Literally Falling From A Parachute

Capítulo 59: Único e maravilhoso


Kurt raramente acordava no meio da noite. A menos que fosse por um bom motivo. Como um gato laranja sufocando seu rosto até que ele estava ofegando. Ou como um salsicha vermelho tentando escalar a lateral da cama como uma cabra da montanha, caindo sempre no chão.

Quando Kurt acordou às duas da manhã, respirando sem parar em um quarto muito tranquilo, ele sabia que algo estava faltando. Especificamente, Blaine. Ele rolou para verificar e seu braço agitado encontrou o rosto manchado de Margot. Ela bateu o rabo contra a cama como se gostasse, cutucando a mão dele para que ele continuasse.

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Kurt levantou, porque ela subiria em cima dele se ele a ignorasse.

— Blaine. — Kurt gritou hesitante em direção ao banheiro.

Quando não houve respostas, ele livrou-se da teia de animais ao seu redor e atravessou o quarto, caminhando direto ao batente da porta. Esfregou o nariz no caminho e saiu para a sala de estar encontrando Blaine sentado de pernas cruzadas com vários papéis ao redor na mesa de café e uma ilha de tintas ao lado. Zyon estava no colo dele, e o balanço que Blaine estava fazendo parecia colocá-lo para dormir.

— Você vai ficar cego, pequeno. — Kurt comentou baixinho, acendendo a luz principal para ajudar a pequena luminária que Blaine tinha acendido. A luz principal brilhou com a intensidade de mil sóis fazendo Kurt ficar temporariamente cego.

— Seria divertido ter todo mundo junto no mesmo lugar. — Blaine virou-se, sorrindo.

Kurt assentiu, aprovava a ideia. A menos que Quinn não tentasse matar Cooper por qualquer comentário maldoso ou Brittany trouxesse aquele pato assassino.

— Você convidou todos. — Kurt disse com um sorriso sonolento.

Blaine correu para frente e seus joelhos se tocaram. Ele inclinou-se para perto e Kurt focou em seus olhos brilhantes e castanhos. Como ele estava tão acordado? Kurt ainda estava tendo algum tipo de leve alucinação sobre a sombra gigante e aterrorizante na parede. Talvez fosse aquela maldita aranha.

Kurt olhou em volta como se tivesse acabado de perceber que estava sentado em um monte de anotações.

— Por que você está aqui no meio da noite? Você precisa dormir, querido.

— Tem certeza que convidei todos? — Blaine ignorou completamente

Kurt levantou uma sobrancelha e bateu nos joelhos de Blaine.

— Você vem para a cama?

Kurt quase pulou quando a sombra na parede mudou. Ele não conseguiu encontrar forças e apenas se deixou cair sobre Blaine, enterrando o rosto em seus cabelos cacheados.

— Então... Eu ligo para todo mundo amanhã de manhã pra confirmar. — Blaine disse, passando os dedos suavemente pelos cabelos de Kurt. — Você acha que todos vão responder?

Kurt assentiu, então ele ouviu o ruído de um enxame de pezinhos vindo do corredor. Pés grandes, pés pequenos e desajeitados. Eles despertaram os animais, Kurt gemeu e Blaine riu.

— Estou pronto para ir para a cama agora. — Blaine sussurrou.

Kurt podia sentir um gato subindo pela perna. Pelo canto de olho, ele podia ver que era laranja. Ou ele pensou que era laranja. Os olhos dele estavam começando a embaçar. Talvez fosse roxo.

Blaine deslizou por baixo de Kurt e, sem seguida, rolou Kurt e o pegou. Kurt estava meio adormecido. Ele olhou por cima do ombro de Blaine quando foi carregado para o quarto e viu três animais seguindo atrás deles. Margot ainda estava na cama.

Zyon estava com uma caixa de cereais na boca. Onde ele tinha conseguido aquilo?

— Por que você estava acordado no meio da noite? — Kurt murmurou no ombro de Blaine. — Você terminou todos os quadros.

Blaine colocou Kurt debaixo das cobertas e subiu ao lado dele. Kurt ouviu as batidas aleatórias de outros animais pulando na cama. Arremessando-se na cama e caindo do chão. Pobre Jas.

