Lembranças Do Inverno

"Quer sair comigo?"


Chegando em casa me deparo com minha mãe no telefone, subo as escadas devagar sem fazer barulho pra não ter que dá explicações, mas já era…

— Ei mocinha, espera! — ela grita.

— Olha, se for falar sobre o negócio do cigarro e tal, pode parar por aqui. Eu não fiz nada, eu juro. — falo nervosa.

— Sobe lá pra cima agora! — vou para o meu quarto e choro até soluçar. Passa algum tempo e minha mãe bate na porta, enxugo as lágrimas e respondo:

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— Pode entrar.

— Gabriely, acho que a gente precisa conversar. — ela senta na cama, ao meu lado. — As coisas estão bem difíceis pra você né? Me desculpa pelas brigas, pelas palavras mal ditas.

— Serio? Pareciam bem reais suas palavras. Me magoou muito mãe, eu preferia levar uma facada do que ouvir de novo tudo que você já me falou. Palavras ferem… — olho atentamente para ela.

— Eu sei. — ela abaixa a cabeça. — Mas a questão do cigarro… — interrompo.

— Eu não fumei, nunca fumei. Mãe, eu nem tenho motivo pra me encrencar mais ainda. Acredita em mim, pelo menos dessa vez.

— Vou te dá um voto de confiança.

— Jura? Obrigada mãe. — eu a abraço fortemente. — Ok, agora pode sair que eu quero dormir. — risos.

— Boa noite filha, até amanhã. — beijo ela no rosto.

Amanhece mais um dia, e acordo com Gustavo me chamando.

— Gabi, acorda! Sua idiota, fez besteira agora tem que ir ao colégio de novo. — fala rindo.

— Você não ta falando serio né? Que inferno! — digo tentando abrir os olhos.

Andando pelos corredores do colégio vejo Daniel e Melissa conversando, penso em ir até Melissa e tirar aquela história a limpo, tinha quase certeza que era ela que tinha colocado cigarro na minha mochila, mas logo desisto da idéia. Entro na diretoria.

— Bom dia! Mais um problema Gabriely? — fala o Sr. Renato.

— Eu não fiz nada. — reviro os olhos.

Daniel passa com Melissa enfrente a diretoria, lá tinha uma janela de vidro então dava pra ele me avistar.

— Espera! Aquela é a garota da festa? O que ela ta fazendo ali? — pergunta Daniel.

— É sim. Fiquei sabendo que pegaram cigarro na mochila dela, essa garota é louca. — diz Melissa sem dá importância para mim e Daniel invade a diretoria sem dá licença.

— É verdade Sr. Renato. Ela é inocente, eu que coloquei cigarro na bolsa dela. — olho para ele sorridente sem acreditar que ele tivesse mentido pra me ajudar, tinha certeza que ele não tinha feito nada pra me encrencar, aqueles olhos negros não me enganavam.

— Tem certeza garoto? Vou ligar pra seus pais. — diz o diretor.

— Tenho. Posso conversar com ela sozinho?

— Tudo bem então. — fala procurando a lista telefônica dos alunos. Daniel pega em minha mão até sairmos da sala.

— Não foi você que colocou cigarro em minha mochila. — falo sem dúvidas alguma.

— Não, não fui eu. Fiz isso pra não sujar mais tua ficha, e acredito que você também não tenha feito isso. — sorrio.

— Eu não fiz isso não, alguém ta querendo me deixar mal.

— Ei. — ele me encara. — Quer sair comigo? — meu coração dispara e a única coisa que eu consigo dizer é:

— Sim. — fico nervosa e ele dá um sorriso. — Me dá teu telefone? — começo a tremer.

— Anota ai daí a gente combina. — Anoto o telefone enquanto Melissa fica nos olhando de longe. Os pais de Daniel chegam.

— Tenho que ir agora, a gente se ver então. — Daniel sai e Melissa vem em minha direção.

— O que você quer com ele? — fala enraivada.

— Ué, ta doida agora? É você que ta querendo me encrencar né?

— Fui eu sim, mas eu não fiz tudo sozinha. Coloquei a mochila do lado de Arthur porque sabia que ele tinha bebido, ele colocou o cigarro, daí eu simplesmente contei pro diretor. — dá um sorriso sínico.

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— Parabéns Melissa, você conseguiu. Mas sabe o que você não vai conseguir? Tirar esse sorriso do meu rosto. — dou um empurrão de leve nela, e vou embora.