o vento lhe ouviam.

E lá estava ele de novo, relendo o que tinha escrito e imaginando qual seria a reação dela se a lesse. Possivelmente iria lhe encher de porrada e dizer o quanto o odiava. Ou o quanto odiava amá-lo, se é que ainda o amava.

Dizem que conforme o tempo passa a gente esquece... É mentira. Se marcou muito, se doeu muito, não tem como esquecer. E Gil queria ter uma máquina do tempo para consertar seu erro e ter sua abelhinha de volta em seus braços.

Amá-la e cuidá-la era o que mais gostava, e era o que mais sentia falta.

Nem todos os xingamentos do vocabulário mundial eram suficientes para descrevê-lo. Ele sabia.

Seria pra sempre esse lobo solitário e desolado. Nada mais podia fazer agora além de sonhar com ela, e no sonho tudo estar bem e resolvido.

Era disso que ele vivia agora: Sonhos.

“Você me protegeu das coisas ruins, me manteve aquecido

Você entregou minha vida para mim

Me libertou

Os melhores anos que eu conheci,

Foram todos os anos que tive com você.

Eu daria qualquer coisa que eu possuo

Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.

Eu daria tudo que eu possuo

Apenas para ter você de volta outra vez” ― Bread

~ ♥ ~

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Depois de passar por todos esses perrengues, Sara pensava: Tá, qual é a próxima?

A vida parecia que estava lhe testando, ou melhor, a morte parecia estar. Desde seu divórcio, Sara tinha quase morrido cinco vezes. Passou de raspão. Por um fio. O que era aquilo?? Algum tipo de prova? Em qual mais ela teria que passar?

Estava exausta, farta de fortes emoções. Quando não era um risco de vida que a cercava, era Grissom rondando seus pensamentos. Não tinha um minuto de paz!!

Felizmente, ela não pensava em Grissom com frequência. Era bem raro, na verdade. Seus amigos do trabalho, Rayle, Rebecca e Abby tinham mais sua atenção.

Rayle é que estava tendo toda a sua atenção no momento, pois estava com problemas com o ex, o desgraçado do Renê, e recorreu a Sara que teve o maior prazer em ajudar. O tão desejado soco no meio da fuça do Chef estava mais perto de acontecer do que imaginava.

Depois de ter um pequeno encontro com Sara, ele nunca mais iria ousar chegar perto de Rayle e Rebecca de novo.

~ ♥ ~

Uma semana se passou desde que Sara quase morreu naquele hotel, e a equipe ficou frustrada quando outra vítima surgiu e todas as evidências apontavam para o Gig Harbor Killer.

O ex de Finn, Daniel Shaw, era um agente de Seattle e a parceira dele, Keri Torres, sumiu. Ele pediu ajuda ao CSI para encontrá-la e enquanto eles se ajudavam na investigação, Jared, o “gêmeo mau”, ainda estava preso e ia novamente ao tribunal tentar sair, enquanto Paul, o “gêmeo bom”, que se passava por advogado prestigiado fingia demência sobre os crimes. Ele foi até Russell pedir ajuda na cara de pau para tirar o irmão da cadeia que, nas concepção dele, era inocente. Obviamente Russell recusou, pois sabia que ele era culpado, e até tinha em mente que Paul poderia ter usado Jared para se livrar e que agora queria tirá-lo do corredor da morte.

Isso só se concretizou mais ainda quando acharam a parceira de Shaw e ela confirmou que se encontrou com Paul antes de acordar presa e machucada em um lugar estranho. Ela conseguiu fugir depois de dias e acordou no hospital. Russell confrontou Paul que ainda negava ter envolvimento e mantinha a calma mesmo com tantas acusações. Não parecia preocupado.

Mas enquanto teorias surgiam, Gig Harbor Killer continuava matando e tudo indicava que ele tinha um novo parceiro já que Jared estava preso.

Quando Greg e Finn descobriram o local onde a parceira de Shaw estava presa, acharam outra moça lá que estava tão assustada que acertou Greg na cabeça e ia atirar nele achando que ele estava mentindo sobre ser da polícia e que ia machucá-la como o outro cara fez. Quando a moça ia atirar em Greg, Finn foi mais rápida e defendeu o amigo atirando na moça.

Assim que Sara soube que o amigo foi ferido, foi procurá-lo e o encontrou no locker com um curativo na testa.

— Hey… Você está bem?

Ele parecia péssimo, abalado demais pela moça ter morrido.

