Loucuras À Meia Noite

Confusões amorosas.


P.O.V: Alvo.

Fazem quatro dias desde o beijo com Katherine. Ela me evita ao máximo, sempre que passa por mim, passa com a cabeça baixa e durante as refeições agora ela se senta sempre no lado oposto de mim, o mais longe que ela puder.

Eu apenas não conseguia entender! Eu sabia que ela temia pela nossa amizade, mas algo me dizia que não era apenas isso... Havia alguma coisa a mais por trás disso, ela queria ficar comigo, ser mais do que minha amiga, mas algo a impedia. Contudo, eu precisava falar com ela, precisava pedir desculpas... Era insuportável ter ela tão longe, afinal, ela era minha melhor amiga acima de tudo, prefiro tê-la apenas assim do que não tê-la de forma alguma. Quem sabe com o tempo eu possa descobrir o que ela tem.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Depois da última aula, eu fui atrás dela, sabia exatamente onde acha-la: no campo de voo. Ela gosta de ver as crianças ali.

Fui até ela e percebi o corpo dela ficar rígido quase imediatamente.

— Posso me sentar com você?

— É um país livre. — ela me lembrou, ainda lendo.

Suspirei e me sentei ao seu lado, olhei para ela e pude ver que ela me evitava ao máximo.

— Kath... — comecei.

— Não. — ela falou de repente. — Não podemos ser amigos, Alvo. Não mais. — ela fechou o livro e se levantou.

Me levantei rapidamente, a seguindo e segurando o seu braço, mas ela o soltou de uma maneira bruta e me encarou com os olhos azuis gélidos.

— Não. Me. Toca. Nunca mais. — ela se virou outra vez.

Eu estava fervendo de raiva; eu apenas odiava quando ela era fria, ou se fazia de fria, isso sempre me deixou nervoso, quando ela tentava me afastar quando discutíamos, ela sempre usava a mesma tática. Meu sangue subiu a ponto de que eu realmente não percebi o que estava fazendo até puxar o corpo dela para o meu com uma certa ferocidade e colar os meus lábios nos dela de uma forma intensa. Ela lutou de início, tentando me afastar, mas logo o corpo dela relaxou e ela passou os braços em volta do meu pescoço, enrolando os dedos no meu cabelo e retribuindo o beijo ainda mais intensamente.

De repente, ela me empurrou para longe, me olhando tão raivosa quanto eu mesmo estava.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!

— EU QUE PERGUNTO: O QUE INFERNOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!

— DROGA ALVO, ME ESQUECE! OK?! ME APAGA DA SUA DROGA DE VIDA!

— EU NÃO POSSO! — berrei, ofegante e torturado.

— MAS EU POSSO! E EU VOU! ENTÃO SE VIRA PARA FAZER O MESMO! — ela saiu correndo dessa vez, não me dando qualquer chance de tentar fazer ela recuperar a sanidade.

Por que só podia ser isso: ela estava louca. Ou alguém estava a controlando pela maldição Imperius. Eu realmente não via outra explicação, Katherine nunca ficaria assim do nada, não podia ser possível que isso seria culpa dos beijos ou do que eu já lhe disse, ela nunca se afastaria completamente de mim dessa forma...

Chutei a grama com ódio e acabei me jogando sentado ali.

— Hey Al. — uma voz suave falou. — Tudo bem?

Olhei para cima e dei de cara com Alice Longbottom, filha do Neville, se não ficou claro. Alice é uma Corvina, muito gentil, nos conhecemos desde crianças.

— Na verdade, não. — revelei.

Ela se sentou ao meu lado, deixando seus livros de runas antigas de lado e dando-me toda a sua atenção. Tinha cabelos castanhos lisos e olhos também amendoados, além dos traços suaves. Era muito bonita. Me lembrava muito a nova namorada de James, Jade, elas eram bem parecidas.

— Por que brigaram de novo? — ela perguntou, já adivinhando que o problema era com Katherine.

Suspirei.

— Não sei o que está havendo com ela, Ally. Ela gosta de mim também, mas agora nem quer ser mais a minha amiga, acabou de gritar a plenos pulmões que vai me apagar da vida dela.

Meu coração se apertou, a maior desgraça que já fiz fora me apaixonar por ela. Minha melhor amiga. Quis tanto ela como namorada que a perdi das duas formas.

Alice colocou sua mão sobre a minha gentilmente, enlaçando os dedos nos meus em um tipo de conforto.

Sorri levemente, grato pela sua solidariedade. Ela tirou um pedaço de grama do meu cabelo a afagou o meu braço.

— Não se preocupe, Al. Você vai ver que vão voltar logo a se falar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Neguei.

— Talvez ela esteja certa, talvez seja hora de seguir em frente, esquecer tudo o que eu já senti por ela... Romanticamente falando. Somos orgulhosos, ela não vai vir atrás de mim, e eu cansei de correr atrás, se quer saber. Talvez algum dia sejamos amigos de novo, mas eu preciso esquecer ela.

O olhar de Alice se tornou triste e ela apenas assentiu, olhando para os alunos treinando as aulas de voo. Ela manteve a mão na minha e a outra mão em meu braço, era confortável, na verdade, conversar com alguém além de gritos e momentos tensos. Alice era calma, atenciosa e divertida. Talvez ela fosse alguém ideal para me ajudar a seguir em frente, já a peguei me olhando fixamente algumas vezes, sei que ela tem ao menos uma quedinha por mim.

Não sou um aproveitador como James e Scorpius, mas se até eles sossegaram com uma garota e estão felizes, acho que eu também mereço essa chance.

***

P.O.V: Katherine.

