Andava distraído, até alcançar sua mesa e surpreender-se com um bilhete estrategicamente colocado sobre seu caderno. Espreguiçou-se pegando o pedaço de papel escrito de forma delicada. Estranhou ao ler.“Encontre-me no terraço.” Era todo seu conteúdo. Tinha uma expressão confusa em sua face agora, quem lhe havia escrito aquilo? Só havia uma forma de descobrir.
Saiu outra vez da sala e foi em direção ao terraço. Sentia-se nervoso, apreensivo. Sobre o que aquilo podia ser? Em pouco estava lá. Abriu a porta, a luz daquele dia ensolarado o surpreendeu, mas não mais do que veio a seguir.
–Você veio. - Sorriu. Um sorriso que a fazia parecer ainda mais estonteante, enquanto a brisa mexia com seu cabelos e o sol a iluminava numa combinação perfeita.
–R-Rukia?! -tentou não encará-la demais.- Por que me chamou aqui?
–Ora... não seja tão frio. - Seu sorriso parecia ainda mais encantador, talvez... sedutor...? Não podia ser, certo?
–Hmn?- perguntou sem jeito enquanto ela se aproximava em passos não muito apressados, fazendo com que o ruivo corasse imediatamente. Voltou seu olhar ao rapaz confuso. Parou logo a sua frente.
–Você gosta de mim?- Perguntou charmosa. Aproximou-se um pouco mais, e então na ponta dos pés, ele já podia sentir sua respiração, seu perfume intoxicante, seus olhos hipnotizantes. Não entendia muito o que estava acontecendo, mas contudo pensou consigo mesmo, será que precisava mesmo saber? A resposta era mais clara do que ele pensava. Agarrou sua cintura, deixando seus corpos ainda mais próximos, decidiu acabar com a ultima distancia que ainda restava, os lábios rosados, queria sentir seu sabor...

–ONII-CHAN!! O jantar está pronto!!- A voz de sua irmã ecoou do outro lado da porta, fazendo com que acordasse com um único pensamento em mente.
–“Essa não!”

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~*~*~*

"[...]Cause all I know is we said hello
And your eyes look like coming home
All I know is a simple name, everything has changed..."


A ruiva sentia um misto de excitação e curiosidade enquanto encarava os olhos esmeralda. Tinha tanto o que queria saber sobre ele, tantas esperanças de que pudessem se tornar amigos. Tentava conter-se, contudo enquanto eles caminhavam. É verdade, ela conseguira convencê-lo a ir até a cafeteria com ela – depois de algum esforço. Agora eles apenas caminhavam em silencio.
Após chegarem no lugar, sentaram-se ainda em silencio.
A cafeteria contava com uma aparência grounge, posters com referencias aos anos 80, rock suave tocando no fundo, o lugar perfeito para se passar o tempo, ler um bom livro, encontrar amigos. Nem sempre fora assim, contudo. Há apenas 3 anos, o novo dono havia assumido o estabelecimento. Um homem em seus 35 anos talvez, clássico fã dos anos 80, tinha cabelos loiros, desarrumados que caiam sobre seus olhos castanhos, pele clara e personalidade amigável. Apesar de ser considerado um estranho para muitos, Orihime não conseguia pensar em alguém que realmente não gostasse de Urahara Kisuke.

