My Little Princess

Os dias foram passando e cada dia ia ficando mais difícil,a saudade de Guilherme apertava mas eu sempre lembrava que tinha um pedacinho dele crescendo dentro de mim.

E exatamente 6 meses depois de eu saber que estava grávida,todos(incluindo parentes e o pessoal do colégio)já sabiam da minha gravidez,menos Guilherme. Levei alguns puxões de orelha da minha tia que disse que eu era muito nova mas minha mãe me defendeu com suas garras.

Minha barriga já não passa mais despercebida e a cada dia fica mais dficil no TMJ,agora estou apenas indo duas vezes na semana para não perder aula mesmo pois não posso fazer muito esforço.O doutor disse para mim tomar muito cuidado pois a gravidez por enquanto esta indo tudo bem mas eu sou nova e as vezes pode ter complicações durante a gestação.

Nara e Henrique estão babando cada vez mais pelo sobrinho e toda vez que vou fazer ecografia eles vão junto. Então eu ainda não consegui saber o sexo pois toda vez que eu vou o meu bebe esta virado ou de pernas cruzadas ai não da para ver. Mas não importa se for garota ou garoto,se vier com saúde esta mais que bom.

Minha mãe e meu padastro resolveram marcar a data do casamento e ele vai acontecer após meu bebe ter nascido,bom falando em família o meu pai quer porque quer que eu vá para lá passar uns dias com ele e sua família mas eu acabo dando a desculpa que não posso faltar no colégio e tudo mais. Ele veio a umas semanas atrás me visitar e perguntar do bebe(óbvio que no começo ele não aceitou muito mas depois que viu a primeira ecografia seus olhos até encheram de lágrimas) e por incrível que pareça minha mãe o convidou para o seu casamento. Sim isso mesmo que vocês ouviram,ela o convidou,e não foi por mensagem não,foi cara a cara. A sorte que tudo ocorreu bem.

Hoje mesmo eu vou ir fazer mais uma ecografia para ver se ja da para ver o sexo do meu bebe,Deus queira que sim. Meus amigos falam que vai ser garoto mas eu acho que vai ser menina,minha mãe disse a mesma coisa.

–Pronta querida?-Minha mãe perguntou,hoje ela,Henrique,Nara e Humberto iram comigo. Todos estamos rezando para sabermos o sexo.

–Uhum.-Falei pegando minha bolsa. Entramos no carro de Humberto e fomos para o hospital,fui direto para a maternidade e conversei com a secretária-enfermeira. Ela pediu para esperarmos na salinha de espera até a doutora vir nos chamar.

–Sô.-Rah me chamou.

–Sim?

–O que você acha que é?

–Menina.-Sorri.

–Eu acho que é um garoto.-Humberto,Nara e Henrique falaram ao mesmo tempo.

–Ah não,eu acho que é garota.-Minha mãe disse.

–Eu também.-Falei.

–Bom mas não importa o sexo se vir com saúde né.-Rah disse sorridente.

–Aham... Ei quem vai entrar comigo?

–Como só pode ir você e mais uma pessoa acho melhor a mamãe né Sô.-Henrique me fitou,vi seus olhos brilharem,ele estava mais ansioso que eu se duvidar.

–Não Henrique,vá você,todos aqui sabemos que parece que você que vai ter o filho pois ta mais doida que não sei o que.-Minha mãe disse,não contemos o riso.

–Ta bom né.-Ele sorriu de uma orelha a outra.

–Sôphie.-Escutei minha doutora me chamar,me levantei e Henrique também.

–Dedos cruzados.-Rah sussurrou,assenti sorrindo. Eu e Henrique seguimos a doutora até a mesma sala de sempre.

–Então Sôphie como foi esse mês?-Ela preparava tudo enquanto conversava comigo.

–Foi bem até,doutora eu senti meu bebe mexer.-Falei sorrindo,ela sorriu.

–Isso é bom Sôphie.-Levantei minha blusa e ela passou o gel gelado em minha barriga.

–Será que hoje eu consigo saber que sexo que é?

–Acho que sim.-Sorri e olhei para Henrique,ele segurou minha mão e olhou para a tela.

–Então doutora já sabe o que é?-Meu coração parecia que ia sair pela boca,então ela sorriu.

–Sei sim.-Ela sorriu.Meu coração acelerou.-Parabéns você terá uma bela princesa.

–Então é uma garota?-Henrique perguntou,ela assentiu.

–Ai meu Deus.-Meus olhos se encheram de lágrimas.-Henrique é uma garotinha,eu vou ter uma filha.-As lágrimas em meu rosto rolavam a solta e as de Henrique também.

–Eu vou ter uma sobrinha,a bebe mais linda desse mundo.-A doutora sorria de uma orelha a outra,ela nos entregou lenços para enxugarmos as lágrimas. Eu e Henrique mal conseguíamos falar direito,se quer pensar.