Meu coração doía como nunca, mas eu sabia que era necessário, sabia que precisava ser séria para ele me deixar em paz e seguir em frente. Ele não podia ficar preso em mim, nunca o condenaria a isso.

Suspirei, engolindo as lágrimas. Eu era forte o suficiente para passar por isso de cabeça erguida, e não deixaria que ninguém me visse chorar para ir correndo fofocar para o Alvo depois.

Quando tive que voltar a passar pelo campo para ir comer alguma coisa, vi Alvo ainda ali perto do campo de voo, dessa vez acompanhado de uma garota morena bonita, a reconheci como Alice Longbottom. Eles sorriam um para o outro ao conversarem e quando vi suas mãos unidas e como ela se aproximava dele, senti meu estômago revirar.

Mas pior ainda: ele estava jogando charme para ela, eu podia notar pelos olhares que ele mandava e aquele sorriso tímido, mas sedutor. O sorriso que antes erameu.

Sei que o mandei seguir em frente, mas não pensei que fosse fazê-lo cinco minutos depois de brigarmos. Isso fez o caroço em minha garganta subir mais e meu coração se contorcer dolorosamente. Não pude mais aguentar, era a gota d’água. Fui o mais rápido que pude para o meu dormitório e dei graças a Merlin por estar vazio. Fechei as cortinas em volta da minha cama buscando por privacidade e deixei algumas lágrimas rolarem.

Eu não tinha nada a cobrar, estávamos em caminhos separados agora, eu sabia que logo pararia de doer, por mais que parecesse que aquele buraco nunca sumiria, eu sabia que nenhuma dor seria eterna. O ano logo acabaria e eu não precisaria mais vê-lo, ao menos teria as férias para esvaziar a cabeça um pouco e me concentrar em outras coisas importantes.

Coisas mais importantes do que minha paixão impertinente pelo meu melhor amigo...

***

P.O.V: Rose.

— Papai vai pirar se você levar um Malfoy para casa como seu namorado!

Hugo estava me enchendo a paciência no salão comunal e eu estava a ponto de jogar o meu querido irmão de cima da torre de astronomia.

— PELO AMOR DE TODOS OS HIPOGRIFOS COR DE ROSA! NÓS, NÃO, ESTAMOS, NAMORANDO! — berrei irritada, atraindo alguns olhares, mas pouco liguei.

— E o que foi aquela agarração no campo? — ele indagou desafiador.

Essa foi sinceramente a droga da gota d’água. Como ele ousa me olhar desse jeito e ainda com esse tom de voz? Quando fui EU quem claramente colocou alguma coisa sensata na cabeça de Alvo e o impedi de fazer o maior escândalo sobre ele e Lily?

Olhei para o meu irmão sem paciência alguma e prestes a estourar, ele percebeu isso, pois começou a baixar a bola.

— Presta atenção Hugo: eu não te devo satisfação alguma sobre a minha vida amorosa, principalmente por que você não é um grande exemplo sobre quem namorar, então cala a boca antes que a coisa comece a esquentar. Eu não estou namorando com Scorpius! Ele ainda não me pediu, e até lá não temos nada oficial.

Ele apenas assentiu.

Voltei a atenção para o meu livro, mas não conseguia pensar claramente. Um par de olhos verdes e lábios finos com gosto de menta não saíam da minha cabeça. Esse era o meu grande problema, tão pouco tempo e eu já começava a me entregar para ele, em pouco estaria apaixonada e não tinha dúvidas sobre isso. Depois que nos separamos após a detenção, eu não pude me livrar daquelas sensações; o frio que me subia na espinha, o formigamento nos lábios, o tremor em meu coração, o deixando descompassado.

É tão pateticamente real, tudo o que os melosos apaixonados dizem. Lembro-me de quando Victoire me disse como era quando ela estava com Teddy, eu achei tão surreal, não sabia como poderia sentir tanto de uma só vez, ela me disse que eu só entenderia quando sentisse por mim mesma, e ela estava certa.

Fechei o livro, sabendo que não conseguiria me concentrar, e fui até o dormitório, me joguei na minha cama e fitei o teto por alguns instantes, fechando os olhos e me lembrando claramente e perfeitamente de cada momento.

Ainda estava receosa se deveria confiar nele, alguma coisa me dizia que eu precisava tomar mais cuidado, que não deveria me deixar ir tão facilmente. Era difícil pensar nisso (ou em qualquer outra coisa) quando ele me tocava daquele jeito, ainda assim, eu precisava ser forte, ou acabaria me arrependendo depois. Eu não podia ser a primeira a me apaixonar, não mesmo.

Tinha que resistir, resistir as sensações até que fosse seguro senti-las, se é que algum dia seria...

Bufei e puxei o travesseiro, o colocando sobre o meu rosto para abafar os pensamentos inquietos – não que funcione – e tentar me focar em outra coisa, qualquer coisa que não fossem cabelos loiros enrolados macios, olhos cor de esmeralda e aqueles músculos abençoados...

Rose Jane Weasley! Pare de ser patética! Você é mais do que capaz de pensar claramente.

Eu sou?

Você é!

Eu sou mesmo! E eu vou!

Não vai ser um cara com um rostinho bonito que vai te revirar de cabeça para baixo! Você é inteligente e vai ser uma mulher independente!

Isso mesmo! Eu vou ser!

Você é forte e vai provar a si mesma que não é outra apaixonadinha por Scorpius Malfoy!

Isso mesmo! Eu sou forte! E ele também... Com aqueles braços puxando a minha cintura... Oh Merlin, que pegada abençoada...

Aff, desisto, você está ferrada.

Suspirei e choraminguei, me enrolando nos lençóis de uma forma desumana.

Minha consciência tem razão, eu estou ferrada.