— Eu quero ter certeza que tudo vai bem. E eu estou... Nervoso. — Blaine disse calmamente, beijando a testa de Kurt e abraçando mais perto.

Kurt cantarolou, ele realmente não entedia o que Blaine estava falando agora.

— Sim, meu bem. Todos vão estar presentes, vai ser divertido.

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Blaine ficou calado, provavelmente um pouco confuso, mas encantado com o pensamento. Então ele suspirou e envolveu seus membros em torno de Kurt.

— Você é perfeito. — Ele disse com um sorriso. — Perfeito.

***

Metade do espaço do chão da cozinha era ocupada por quatro tigelas de tamanhos e cores variados. Eles começaram em uma fila, mas se transformaram em um campo minado quando os animais foram soltos. Água pra todo lado. Comida de gato no balcão. Panquecas atrás do forno. Esta manhã, Blaine colocou as mãos nos quadris e ignorou o enxame ao redor das pernas, encarando as tigelas no balcão para se certificar de que estavam cheias corretamente.

Havia duas enormes tigelas de cachorro de metal cheias de ração, cereal e bacons, além de uma menor que continha comida enlatada para cachorro e um marshmallow. Um único marshmallow, porque Zyon precisava crescer se transformar em um grande monstro branco e macio que ele estava destinado a se tornar. A tigela de geleia continha atum, embora Blaine não pudesse suportar o cheiro. Foi colocado um pouco mais longe dos outros para dar ao gato meio cego uma segurança extra. Blaine sentiu que ele iria gostar.

Blaine colocou todas as tigelas no chão da cozinha, afastando os cães para impedir que eles se aprofundassem no café da manhã um do outro. Ele moveu-se rapidamente através do caos, acidentalmente derrubando a tigela de água em seu caminho, e esperou até que os animais estivessem assentados e devorando a comida antes de voltar para o quarto.

Ele só ficou satisfeito quando ouviu o barulho das tigelas vazias. Zyon e Margot provavelmente passariam o resto da manhã vasculhando a cozinha em busca de migalhas que pudessem ter perdido.

Blaine adorava acordar antes de Kurt. Ele gostava de deitar ao lado dele e vê-lo respirar e sonhar, e agradeceria a Deus ou a sei lá quem por mandar aquele homem perfeito especialmente para ele. Kurt aconchegava-se sob as cobertas com uma das camisas de Blaine, babando no travesseiro de Blaine e abraçando outro travesseiro com força.

Então Blaine cutucava ou fazia cócegas em Kurt para ver quanto tempo levaria para acordá-lo. Ele achava engraçado o mau humor matinal de Kurt e ele sabia a cura perfeita.

Blaine voltou a se esconder silenciosamente embaixo das cobertas, e correu para o lado dele, de modo que estava encarando Kurt. Ele estendeu a mão e afastou os cabelos caindo sobre a testa de Kurt, sorrindo quando seu namorado abraçou o travesseiro com mais força.

— Kuuuuurt. — Blaine chamou, um pouco baixinho.

Kurt fez algum tipo de barulho.

— Babe. Querido, querido. Amorzinho. Amor da minha vida. — Blaine sussurrou contra a bochecha de Kurt e depois se inclinou para frente para pressionar os lábios nela.

Kurt fez outro barulho e torceu o rosto. Blaine estava encantado, era sua expressão favorita. Além do sorriso calmo de Kurt. E o riso dele. E todos os seus sorrisos e todos os seus rostos. Blaine passou a mão sob a camisa de Kurt e ao longo do seu abdômen quente.

— Mmm, Blaine. Sua não está fria. — Kurt murmurou no travesseiro. Blaine o observou com um pequeno sorriso. Ele sorriu mais ainda quando Kurt finalmente percebeu que seu rosto estava em uma poça de baba e o levantou do travesseiro de Blaine com uma expressão de nojo. — Desculpa.

— Isso sempre acontece, já estou acostumado. — Blaine balançou a cabeça com um sorriso.

Kurt apalpou o rosto de Blaine como se ele estivesse tentando fazê-lo ficar quieto. Isso não funcionaria. Blaine não podia ser domado, mas ele deixaria Kurt viver em negação sobre seus hábitos de babar, se isso o fazia se sentir melhor. Kurt sorriu de repente e bateu no nariz de Blaine. Blaine sabia que ele finalmente estava totalmente acordado. Se ele não estivesse, Blaine teria sido cutucado no globo ocular.