–Então doutora,como ela esta se saúde?-Respirei fundo.

–Bom pelo que estou vendo aqui ela esta ótima. Sua filha esta dando e vendendo saúde.-Sorri de uma orelha a outra.Conversei mais um pouco com a médica e finalmente pude contar ao pessoal o que era.

–Então filha deu para saber o sexo?-Minha mãe perguntou animada.

–Então mãe...-Olhei para Henrique.-Você será avó de uma bela de uma princesa.

–AHHHHH.-Todos gritaram(até Humberto)e me abraçaram forte,um de cada vez foi me dando os parabéns devagarinho.

–Temos que preparar um chá de bebe.-Nara lembrou.

–Isso mesmo.-Minha mãe disse.-Temos que providenciar tudo.-Eu mal conseguia conter o sorriso e as lágrimas.

Eu vou ter uma bela garotinha. Minha filha. Eu disse que ia ser uma garota.

Aproveitei para ligar para meus amigos e os convidei para jantarem comigo em minha casa e assim pude conta-los o sexo.

Obviamente todos ficaram mega felizes e mal podem esperar pelo nascimento.

[... 2 meses depois ...]

–Zack você não acha que é cedo de mais para irmos pro shopping?-Ele e Dejan estavam me levando pro shopping as 9 horas da manhã em pleno sábado.

–Nunca é cedo de mais para irmos ao shopping.-Ele disse sorridente.

–O que vamos fazer lá?-Virei a cabeça olhando para Dejan que estava no banco traseiro.

–Compras.-Ele sorriu.

–Por que?

–Porque nós gostamos de nos vestir bem horas.-Ele disse sorridente,aquilo era estranho mas tudo bem né,fazer o que. Vou aproveitar para dar uma olhada nos bercinhos para o quartinho da minha filha,pois é o chá de bebe foi feito,minha filha nasce mês que vem e nem o quarto eu arrumei. Que mãe desnaturada.

Chegamos no shopping e eles me fizeram entrar em todas as lojas,não importava se era masculina,feminina,de sapato,de jogos.Simplesmente entramos em tudo,menos nas lojas de bebes. Eles insistiram em me levar para outros lugares.

–Sô.-Zack me chamou,na hora do almoço resolvemos comer num fast food.

–Sim?-Ele do nada me estendeu uma sacolinha,era de uma famosa joalheria.-O que é isso?

–Um presentinho meu e do Dejan para a Ann.- "Ann" pois minha bebe vai se chamar Angel,Guilherme tinha me dito esse nome uma vez,enquanto comentávamos de que nome iríamos dar se tivéssemos filhos.

–Meninos...-Peguei a sacolinha,abri ela e tirei um caixinha preta. Abri a caixinha e tinha um colar com um pingente em forma de sapatilha.

–Escolhemos uma sapatilha pois representa o ballet,ou seja a dança,esperamos que nossa sobrinha seja tão boa quanto sua mãe é.-Sorri de uma orelha a outra,olhei para eles e meus olhos brilharam.

–Alias o colar não ira dar alergia pois ele é banhado em ouro branco e as pedrinhas e a pedra maior são diamantes.-Fiquei boquiaberta.

–Garotos isso deve ter custado o olho da cara.-Eles riram.

–Não nos importamos com o preço,só queremos saber se você gostou ou não.-Zack disse.

–Eu amei.-Sorri de uma orelha a outra.-Muito obrigada.

–Calma não é só para a princesa que temos presente,temos para você também.-Dejan me estendeu outra sacolinha da mesma joalheria.

–Dejan... Zack...-Os olhei inconformada,peguei a sacolinha e abri. Tirei outras caixinha preta,a abri e la dentro tinha nada menos que um belo colar prateado com um pingente de sapatilha,com um S e uma pedrinha azul representando minha cor favorita.-Vocês são doidos ou o que?

–Somos doidos por você e pela nossa sobrinha.-Zack respondeu sorridente,me levantei e os abracei forte.Eu mal conseguia dizer uma palavra.

–Como posso agradecer por isso?

–Cuidando bem da nossa sobrinha,o que já sabemos que vai acontecer,já esta mais que bom.-Sorri.

–Anw garotos,vocês são perfeitos.-Eu mal contia o sorriso de uma orelha a outra.

Eu e os garotos saímos do shopping e fomos para outros lugares,eu sinceramente já estava ficando cansada mas o que não faço por esses loucos haha.

–Meninos será que já podemos ir embora? Eu estou precisando deitar.-Falei assim que entrei no carro. Dejan olhou para o celular e sorriu.

–Sim,podemos.-Dei graças a Deus mentalmente e finalmente voltamos para casa. Entramos e percebi um certo silêncio.

