Love & Sin

Capítulo 9


Durmo durante toda a manha e acordo pela tarde. Pego minha xícara com café e vou até a varanda da clínica. Me apoio no parapeito e fico observando o nada.

Gostava daqui. Realmente gostava. As coisas são diferentes da onde eu morava, e por enquanto vem sendo bem melhores.

– Oi – Peeta me tira de meus devaneios me chamando.

– Oi – digo meio desajeitada.

– Então...

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– Então?

– Você se lembra que eu disse que tinha uma surpresa? – assento com a cabeça – então ela já está pronta. Faltam algumas coisas, porém você já pode saber.

– O que é? – digo animada.

– Só indo lá pra ver.

– Ah – suspiro – agora.

– Se quiser...

– Okay.

[...]

Peeta dirigiu em silêncio por uma rua cheia de árvores. O lugar era meio longe e depois de mais ou menos uma meia hora chegamos.

– Finalmente – Peeta diz.

– É aqui?

– Sim.

– O que é então?

– Vira pra trás e você vera.

Viro-me pra trás e vejo uma casa bem velha, porém muito bonita.

– Uma casa?

– Sua pra ser mais exato.

– C-como... – gaguejo

– Sim – ele tira uma chave do bolso e joga pra mim – toda sua.

– Peeta – pulo em seu colo e quase o derrubo – obrigada!

– De nada – ele se ajeita.

– Serio mesmo, como consegui?

– Tenho meus contatos – ele diz abrindo a porta malas e tirando umas caixas e minhas malas – está tudo aqui.

– Como você conseguiu?

– Você tava dormindo então foi simples.

– Obrigada mesmo.

– Imagina – ele entra no carro – você merece Katniss. Até lá.

– Até.

Entro dentro da casa que tem a decoração antiga e é bem organizada. Os armários da cozinha e dispensa está cheios e tudo parece ser suficiente para um mês. São no total dois quartos, dois banheiros, cozinha e sala e mais um escritório.

Peeta está de parabéns.

Ouço uma voz me chamar, quando me viro me deparo com um mulher loura com os cabelos meio desajeitados e com um vestidinho largado em frente de casa.

– Você deve ser Katniss, não? – ela aponta pra mim – Sou Glimmer. Prazer.

– Sou sim – digo me apoiando na parede – Prazer.

– Eu só vim dar uma olhadinha pra ver se ta tudo bem.

– Está sim.

– Você mora a muito tempo aqui?

– Há alguns dias.

– Está gostando de Southport? É um mundo totalmente diferente, não é?

– Como assim?

– Imagino que não seja daqui. Parece ser de longe.

Depois de alguns segundos, digo que sim com a cabeça.

– Foi o que pensei. Demora um tempo para as pessoas se acostumarem com Southport. Sempre gostei muito daqui.

– Você cresceu aqui?

– Cresci sim, mas depois sai e voltei. É sempre o que acontece, não é? Além do mais, é difícil achar um lugar como esse.

Sorrio, e por um momento nenhuma de nos duas diz uma sequer palavra. Glimmer parecia estar à vontade comigo.

– Você quer café?

Glimmer colocou os óculos de sol – Já imagina que você fosse me dizer isso. Eu adoraria. Todas as coisas de minha cozinha nova estão encaixotadas no carro e eu não consigo ficar um dia se quer sem tomar café. Você não tem idéia de como é difícil.

– É, eu imagino como deve ser.

– Bem, para que você saiba, eu sou uma verdadeira viciada em café. Especialmente em dias como hoje que preciso desembalar minhas coisas. Já mencionei que odeio desencaixotar?

– Acho que não.

– Olhe, provavelmente é a pior coisa que existe. Tentar descobrir aonde colocar cada coisa, bater os joelhos nas caixas. Mas não se preocupe não sou o tipo de vizinha que pede de ajuda, mas uma xícara de café...

– Entre – digo – só não repare na bagunça.

Glimmer pega a xícara e toma um gole – Bem, a partir de agora você é oficialmente minha melhor amiga no mundo. Esse café esta uma delicia!

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– Obrigada. Fico feliz que tenha gostado.

Glimmer balançou a cabeça – Não consigo acreditar que você se mudou para cá.

– Mas você também se mudou.

– Sim, mas a única razão pela qual considerei esse lugar foi porque eu sabia que não seria a única mulher morando no fim duma rua no meio do nada. Este lugar é meio isolado.

“É por isso mesmo que quis viver aqui” penso – Não é tão ruim. Acho que consigo me acostumar logo.

– Espero me acostumar novamente também – Glimmer sopra o café – Então, o que te trouxe pra cá? Você tem família aqui? Pais? Irmãos?

– Não – respondo – apenas eu mesma.

– Veio por causa de um namorado?

– Não.

– Então você simplesmente... se mudou?

– Sim.

– E por que você quis fazer isso?

Não respondo. Não queria muito falar sobre Marvel nem minha mãe. Eu sei que não tem nenhuma outra intenção por trás dessas perguntas, mas apenas prefiro não falar nada.

– Eu queria um lugar para poder recomeçar a vida – digo.

Glimmer tomou outro gole do café e assentiu com a cabeça.

– Isso faz bastante sentido. Ás vezes, recomeçar de novo e exatamente do que a pessoa precisa. Eu acho que é algo admirável. Muitas pessoas não têm coragem suficiente pra fazer algo assim.

– Você acha?

– Eu tenho certeza – diz ela – Então, que planos você tem pra hoje? O que você vai fazer enquanto eu estiver bufando e reclamando da vida, desembrulhando minhas coisas e limpando tudo até minhas mãos estarem em carne viva?

– Tenho que terminar de arrumar aqui. Mas fora isso, poucas coisas.

– Enfim...

– O que? – pergunto e Glimmer se alevanta.

– Estava realmente bom, porém tenho que ir – ela vai até a porta, mas vira quando chega – foi um prazer conhecê-la Katniss.

– Foi um prazer também, Glimmer.