Love Story

Relacionamentos IX - Sara e Hank se Beijando?


Numa linda manhã de sol, Grissom passeava com seu cão pela praça perto de casa, ele estava acompanhado pela pequena Lindsey que segurava a mão de sua melhor amiga Catherine, ambas tomavam sorvete de morango. Jim e Warrick também estavam com eles

Conversando amenidades, num papo superdivertido, em certo momento eles sentaram num banco largo para descansar as pernas.

— Esse passeio está sendo divertido! - comentou Catherine com um largo sorriso.

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— É.- concordou a ruiva menor. _ E eu gostei muito da borboleta que o tio Grissom mostrou.

— Um dia sem Grissom falar sobre insetos, é um dia errado. - Brass fez todos rirem.

— Aprendeu bastante hoje, não é, filha? - passou a mão por seus cabelos lisos.

— Aprendi sim. - lambeu seu sorvete.

— Lindsey é uma garota muito esperta! - elogiou Warrick dando uma piscada pra ela.

— Obrigada. - agradeceu e sorriu.

— Realmente está sendo um passeio muito agradável. É sempre bom passar um tempo com vocês. - disse o homem grisalho.

— E pelo jeito parece que tem gente aproveitando bem mais essa manhã do que nós. - disse Catherine olhando pro outro lado da praça.

Grissom direcionou seus olhos pro mesmo lugar e se arrependeu amargamente de tê-lo feito.

Sara estava aos beijos com um homem alto e loiro, que lhe parecia ser o paramédico que ela namorava.

— Isso é que é aproveitar a folga! - Warrick sorriu ao dizer.

Aquilo lhe causou um mal estar tão grande, uma dor no peito horrível. Ver Sara se relacionando com outro homem fazia seu coração doer. Grissom sentiu seu corpo clamar por ajuda, ele queria acordar daquele pesadelo e não conseguia. Aquele beijo não acabava e Grissom, mesmo querendo, não conseguia desviar os olhos daquela cena. Era como um castigo: Fica aí olhando o que você está perdendo!

Foi com alívio que conseguiu abrir os olhos e voltar à realidade. Estava novamente em seu quarto escuro e frio.

Suado.

Desamparado.

Triste.

Sentindo-se culpado.

Por que Sara fazia aquilo com ele? Por que o deixava cheio de incertezas?

Ele já havia deixado claro para sua mente – e achou que havia deixado claro para seu coração – que não arriscaria a carreira, que não estava pronto pra dar esse passo na vida, que não era o que ela merecia, que não conseguiria fazê-la feliz... Mas ela sempre rondava seus pensamentos. Por quê?

E por que aquele sentimento de posse? Se ele não quer dar uma chance, por medo das consequências, por que ele não aceita que ela procure se relacionar com outras pessoas? Por quê?

Era só isso que ele gostaria de saber.

Sua vida estava indo tão bem... Aí apareceu essa morena maravilhosa pra confundir seus sentimentos e pensamentos.

Levantou-se na intenção de ir beber um copo d’água na cozinha e tentar apagar de sua mente aquele sonho. Enquanto bebericada o líquido, seus pensamentos estavam onde? Naqueles lindos olhos âmbares, aquele sorriso branquinho com os dois dentes da frente separadinhos... Por que não conseguia tirá-la da cabeça?

Ele tinha que pensar era em seu problema de audição. Ia nas consultas com a doutora Karen uma vez por semana pra ver como estava sua audição. E as coisas estavam piorando.

...

Na segunda quinta-feira de dezembro, Sara já havia estourado suas horas extras e o resultado disso foi não poder ir à campo. Se quisesse trabalhar teria que ser dentro do laboratório, apenas. Achou que a única que podia ajudá-la era ninguém menos que a ruiva mais chata do planeta. Era como Sara a chamava.

A encontrou na sala da mesa de luz e pigarreou ao entrar.

— Pode me ajudar?

— Ãhn... Depende.

— Eu não posso ir à campo porque estourei o meu limite de horas extras do mês.

— Ah, está presa no laboratório, não é? - Catherine quis gargalhar, mas apenas sorriu. _ Bom, o expediente é normal. Sabe... Dá pra ir jantar com seu namorado. Hank, não é?

