“The way you make good on all the nasty tricks you pull seems like we're makin' up more than we're makin' Love...”

Sarah Lance.

Encarar aqueles olhos assustados fez minha entranha se revirar, as mulheres tinham faces abatidas, mas ainda assim jovens e belas. Após sairmos do resort, a policia chegou ao lugar acabando com a festa e levando Jon Fulgler e alguns magnatas consigo, o anfitrião mal conseguia se manter em pé e a imprensa registrava tudo como urubus em volta da carniça. Foi preciso esperar a espreita todos se dissiparem para podermos entrar, não queríamos chamar atenção e muito menos expor as vitimas. Agora estou aqui encarando o porão velho e fedido com algumas mulheres assustadas.

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̶ Por favor, não nos machuque. – uma delas suplicou.

̶ Hey, tudo bem, não vamos machucar você. – respondi com cautela. – Nós somos a ajuda.

̶ Eles não nos deixarão sair. – outra voz tremula se fez presente, dessa vez uma jovem que não deveria passar dos vinte. – Disseram que a única forma de sairmos daqui é dentro de um saco preto. – senti uma pontada no peito com as palavras amedrontadas da garota.

̶ Eles não chegarão até vocês, estamos aqui para levá-las em segurança. – Felicity afirmou.

̶ Eles vão nos encontrar e então será tarde para arrependimentos. – a garota tremia. – Por favor, vão embora ou será muito pior.

̶ Tudo bem, vai ficar tudo bem. Eu prometo. – tentei acalmá-las, apesar do estrago psicológico está feito. Senti meu braço ser puxado por Felicity, me afastando dos garotos.

̶ Eles as torturaram psicologicamente, só Deus sabe o que essas garotas passaram Sarah. – seu tom estava enfurecido ainda que baixo. – Precisaremos do departamento psiquiátrico do FBI para lidar com isso tudo.

̶ Ok, ligarei para Amanda, pedirei que ela suporte o FBI até aqui. – minhas palavras foram interrompidas pelas suplicas das garotas, elas pareciam desesperadas com a aproximação de John, Ray e Roy. – Melhor, ligue você.

̶ Está tudo bem, nós estamos aqui para ajudar, não vamos machucá-las. – Roy falou, se aproximando com cautela.

̶ Sempre que um homem se aproxima, nós saímos machucadas. – uma morena de olhos claros se pronunciou. Sua feição era dura como se não portasse sentimento algum dentro de si, nem mesmo medo ela aparentava sentir.

̶ Qual o seu nome? – questionei incerta.

̶ Mia. Mia Donnovan.

̶ Tudo bem Mia, nós vamos tirar vocês daqui, só preciso que fiquem calmas.

̶ Sarah, acabei de ligar para Amanda e ela disse que não poderemos envolver os tiras nisso. – Felicity retornou com o celular em mãos. – Mas ela disse que pode nos enviar a dra. Harleen Quinzel.

̶ É um começo. – suspirei pesarosa.

̶ A van está apostos. – Oliver adentrou o local. – precisamos tirá-las daqui.

(...)

Estávamos na sede da Argus com as garotas que passavam por todo o procedimento de exames físicos e psicológicos para em seguida dar seus depoimentos. Waller já estava em posse de Sebastian e Slade, ambos detidos em cela diferentes.

̶ Você está bem com tudo isso? – Ray perguntou me olhando profundo.

̶ Elas estão a salvo agora, não são as garotas do passado, mas estão livres das garras de quem quer que seja esse psicopata.

̶ Você deveria ir para casa descansar. – massageou meus ombros rijos. – Está exausta. Vá, eu a manterei informada sobre tudo.

̶ Não. – neguei prontamente. - Eu preciso olhar nos olhos deles antes, preciso me assegurar de que enquanto pessoas assim existirem, eu terei gás para continuar.

̶ Sarah...

̶ Nem tente, Ray, você me conhece o suficiente pra saber que não vou arredar daqui.

̶ Tudo bem, mas ao menos coma algo. – protestou impaciente. – Se quer ficar precisará de energia.

̶ Certo. – me dirigi até uma máquina de salgadinhos.

