Love Story

“— Já dormiu com ela?”


“Há coisas que o tempo não desfaz

Há coisas que a vida pede mais (...)

Amor, por tudo isso que hoje eu sei

Não posso nem pensar em te perder

Queria te encontrar pra te dizer

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Que eu nunca amei alguém como eu te amei” ― Ivete Sangalo

Grissom estava desolado. Sara estava magoada com ele e sabia que tinha de dar razão a ela. Mas aquilo já estava indo longe demais. Sempre que tentava falar com ela, pedir desculpas, ela o ignorava. Não podia segurá-la para dizer o que queria, pois seria arriscado fazer isso no laboratório e podia afastá-la ainda mais se o fizesse.

Resolveu ir até o apartamento dela de novo. Doía um pouco dizer e pensar “apartamento dela”, pois ela morava com ele, o apartamento dele era dela também.

Abriu a porta devagar e foi em direção ao quarto em passos lentos, pois o silêncio reinava nos cômodos, sendo assim, Sara poderia estar dormindo ou nem estar lá como da última vez.

Ela estava deitada, pensativa, nem se deu conta que havia mais alguém no apartamento. Só percebeu quando ele entrou no quarto.

— Como entrou aqui? - sentou-se.

— Me deu a cópia da chave, lembra?

— Droga!- exclamou chateada por não ter lembrado disso antes.

— Honey, tem que parar de me evitar.

— Por que? É crime querer ficar sozinha?

— Não, mas tem que me deixar explicar.

— Não quero ouvir.- disse com firmeza. — Já basta o que Catherine me disse. - lembrou de tais palavras e não se sentiu bem. E como poderia?

Gil ficou curioso. Que droga Catherine havia dito a ela?

— E o que ela disse?- sentou-se na cama.

— Não importa.- levantou-se cruzando os braços, ainda estava irritada com ele e queria ficar sozinha.

— Importa sim! Eu quero saber.

— Gil, por que todo mundo sabia da existência dela, menos eu? Poxa!

— Ah honey, me desculpa. Eu achei que soubesse quem ela é.

— Se Catherine soubesse de nós dois, com certeza ela não me diria aquelas coisas.

Gil só ficou com mais curiosidade.

— O que ela disse, honey? Me diga.

Infelizmente, Sara lembrava de cada palavra que ouvira da ruiva, e demoraria um século para que elas sumissem de sua mente, se é que iriam sumir.

— Como eu não a conhecia, Catherine me disse o quanto Heather é intensa e tantos mais elogios que eu não quero mencionar…- a raiva estava consumindo Sara juntamente com a mágoa de ter sido a última a saber de tudo. — Disse também que Heather foi a única mulher que ela viu mexer com você.- Gil conseguia perceber a raiva e tristeza ao mesmo tempo em seu olhar castanho, mas nada disse, não sabia o que dizer. Sara continuou. — Mencionou que você gostava da Teri, mas que ela não era um grande desafio pra você. Já a Heather é desinibida, consegue te vencer no xadrez mental, e que vocês tinham uma química.

Mas o que? Ele queria puxar aquela cabeleira ruiva! Aquilo já era o bastante. A não ser que tenha mais.

“Por favor, não.”- pensou ele.

— Chega, não quero mais ouvir.– levantou-se também.

— Não! Agora você vai ouvir até o final!- rebateu. — Ela ainda disse que não tem provas e sabe que você nunca contaria a ela, mas que ela... tem certeza que...- ela não conseguiu dizer. Deu um nó em sua garganta.

— Que o quê, Sara? - pela expressão dela, não era nada bom.

— Que... vocês dormiram juntos.

— O que?? Droga, Catherine!

Sua amiga era inacreditável!

Sara havia acreditado, e pela resposta dele talvez eles realmente tenham tido relações. Seu coração doeu só de imaginar.

— Tentei mudar de assunto, mas parecia que ela não me escutava.- seus olhos quiseram marejar, mas ela aguentou firme. — Nem preciso dizer que isso me magoou muito, além do fato de me deixar plantada.