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Sara sorriu desviando o olhar. Por que todo mundo achava que Hank era seu namorado? Eles não podiam só sair juntos sem compromisso? Eu hein!

— E... Ah, vai pra um spa.

— O Hank não é meu namorado. E esses lugares são cheios de bactérias.

Catherine a olhou e sorriu. Ela não tinha jeito mesmo!

— Sara, não sou eu quem faço as regras. Tem que falar com o Grissom sobre isso.

— É ... ele... não está a fim de conversa.

Recordou-se de quando foi falar com ele e de como ele foi rude e seco. Não sabia o porquê daquilo, mas essa mudança de humor a machucou tanto quanto da primeira vez.

— E por que acha que ele vai falar comigo? - a ruiva perguntou.

Sara apenas deu de ombros e sorriu, querendo dizer com aquilo algo do tipo: “Porque ele sempre escuta você” “Porque você é a melhor amiga dele” “Porque não importa a situação, parece que você sempre tem razão” “Porque você é pika das galáxia!”

— Vai descansar!

“Ôh ruiva chata! Ajuda aqui, pô!”

— Eu não estou cansada. É sério. Não estou cansada. - saiu da sala ao terminar de dizer tais palavras, que eram a mais pura verdade. Estava a todo vapor, e não poder trabalhar em campo era um saco.

“Teimosa!” - pensou a ruiva.

...

Assim que finalizou o caso, Catherine passou na sala de Grissom. Bateu e entrou.

— Peguei o assassino daquele caso. A vida de um homem, pela vida de um cachorro, por uma árvore. Às vezes eu acho que as pessoas não deviam conviver.

— Como diz o ditado: boas cercas fazem bons vizinhos.

— Então você seria um ótimo vizinho! - disse a ruiva sorrindo.

Ele não reagiu a frase de maneira positiva, nem negativa. Apenas voltou a olhar a tela de seu notebook.

Sara tinha razão. Ele não estava a fim de conversa.

— Caso novo?

— Em andamento. - ele respondeu.

Ele estava lendo sobre audição. Catherine foi olhar, e então ele mudou a aba pra uma página que falava sobre insetos. Já foi pra isso que deixou aberta, pra ninguém saber de fato o que estava lendo, para assim, evitar perguntas.

— Ah. Insetos.

Ele forçou um sorriso.

— Divirta-se.

Ele olhou pra ela e assentiu.

Cath direcionou-se à saída e Gil voltou a se concentrar no texto que lia.

...

Já que não podia ir à campo, Sara marcou mais uma ida ao cinema com Hank. Dessa vez eles assistiram um filme de comédia. Saíram rindo das imitações dos personagens que Hank fazia.

Nada melhor do que umas boas risadas depois de ter que lidar com o mau humor de Grissom.

Foram pra casa dela tomar umas cervejas e jogar conversa fora. Mas, ao entrarem no elevador vazio, Hank roubou um beijo ardente de Sara. Ele lhe beijou a boca com volúpia e Sara correspondeu com a mesma intensidade. Céus! O que era aquilo?! Sara não podia negar que era uma maravilha trocar beijos com Hank, mesmo que em algumas das vezes seus pensamentos fossem parar em outro lugar, querendo que outra pessoa estivesse ali. Todavia, era bom! Era ótimo!

Tiveram que parar, pois o elevador abriu, mas continuaram depois que chegaram na sala do apartamento da morena.

Os beijos quentes os levaram até o sofá, onde Hank a deitou e ficou por cima. Suas mãos passeavam por todo o corpo da morena, que mantinha as mãos em seus cabelos loiros, acariciando e apertando a cada onda de prazer.

Aquela era a primeira vez que iam além dos beijos longos. Agora eles estavam na maior pegação deitados no sofá. Que progresso!

A boca de Hank separou-se da de Sara e foi parar no pescoço cheiroso da mesma.

Céus! Como aquilo era bom! Sara já tinha até esquecido de como era ser beijada no pescoço. Na verdade, tinha esquecido de como era fazer sexo, porque a última vez que havia praticado tinha sido há 84 anos. E pelo jeito que as coisas estavam fluindo, não demoraria pra sentir isso de novo.