Eu estava prestes a voltar, mas minha curiosidade resolveu falar mais alto. A sala em que Oliver e Felicity colhiam os depoimentos estava entreaberta, resolvi entrar sorrateira ficando escorada a porta.

̶ Eles batiam em vocês? – Oliver perguntou para a morena de mais cedo. Mia era o nome dela.

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̶ Não, eles diziam que hematomas e manchas afugentava os clientes. – agarrou-se a si mesma enquanto respondia.

̶ O que mais eles as obrigavam a fazer? – Felicity questionou.

̶ Sempre que estávamos com algum cliente, eles deixavam vinho no quarto, esse vinho era batizado para que o cliente se sentisse grogue e a gente conseguisse arrancar o máximo de informações deles.

̶ Que tipos de informações?

̶ Desde finanças, contas no banco, capitais, ações empresariais até informações políticas.

̶ Informações políticas? – Felicity expôs minha confusão.

̶ Sim, variava muito de clientes. Às vezes empresários, as vezes políticos da cidade, mas sempre homens bem sucedidos, e por este motivo nós éramos ensinadas a falar bem, aprender etiqueta e até mesmo aprender um pouco de conhecimentos gerais para ter conversas atrativas. – ela se curvou para encarar melhor os dois. – Não éramos apenas prostitutas, mas também damas de companhia, e isso era o que despertava a luxuria dos homens; mulheres belas, jovens, inteligentes e educadas. Era como ter um caso com uma dama da alta sociedade, eles vendiam essa fantasia.

̶ Eles? – Oliver estendeu as fotos que deduzi ser Slade e Sebastian.

̶ Também. – a garota pareceu tremer com as imagens. – Eles eram os que mais nos visitavam, mas tinham outros.

̶ Você saberia os nomes?

̶ Não, eles não nos deixavam saber os nomes.

̶ E quanto a pessoa que as ensinavam como falar e agir? Era homem? – Oliver inquiriu.

̶ Mulher. Ela era oriental, longos cabelos negros e pele alva, também não sabíamos o seu nome, a chamávamos de madame Rochie.

Senti uma pressão na porta atrás de mim e logo meu corpo sendo afastado com certa brutalidade.

̶ Já chega Queen, você já teve demais por hoje. – a loira adentrou o lugar com sua costumeira postura superior. – Preciso levar a garota para terminar os exames e descansar.

—̶ Harleen. – Oliver cumprimentou sarcástico. – Já estamos de saída.

̶ Venha querida, você deve estar precisando de um banho. – a psiquiatra convidou indo em direção a porta.

̶ Mia. – chamei antes que ela passasse por mim. – Acredite, vamos derrubar toda essa facção e seja lá o que for que ela represente. Eu prometo.

— Só tenham cuidado, eles não estão para brincadeira.

̶ Eu prometo. – repeti a promessa. Ela assentiu com um aceno de cabeça e se foi.

̶ Hey. – Oliver me chamou. – Estamos perto de terminar toda essa confusão.

̶ Sim, estamos. – o abracei pela cintura sentindo o olhar de Felicity nos queimar.

Oliver Queen.

O olhar de Slade sobre mim era gélido, impassível e extremamente calmo.

̶ Embebedar figurões é só mais uma das suas múltiplas facetas? – ele permaneceu calado. – O que? O gato comeu sua língua?

̶ Cuidado garoto, se eu fosse você não ironizava tudo.

̶ Por que? Vai me derrubar com vinho batizado?

̶ Você se acha muito esperto não é? – finalmente virou em minha direção mantendo um sorriso calmo e discreto nos lábios. – Acha que é o herói prestes a salvar o mundo.

̶ Faz tempo que não penso assim.

̶ Bom. – meneou a cabeça, me observando. – Quer saber o que ele faz? Ele faz você se sentir poderoso, ele te dá à faca e o queijo, e então você acredita que está no controle, nada mais pode lhe deter, mas a mão que manuseia a faca é a dele. Ele sempre estará um passo a frente.

̶ Pelo visto não mais. – enfiei as mãos nos bolsos. – Eu tenho você afinal.

̶ E quem garante que isso também não foi um presente dele?

̶ E quanto ao Blood? – perguntei cético.

̶ Pobre coitado, não passa de uma das peças mais fracas desse tabuleiro. Cuidado garoto, até mesmo você pode ser uma peça nesse jogo... A chave talvez.