— Hoje é o dia da exposição. — Kurt afirmou com entusiasmo.

Blaine mordeu o lábio e assentiu. Ele sabia que apenas olhando o rosto de Kurt que ele estava esperando por palavras. Aqueles pacientes olhos azuis, a sobrancelha levemente levantada e os lábios torcidos.

— Acho que devemos levar biscoitos de manteiga de amendoim. — Blaine sugeriu.

Kurt riu e revirou os olhos. Claro que isso era sobre biscoitos. Blaine pulou para frente e o beijou, e então se arrastou para baixo, com a cabeça debaixo das cobertas. Ele sentiu uma mão na cabeça dele através do cobertor, manobrou até conseguir puxar a camisa de dinossauros por cima da cabeça e depois se mexeu novamente, tirou a calça do pijama de renas vermelhas. Agora Blaine estava nu, exceto pelas meias felpudas, que ele deixou porque Kurt reclamava dos seus pés frios em todas as oportunidades.

E Deus, estava ficando quente debaixo do cobertor. Blaine percebeu que estava precisando de oxigênio, então subiu em cima de Kurt, deslizou pela frente e enfiou a cabeça debaixo do cobertor, para que descansasse no peito de Kurt.

— Você está nu? Eu sinto que você está nu.

Pssht. Claro que Blaine estava nu. Em toda a oportunidade que ele tinha.

Logo toda a respiração estava ficando irregular quando Kurt o beijou e disse que tinha gosto de biscoitos de amendoim. Blaine ficou satisfeito com isso, Kurt tinha gosto de sorvete. Blaine adorava sorvete. Especialmente quando vinha na forma do corpinho delicioso de Kurt.

A exposição seria a tarde na galeria de arte, reuniria apreciadores da arte e convidados em geral, em meio a delicioso coquetel e ao som de poesia e boa música. Todos foram convidados e todos tinham confirmado presença. Blaine estava mais ansioso para encontrar todos do que com a exposição em si. Ele tinha trocado várias vezes a roupa que usaria, sempre pedindo ajuda de Kurt, acabou por vestir o seu melhor suéter com jeans, por fim, calçando suas botas favoritas de camurça. Já Kurt optou por uma roupa mais social, mas sem usar gravata.

Quando Kurt estacionou o carro perto da galeria, ele percebeu o nervosismo do namorado. Blaine tinha os olhos fixos na leve movimentação na entrada do local.

— Me diga se você se sentir desconfortável, ok pequeno? — Kurt disse baixinho, pegando a mão dele e apertando-a.

Blaine assentiu.

Eles foram cumprimentados por Dani e David na entrada, com abraços e beijos. As obras e instalações de Blaine e de outros participantes estavam expostas em grandes estandes. A mostra visual de Blaine abordava sobre paisagens, cotidiano e coisas abstratas.

Ele podia sentir os olhos de Kurt enquanto se aproximavam dos quadros. Blaine parou e olhou cautelosamente para o namorado. Ele abriu a boca, mas fechou, e então decidiu que não queria interagir com ninguém. Ele começou a tirar a tampa do recipiente de biscoitos.

— Você comeu quatro, Blaine. Você fez para todo mundo. — Kurt lembrou, mantendo o contato visual.

Blaine engoliu em seco e assentiu. Ele olhou em volta. Ele estava cercado por pessoas, quer dizer, nem tanto, mas havia grupos de pessoas em todas as direções. Estar em quatro paredes não era muito agradável, ele gostava mais do ar livre.

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Kurt bateu na bochecha de Blaine até que ele se virou para olhá-lo novamente.

— Pense em imagens.

Blaine assentiu sorriu imediatamente. Nas últimas semanas ele pensou em tigres. Gatos enormes e fofos com patas do tamanho de pratos. Se Blaine pudesse projetar seu próprio animal, ele teria listras de tigres e pés enormes.

Eles andaram por aí, dando duas voltas. Blaine fez questão de sorrir para os outros participantes e apreciadores, encontrando seus olhos e imaginando um tigre gigante ao lado do seu namorado, provavelmente tendo algum tipo de discussão.

