Love Is a Losing Game

No Guilt In Pleasure


Who are we to stay away
A strange game
Where the only winning move is to engage
Quem somos nós para ficar longe
Um jogo estranho
Quando o único movimento vencedor é envolver
No Guilt In Pleasure - Ms Mr

Após o sábado em que Tonks e Remus fizeram a patrulha no vilarejo, Lupin havia ficado um pouco distante. Tonks se perguntava se tinha feito algo de errado, mas o que realmente havia acontecido era um grande mal entendido. Quando Moody falou sobre um certo rapaz que trabalhava no Departamento de Aurores do Ministério, Remus teve uma sensação estranha que ele não conhecia muito bem chamada ciúmes.

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Ele não podia suportar a ideia de que ela tivesse um namorado e ao mesmo tempo, se sentia culpado por desejá-la quando ela já estava comprometida. Por esse motivo, resolveu pegar missões mais perigosas e que os outros membros da Ordem não iriam afim de evitar a garota de cabelos cor de rosa e, afinal de contas, se algo de ruim fosse acontecer nessas missões era melhor que fosse com ele e não com Tonks.

Porém, ele tinha um amigo muito perspicaz que logo notou essa mudança em seu comportamento e o importunou até que Remus explicasse o que estava acontecendo.

— Aluado, o que está acontecendo com você? Sei que você é corajoso e tudo mais, mas lutar com três comensais da morte sozinho numa vila trouxa? — Sirius perguntava, de testa enrugada. Eles estavam sozinhos no telhado da Sede. Bicuço dormia no canto e os dois estavam sentados observavando o céu cinzento de Londres, bebendo uma cerveja amanteigada.

— Eu só fiz o que eu tinha que fazer. E nós já enfrentamos coisas bem piores... — Ele falou, lembrando dos confrontos da Primeira Guerra Bruxa que ainda lhe davam arrepios. A maioria de seus melhores amigos pereceram naquela época e nenhum dos dois ali sentados precisaram de palavras para demonstrar o pesar que sentiam sobre aqueles tempos.

— Você sabe que eu não estou falando necessariamente do que aconteceu nessa missão, sei que já vimos coisa muito pior. — Ele suspirou, foi tão difícil para Sirius quando para Remus, os dois perderam parte de seus corações naquelas batalhas. Antes que o clima pesasse muito, ele voltou ao assunto antigo: —Mas você está indo para todas as patrulhas sozinho... Aconteceu alguma coisa entre você e a Dora? — Sirius deu um sorrisinho. Ele chamava Tonks de Dora as vezes, eles haviam ficado bem amigos, afinal, os dois eram praticamente banidos da família Black.

— Não aconteceu nada. — Remus fechou a cara, um misto de emoções o envolveu novamente: tristeza, ciúmes, o coração acelerado e um fervor que corou-lhe as bochechas.

— A última vez que eu vi alguém fazer essa cara foi quando o James descobriu que a Lily estava saindo com aquele Prewett... — Ele falou curioso com o que estava havendo na cabeça do amigo. Pela reação de Remus ao ouvir aquilo, Sirius concluiu o óbvio. — Eu não creio que você acreditou no que o Alastor falou. Aquele velho é maluco!

— Ela não negou. — Remus deu de ombros diante da indignação de Sirius. — Uma mulher tão incrível como ela conseguiria um namorado fácil.

— Pelas cuecas sujas de Merlin, eu não acredito que depois de todos aqueles anos em Hogwarts você ainda pensa assim. O que fez enquanto eu estive nas minhas férias malditas em Azkaban? — Sirius levantou-se da cadeira em que estava e chacoalhou Remus, pensando em como ele podia conviver com aqueles pensamentos por tantos anos.

— Eu só... Não consigo evitar. Pelo menos se eu tivesse um emprego, eu poderia dar uma vida melhor para ela. — Remus resmungou, com as mãos no rosto. — Além disso, eu sou perigoso. — Era difícil para ele conviver com esse dilema por toda a vida, quando as coisas estavam melhorando quando se formaram em Hogwarts a Guerra estourou e o pior aconteceu.

