"O destino baralha as cartas, e nós jogamos."-Arthur Schoenhauer

Bellatrix sentiu um puxão na manga de seu vestido, rasgando a manga e parte do corpete. Ao se virar, deu de cara com a expressão furiosa de Lily Evans.

—Escuta aqui, garota. –A ruiva apontou o dedo em riste para o rosto da outra, sem se importar com as normas de etiqueta. De qualquer forma, ela já rasgara o vestido da Srta. Black, não havia tempo para regras idiotas, Marlene estava desamparada em algum lugar de Londres. –Você não tem o direito de fazer isso com a Marlene! Me diz onde ela está, agora!

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—Eu não direi nada para a senhorita. Meus negócios são com Lorde Black.

Ao ver o sorriso maldoso no rosto da Srta. Black, Lily simplesmente avançou na direção da garota. Se ela não estivesse tão desesperada para saber o paradeiro de Marlene e tão furiosa com as atitudes daquela garota, ela teria percebido que alguém chegou atrás dela e lhe segurou o braço. Ela se virou para brigar com quem quer que fosse o ser corajoso o suficiente para chegar perto dela e bufou ao ver a expressão ilegível de Lorde Potter.

—Calma. – Ele disse antes mesmo que ela pudesse abrir a boca. –A senhorita já rasgou o vestido dela, se fizer mais alguma coisa pode arruinar sua reputação.

Lily revirou os olhos, mas ficou parada ao lado dele, lançando um olhar assassino para a morena. Percebendo que ela não faria mais nada, James soltou-a e se dirigiu a Srta. Black:

—A senhorita deveria ir para a casa se presa por sua reputação. Seu vestido está desalinhado e rasgado. –Ele não precisava falar mais nada. Se alguém a visse com o vestido naquele estado, logo a considerariam uma pária, sem ao mesmo perguntar o que acontecera. A sociedade era avaliativa e cruel, principalmente com as mulheres.

—Eu irei, mas isso não me impedirá de voltar a falar com Lorde Black.

—Garanto que ele estará esperando pela senhorita.

—Certo. – Ela lançou um último olhar insatisfeito aos dois antes de acrescentar: –Cuidado, Srta. Evans, a senhorita está se metendo onde não foi chamada.

A Black lançou lhes um sorriso debochado antes finalmente ir embora do baile. Lily sentiu um mau pressentimento, porém o ignorou enquanto falava com o Potter:

—O que faremos agora? A única forma de ela nos dizer onde Marlene está era se Sirius aceitasse anunciar o noivado essa noite e você a mandou ir embora.

—Quem atacou ela foi a senhorita, se bem me lembro. –Ele levantou uma sobrancelha, sarcástico.

—Tem razão. –A ruiva arregalou os olhos e levou às mãos a cabeça. –Ai Meu Deus! Eu arruinei todas as nossas chances de encontrar a Marlene! Eu sou uma péssima amiga, não devia ter...

—A Srta. Black não sabia onde a Srta. McKinnon estava. –Lily parou de falar quando ouviu a voz firme. –Depois que você saiu, Sirius foi falar com a duquesa, tentando obrigá-la a dizer onde a Srta. McKinnon está, mas Sua Graça afirmou elas saíram para o baile antes que ela fosse embora.

—E vocês acreditam nela? –Lily revirou os olhos. –Francamente, se ela mandou Marlene embora desse jeito é bem provável que ela saiba o paradeiro dela, mas não quer dizer.

—A senhorita tem um ponto. Porém, é mais vantajoso acreditar que elas não saibam onde a Srta. McKinnon e sairmos para procurá-la do que ver o Sirius anunciar o noivado com a Srta. Black e ela não ter nenhuma informação. Além disso, nada nos garante que ela contaria o que sabe após o anúncio do noivado, afinal o Sirius não poderia desfazê-lo sem causar um enorme escândalo.

—Tem razão. Quando vamos começar a procurar Marlene?

—Bem, o Sirius já foi até a mansão Black para conferir se ela ainda está na casa, o que é muito improvável. Remus foi até o clube entrar em contato com os seus informantes e ver o que consegue com eles. Enquanto isso, eu vou até a mansão Potter colocar alguns empregados para procura-la e pegar uma carruagem mais rápida.