Logo rostos familiares foram chegando, não demorou muito para Pam aparecer acompanhada de Cooper e Ellen.

— Eu estou tão orgulhosa de você, meu amor. — Pam disse, emocionada, segurando cada lado do rosto do filho. — Está tudo perfeito!

— O-obrigada, mãe. — Blaine corou.

— Vamos, eu quero que me explique cada um. — Pam saiu puxando o filho para o quadro mais próximo.

Kurt sorriu ao ver Blaine explicar animadamente todos os detalhes de um quadro para a mãe.

— Então, Hummel, quando será lançado o próximo livro? — Cooper perguntou.

— Não tenho uma data, ainda estou fechando o enredo com a editora. O primeiro fez tanto sucesso, eu não imaginava que teria tanto reconhecimento por ser iniciante.

— É incrível! Eu mesma li duas vezes. — Ellen confessou. — De onde você tirou tanta ideia?

— Eu não sei, às vezes só flui...

— Há boatos que esse livro acabou com o seu namoro anterior, o que será que o próximo fará? — Cooper provocou, mexendo as sobrancelhas.

— Cala a boca, Cooper. Você não cansa de ser chato?

Cooper revirou os olhos quando viu a loira se aproximando. Quinn tinha um sorriso provocador nos lábios vermelhos, vestindo um vestido preto elegante de malha.

— Você está linda, Quinn! — Ellen elogiou a outra.

— Oxford realmente fez bem para você. — Kurt concordou.

— Meninas! — Blaine exclamou chamando a atenção de todos.

— Desculpa a demora, mas o Evans se esqueceu de passar e dar carona. — Santana bufou, segurando uma Valerie agitada no colo.

— Eu não tive culpa! — Sam defendeu-se, sendo consolado pelo namorado. — Eu nem sabia que vocês estavam esperando por mim.

Kurt riu da expressão indignada na latina.

— Vocês realmente tem certeza que não querem ficar com a gente?

— Absoluta! Eu não quero Valerie com aqueles monstros que vocês chamam de animais. — Santana segurou a bebê firmemente no colo, como se a qualquer momento Zyon fosse aparecer. — Obrigada pela noite passada, estávamos precisando de uma folga.

— Sim, muito obrigada meninos. — Brittany sorriu.

— Não tem de que, meninas. — Kurt disse sorridente, segurando o dedo gordinho de Valerie. — Afinal de tudo somos uma família.

Quando Blaine foi chamado para discursar sobre suas obras, toda aquela ansiedade e tensão voltaram. Dani ofereceu o microfone em sua direção, meio hesitante, ele aceitou. Não era justo ser o primeiro, ele pensou com uma leve careta.

— Eu sou Blaine Anderson. — Blaine fez uma pausa, olhando para o pequeno público em frente. Todos os seus amigos estavam ali olhando em sua direção com sorrisos incentivadores. — Minha amostra se chama "Cores e Devaneios"... Eu gosto das obras de Van Gogh, Monet e Edvard Munch, às vezes gosto de fazer releituras desses artistas e eu gosto de animais. Eu tenho quatro animais agora.

Kurt reprimiu a risada, olhando ao redor para ver se mais alguém estava confuso com aquela informação. Aparentemente ninguém estava, então ele gostou disso.

— Gosto do trabalho manual em cada criação... Conheço várias técnicas como: tinta a óleo, pastel, lápis de cor, aquarela e há alguns meses, quase por acaso, comecei a experimentar a pintura em porcelana. Na verdade, meu gato quebrou o vaso de uma das minhas melhores amigas... Desculpa Quinn!

— Perdoado! — Quinn brincou e todos ao redor riram.

— Queria agradecer meu maior apoiador, o meu namorado. — Blaine sorriu com os olhos fixos nos azuis. Talvez se Cooper não tivesse colocado a mão no ombro de Kurt, ele teria corrido em direção ao namorado. — Também queria agradecer a Dani e ao Sr. Martinez por acreditarem em mim, sou grato por tudo isso e por esta noite.