Porém, entretanto, todavia, assim que o paramédico foi levantar a blusa da morena com a intenção de tirá-la, seu abençoado celular começou a tocar.

Ambos suspiraram com uma certa falta de fôlego e olharam pro aparelho na mesinha de centro.

— Não vai atender?

— Deixa tocar. - ele respondeu e voltou a beijar-lhe a boca.

Sara interrompeu o beijo.

— Hank, você é um paramédico. Pode ser uma emergência.

— Ah, é mesmo.

Ela sorriu e o viu sentar e atender a ligação.

Sara tinha razão, era um chamado de resgate. Ele teria que ir rápido pro local.

— Certo, estou a caminho. - assim encerrou a ligação e olhou pra linda morena ao seu lado. _ Tenho que ir.

— Tudo bem.

— Sorte que estou com uma calça larga, ninguém vai perceber meu estado.

Sara riu dele.

— Você ri porque não é com você, não é? Sorte sua ser mulher nessas horas.

— Foi mal.- segurou o riso.

Ele retribuiu o sorriso e se aproximou de seu rosto.

— A gente se vê depois, meu bem.

— Tchau...

Trocaram um beijo curto e Hank foi até a porta.

— Vamos continuar de onde paramos, não é?

— Se der sorte...- seu sorriso debochado foi engraçado e ele riu, saindo do recinto logo e seguida.

Duas semanas depois foi o natal, e eles comemoraram – infelizmente – do mesmo jeito do ano anterior: trabalhando. Mas mesmo assim foi legal pra eles.

E não, Hank e Sara não conseguiram continuar o que tiveram que parar naquele dia.

...

O começo de 2003 foi tranquilo. Normalmente tinham dois ou três casos por semana. Pode parecer muito, mas teve época que não conseguiam nem dormir de tanto solucionarem assassinatos.

Neste dia em questão, Grissom trabalhava com Catherine num assassinato de um homem que foi moído no moedor de carne de um restaurante, e Sara com Warrick num aparente suicídio.

Na cena de Sara e Warrick, assim que ambos chegaram encontraram Hank ainda lá, que disse:

— Vocês são rápidos hein!

— Hora da morte?

— Às sete e vinte. O legista vai poder dizer mais. - respondeu o paramédico. _ Ela perdeu muito sangue. O pulso esquerdo foi cortado.

— É típico pra uma garota. Mulheres costumam se matar na banheira, é mais fácil de limpar pra quem as encontra.

— É.- concordou Warrick.

— Os pais disseram se ela morava com um homem? - Sara perguntou ao detetive que estava com eles.

— Ela namora um tal de Brad Jones, eles não sabem onde ele mora ou trabalha.

Enquanto o detetive falava, Warrick notou uma coisa, e questionou o paramédico.

— Alguém a deslocou?

— Ela já estava assim quando chegamos. Só chequei os sinais vitais. - ele respondeu.

— Tem certeza de que não a deslocou tentando salvá-la?

— Olha só, cara, como eu disse, eu só chequei os sinais.

— Tudo bem, amor. - Sara deixou escapar essa frase e todos os homens que estavam no quarto, inclusive Hank, olharam pra ela.

Percebendo na hora a vergonha que tinha passado, Sara se virou pra poupar mais constrangimentos e disse pra si mesma: “droga!”. Apontou a lanterna pra qualquer lugar do closet enquanto Warrick ainda falava com Hank. Em seguida entrou dentro dele e suspirou. Ela tinha que abrir a boca né?!

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Hank logo se juntou a ela, parando na porta do closet.

— Eu vou cair fora... Viu, amor? - zombou o paramédico.

— Foi mal.- ela segurou o riso, mas deixou um sorriso escapar.

...

Na manhã seguinte, Sara recebeu um sms do técnico de laboratório novato dizendo que já tinha os resultados que ela queria.

— E aí? Tem o resultado do vidro?

— Eu não te chamei pra dar oi. - ele respondeu.

— Que bom que esteja se ambientando, Hodges. - ela sorriu.