—É um bom plano. Presumo que vocês se encontraram na mansão Black? –Ao vê-lo confirmar com a cabeça, ela continuou: –Certo. Eu inventarei uma desculpa para a minha mãe para ela me levar para a casa e ficarei pronta. Obviamente, você terá de parar a carruagem um pouco antes da mansão Evans porque meu pai pode reconhecê-la, mas se tomarmos cuidado...

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—Do quê a senhorita está falando? –A confusão estava estampada no rosto do Potter.

—Eu vou procurar a Marlene com vocês, é óbvio. –Ao ver a expressão surpresa e ultrajada dele, Lily revirou os olhos. –Ah, por favor, não é tão chocante assim. Eu só quero ajudar minha amiga.

—A senhorita não vai conosco. –Diante da expressão teimosa dela, James cruzou os braços. –Não mesmo!

—Não é você quem decide isso. Além do mais, se você não quiser ir me buscar, eu pedirei ajuda ao Lorde Black. Garanto que ele irá querer minha ajuda para localizar Marlene e, além disso, ela vai precisar de um ombro amigo quando a acharmos.

Lorde Potter suspirou alto.

—A senhorita não vai desistir, né? –Lily balançou a cabeça afirmando. –Isso não tem como dar certo!

—Vamos lá, Potter. Não é tão ruim assim, ninguém vai saber. –Ela sorriu inocentemente, tentando convencê-lo. –Prometo que tudo que acontecer é minha responsabilidade.

O homem crispou os olhos e levou a mão ao rosto, tirando os óculos e a encarando com os olhos castanhos esverdeados estreitos.

—Tudo bem, eu levo a senhorita. –Ao ver o sorriso satisfeito dela, ele suspirou novamente. –Eu com certeza me arrependerei disso. Esteja pronta e desça pela janela quando eu jogar uma pedrinha nela.

Lily queria perguntar como ele sabia qual era o seu quarto, mas não teve tempo, Lorde Potter já saíra do jardim a passos rápidos e decididos.

—x-

James praguejou ao sentir o espinho de um rosa aranhar seu rosto e deixar uma suave trilha de sangue. Naquele momento, ele parecia um idiota apaixonado embaixo da janela do quarto da Srta. Evans, jogando pedrinhas na vidraça. A janela se abriu e uma cabeceira ruiva entrou em seu campo de visão.

—Já estou descendo. Só um minuto.

James suspirou enquanto olhava atentamente ao redor. Se alguém o visse ali seria um escândalo, se alguém fosse ao quarto da Srta. Evans e não a encontrasse seria um escândalo, se alguém os visse juntos na carruagem seria um escândalo. Em suma, qualquer situação daquela noite podia resultar em um escândalo. Ele nem sabia ao certo porque aceitara aquilo, era comprometedor! E James Potter nunca era alvo de situações comprometedoras, jamais! Porém, ele sabia que Sirius aceitaria a ajuda da Srta. Evans, até mesmo porque o Black não estava pensando direito, e poderia ser descuidado e acabar comprometendo-a. Claramente, ele era a opção mais segura para a garota.

—Ai! Cuidado! –James olhou para cima a tempo de ver a Srta. Evans e um amontoado de panos brancos virem em sua direção. Como ele não teve nenhuma reação, ambos caíram em meios às roseiras dos Evans, provocando mais barulho do que James achava humanamente possível. –Desculpa.

—A senhorita poderia ter pedido que eu a seguraria, não precisava se jogar. –James se levantou e ofereceu a mão a ela, franzindo o cenho para os tecidos brancos. –O que é isso?

—Como o senhor pensou, eu não me joguei janela afora, minha corda de lençol e cortina arrebentou. –Ela olhou para os panos, desanimada. –Como eu conseguirei subir agora?

—Eu ajudarei à senhorita quando voltarmos. Esconda os panos em algum lugar e vamos embora antes que alguém nos veja.

Lado a lado, eles foram até a carruagem de James. O cocheiro olhou-os com uma sobrancelha arqueada, mas teve o bom senso de não dizer nada.

—Vamos antes que eu me arrependa, Srta. Evans. –James lhe ofereceu a mão para ajudá-la a subir. Ela aceitou a mão, sentando-se no banco a frente dele.

—Obrigada. –James a olhou surpreso diante do agradecimento dela, o que a fez revirar os olhos novamente. –Não faça essa cara, eu sou educada. E pode me chamar de Lily.

—Isso é muito impróprio já que...

