P.O.V: Jade

Eu estava na minha aula de herbologia. Fazem três dias desde que o professor de DCAT colocou a minha pessoa para fazer um trabalho com James Sirius Potter.

Até que não tem sido tão ruim quanto eu pensei, nós nos encontramos sempre depois das aulas lá no campo atrás de Hogwarts, levamos o material necessário, praticamos e escrevemos. Ou melhor, eu pratico e ele escreve desde que a letra dele é mais bonita (curvada e perfeita, maldito Potter) e eu ainda não aprendi a conjurar um Patrono Corpóreo.

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Eu não tenho se lá muitas lembranças boas e realmente felizes, por isso é meio difícil encontrar alguma. Então todas as vezes que eu tento e sai aquela droga de luz, eu e ele apenas nos sentamos na grama para eu descansar um pouco, já que eu sempre me sinto desgastada e cansada, e nós conversamos. Não necessariamente sobre o trabalho, mas sobre nós mesmos.

Eu contava sobre a minha vida na Beauxbatons, que parecia ter acontecido a anos atrás e não apenas algumas semanas. E ele me contava sobre as suas aventuras aqui mesmo em Hogwarts, das piores, como suas noites de bebedeira no mundo trouxa, e das melhores, como os treinos de Quadribol.

Ele parecia sonhador quando falava de Quadribol na verdade. O que, na tarde passada, havia me levado a perguntar por que ele gostava tanto.

— Minha mãe e meu pai jogavam quando estiveram em Hogwarts, por isso os dois são fascinados e isso acabou me afetando, eu acho. É uma coisa entre eu e o meu pai na verdade. Alvo não curte muito e muito menos Lily, então isso me aproximou dele. — ele falou e eu pude notar um leve brilho em seu olhar, que só aparecia quando ele falava sobre o seu pai. Imagino que eles sejam realmente muito próximos.

Eu queria ser próxima assim dos meus pais.

Fui tirada dos meus pensamentos e lembranças quando esbarrei em alguém, fazendo os livros da pessoa caírem no chão. Eu estava sem livros, desde que o meu período de aula já terminou e eu estava indo para o campo encontrar o James.

Mas então eu percebi que eu esbarrei justamente nele.

— Droga. — ele disse e abaixou.

Me abaixei para ajudá-lo com um olhar interrogativo.

— Onde você vai? Pensei que iriamos treinar.

Percebo que um dos seus livros é de Poções, mas a aula de Poções foi no segundo período, inclusive, nós fazemos essa aula juntos.

— E nós vamos. Assim que eu levar esses livros para o professor Horácio, se eu ajudá-lo após a aula talvez ele nos ajude com o Patrono, já que não podemos pedir nada ao professor de DCAT. — James falou.

Eu peguei alguns dos livros nos meus braços e estava a ponto de dizer que eu o acompanharia, afinal, sou eu que não consigo conjurar, mas a Diretora Mcgonagall tocou o meu ombro e falou:

— Srta. Walters, eu gostaria de conversar com você na minha sala. Podemos?

Gelei.

Oh, droga! Será que alguém me viu perambulando depois do horário? Mas se fosse assim ela levaria o James também, não é?

— Hmm, claro. — eu falei e entreguei os livros para James, que me mandou uma expressão preocupada.

Respirei fundo e a acompanhei até a sua sala, em silêncio durante todo o caminho. Finalmente, quando entramos, a diretora se sentou e pediu para que eu e sentasse a frente dela, do outro lado da mesa.

— Srta. Walters, eu receio que tenha péssimas notícias e não há um jeito bom ou mais calmo de lhe contar. — a diretora falou com um olhar triste nos olhos.

Como eu não gosto de rodeios, apenas falei:

— Diretora, por favor, apenas diga.

Ela suspirou e me olhou nos olhos.

— Ontem a noite houve um acidente de carro muito grave, aconteceu uma explosão que levou um casal a falecer. — ela falou devagar e eu temia o que viria a seguir. — Hoje de manhã identificaram os corpos como de Joanna e Bryce Walters. Eu sinto muito querida.

O ar não me vinha. Meus olhos se encheram de lágrimas que logo se derramaram pelo meu rosto. Em meu peito um buraco vazio se formava fazendo uma dor intensa correr por todo o meu corpo.

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Não. Eles não. Não pode ser verdade.

— Você tem algum parente que eu possa contatar? — a diretora perguntou e eu neguei levemente.

— Não... Eu sou filha única e eu só tenho uma tia de parte de pai, mas ela é muito distante... Obrigado por me informar diretora Mcgonagall. Eu posso me retirar? – perguntei fazendo o meu máximo para a minha voz sair compreensível apesar de estar embargada, e acho que as lágrimas não ajudavam em nada.

Ela assentiu.

— Claro. E novamente, eu sinto muito Jade. — ela disse com um olhar ainda mais triste, um olhar de pena, eu odiava a pena, principalmente quando ela era para mim.

— Obrigado. — eu respondi e andei apressadamente para fora da sala dela.

Ao sair eu dei de cara com James, ele olhou para o meu rosto cheio de lágrimas.

— O que foi? O que ela disse? — ele perguntou preocupado.

Eu não sei o que deu em mim, só sei que no próximo segundo eu já estava nos braços dele, chorando em seu peito enquanto ele acariciava o meu cabelo e sussurrava:

— Vai ficar tudo bem.

Eu queria acreditar nisso, mas eu sabia que não iria.

Nada ficaria bem.