— Eu estava tentando ajudá-la… E eu fico pensando comigo mesmo que talvez eu poderia ter dito algo diferente, ou talvez ter feito um trabalho melhor de fazê-la se sentir segura…

— Greg, não foi sua culpa.- ela tentou consolá-lo. — Ela poderia estar drogada, sabe Deus o que mais fizeram com ela. Quando a polícia encontrou Keri Torres, ela estava delirando, agressiva…

— Eu sei, eu sei.- ele suspirou. — Mas nós estávamos lá. E poderia tê-la salvado.- Sara viu os olhos dele brilharem pelas lágrimas mesmo que ele se esforçasse para não deixá-las cair. — E agora ela está morta. Como eu vou viver com isso?

— Você fez o melhor que podia, você precisa saber disso.- aconselhou, compreensiva. — Com o tempo, você vai entender. Em relação a como vai viver com o que aconteceu… Eu gostaria de saber a resposta pra isso.

Ela sempre tinha palavras reconfortantes pra lhe dar e carinho de sobra pra distribuir. Sorriu de lado pra ela que retribuiu e nada mais disse. Greg sentiu o nó na garganta voltar, mas segurou como sempre fez.

— Queria poder voltar no tempo, Sara...

Sara sabia que ele precisava de um abraço e foi isso que fez.

— Eu sei…- se aproximou dele e o abraçou forte lhe passando sua força, algo que ela tinha aprendido a ter ao longo da vida, principalmente com acontecimentos recentes.

A coisa começou a ficar pior. Russell falou com Avery Ryan e ela achava a mesma coisa que ele sobre os irmãos, e lhe questionou se ele teria coragem de arriscar Maya para pegá-los.

Ainda não conseguiam provar culpa em Paul e nada podiam fazer com Jared já que ele já estava preso. Restava apenas saber quem era o parceiro de Paul para poderem chegar no cara mais fácil.

Várias semanas se passaram até que tivessem alguma suspeita.

Importante mencionar que nesse meio tempo tivemos uma ceninha Morganders bem fofa.

Era fim do expediente quando Morgan passou pela sala de descanso e viu Greg perdido olhando seu notebook.

— Ei… Já acabou o expediente.

— Eu não tô trabalhando não.- respondeu ele. Parecia leve e saudoso quando disse aquilo. — Um cara conseguiu perceber que eu era da polícia numa boate escura só de olhar pra mim.- ele contou o que passou naquele caso que tinham acabado de investigar onde ele foi com Russell numa boate de bonecas investigar e logo o disfarce não funcionou com ele.

— E daí?- ela não entendeu e se sentou de frente pra ele. — Você é mesmo.

— É, mas esse não é quem eu sou, isso não me define.- Morgan se surpreendeu com a frase, mas deixou que ele falasse. — Aí eu comecei a olhar essas fotos antigas de outras coisas que eu fazia…- apontou pro notebook. — Festas… Viagens…- e sorriu com saudade.

— Seis da manhã.- ela riu. — É meio cedo pra ter… crise de identidade.- deu aquela zoada do bem.

— Pois é…- ele suspirou.

— Olha Greg…- ela puxou mais a cadeira pra ficar do ladinho dele. — Eu acho que ninguém é uma coisa só. Olha seus amigos.- ela foi e clicou em uma das fotos dos amigos online dele. Era um homem com duas crianças no colo. — Olha esse cara, o sr. paizão. Você acha que ele é só isso?

— Uma vez eu vi esse cara comer uma lata de cerveja.- Morgan deu risada. — Não, a história é séria.

— As pessoas são complicadas.- disse ela ainda sorrindo. — Não é tão simples. Todo mundo tem camadas.

Se tinha momentos que Greg prezava mais do que tudo, eram as vezes em que podia conversar com Sara e com Morgan, elas sempre o faziam se sentir melhor. Nick também, mas com ele sempre vinha uma zoação junto, coisa deles. Inclusive o texano não deixou de tirar uma com sua cara por causa dessa história do disfarce. Era sempre assim.

— Se está escrito na minha testa que eu sou policial, pelo menos vou ganhar um café grátis.- ele tentou ver o lado bom disso.

Morgan também entrou na brincadeira.

— Se te derem donuts grátis, estão zoando da sua cara.

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Greg pensou por um segundo e teve uma ideia.

— E se eu atualizar o meu status pra “levando uma amiga pra tomar uma cerveja”?

Dane-se que eram seis da manhã, Sara já mostrou que tomar cerveja no café da manhã não era anormal. Mood.