—Ah não, James. Olha a situação em que estamos, não me venha ser moralista agora. –Ao ver que ele não diria nada, Lily continuou: –Eu te chamei de James sem problemas, viu só? Você também pode me chamar de Lily.

—Ok, senhor...Lily.

Ela lhe sorriu e James sentiu um nó na garganta ao perceber que achará aquele sorriso encantador. Balançando a cabeça para dispersar os pensamentos, ele fixou seu olhar na janela da carruagem enquanto falava.

—Nós iremos até a casa do Sirius e lá vamos definir em qual parte da cidade eu e você procuraremos. Mas teremos algumas regras. –Ele olhou desafiadoramente para ela, esperando seu protesto, mas Lily apenas sorriu, debochada. -Primeiro: em hipótese nenhuma você poderá sair dessa carruagem. Segundo: se encontramos alguém no caminho, a senhorita ficará na carruagem sem fazer barulho. E terceiro: se algo de inesperado acontecer, a senhorita fará exatamente o que eu falar. Certo, Lily?

—Tudo bem.

Mas pelo sorriso travesso dela, James tinha certeza que ela não faria nada do que ele falasse. Ah, que Deus os ajudasse!

—x-

Sirius sentia o bolo em sua garganta aumentar a cada segundo, não conseguia acreditar que sua mãe fora cruel o suficiente para mandar Marlene embora no meio da noite por causa de algo que Bellatrix falara. Por pior que fosse, e ele acreditava que não era tão ruim assim, a duquesa não tinha o direito de mandá-la embora sem comunicar Sirius antes, mesmo não acreditando que ele fosse um duque bom o suficiente.

Passando as mãos nos cabelos, como sempre fazia quando estava irritado, foi impossível não se lembrar do seu irmão, Lorde Regulus Black. Fora os fios pretos, os dois não tinham nada em comum: Regulus era sério, competente e honrado ao passo que Sirius não sabia lidar direito com todas as responsabilidades que caíram de supetão em suas mãos após a morte do irmão. Durante a vida toda, Regulus fora treinado para assumir seu lugar como Duque de Secorfly enquanto Sirius agia como um perfeito libertino. Agora, um ano e meio após a morte do irmão, ele via a consequência de todos aqueles anos perdidos, afinal não fazia a mínima ideia de como seguir em frente. Era uma piada: se ele não conseguia controlar nem mesmo as ações da própria mãe, como iria controlar as dezenas de criados e centenas de arrendatários?

—Milorde? –Foi desperto de seus devaneios pelo mordomo. –Lorde Potter e o Sr. Lupin já chegaram.

Sirius se levantou rapidamente e seguiu para a garagem de carruagens. Ao chegar, percebeu os dois homens já estavam com as carruagens prontas. Talvez ele devesse dizer alguma coisa, mas nenhum som saia de sua boca. Falar sobre procurar Marlene só tornava mais real o fato que ela estava, naquele momento, em alguma das frias ruas de Londres sozinha, com medo e talvez estivesse em perigo...

—Vamos conseguir encontrá-la, Sirius. –Remus provavelmente viu o desespero na expressão de Sirius. –Por onde quer procurar?

—Eu não sei, talvez... –Sirius passou a mão no cabelo, nervoso e irritado. Droga! Ele era o maldito Duque de Secorfly e não conseguia nem pensar coerentemente. Foco!—Vamos procurar somente nos arredores da mansão por enquanto, ela não pode ter ido muito longe. Eu irei para o Oeste na direção da igreja, Remus vai para o Norte em direção ao parque e James vai para o Leste em direção ao cemitério.

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—E o Sul? –Remus perguntou.

—O Sul vai em direção a uma área muito perigosa, eu espero que ela não tenha...Marlene conhece a cidade, certamente ela não foi pra lá.

Eles assentiram e se dirigiram até suas respectivas carruagens. Olhando de relance para a de James, Sirius viu um vulto lá dentro.

—James, –Chamou. –Tem alguém dentro da sua carruagem?

—Nem me pergunte, Black.

Pela primeira vez naquela noite Sirius sorriu, ele com certeza sabia quem era a dona daqueles cabelos ruivos.

—x-

Marlene apertou o fino xale em torno do corpo ao sentir uma pontada de frio. As ruas de Londres estavam muito escuras naquele momento da madrugada e vários vultos encapuzados e mulheres pouco vestidas passavam perto dela. O medo corroía o seu interior e sentia os dedos e lábios trêmulos, além dos olhos inchados pelo choro de mais cedo.