Ulquiorra tomou um gole de seu café preto, ela ainda o observava como se admirasse uma obra de arte. Ele voltou seus olhos para ela. A ruiva sentiu suas bochechas queimarem por um breve momento. Suspirou, bebeu um pouco de seu frappuccino.
–E então? - ele perguntou casualmente. Ela que antes tinha tantas perguntas que a faziam ficar tonta, agora não conseguia pensar em nada.
–B-bom... qual o seu nome?- Sim, era um bom começo, uma vez que meramente se conheciam de vista.
–Ulquiorra Schiffer. - Respondeu repousando o rosto na mão acima da mesa, e então lhe encarou esperando que se apresentasse.
–Oh... Ulquiorra-kun, então!- Ela sorriu.- Eu sou Orihime Inoue! Estou no 3º ano do ensino médio, lá no colégio de Karakura. Onde você estuda?- Perguntou uma vez que sua curiosidade voltara.
–Sou universitário. - Ele respondeu voltando sua atenção outra vez ao café.
–Ah, entendo!- Ela estava surpresa, ela não havia o imaginado como um universitário até então, e isso só a deixava ainda mais empolgada em saber mais sobre ele.- O que está cursando?
–No momento, estou mais interessado em Ciências Sociais. - Outro gole e seus olhos se voltaram para ela.- Por que me chamou aqui?
–Hmn... Eu só queria te conhecer. - Ela respondeu simplesmente, com um sorriso tão lindo quanto o anterior.- Nós sempre nos encontramos por ai, eu sempre te achei interessante e fiquei curiosa. - Ele lhe deu um meio sorriso, o primeiro que ela havia visto dele, ainda que irônico.
–O ditado não diz que a curiosidade matou o gato? Eu posso ser perigoso, já te ocorreu isso?- Os olhos cor esmeralda agora olhavam profundamente os castanhos.
–Na verdade não... Eu acho que todos merecem uma chance e eu gosto de dar essa chance, sabe? Confiar. - Ele não parecia compreender sua forma de pensamento, mas podia ver em seu olhar que ela dizia a verdade. - Mas e você? Nunca me considerou perigosa? Eu poderia ser uma psicopata, sabe?- Ela disse fazendo um olhar perigoso, e rindo de forma divertida em seguida. Por um instante, pôde ver no canto de seus lábios um pequeno sorriso, não irônico dessa vez. Ficou feliz. - Podemos ser amigos?- Ele desviou o olhar do dela, e ela pôde ver aquele pequenino sorriso sumir por um instante. Ulquiorra suspirou, e então quase como se seus olhos lhe pudessem ler a alma, finalmente disse:
–Acho melhor eu ir andando.- Levantou-se, pagou por seu café e deixou a ruiva com uma mistura de confusão e desapontamento.
–Mas...-Ela tentou insistir. Ele a olhou por um instante e então seguiu seu caminho.
~*~*~*
“-Mas estava tudo indo tão bem, Tatsuki-chan! ”
Já em casa, trocava mensagens com Tatsuki
“-Talvez seja melhor assim! Quer dizer, você estava tomando cafezinho com um desconhecido, Orihime! Ele podia ser perigoso!”
“-Ulquiorra-kun não é um estranho! ”
“-Ah, claro, por que vocês conversaram por tipo, 5min ele já é um velho conhecido!”
“-E nós até falamos sobre isso, eu brinquei e fiz ele rir! E ele ficou tão bonito sorrindo, e eu tenho certeza que seriamos bons amigos! ”
“-O fato do cara ter boa aparência não muda nada! Mas bom, de qualquer jeito, isso não importa mais, acho que ele deixou claro que não quer se aproximar.”
“-Hmn...”
“-Orihime! Orihime, me prometa que não vai mais atrás dele.”
“-...”

Com isso, saiu da conversa e observava o teto branco de seu delicado quarto cor de rosa, de forma pensativa. Não podia prometer a Tatsuki que não voltaria a procurá-lo. Ter finalmente conversado com ele, a deixou ainda mais intrigada, virou-se na cama, com o travesseiro no rosto. Queria relaxar, mesmo que o som de sua voz, não saísse de seu pensamento.

~*~*~*

Deitada em sua cama, a morena lia um livro, a melhor forma de distrair-se. Sentia a cada sentença, a calma de ser levada deste para outro universo, muitas vezes melhor, cheio com aventuras, amores e até mesmo perigos, era a melhor das sensações. Por um momento era como se já não mais estivesse lá, e sim no meio da história, fazendo parte de tudo aquilo.
–Rukia, venha jantar!- A voz de sua irmã, contudo lhe despertou e trouxe de volta a realidade. Fechou o livro com um breve sorriso satisfeito e desceu para o jantar.
Já na mesa, suspirou ao olhar a cabeceira da mesa vazia.
–Quando o Byakuya-nii-sama vai voltar? - Perguntou. A mais velha suspirou como a outra ao pensar em seu marido e o como sentia sua falta.
–Em breve, eu espero. Você sabe que ele tem muito trabalho a fazer.
–Mas é um pouco injusto que Seireitei leve todo seu tempo desse jeito, ele merece um pouco de descanso.
–Bom, você sabe bem que não é assim que funciona. Se fosse, você também estaria livre disso.- Hisana olhou para a mais nova com um pouco de pesar em seu olhar.- Se eu fosse mais forte...
–Não diga isso, nee-san! Você está doente, e mesmo que não tivesse, acha que por algum instante, eu não estaria disposta a fazer isso? - Rukia disse com um olhar forte, confortando a outra que lhe deu um sorriso fraco. - Bom por falar nisso, acho melhor eu ir andando. - Disse enquanto deixava a mesa de jantar e sua irmã com um olhar preocupado. - Obrigada pela comida. Não planejo demorar!
–Tudo bem. - Hisana tentou sorrir para Rukia. - Tenha cuidado!
–Sempre!- A morena mais nova disse logo antes de sair.

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