— Eu?- ela se animou. — Claro!- sorriu. — Com prazer.

— Tá, pera aí…- ele começou a digitar e já colocou logo o lugar no status.

— Ah eu adoro esse lugar.

Ponto!

Estava fazendo do jeitinho que Sara aconselhou: Ir devagar, sem mostrar tanto interesse. Parecia estar dando certo. Ele só não sabia que Sara tinha feito o mesmo pela loira. Aconselhar era seu forte.

~ ♥ ~

Eis que mais um natal estava chegando e estavam animados, pois o LVPD resolveu fazer mais uma festa de gala reunindo todos os departamentos, não só o laboratório e a delegacia, como também a corregedoria e o esquadrão anti bombas da polícia. Eles foram bem ativos naquele ano e a equipe de Anthony ia ganhar uma condecoração.

Sara ficou feliz quando o amigo contou animado que iria e o porquê, e também se animou pra ir.

O evento aconteceu na quinta de natal e as meninas estavam animadas. Foram as três juntas escolher os vestidos e foi uma farra, se divertiram muito nas lojas.

Sara queria um vestido simples, mas Finn e Morgan insistiam que ela usasse algo mais sexy, que ela era gostosa demais pra esconder. Ok, acho que não são elas que acham isso hihih.

Sara não cedeu dizendo que não ia se sentir confortável, mas que podia escolher um meio termo.

Morgan foi rápida em escolher o dela, um lindo rosa bebê. Sara até que não demorou, escolheu um pretinho básico mesmo. Mas Finlay era pura indecisão, e quando enfim conseguiu se decidir, optou por um azul mais chique.

Passaram o dia inteiro enfurnadas em lojas. Chegaram exaustas e trabalharam exaustas, porém satisfeitas.

O dia da festa chegou e elas se arrumaram juntas na casa de Sara. As três eram só risadas e glamour.

Quando saíram da casa em seus vestidos longos e salto alto — Sara médio, por já ser alta —, não haviam seres humanos mais lindos do que elas naquela noite.

Greg se ofereceu para ir buscá-las e quase teve um treco ao ver Morgan. Se já era apaixonado, se apaixonou mais. Ficou paralisado sem perceber, até Sara cutucá-lo. As duas mais velhas sorriram cúmplices e fizeram questão de ir atrás para Morgan ir na frente com ele. A vermelhidão do rosto de Morgan se misturou com o blush.

Sara lembrou, durante o caminho, da primeira festa e de como ela e Grissom tinham dançado agarradinhos, trocando olhares e toques que faziam o corpo arrepiar. Tratou de afastar esses pensamentos pra animação que estava sentindo não se esvair.

Foram regadas de elogios não só por Greg no carro, como por vários outros assim que chegaram. Nick e Hodges até bateram palmas.

Só não ficaram tão impressionados quanto Sara quando Anthony chegou com os colegas. O que era aquilo?? Ao que parece, todos os caras da equipe anti bombas eram sarados e bonitos.

Anthony sorriu assim que a viu.

— Nossa! Você está maravilhosa!

Sara corou de leve e agradeceu dizendo que ele também estava bonito.

Anthony a convidou para tomar um drink no balcão. O lugar era o mesmo da festa anterior e estava um pouco mais cheio que a outra. Sara aceitou o drink de bom grado aos olhares maliciosos de Finn, Morgan e Nick, que também percebeu o interesse de Anthony na amiga. E ele apoiava, não tinha nada de errado seguir em frente e se apaixonar de novo.

Sara é que não achava possível se apaixonar por mais ninguém, nem mesmo amar outra pessoa. Estava bem sozinha e não queria dar esperanças pra ninguém, muito menos Anthony que era tão legal com ela. Magoá-lo era a última coisa que queria.

Foi uma festa de natal diferente, glamourosa e animada. Sara se divertiu como há muito tempo não fazia. Bebeu, dançou, deu risada, arrastou amiga bêbada pra fora — vulgo Finlay —, só o que faltava era dar uns pegas em alguém. Ela pensou em riscar isso da lista até que sentiu Anthony atrás de si na pista de dança.

— Eu ainda quero… só pra você saber…

Sara não conseguiu evitar o sorriso de lado.

— Sem compromisso?- indagou com a cabeça virada de lado como se o olhasse de relance.

— Fechado.

Sara pressionou os lábios um no outro segurando mais um sorriso.

Por que não?

A festa continuou de boa e chegou ao ponto que Sara quis ir embora. Anthony se ofereceu para levá-la para casa.