As palavras do homem invadiram minha mente como um furacão, eu senti todo o meu corpo tencionar, borbulhando em raiva por seu jogo de palavras, eu odiava aquilo. Saí do ambiente sem falar com Sebastian, Amanda que fizesse isso, eu só precisava de sossego e um momento sozinho.

̶ Queen. – Waller me chamou antes que eu saísse da sede. – Parabéns, vocês fecharam o caso. Graças ao depoimento das garotas, nós conseguimos não só apreender Wilson e Blood, mas também outros figurões corruptos por todo o país. As provas foram entregues para analise e sua equipe está dispensada por hora.

̶ Graças a Deus. – ouvi Sarah abraçar Ray enquanto John e Roy também comemoravam.

̶ É... Parece que enfim você se livrou de mim. – Felicity parou ao meu lado, observando os outros se retirar. – Feliz?

̶ Vou ficar. – ouvi o riso sarcástico dela. – Vai pedir desligamento?

̶ Sim, fui enviada para essa missão e pelo visto ela acabou mais cedo do que esperávamos, nada me prende aqui, logo...

̶ E para onde vai?

̶ Ainda não sei, nem si quer contatei Amanda. – deu de ombros. – Não se preocupe, mandarei seu cartão de natal. – zombou.

̶ Eu diria que foi um prazer trabalhar com você, mas estaria mentindo.

̶ Será? Não foi o que pareceu na noite do baile. – piscou com malícia. – Não foi tão ruim, foi? – ela alisa minha nuca, descarada, o que já é suficiente para me provocar uma excitação.

̶ Não me provoque Felicity. – trinquei os dentes tentando me controlar.

̶ Ou o que? – ela desceu a mão sob meu peito, barriga e por fim no volume que começava a se formar em minha calça.

Não tinha muito o que pensar, ela estava me dando sinais claros de que aquilo era mais que uma provocação, lembrar da noite do baile me fez querer mais. Eu precisava de mais. Então sem pensar muito, puxei Felicity até uma sala qualquer, mas ela foi mais rápida.

̶ Eu não vou transar com você aqui. – ergui uma sobrancelha, totalmente confuso com a atitude repentina dela. – Vamos para o meu apartamento.

̶ Por que eu sinto como se fosse me arrepender? – ela apenas piscou e saiu rebolando exageradamente. Provocação nítida. – Que se dane.

O caminho até o loft dela era estrategicamente próximo a sede da Argus, então não demoramos muito no percurso, mas mal tive tempo de reparar o espaço, assim que cruzamos a porta, Felicity capturou meus lábios num beijo faminto e selvagem. Era saborosa a forma desesperada com que ela explorava minha boca, parecendo sedenta por mais.

̶ Você não vai me oferecer uma bebida? – falei assim que ela desceu os beijos para o meu pescoço.

̶ Menos papo e mais ação, Queen. – tornou a beijar meus lábios, dessa vez mais lento, mas ainda desesperado. O beijo dela era erótico, provocativo e desafiador. Até nisso ela parecia me desafiar. Desci minhas mãos por sua cintura apertando-a firme na base da coluna, dando impulso para ela cruzar as pernas em meu quadril, fazendo com que nossas intimidades se tocassem ainda sobre as camadas de tecido. Foi impossível não soltar um gemido quando a loira ondulou o quadril num rebolado sacana, uma de minhas mãos escorregou para sua coxa esquerda, enquanto a outra permanecia agarrada a sua cintura fina. Sentei Felicity sob o balcão que separava a sala da cozinha dando espaço para que ela arrancasse minha camisa, enquanto eu repetia o mesmo processo com a roupa dela. Não demorou muito para nossas roupas estarem largadas pelo cômodo.

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Me posicionei melhor entre as pernas da loira e ainda sem quebrar contato, beijei seu sexo. Felicity estava molhada, envolvida em seu próprio prazer. Deixei que minha língua provasse num beijo intimo, enquanto ouvia sua voz ecoar rouca pelo ambiente e seu pé direito pressionar meu ombro num pedido mudo por mais.

