Chegando na enfermaria, Bia, uma filha de Apolo, cuidou de seus ferimentos e os enfaixou com esparadrapos. Tinha cabelos negros curtos, na altura dos ombros, seus olhos eram cor-de-mel e a pele era bronzeada. Fiquei do lado de fora, rindo enquanto Jhon reclamava.

–Ai! -Jhon se queixava -Isso arde! Espera! Ai!

–Quieto, Evans. -Bia franzia o cenho -Se não vai doer ainda mais!

–Mas-

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–Nada de "mas"! E... Pronto. Agora, vê se não se esforça muito, talvez a ferida abra, tá?

–Tá... -Ele murmurou.

Quando ele saiu da enfermaria, me segurei pra não rir.

–Tá olhando oque? -Ele fez uma careta.

–Deixa pra lá...

Estávamos quase indo em direção ás forjas quando Harry nos abordou.

–Ei, gente! Eu Terminei!

–Mas já? -inclinei a cabeça -Que rápido...

–É. -falou Jhon -Ele tem essa fama...

–Olhem só. deu um trabalhão, pôr mágica nas armas e essas coisas, mas eu tenho um amigo, filho de Hécate, e ele me ajudou um pouco. -dizia Harry, tirando um canivete preto do bolso.

–Hã... Harry... Isso aí não é oque eu-

–Calma! -Interrompeu-me ele -Clique nesse botão cinza e deixe-o apertado que você vai ver...

Fiz oque ele pediu, e, para a minha surpresa, o canivete transformou-se em uma espada de dois gumes, devia ter uns 75 centímetros. Era do peso que eu queria. Tinha certeza de que aquela era a espada perfeita para mim.

–Como eu disse, ela é mágica. Eu tenho testado fazer armas desse tipo faz umas duas semanas, para os campistas terem mais facilidade em levá-las para as missões.

–Valeu, Harry. Fico te devendo uma...

–É pra isso que os amigos servem! -ele sorriu.

–Mas... Você disse que tenho que deixar o botão pressionado, e se eu apenas ser um clique?

–Faça o teste agora mesmo!

–Tá. Mas como faço para que a espada vire um canivete de novo?

–Ah, sim... Tem um botãozinho na ponta do cabo da espada, clique nele.

Cliquei e a espada voltou a ser um canivete. Depois, dei um clique rápido e apenas apareceu uma pequena lâmina como a de um canivete qualquer.

...

Me despedi de Harry e fui com Jhon até o Campo de Treinamento. Saquei minha espada, Jhon fez o mesmo e começamos o treinamento.

Jhon deferia alguns golpes contra mim, e eu os defendia muito facilmente.

–Eu sei que você não está levando á sério, Jhon. Mas dá pra acelerar um pouco? Até parece que você tá atacando em câmera lenta!

–Estilo Matrix! -ele riu da própria piada -Mas, tem razão, tá ficando chato desse jeito.

Ele começou a atacar mais rápido, e eu me animava toda vez que ouvia o "plem" das espadas quando se chocavam.

Foi quando fiz um movimento de ataque mais ousado. Ele viu que não queria ficar defendendo o dia todo, e começou a defender meus ataques com uma velocidade incrível.

–Você é boa -disse ele -Mas EU sou melhor!

Ele me desarmou com um golpe rápido, minha espada voou uns 7 metros e Jhon me deu um chute no peito. Caí sentada no chão de terra. Ele apontou a ponta de espada contra mim e falou com uma voz rouca:

–"Você não tem oque é necessário para me enfrentar, Gafanhota."

Começamos a rir juntos e ele me deu a mão para que eu me levantasse.

–Que horas são? -Perguntei.

–Wow! -Exclamou Jhon, olhando seu relógio de pulso -São 16:00! Ficamos treinando uma meia hora sem parar!

–Nossa, eu tô toda suada. Vou pro Chalé tomar um banho e me deitar um pouco.

–Heh, eu também... Te vejo no jantar!

–Até lá! -Gritei.

No mesmo minuto, corri até o Chalé 11, tomei um banho e descansei no meu beliche.

...

Acordei às 19:10 da noite.

Coloquei o "fardamento" do Acampamento e uma jaqueta de couro preta, que deixei o zíper aberto, para que a frase: "Acampamento Meio-Sangue" ficasse visível. Foi quando uma trombeta soou ao longe. Travis anunciou:

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–Onze, unir!

Todos se reuniram, uns vinte de nós, mais ou menos. E Connor falou:

–É hora do jantar, façam uma fila, o mais experiente na frente, e, Lia, você vai lá pro final.

Marchamos para o topo da colina até o Pavilhão. Todos estavam presentes: Senhor D, Quíron, Jhon... Alguns sátiros, náiades e ninfas (Dos quais os gêmeos me falaram enquanto subíamos)

Fui na direção da mesa em que Jhon estava, mas Travis e Connor me barraram.

–Aqui temos um sistema de regras, novata. -Disse Connor.

–Você não senta na mesa que quiser, tem de ficar na mesma mesa de seus companheiros de Chalé. -Advertiu Travis -Não percebeu que Percy e Nico estão sozinhos em suas mesas?