— Olha só, já estamos um passo a frente. Você não vai precisar enrolar uma eternidade para contar para a Tonks que é um lobisomem. Ela já sabe e aceita isso numa boa, até faz piadas disso assim como eu. — Black lembrou das mentiras esfarrapadas que Aluado dava para as meninas em Hogwarts pelo seu sumiço uma vez ao mês.

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— Cala a boca, Almofadinhas. — Remus finalmente esboçou um sorriso e empurrou Sirius do braço da cadeira onde estava apoiado antes. — Então você acha que ela não tem namorado? — Ele perguntou depois de um tempo, esperançoso.

— Claro que não, você acha que ela iria te dar tão mole se tivesse outro cara na jogada? — Sirius falou, como se fosse óbvio.

Na verdade, estava nítido para todos que Ninfadora estava interessada em Remus. O único que não via isso era ele, provavelmente por todas as desculpas e empecilhos que ele criava em sua cabeça. Quando a hora do jantar se aproximava, os dois desceram e seguiram para a cozinha, onde teriam uma reunião para tratar das patrulhas e dos avanços nas investigações sobre Voldemort.

— Boa noite rapazes, vejo que ficaram sem fazer nada a tarde toda. — Moody reclamou, mas logo pegou a garrafa de cerveja amanteigada da mão de Sirius e serviu-se também.

— Remus merecia um descanso depois daquela última missão suicida. — Sirius brincou, recebendo o olhar sinistro do olho mágico de Alastor.

— Bem, ele poderia ter ido comigo e com o Kingsley ou aceitado ajuda. — Tonks deu de ombros, como se fosse culpa do próprio Lupin ter corrido risco de vida. Ela estava um pouco estressada com as atitudes dele nos últimos dias, mas apesar de parecer indiferente seu tom de voz era de preocupação e no fundo, ela estava extremamente feliz por ele ter voltado inteiro.

Remus abriu a boca para responder, mas antes que qualquer frase viesse a tona, Sirius o cortou e sugeriu que na próxima missão os dois fossem juntos. De acordo com Snape, que estava atuando como um agente duplo para Dumbledore e a Ordem, havia um comensal da morte vivendo não muito longe de Londres e ele poderia dar alguma pista dos próximos passos de Você-Sabe-Quem.

— Olha, eu adoraria acompanhar vocês... Mas não me deixam. — Sirius reclamou, fazendo o drama de sempre. Todos rolaram os olhos diante da queixa de Black, mas concordaram com a proposta de Remus e Tonks seguirem em outra missão juntos.

Isso fez os dois se remexerem em suas cadeiras, um estava sentado em frente ao outro e isso fazia a cena ser no mínimo curiosa. Remus já ficava nervoso em vê-la normalmente, mal sabia o que poderia acontecer se os dois ficassem juntos o dia inteiro e corou só de pensar. Já Ninfadora se incomodava com o fato dele estar inquieto, perguntava-se se tinha algo de errado com ela e sem perceber, seus cabelos adquiriram um tom de azul celeste.

— Bem, não temos a noite toda... — Sirius pigarreou, chamando a atenção de todos. — Temos mais alguma pista de quais são os planos do Voldemort?

— Achamos que ele está esperando conseguir a profecia para agir. — Tonks explicou. — Aquela maldita bolinha que rouba todas as nossas tardes.

— Ninfadora, você sabe que ela é importante demais para ser deixada de lado. — Moody a chamou pelo nome para provocá-la, rindo um pouco. Ela o fuzilou com os olhos. — Tudo bem, me desculpe Tonks...

— Se for só isso, acho que já podemos jantar! A Molly deixou comida pronta para a semana toda? — Sirius perguntou, ao ver o fogão cheio de panelas.

Todos se serviram da maravilhosa comida da Sra. Weasley, debateram mais um pouco sobre as informações obtidas pelos informantes no Ministério, mas logo todos foram embora ou para seus respectivos quartos. Tonks achou mais fácil ficar na Sede e foi para um dos quartos de hóspedes que já tinha se tornado seu. Na manhã seguinte acordou cedo e tomou um banho rápido, seus cabelos molhados estavam num tom de vermelho combinando com a camiseta de alguma banda trouxa.