O caminho foi cheio de diálogos, pois os dois estavam alegrinhos. Não estavam bêbados, só alegres.

Estacionaram e saíram. Anthony deu a volta e quase prensou Sara no carro, meio que cercou ela ali. Sara tentou não sorrir com isso.

— Eu ia me convidar pra entrar, mas seria muito abuso...- sorriu.

— É...- ela também. — Seria.

— Mas um beijo não faria mal a ninguém, não é?- aproximou-se mais do rosto dela.

— Não…- Sara respondeu e ela mesma puxou a nuca dele para tocar seus lábios.

O beijou devagar tentando encontrar um gosto similar ao que estava acostumada. E como Taylor: não era a mesma coisa. Nunca seria. Nem igual, nem melhor.

Tentou não pensar em outra boca e se concentrar na que estava beijando, que também era muito boa.

Sara aprofundou o beijo ao senti-lo agarrar sua cintura. Nesse momento, sua mão esquerda que estava sobre o peito dele também subiu pra nuca como a outra, e ela lhe enlaçou o pescoço.

O beijo ficou mais intenso, Anthony apertava sua cintura e acariciava seu quadril o tempo todo. Só não apertava a bunda porque estava encostada no carro.

Se separaram só um pouquinho pra recuperar o fôlego e logo voltaram a se beijar.

Sara sentia falta de contato físico e por mais que tivesse sentido algo um tanto maciço encostar em sua perna, não iria pra cama com ele. Porém, aproveitaria.

O agarrou mais e sua língua procurou a dele mais uma vez.

Com o beijo mais intenso de novo, Anthony não perdeu tempo e aproveitou que a perna dela tinha saído do vestido pela fenda, e a puxou pra cima a prendendo em seu quadril. Com esse movimento conseguiu acariciar a parte de baixo da coxa dela. Sara não conseguiu evitar um gemido baixo enquanto ainda o beijava e parou o beijo com certa dificuldade.

— Desculpe…- ele achou que foi longe demais e ela não gostou.

Mas ela tinha gostado sim. O fato de estar excitada a preocupava, pois não queria ir além dos beijos. Quando pensava em cama, somente Grissom lhe vinha à cabeça.

— Tudo bem… Só…- ela acariciou uma parte do peito dele que ficou exposta pela camisa entreaberta. —… não vamos perder o controle…

Sorriram e voltaram a se beijar. Ficaram alguns minutos ali se pegando. Já tinha um tempo que Sara não beijava tanto assim.

— Eu tenho que entrar…- ela disse ao se dar conta da hora. Já era sexta e ela não teria folga naquele dia, precisava dormir pra repor as horas de trabalho depois.

— Eu também preciso ir…- ele roçou a ponta do nariz no dela. — Foi divertido.

Sorriram e deram um último beijo.

— A gente se vê por aí…

— Obrigada pela carona.- sorriu de lado.

— Não há de quê.- ele piscou, sempre galanteador!, entrou no carro e foi embora.

Sara balançou a cabeça e entrou em casa.

Tomou um banho pra aquietar o facho e foi pra cama. Tentou não pensar no que fez. Não queria se sentir culpada por algo que não tinha culpa. Nem se sentir mal por ter trocado carinhos com outro, mesmo sendo uma mulher solteira e dona de si. Grissom não fazia mais parte de sua vida! E ela iria tirá-lo da cabeça!

Só não ia substitui-lo por ninguém.

~ ♥ ~

Chegou no laboratório naquela manhã de sexta pronta pra fazer hora extra, e encontrou uma Morgan cheia de sono e uma Finlay de ressaca na sala de descanso.

— Bom dia!

— Bom dia pra quem?!- resmungou Finn capotando na mesa.

— Está com cara de que transou.- comentou Morgan esfregando os olhos.

Finn levantou a cabeça de supetão: — Você transou??

— Não!- Sara riu fazendo uma careta. As duas bufaram. — Mas ele beija bem.- sorriu em seguida fazendo seu famoso biquinho.

— Ai, pelo menos pegou!- Finn reclamou comemorando, ainda de mal humor pela ressaca.

— Vai dar uma chance?- Morgan perguntou na inocência.

— Não! Não quero um relacionamento com ninguém.- a morena suspirou se sentando em uma das cadeiras.

— Como é que os jovens dizem?- Morgan indagou e ela mesma respondeu: — Foi só uma ficada?!

“Quem sabe com o tempo

Me acostumo ficar sem você

Mas eu sei, vai doer” — Edson e Hudson