–Ah... Foi mal, gente.

–Tudo bem. -Sorriu Connor. -Você senta na mesa de Hermes até ser determinada, ok?

–Ok.

Sentei junto com os filhos de Hermes e os outros indeterminados, tinham taças prateadas em cada lugar ocupado por um campista. Enfim, Quíron bateu o casco no piso de mármore e todos ficaram quietos. Então ele ergueu uma taça dourada.

–Aos deuses!

Todos ergueram suas taças.

–Aos deuses!

As ninfas vieram com bandejas de comida: Uvas, maçãs, morangos, queijo, sanduíches, churrasco, peito de peru... entre outras coisas que me deram água na boca.

–Atenção, novatos. -Travis bateu uma colher nas taça para chamar a atenção -As taças são mágicas, falem oque quiserem beber, nada alcoólico, obviamente. E ela vai obedecer.

–Cara, como eu amo essa parte... -Falou um garoto na minha frente -Coca-Cola!

E a taça se encheu de um líquido negro, os olhos dele brilharam, e ele bebeu.

Todos começaram a se servir, enchi meu prato e estava prestes a comer quando notei que todos se levantaram, levando os pratos para o fogo no centro do pavilhão. E quando Travis concluiu que todos já tinham colocado oque queriam, falou novamente:

–Venha, Lia.

Quando cheguei mais perto, vi que todos estavam pegando algo do prato e jogando dentro do fogo, todos os melhores pedaços, sendo queimados na fogueira.

–Oferendas queimadas para os deuses. -falou Travis.

–Não creio...

O olhar dos irmãos me advertiu a não reclamar.

Um garoto aproximou-se do fogo, inclinou a cabeça e atirou um pedaço de carne no fogo.

–Hermes.

Era a minha vez.

Cheguei na fogueira e falei em pensamento: "Quem quer que seja, por favor, aceite."

Empurrei um grande cacho de uvas para o fogo. Depois que todos voltaram aos lugares começamos a comer. Me deliciei com churrasco e morangos, e falei para a minha taça:

–Coquetel de uva.

E a taça se encheu de um líquido roxo. Eu a ergui em direção ao Sr. D, em sua homenagem.

Ele sorriu, e fez o mesmo gesto.

Quando todos terminaram de comer, Quíron bateu novamente o casco para chamar nossa atenção.

O Sr. D levantou-se e falou:

–Olá, pirralhos. Nosso diretor de atividades, Quíron, diz que a próxima captura da bandeira será na sexta-feira. Ou seja, depois de amanhã. Atualmente, o chalé 6 detém os lauréis.

Um monte de aplausos se ergueu da mesa de Atena.

–Enfim –continuou o Sr. D – não me importo nem um pouco, mas parabéns. Também devo lhes dizer que temos uma nova campista hoje. Lia Hunter.

Fiquei meio vermelha

–Está certo. Viva, e tudo o mais. Agora vão logo para a fogueira. Andem.

Todos aplaudiram. Fomos para o anfiteatro, onde Bia e o chalé de Apolo lideraram a cantoria. Cantamos canções de acampamento sobre os deuses, fizemos piadas idiotas e nos divertimos, fiquei do lado de Jhon e Nico.

–Bem-vinda, Lia. -disse Nico. -Foi um prazer te conhecer.

–O-obrigada, Nico.

Ele sorriu e Bia falou:

–Vamos lá, gente. Qual música agora?

–A novata escolhe, Vai Lia! -Anunciou Jhon. E todos os olhares se voltaram pra mim.

–Hã... que tal Stairway to Heaven?

–Boa! -exclamou Bia.

Depois eu mato você...–sussurrei para Jhon.

Os filhos de Apolo foram tocando flautas na melodia da música e começamos a cantar:

There's a lady who's sure all that glitters is gold

And she's buying a stairway to heaven...

...

Depois da cantoria, os filhos de Ares contaram histórias de suas missões - de vez em quando exageravam quando diziam que encontravam os monstros.

–Eu estava no centro da cidade. Quando uma centena de telquines me atacou. -dizia Clarisse, fazendo os irmãos a escutarem boquiabertos -Eram enormes e feios e...

–Enormes? -Percy atrapalhou o conto -Telquines não chegam a meio metro de altura!

–Cala a boca, Jackson -um dos filhos de Ares falou -Deixa a Clarisse contar a história!

–Pois é. Como eu ia dizendo... Uma dúzia deles me atacou, e eu estava sozinha e sem arma. Vocês não iriam acredit-

–Não eram "centenas"? -Percy interrompeu novamente -Nossa, Clarisse. Você é tão incrível que só nessa pausa acabou com metade deles! -ele fingiu surpresa. E todos soltaram gargalhadas -menos o chalé de Ares, obviamente.

Até que, um pouco mais tarde, a trombeta soou de novo e todos fizeram filas em direção a seus chalés.

"Esse é o melhor lugar do mundo" -Pensei, já deitada no beliche. E comecei a dormir.