Quando ela desceu para a cozinha, Remus já se servia de seu café, estava de pé perto da bancada. Ele a mediu por alguns segundos e ela notou que estava sendo observada, mas não teve tempo de perguntar o motivo dele a olhar daquela forma porque derramou chá quente na mesa e precisou de um feitiço para reparar a bagunça.

— Eu ainda não sei como passei no teste de discrição e rastreamento sendo desastrada desse jeito. — Ela resmungou, quando a mesa já estava limpa novamente.

— Pelo menos dissimulação e disfarce foi fácil. — Remus apontou para os cabelos vermelhos da garota, tratando da sua habilidade de metamorfomaga. Isso fez Tonks corar um pouco e sorrir para ele, o sorriso mais lindo que ele lembrava de ter visto.

Ainda que estivessem na primavera, o clima de Londres continuava frio mesmo com o sol brilhando fracamente lá fora. Remus e Tonks pegaram seus casacos, ela enrolou seu cachecol da Lufa-Lufa no pescoço e logo partiram para a missão, os dois foram instruídos a se esconderem na casa do comensal da morte para obter informações.

Foi fácil até demais invadir a casinha que parecia quase abandonada no meio do nada, o que preocupou um pouco os dois. Severus explicou que haveria uma reunião com os comensais e na hora que eles entraram na casa não havia ninguém por perto. Após adentrarem pelo alçapão que daria no porão, deram uma rápida olhada na casa antes de se esconderem num lugar seguro para esperar o tal homem voltar.

— Não parece que ele mora realmente aqui, deve ser uma espécie de abrigo para quando está por perto... — Tonks falou baixinho, de dentro do armário de vassouras em que estavam.

— É... Mas de acordo com Snape, ele deve chegar a qualquer momento. — Remus falou concordando com a cabeça, mas Tonks enxergava vagamente o homem, já que a única iluminação que recebiam era a luz que passava pelas frestas da portas.

Depois de um tempo esperando em silêncio, os dois já começavam a ficar ansiosos e com medo de que aquilo fosse uma armadilha. Mesmo eles tendo colocado alguns feitiços de proteção na porta do armário, era fácil de serem pegos se o homem soubesse que eles estavam ali. Além disso, era um pouco complicado para os dois estarem ali juntos no escuro e apertado armário, um sentia que o outro estava ouvindo o coração acelerado do outro batendo forte no peito.

— É engraçado estar dentro de um armário de vassouras depois de tanto tempo... — Remus quebrou o silêncio de uma forma um pouco aleatória. Vendo que Tonks não disse nada, percebeu que sua frase merecia uma explicação. — James e Sirius levavam as garotas para namorar nos armários de Hogwarts. Eu quase nunca fazia isso, mas Sirius continuou fazendo isso até o último ano da escola, quando a Lily já tinha colocado juízo na cabeça do James. — A história tinha um tom nostálgico, uma mistura de alegria pelos bons tempos e a tristeza de saber o que aconteceu depois.

— Faltou alguém para colocar juízo na cabeça dele. Ele nunca namorou sério?—Tonks comentou.

— Ele até tinha alguém, mas acho que ela tinha ainda menos juízo que ele. A relação deles era engraçada, estavam sempre brigando e logo em seguida iam para um armário fazerem as pazes. — Remus ria, lembrando dos amigos.

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— Pelo jeito ele sempre foi desse jeito... — Tonks pensou no Sirius preso na Sede da Ordem da Fênix, mesmo depois de 12 anos na cadeia ele continuava com o charme e as brincadeiras de quando estava na escola. — Ele continua bonito, não continua? Mesmo depois de Azkaban? — Ela falou, com a língua entre os dentes. Talvez um comentário daqueles esclareceria o que Remus sentia por ela.

Molly disse que as atitudes estranhas de Remus naquela semana tinham a ver com o suposto namorado que Alastor havia citado numa conversa, mas para Tonks tinha ficado claro que era uma brincadeira e ela se recusava acreditar que Lupin teria uma reação tão infantil. Ele não devia estar apaixonado por ela, não agiria daquela forma só por causa dela, tentando se afastar e indo à missões perigosas só por isso.