Foi ali, no balcão da cozinha que eu mais uma vez a possuí. Não tínhamos espaço para preliminares, eu sabia exatamente onde queria estar e ela também. Não queríamos prolongar o momento, senti meu sexo pulsar assim que a penetrei, Felicity parecia perfeitamente encaixável a mim, não demoramos a encontrar nosso ritmo, parecia até fácil fazê-lo. Suspendi a loira em meu colo ainda dentro dela e me dirigi até o vão espaçoso onde ficava a cama. O espaço com poucas paredes deixava tudo ainda mais excitante, apenas uma cama no meio com duas mesinhas de cabeceira e a pouca luz do fim da tarde invadindo o ambiente pelas vidraças da grande janela. Deitei Felicity sob a cama sentindo suas pernas ainda em torno do meu quadril me puxando para preenchê-la, e foi o que eu fiz. Investi firme em sua intimidade, sentindo cada pedaço de suas dobras úmidas e apertadas me englobarem.

̶ Oliver. – ela suspirou girando na cama e ficando por cima de mim. A visão dos pequenos seios pulando no ritmo de suas cavalgadas me fez gemer, os últimos raios de sol contrastando com os cabelos loiros e iluminando o rosto corado deixava tudo mais excitante. Felicity estava de olhos fechados, enquanto as mãos apoiavam em meu peito e a cabeça tombava para trás a cada espasmo sentido, segurei sua cintura com mais força a ajudando com os movimentos, era saboroso ver seus lábios tão convidativos entreabertos soltando gemidos roucos.

̶ Você é tão linda. – soltei sem nem ao mesmo perceber, ela me encarou abrindo um sorriso jocoso, o que só fez meu pênis pulsar mais dentro dela. – Você vai me deixar louco.

̶ Eu vou, Oliver? – Felicity curvou o corpo aproximando nossos rostos e mordendo meu lábio, ainda rebolando sobre mim. Incrível como eu nunca conseguia ler suas ações, ela sempre parecia fingir, dissimular. Os joguinhos insanos dela pareciam me atrair facilmente.

̶ Felicicty. – rosnei quando senti seus dentes raspar o lóbulo da minha orelha. – Eu...

̶ Você?... Oliver... – as palavras se misturando aos gemidos cada vez mais sôfregos, o clímax chegando até nós. O gemido agudo de Felicity indicando que ela havia chegado ao seu limite, enquanto eu continuava com mais algumas investidas antes de me libertar. Me desmanchei ainda dentro dela, sentindo meu pênis pedir libertação do preservativo. Deixei que Felicity se refizesse ainda sobre mim, e só quando ela tombou o corpo para o lado, eu me levantei.

̶ Você tem um belo traseiro. – ri me dirigindo até o que devia ser o banheiro ainda em tempo de ouvir seu aviso. – Tem toalhas no armário.

Tomei um banho rápido enquanto o formigamento ainda se esvaia de mim, Felicity podia ser irritante quando queria, mas o sexo era único.

̶ Estou indo. – avisei assim que voltei ao cômodo, a encontrando enrolada nos lençóis brancos.

̶ Não esqueça de mim Oliver. – provocou. – Agora você terá duas belas memórias. – piscou sugestiva.

̶ Boa sorte Smoak. – ri tentando afastar as lembranças daquela noite da minha mente. Incrível como me causava arrepios lembrar cada toque e caricia dela. Isso era insano.

Cheguei em casa pro volta das 19:h, meu corpo pedia um banho e cama, mas a imagem de Helena sentada na porta do meu apartamento me pôs em alerta.

̶ Helena? – chamei surpreso, a morena ergueu a cabeça para me olhar. – O que faz aqui?

̶ O que significa isso, Oliver? – ela estendeu um envelope branco em minha direção. – Que espécie de jogo é esse?

̶ O que? – peguei o envelope observando a tarja vermelha com a palavra confidencial. Todo o meu sangue gelou quando abri a embalagem, o conteúdo ali dentro fez os pelos do meu corpo arrepiar. Eu sabia o que era isso, era um aviso. Retirei a carta de baralho do envelope observando a palavra cuidado riscada. Era um rei de espadas que indicava que seja qual for aquele jogo, ele estava longe de acabar. Senti as palavras de Slade voltar a mim, e pela primeira vez naquela noite eu me senti acuado.