–GENTE,CHEGAMOS.-Gritei,escutei uns passos descendo a escada.Minha mãe e Henrique desciam sorridentes.

–E ai como foi lá no shopping?-Meu irmão perguntou.

–Foi ótimo.-Sorri de uma orelha a outra,olhei para trás olhando os dois. Me virei novamente e vi um certo brilho no olhar dos dois.-Que cara são essas?Aconteceu alguma coisa?

–Aham.-Responderam juntos.

–O que?-Eles se entreolharam.

–Vamos subir querida.-Minha mãe segurou minha mão e assim nós subimos as escadas,eles caminharam até a porta de Guilherme e pararam.

–O que foi?-Eu não estava entendendo nada.

–Pode abrir querida.-Caminhei até a porta e meio receosa a abri.Assim que abri senti o perfume de Guilherme no ar,entrei e percebi que o quarto estava totalmente diferente. Meu queixo foi lá no chão,ele não tinha mais nada de Guilherme e sim as coisas da minha filha. Eles tinham montado um quarto perfeito para ela.

–Ai meu Deus.-Eu mal conseguia acreditar no que estava vendo.

–Gostou?-Escutei uma voz no canto do quarto,me virei e vi ninguém menos que Alex e Patrick. Alex estava de pé ao lado de Patrick que estava sentado na poltrona,ele tinha um tubo entrando pelo seu nariz e passando por dentro de sua camiseta.

–AHHHHHHH.-Não contive o grito,corri e abracei forte Patrick.Eu mal conseguia acreditar no que estava vendo,Patrick até semana passada estava no hospital com riscos graves,ele estava em coma ainda e havia poucas chances dele sair bem dessa. Mas olhe só,ele esta aqui no quarto,agora.

–Vai com calma irmã,ele ainda esta se recuperando.-Ouvi a voz de Henrique.Eu mal conseguia controlar as lágrimas,esses últimos meses fora muito difícil para Alex,todo Santo dia ele ia visitar Patrick e raramente seu estado mudava para melhor.

–Patrick você esta aqui,em carne e osso.-O fitei.Ele tinha uma aparência de doente mas é claro né.

–Estou Sô.-Sua voz ainda era fraca.

–Ai meu Deus,você esta aqui,não esta em coma e muito menos no Hospital.-Ele sorriu fraco.

–Graças a você e seus amigos,se eles não tivessem doado aquele mundarel de sangue vai saber aonde o Patrick estaria agora.-Alex disse,o fitei,ele sorria de uma orelha a outra.

–Alex.-O abracei forte,acho que o abraço mais forte que demos até hoje.

–Obrigada por ter salvado a vida do amor da minha vida.-O fitei.

–Não precisa agradecer Alex,sabe que eu faria tudo de novo.-Ele sorriu.

–Bom como o Patrick saiu muito bem dessa,eu tive uma ideia de montar esse quarto para sua bebe.Espero que tenha gostado,fiz tudo com muito carinho.

–Alex eu nem sei o que dizer.-O abracei forte novamente.-Muito obrigada.

–Já disse que não precisa agradecer,eu que preciso.

–Sô.-Escutei a voz de Patrick,o fitei.Do seu lado tinha um cilindro de oxigênio.

–Sim?-O fitei.Ele parecia fazer um tanto de esforço.Me agachei a sua frente e o fitei.

–Desejo que sua bebe venha com muita mas muita saúde.-Ele disse devagarinho.

–Obrigada Patrick.Mas e ai é definitivo agora,você ira ficar em casa?

–Por enquanto sim,se eu não piorar poderei a viver normalmente. Aliás você esta muito bonita.-Sorri.

–Obrigada,você também.Senti falta de você sabia.-Ele sorriu.

–E eu a sua.-Olhei para cima olhando Alex,ele mal conseguia conter o sorriso.

–Os dois maiores amores da minha vida juntos,isso é tão perfeito.-Ele disse sorrindo,vi seus olhos se encherem de lágrimas.-Graças a sua ajuda e dos seus amigos Sô.

–E graças a você,se não tivesse nos falado aquele dia da doação nem saberíamos de nada e bom sem o seu esforço para tentar manter o Patrick vivo foi enorme também.

–Valeu Sô.

–Bom me deixe me dar uma olhada por esse quarto perfeito.-Me levantei e olhei em volta,tudo era tão delicado e tanto a minha cara quanto a de Angel.-Esse quarto é simplesmente perfeito,muito obrigada,a todos.

–Nós que agradecer Sô.-Disseram juntos.

–Então... que tal tomarmos café? Espero não ser a única com fome daqui.-Sorri e todos assentiram. Enquanto descíamos para a sala,Henrique ajudou Alex com Patrick.

Passamos o resto da tarde e noite conversando e colocando o papo em dia. Não tem como ficar melhor esse dia.