Aquela frase atingiu Remus como se fosse um Estupefaça, ele não podia perdê-la para Sirius. Ele sempre fora um sucesso entre as garotas, musculoso e badboy, enquanto Remus era magricela e nerd demais para a maioria das meninas. Ele nunca se importou com isso durante a escola, mas com Ninfadora era diferente, ele não podia deixá-la escapar.

— Ele sempre consegue as mulheres. — Ele falou sem pensar. Como ele deveria reagir quando a mulher por quem é apaixonado elogia seu melhor amigo na cara dura? Em todos os anos em Hogwarts, Sirius e James conseguiam todas as meninas que quisessem sem nenhuma dificuldade e sem nenhum drama, enquanto ele sempre teve problemas para se relacionar com as garotas e ainda tinha que mentir sobre sua licantropia.

Tonks não acreditou na reação dele e até se esqueceu do motivo de estarem cochichando dentro de um armário apertado e escuro, deixando seu coração falar mais alto:

— Você saberia perfeitamente bem por quem eu me apaixonei se não estivesse tão ocupado em sentir pena de si mesmo para notar. — Ela sentiu seus cabelos ficando ainda mais vermelhos, assim como seu rosto que esquentou de raiva. Remus pensou que ela estava afim de seu primo Sirius? A autoestima dele era tão baixa que ela mal podia acreditar! Mesmo deixando estampado na cara dele, o homem não percebia que ela nutria sentimentos por ele.

Antes que ele pudesse se desculpar ou perceber o que ela queria dizer, a porta da casa bateu indicando que o comensal havia voltado da reunião.

— Como aquele idiota do Ministro da Magia não acredita que o Lorde das Trevas voltou? Estamos infiltrados em quase todos os departamentos e fazendo uma porção de nascidos trouxas desaparecerem e os cegos não percebem! — Uma voz grossa falava, em tom de deboche.

— Eles são mesmo idiotas, mas acho que o Lorde devia atacar o Ministério enquanto não acreditam na volta dele. Ia ser muito fácil vencer de um bando de bruxos despreparados. — Outra voz masculina respondeu. Os dois que estavam escondidos no armário arfaram em preocupação, se houvesse um combate seria um contra um.

— Você sabe que ele não fez isso por um motivo. — Tonks arregalou os olhos, como que essa atitude a fizesse ouvir melhor o que o primeiro comensal dizia. — Ele acha que a profecia tem a ver com o menino Potter, que foi por causa dela que ele foi quase destruído na última vez.

— Como é que um garoto conseguiu ter tanto poder assim contra Você-Sabe-Quem?

— É isso que nós vamos descobrir quando o Lorde conseguir pensar numa forma de fisgar aquela maldita profecia.

Um dos homens se servia de uma garrafa de Firewhiskey, quando terminou deu um grito para o outro homem: "Pensa rápido!" e Remus e Tonks puderam ouvir o estilhaço da garrafa no chão. Tonks pensou que mesmo quando adultos, os homens se portavam como garotos de vez em quando.

— Tonks. — Remus tocou em seu braço, dando sinal de que era a deixa para os dois aparatarem de volta para Londres. Assim, os dois surgiram em frente ao Largo Grimmauld que era iluminado por um sol fraco que insistia em aparecer por trás das nuvens pesadas e negras.

Ainda que a aparição dos dois comensais tenham interferido na discussão que havia surgido, Ninfadora ainda estava chateada com a reação de Lupin e decidiu entrar na Sede o mais rápido possível e foi andando rápido até a porta.

— Tonks! — Lupin a seguiu rápido, impedindo-a de entrar. Se eles adentrassem na casa, não teriam a chance de conversarem as sós sobre o ocorrido e ele nem sabia direito o que tinha acontecido. "Você saberia perfeitamente bem por quem eu me apaixonei se não estivesse tão ocupado em sentir pena de si mesmo para notar". Essas palavras ecoavam na cabeça dele desde que elas foram proferidas e só existia um questionamento: Ela havia dito que estava apaixonada por ele?