Desde que saiu da mansão Black ela estava andando sem rumo pela cidade, afinal não tinha para onde ir. Não podia pedir abrigo a ninguém que conhecia – Lily, Dorcas, Sirius ou até mesmo Lady Potter–porque certamente atrapalhado a vida de qualquer um deles.

Ela até pensara em pedir abrigo ao padre na igreja, porém ele era consideravelmente fofoqueiro e se Marlene quisesse arrumar outro emprego, ninguém poderia saber o motivo pelo qual a duquesa de Secorfly a mandara embora.

Sua única opção era vagar pela cidade até que amanhecesse, o que aconteceria em três ou quatro horas, e procurar emprego em alguma residência de Londres. Provavelmente ninguém iria querer contratá-la por suas roupas velhas, afinal a maioria dos vestidos que ela usava eram emprestados pela duquesa, e sua aparência desgrenhada não lhe favorecia nem um pouco.

Enxugando as lágrimas que voltaram a descer pelo rosto, Marlene percebeu que um vulto encapuzado a seguia. Acelerando o passo, ela procurou por algum lugar onde pudesse se esconder, mas não havia nenhum lugar disponível a não ser...o cemitério.

A morena sentiu um frio na espinha, mais por medo do que por frio. Entrando no cemitério, ela se escondeu atrás de um grande túmulo e tentou fazer o mínimo de barulho possível, mas sua respiração ofegante provavelmente a entregaria.

Ao sentir uma mão segurando seu ombro, Marlene sobressaltou-se, voltando-se em posição de ataque para a pessoa que a segurava.

—Calma, meu bem. –A voz de uma mulher penetrou seus ouvidos e soou estranhamente familiar. –Eu só quero te ajudar. Está tudo bem? Por que está aqui, sozinha?

—Quem...quem é? –Ela sentia tanto medo que não conseguia formar nenhuma frase coerentemente.

—Não está me reconhecendo? –Perguntou a mulher carinhosamente. –Sou eu, Lady Potter, querida.

Ela olhou fixamente para o rosto da mulher e conseguiu visualizar os olhos castanhos esverdeados e os cabelos castanhos volumosos de Lady Potter.

—Ah, milady. –Marlene tentou fazer uma reverência, mas Lady Potter a segurou pelos ombros.

—O que está fazendo aqui? Está tudo bem?

—Eu...hã...a duquesa... –Marlene não poderia contar o que acontecera para Lady Potter, principalmente pelo fato que ela conhecera seu finado pai.

—Lady Black a demitiu?

—Sim, milady. Mas não foi culpa minha, eu juro! Eu posso lhe explicar tu...

—Não precisa me explicar nada agora, querida. É cruel mandar alguém embora no meio da noite. Suponho que você não tenha um lugar para onde ir? –Quando Marlene assentiu, a expressão de Lady Potter se tornou carinhosa. –Venha comigo, querida. Você pode passar a noite em minha casa e amanhã resolvermos sua situação.

—Muito obrigada, milady. –Marlene sorriu enquanto a senhora lhe oferecia o braço.

Saindo do cemitério junto com Lady Potter, Marlene permitiu-se respirar tranquilamente pela primeira vez naquela noite e sentiu lágrimas de felicidade descendo pelo seu rosto.

—x-

—O que foi? –Perguntou James, estranhando o silêncio de Lily. Durante todo o trajeto ela tagarelara sobre os mais variados assuntos, porém a cerca de dez minutos ela parara de falar repentinamente.

—Nada, eu só...não gosto muito dessa região da cidade. –Lily relanceou um olhar na direção do cemitério, o que não passou despercebido por James.

—Você tem medo? –Ela assentiu, hesitante.

Enquanto passavam pelo cemitério, James tentava distraí-la com algumas piadas, mas percebeu que o olhar dela continuava atento naqueles muros.

—Você não deveria olhar. –Quando ela o encarou, James continuou. –Vai aumentar seu medo. Deixe-me te contar uma piada, você vai adorar. Estavam em uma taverna um libertino, uma...

James suspirou e parou de falar ao perceber que a atenção de Lily estava no cemitério novamente

—Lily, eu já disse para você não olhar na direção do cemitério, só piora.

—Aquela ali é a Marlene? Ela está com...a sua mãe?