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— Foi sem querer. Eu estava preocupado, ela estava estranha, eu precisava saber o que estava acontecendo. Fui até lá e soube da neta dela, Allison, que ela não conhecia pessoalmente. Acabei passando a noite lá conversando com ela. Eu fiz o que qualquer amigo faria, eu só quis ajudar.

Sara compreendeu o motivo dele passar a noite fora, além do resto do turno, até porque ela mesma disse pra ele fazer o que tinha que fazer, mas ainda assim estava magoada, não custava nada ele ter ligado pra avisar. Olhou bem pra ele e resolveu tirar a prova do que ouviu, precisava saber mesmo que a magoasse.

— É verdade o que a Cath disse?

— Que parte?

— Já dormiu com ela?- temia que a resposta fosse sim.

Grissom desviou o olhar, não iria mentir pra ela, não seria justo.

— Já. - a olhou. — Uma vez, há uns quatro anos...- depois de dizer tais palavras, ele suspirou.

Sara sentiu seu coração falhar, achou que seu sangue iria ferver, mas não foi o que aconteceu.

— Torci pra você dizer que não.- abaixou a cabeça decepcionada.

— Mas não significou nada pra mim.- a fez olhar pra ele novamente.

Mesmo hesitante, Sara fez mais uma pergunta.

— Acha ela melhor do que eu?

— Na cama?- Sara não precisou assentir pra ele entender o sentido. — Olha, só porque ela é uma dominatrix não significa que ela sabe de tudo do assunto.- Sara ergueu uma sobrancelha. — E eu não trocaria você nem por todas as mulheres do mundo.

Sara suspirou querendo rir e balançou a cabeça.

— O que foi?- perguntou com um meio sorriso escondido.

— Está tentando me amolecer e não vai funcionar.

Grissom sorriu e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Voltou ao assunto.

— O que eu preciso fazer pra você me perdoar?

— Eu não sei, Gil. Pergunta pra Heather, quem sabe ela não ajuda.

Grissom suspirou e olhou pra cima.

— Você não tem noção dá vontade que eu estou de te dar uns tabefes, Gil. Nem sei por que veio aqui.

— Eu vim pra tentar resolver tudo. Não aconteceu nada entre a gente, honey, eu sou um homem inocente.

— Você é um idiota, isso sim! Por que eu aturo você? Olha tudo o que você já fez e eu ainda estou aqui.

— Tem razão, você tem toda a razão. Eu sou mesmo um idiota.

— Que bom que você tem consciência disso, agora vai embora tá, eu preciso ficar sozinha.

— Não. Eu não quero ficar brigado com você, Sara... Me desculpa.

— Não é assim tão fácil, não foi com você.

— Eu sei, mas...- ele suspirou. — Olha, sobre os comentários, eu...

Sara o interrompeu.

— Ai nem me fale disso, eu quis gritar cada vez que alguém tocava no assunto. Depois do que você aprontou, os boatos só se espalharam, o assunto do laboratório era só esse. Todo mundo acha que você e a Heather tem alguma coisa, Grissom!

— Mas nós não temos. Eu sei disso e você sabe disso, amor.

— Que droga de regra! Eu estou de saco cheio, sabia?!

— Calma, Sara.- estava assustado com a nervosia dela, era a primeira vez que a via daquele jeito.

— Se me pedir pra ficar calma de novo, eu te expulso daqui!

Grissom sorriu sem querer e ela não gostou disso.

— Isso não tem graça, Gil!- o sorrisinho dele sumiu na hora com a bronca. — Doeu! Doeu imaginar você com outra!

Ele segurou seu rosto com as duas mãos.

— Nunca vai ter outra. Nunca teve.

Sara suspirou.

— Você confia em mim?- ele perguntou acariciando seu rosto e ela assentiu tentando acalmar os nervos. — Me desculpe por magoá-la, não foi minha intenção. Amanhã é nossa folga, posso te levar em algum lugar.

Sara não disse nada e desviou o olhar. Gil voltou a acariciar seu rosto, queria colocar um ponto final naquilo.