Depois, outros participantes também falaram sobre suas obras e vivências. Kurt empurrou Cooper que estava no meio do caminho e agarrou as bochechas coradas de Blaine, inclinando-se e plantando um beijo em seus lábios. Ele segurou até Blaine começar a rir em sua boca, afastou-se e segurou firmemente a mão do moreno. Blaine foi elogiado pela mãe e irmão enquanto Quinn tirava brincadeiras. Sam balançava um pequeno chocalho para Valerie, que estava no colo de Brittany. Santana deixava Oliver vermelho com algum comentário. Todos conversavam e riam juntos.

Calado, Blaine observou todos ao redor. Cada rosto iluminado. Cada familiaridade. Estar rodeado por aquelas pessoas era mais do que perfeito. Ele nunca imaginaria que em toda sua vida acabaria ali e ele nunca agradeceu tanto por isto.

— Blaine. — Joseph disse, emergindo no meio das outras pessoas. Blaine virou-se para ele e sorriu, com um braço em volta dos ombros de Kurt.

— Oi, Dr. Martin!

— Eu não deveria ter favoritos na minha profissão. — Joseph sorriu e piscou para ele. — Mas eu só quero dizer que você é um das pessoas mais especiais que eu já conheci.

Blaine ficou ainda mais vermelho e olhou para os pés dele, e Kurt o cutucou as costelas.

— E foi um prazer conversar com você toda semana. Você e Kurt. São maravilhosos. Eu sei que será difícil, mas estou esperando muitas ligações. — Joseph ergueu as sobrancelhas e Blaine assentiu vigorosamente.

A terapia estava fluindo muito bem, bem o suficiente para Joseph dar alta. Kurt concordou, sabia que seria um grande desafio continuar sem as sessões, mas estava disposto a ajudar o namorado no que fosse preciso.

— Eu só queria te dar isso antes de você ir. — Joseph estendeu Henry, o polvo cabeçudo, e Blaine aceitou como se fosse o Santo Graal.

Blaine deu um abraço em Joseph. E então todo mundo se abraçou.

— Então, nós vamos comemorar? — Cooper perguntou, obviamente ansioso por estar fora da galeria. — Comprei um vinho caríssimo!

— Eu quero levar Blaine para algum lugar. Mas poderíamos comemorar amanhã, certo? Pizza, essas coisas.

Os dois se despediram de seus amigos, que estavam discutindo sobre alguma coisa enquanto andavam pela calçada. Sam havia perdido a gravata em algum momento. Valerie perdeu um sapatinho. Cooper resmungava sobre alguma coisa. Pam chamava todos para seu apartamento.

— Para onde você está me levando? — Blaine perguntou quando Kurt o levou pela calçada, evitando todas as rachaduras e balançando as mãos entre eles. Blaine amava surpresas, mas elas geralmente desenvolviam uma quantidade excessiva de esforço físico.

Kurt colocou um braço em volta dos ombros de Blaine e beijou o lado de sua cabeça.

— Você vai ver. — Ele disse baixinho.

No meio do caminho, Blaine teve ideia de onde eles estavam indo quando viu que Kurt estava indo para o Central Park. O sol estava se pondo no fundo quando eles chegaram a Ponte do Arco cerca de dez minutos depois. Blaine adorava aquele lugar, era um dos lugares mais românticos da cidade, todos aqueles vasos de flores ornamentando seus muros ajudavam o clima. As folhas das árvores tomavam tons diferentes pela chegado do outono, apesar do clima ser bem quente, não demoraria muito para a temperatura começar a cair um pouco.

Blaine estava surpreso por aquilo, porque normalmente quem era arrastado para aquele tipo de passeio era Kurt. Ele levantou as sobrancelhas para o namorado e sorriu.

— Nós não vamos ficar aqui por muito tempo. Eu quero ver a paisagem. — Kurt explicou hesitante.

Blaine riu e assentiu. O grande lago se estendia na frente do casal, ainda havia alguns barquinhos. Quem sabe um dia eles navegariam em um dos barquinhos de remo, seria um programa e tanto. Talvez Zyon adorasse a ideia. Ele não sabia se era permitido animais dentro do barquinho, mas imaginava facilmente Kurt tentando impedir o cachorro peludo de virar o barco ou se jogar no lago.

Eles pararam no meio da ponte. Kurt apenas observou por alguns minutos com um braço em volta de Blaine.