—O quê?

James não acreditou no que seus olhos estavam vendo: sua mãe, a condessa de Rynnor, estava de braços dados entrando em uma carruagem da família. Por Deus, o que ela estava fazendo ali?

Ele bateu duas vezes na parte de fora da carruagem, o que fez o cocheiro pará-la. Antes que conseguisse descer, viu o vulto de Lily do lado de fora da carruagem, correndo na direção de Marlene.

James estava dividido entre rir e brigar com Lily por sair da carruagem, aquela garota era uma rebelde incorrigível.

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—Lily, o que você tá fazendo aqui? –A ruiva ignorou a pergunta da amiga e a abraçou apertado.

—Ah, Lene, eu estava tão preocupada com você! Assim que soube o que tinha acontecido, vim te procurar.

—Eu fico muito feliz com a sua preocupação, Lily. –Marlene apertou firmemente as mãos de Lily entre as suas. –Mas como você veio parar aqui?

—Ah... –Lily olhou hesitante para Lady Potter e fez uma rápida reverência enquanto enrubescia muito. –Milady. Bem, eu...

—Lily, eu não falei para você ficar dentro da carruagem? –A ruiva revirou os olhos para James, que se aproximava rapidamente delas. –O que você está fazendo aqui, mãe?

—Talvez eu que devesse te perguntar o que está aqui com a Lily. –A condessa enfatizou o primeiro nome da garota, o qual James usara, e arqueou uma sobrancelha ao vê-lo corar.

—Eu com os marotos combinamos de procurar a Srta. McKinnon pela cidade e a Srta. Evans me obrigou a trazê-la. –Respondeu James, encabulado. –E a senhora? O que faz de fora de um cemitério de madrugada?

—Se seu pai estivesse vivo, hoje comemoraríamos nosso aniversário de casamento. –A condessa limpou rapidamente uma lágrima. –Eu vim visitar o túmulo dele mais cedo e perdi um pouco a noção do tempo.

—Sinto muito, mãe. –James a abraçou pelos ombros. –Que tal irmos para casa? Eu só preciso levar a Srta. Evans para casa e levar Marlene...

—De jeito nenhum, querido. –Lady Potter o olhou zangada. –Marlene ficará conosco até amanhã, avise seu amigo que ela está conosco e que ele está convidado para tomar chá conosco, se quiser. –Ela se voltou para Lily. –Você também, Srta. Evans. Ficarei feliz em recebê-la amanhã para o chá.

—Será uma honra, senhora.

—Ótimo. Por hora, James a levará para casa. –Lady Potter olhou para o filho em um misto de divertimento e seriedade. –Comporte-se, mocinho.

James, muito corado, assentiu e trocou algumas palavras com o cocheiro da carruagem, garantindo que ele iria pessoalmente avisar Sirius sobre Marlene.

Lily sentou-se na carruagem e esperou por James que, rapidamente, chegou. Um silêncio constrangedor se instaurou entre eles e Lily olhava em qualquer direção, menos para James.

—A senhorita foi muito corajosa hoje. –Ela sentiu suas bochechas se aquecerem.

—Obrigada. Você foi muito gentil, o que certamente não é do seu feitio.

Ele sorriu ao ouvir a alfinetada e não se preocupou em retrucar, apenas ficou a observando, o que a fez desviar os olhos rapidamente.

Chegando a casa Evans, eles se dirigiram até a sacada do quarto dela e ficaram olhando fixamente para cima, como se um milagre fizesse uma corda brotar ali.

—Suba no meu ombro que você consegue alcançar a sacada. –James disse enquanto jogava o emaranhado de lençóis para dentro do quarto.

Muito constrangida e corada, Lily subiu nos ombros dele quando ele se abaixou e sentiu-o segurar seus joelhos para levantá-la. Ignorando o arrepio em sua espinha, certamente proveniente do medo de cair das costas deles, ela segurou na balaustrada e sentiu-se sendo impulsionada.

Já dentro do quarto, Lily olhou para baixo, vendo que James sorria para ela. Espontaneamente, ela retribuiu o sorriso.

—Bem, acho que é isso...

—Boa noite, James.

—Boa noite. –James estava indo embora, mas voltou e abriu a boca para dizer algo. Lily nunca saberia o que ele queria lhe dizer naquele momento porque ele simplesmente fechou a boca e foi embora.