David Hodges é um técnico de laboratório formado pela Williams College, e foi transferido do laboratório de criminalística de Los Angeles para o de Las Vegas. Era o cara mais puxa saco do mundo inteiro, quando soube que iria pro laboratório de Vegas, onde Gil Grissom trabalhava, foi a deixa pra tentar impressioná-lo e talvez se tornar seu braço direito ou apenas um melhor amigo. Hodges também é conhecido por ser iludido hahahah. Era um homem de estatura média, não era musculoso, mas era fortinho, cabelos pretos e olhos cinza.

David, apesar de ser um tanto mal educado as vezes, era muito engraçado. Chegava a ser convencido algumas vezes, mas tinha uma personalidade cômica, era legal ser amigo dele. Era um nerd de carteirinha e um ávido fã do seriado Three's company. Hodges nasceu em 30 de outubro de 1965 em Boston, e uma coisa bem curiosa que tinha era um olfato fora do comum, que, por vezes, ele nem precisava usar máquinas para identificar compostos químicos.

— O vidro é de um para-brisa de carro. - ele informou a morena.

— Talvez ela tenha sofrido algum acidente, uma batida...

— Aí ela volta pra casa, sobe na cama e comete suicídio? - franziu o cenho.

Sara sorriu.

— Coisas mais estranhas já aconteceram. Se você saísse do laboratório, saberia. Tem um modelo de carro pra mim?

— Não. - ele disse simplesmente.

....

Os casos foram finalizados rapidamente, Sara e Warrick foram pra casa, e Catherine e Grissom resolveram jantar juntos. Mas depois do que viram que acontecia na cozinha daquele restaurante, ficaram sem jantar em um por um longo tempo. Jantaram na casa da ruiva mesmo.

...

O caso da semana seguinte, um corvo foi encontrado com um globo ocular humano em seu bico, então coube a Catherine, Sara e Nick encontrar o resto do corpo e o assassino. Já Grissom e Warrick trabalharam num outro caso.

...

Na primeira semana de fevereiro, Sara trabalhou num caso solo pensando estar ajudando uma amiga, mas acabou descobrindo sem querer que a tal amiga tinha culpa no cartório.

Ela reabriu um caso de assassinato do marido de uma colega promotora, Melissa. A bala que permaneceu no corpo da amiga podia ajudar Sara a encontrar o assassino, e a moça podia não sobreviver à cirurgia para remoção do projétil. Mas ela sobreviveu, na hora que Sara soube a verdade e com o coração doído foi falar com ela no hospital.

No final do caso, sentindo-se totalmente traída, resolveu desabafar com Grissom que estava com ela no locker.

— O policial leu os direitos de Melissa ali mesmo, no hospital. Quando você pensa conhecer alguém...

— Eu nunca penso isso.

Sara olhou pra ele.

— Nunca?

Grissom a olhou por um instante, abaixou a cabeça e voltou a mexer em seu armário.

Após um breve momento, ela desviou o olhar para o armário em frente a ela.

— Quando eu era criança, estava brincando de esconde-esconde... e achei um saco de plástico embaixo da cama do meu irmão. Achei que fosse um saco de terra, aí eu levei pra minha mãe. Mas na verdade era maconha. Ele ficou de castigo por um ano.

— As melhores intenções são cercadas de decepções. - disse Grissom.

— Emerson?

Ele fechou o armário e olhou para Sara.

— Grissom.

Sara sorriu e voltou a olhar pro armário a sua frente. Grissom viu o quanto Sara ficou abalada com aquela história toda, mas não podia fazer nada, então saiu da sala deixando-a sozinha.

Grissom demonstrou ter um problema de confiança. Ele nunca pensa conhecer alguém. Isso sugere, talvez, que é por isso que ele não consegue se envolver emocionalmente com ninguém.

— Hey Gil! - Nick encontrou Grissom no corredor, depois de ele sair do locker. _ Viu a Sara?

— Ela está lá dentro. E não, ela não está bem.

Ao ouvir isso, Nick andou em passos largos até o locker e viu a amiga sentada no banco de cabeça baixa.

Foi até ela e sentou-se ao seu lado.

— Hey... Não fica assim, Sah. - tocou seu ombro.

Sara o olhou, com os olhos cheios de tristeza, e disse:

— Por que ainda confio nas pessoas?

— Oh Sara...- ele a trouxe para seus braços, consolando a amiga.