— Hey, por favor.- ela o fitou. — Eu te amo.

Sara não resistiu, o abraçou forte.

— Eu também te amo.

— Me desculpa, tá? Você é tudo pra mim.

Ah, como ela amou ouvir aquilo. Amou de verdade. Aquilo confortou seu coração e acalmou sua mente. O abraçou ainda mais forte. Opa, parece que ele amoleceu alguém.

Ficaram assim por alguns segundos de olhos fechados e enfim ele disse:

— Provei sua comida.- ela o olhou nos olhos querendo uma aprovação. — Uma delícia!

Ela sorriu.

— Mesmo?

— Aham. Até repeti.- ela sorriu de lado novamente. — Vem cá, minha mestre cuca! - a abraçou forte e beijou sua bochecha.

Mesmo magoada, Sara adorou ele ter aparecido ali. Precisava de seu abraço.

— Tem que admitir que sair de casa foi exagero, honey.

Sara não pensava assim. Não conseguiria ficar lá, precisava de um tempo sozinha. Ele tinha que compreender que ela era forte, mas tinha seu lado sensível demais.

— Não foi.- discordou.

— Certo. Não foi.

Um fato sobre conviver com mulheres: Mesmo quando você está certo, você está errado.

— Olha pra mim?- pediu carinhosamente.

Assim ela fez. Ele tocou seu rosto, adorava fazer isso. Sentir aquela pele macia era uma das melhores coisas.

— Ainda podemos comemorar… o que me diz?

Sara, com o olhos semicerrados, balançou a cabeça com a ideia de comemoração dele. De fato eles iriam comemorar daquela forma depois do jantar se Gil tivesse aparecido, mas agora??

— Você acabou com todo o clima.

— Mas posso recuperar.

Sara não conseguiu esconder o sorriso.

— Ainda estou brava com você.

— Não tem porquê, meu anjo. Você é a única mulher com quem eu quero estar.– sem jeito ou não, Gil tinha que fazê-la acreditar nisso, não queria perdê-la de novo com um erro seu.

— Isso é apelação, Gilbert!- ele riu sem mostrar os dentes. — Vem cá.- levou a mão direita dos ombros até a nuca dele e o puxou para um beijo. Ver Heather deve tê-lo ajudado a se abrir, mesmo que aquilo irritasse ela.

Ainda não o tinha perdoado por completo, mas estava no caminho disso. Tê-lo ignorado por um tempo foi a chance pra ela se acalmar um pouco.

Comemoraram o aniversário atrasado e com isso fizeram as pazes, mas ia demorar para Sara esquecer, se é que ia, da relação de Grissom com Heather, até porque ele não deixaria de ser amigo dela.

Já deitados e cobertos, estavam calados só ouvindo a respiração um do outro. Grissom quebrou o silêncio.

— Você me perdoou, certo?- ela murmurou um “uhum”. — Então... volta pra casa?

Ela olhou sem saber se respondia sim ou não, só pra dar uma lição nele.

— Não precisa voltar hoje se não quiser, eu ajudo com a mala amanhã. Mas volta?

Aquela casa não era a mesma sem ela. Havia acostumado com sua presença.

Ele sentia falta dela, de sua alegria, de seu jeito menina de ser. Não gostava de vê-la tão pra baixo daquele jeito. Claro que a culpa era dele e de sua querida amiga que lhe disse aquelas coisas, mas a intenção jamais foi magoá-la.

— Tabom.- ela cedeu.

Grissom sorriu e voltou a enchê-la de beijos.

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“Vou deixar tudo bem claro

Me pergunte como chegamos tão longe

A resposta está escrita em meus olhos.

Toda vez que olho para você, vejo algo novo

Que me deixa mais animado do que antes e me faz te querer mais

Não quero dormir essa noite, sonhar é uma perda de tempo

Quando olho o que a vida vem se tornando

Tudo se resume a amar você.” ― Bon Jovi

No dia seguinte ele a ajudou a arrumar a mala e ela voltou pra casa, mas não puderam sair porque apenas Sara tirou a folga, Gil teve que trabalhar.