— Você está bem, Kurt? — Blaine perguntou.

Kurt respirou fundo, virando o corpo para encarar Blaine.

— Quando você pensa bastante, às vezes você descobre que algo que parecia muito coeso dentro de você é bem diferente quando sai à tona... Quando isso aconteceu comigo, automaticamente o meu mundo mudou. — Kurt hesitou, balançando a cabeça. — Você entrou, abriu os meus olhos antes que você abrisse os seus para o mundo. Trouxe essa inocência que é tão rara que eu queria que houvesse um pouco dela ainda em algum canto de mim. E é assim que eu te vejo vivendo as suas coisas, com uma sinceridade incrível. Você é assim...

Blaine estreitou os olhos em confusão.

— Nessas horas eu já não sei mais se o assunto é você ou se sou eu... Se é você ou se são suas coisas colocadas dentro de mim, como se eu fosse prateleira e você fosse livros, com seus vários assuntos, seus vários você folheados dia após dia, que quando se terminar um, tem-se logo um outro, sem te terminar.

Seu coração estava batendo mais rápido, porque ele sentia que isso tudo estava levando a algum lugar.

— Você me inspira, você me fez ver que sou estranho, mas no bom sentido. Mas você também é estranho e me ama por isso, mas eu amo você ainda mais, com todos aqueles biscoitos e animais correndo pelo apartamento. E juntos, eu não sei... Caímos literalmente de paraquedas nesse universo maravilhoso e único.

Blaine estava congelado. Ele manteve os olhos fixos no rosto de Kurt, tentando se conter. Foi incrivelmente difícil. Kurt provavelmente estava prestes a aceitar a ideia de ter um tanque de peixes na sala de estar. Ele realmente não deveria tirar conclusões precipitadas.

— E eu te amo muito. — Kurt disse devagar e silenciosamente, com os olhos brilhantes e fixos nos de Blaine. Então ele respirou fundo e se ajoelhou, puxando uma pequena caixa do bolso da calça. — Blaine Devon Anderson... Meu pequeno. — Abriu a caixa do anel com as mãos trêmulas. — Você aceita se casar comigo?

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Blaine nem sabia o que saiu de sua boca. Algum tipo de afirmação ilegível em meio as lágrimas. Kurt havia proposto. E Blaine estava tendo problemas para processar. Ele não estava ciente do que suas emoções estavam fazendo. Tudo o que ele podia fazer era manter a mão sobre a boca, as lágrimas escorrendo pelo rosto, tentando evitar gritar alto demais. Ele assentiu vigorosamente e deslizou na frente de Kurt, enterrando o rosto em cabelos sedosos.

— Use as palavras, pequeno. — Kurt sussurrou em seu ouvindo, abraçando-o com força.

Blaine riu mais alto.

— Sim. Sim! Claro que sim. Sempre! — Blaine proclamou, afastando-se para beijar o sorriso encantado de Kurt. De novo e de novo. Kurt agarrou a mão dele e deslizou o anel no dedo, tendo alguma dificuldade, porque as duas mãos estavam tremendo muito. Era bonito. Um anel fino em prata com um filete em ouro. Totalmente diferentes dos anéis vermelhos de plástico.

Blaine sentou-se, basicamente no colo de Kurt, no meio da ponte, deixando Kurt enxugar as lágrimas enquanto Kurt sussurrava coisas felizes em seu ouvido. Kurt levantou-se quando suas pernas adormeceram, os cabelos despenteados, o rosto vermelho com marcas de lágrimas nas bochechas, e estendeu a mão para Blaine. As pernas de Blaine não estavam realmente funcionando. Nem os olhos dele. Ele não podia parar de olhar o rosto de Kurt. Ele não conseguia esticar os braços e não conseguia controlar o rosto.

— Vamos para casa, eu vou te levar. — Kurt sorriu e se virou, curvando-se um pouco.

Blaine nem sequer hesitou. Ele colocou os braços ao redor do pescoço de Kurt e enterrou o rosto no pescoço cheiroso do mais velho. Ele nunca mais largaria o outro. Kurt teria que arrancá-lo quando chegassem em casa.

Blaine despediu-se do Central Park e deixou seu noivo carregá-lo para casa.