Era disso que ela precisava, de um abraço. Grissom pensou que não podia fazer nada por ela, mas se ele tivesse feito o que Nick estava fazendo, já bastava pra ela. Era só isso que ela queria no momento. Um amigo.

...

Quando saiu do laboratório, Grissom foi direto pra casa. Ao chegar lá, sua vizinha Victória, que cuidava de seu cão as vezes quando ele não estava – ia até lá, colocava razão e água, levava um pouco pra sua casa quando Grissom fazia turnos duplos e não podia voltar pra casa, e o levava pra passear também –, lhe disse que havia levado o boxer ao Pet Shop há poucas horas e que já estava na hora de ir buscá-lo. Grissom agradeceu a moça de estatura média, cabelos castanhos escuros longos e olhos da mesma cor, e foi buscar o cão.

Victória era muito simpática e era de grande ajuda a Grissom em não deixar o cão sozinho. Como ela gostava de animais, fez questão de cuidar dele enquanto o mais velho não estava em casa. Era praticamente babá do cachorro, Grissom pagava uma quantia boa pra ela quando a mesma ficava com o cão. Grissom não era bom com pessoas, mas se dava bem com Victória. Ela tinha 19 anos, cursava a faculdade e um de seus hobbies favoritos era ouvir música.

Grissom deixou suas coisas em casa, pegou o carro e foi buscar seu fiel amigo.

Enquanto isso, Sara chegava com Hank na sorveteria. Ela o encontrou quando estava saindo do laboratório, e ele, percebendo sua tristeza, a convidou para dar uma volta. Ela prontamente aceitou. Estava cansada de ser desapontada pelas pessoas que gostava e se tinha uma pessoa que ultimamente estava lhe fazendo bem, esse alguém era Hank.

— Hey... eu nunca te vi triste assim.- ele disse num tom carinhoso, assim que suas taças de sorvete chegaram e a garçonete se retirou.

— Eu confiei nela, Hank. Achei que ela era uma coisa, mas na verdade era outra. Ela me fez de boba. Agora eu sei que dá pra contar nos dedos os amigos de verdade que eu tenho.

— As pessoas são assim, Sara. A maioria se aproveita de pessoas que tem o coração bom como o seu.

Hank conseguiu arrancar um sorriso dela.

— Sabe, são raras as pessoas que não traem nossa confiança. - ele continuou a falar e ela concordou com a cabeça. _ Eu, por exemplo, nunca trairia a sua. Sabe disso não é?

— Sei. - ela sorriu. _ Confio em você.

Ele retribuiu o sorriso sincero dela, mas com certa culpa no olhar, que ela não notou.

Continuaram a tomar os sorvetes em silencio depois dessa troca de palavras.

Perto dali, Grissom já pegava seu amigo de quatro patas no Pet Shop, cheirosinho e com gravata de ossinhos. O pessoal do lugar colocava uma gravatinha nos cães quando ficavam prontos e os mesmos ficavam uma gracinha.

A caminho de casa, pelas ruas movimentadas de Las Vegas, Grissom parou quase em frente uma sorveteria, e a cena que viu quando estava parado naquele trânsito, foi como se alguém tivesse pegado seu coração e batido forte nele com um martelo.

Ao saírem da sorveteria, Hank pegou na mão de Sara – que estava se sentindo melhor, mas não completamente – e a puxou devagar pra perto de seu corpo. Tocou seu rosto fazendo-a fechar os olhos e lhe beijou com ternura.

Para Grissom, o que ele havia sonhado há quase dois meses, nem se comparava com o que ele via naquele momento. No sonho, Sara beijava Hank de um jeito mais intenso, com mais vontade, aquele beijo de cinema. Nesse caso, não era isso que acontecia. Era aquele beijo calmo, delicado, carinhoso. Se no sonho Grissom já tinha ficado mal pelo que via, naquele átimo estava pior do que mal, estava péssimo.

Uma buzina fez Grissom sair de seu estado de choque. Viu a morena se afastar segurando a mão do paramédico, e seguiu seu caminho.

Lembrou de quando não conseguiu acordar daquele sonho e nem desviar o olhar do casal que observava com os amigos naquela praça.

“Era como um castigo: Fica aí olhando o que você está perdendo!”