P.O.V. Hope.

Como previsto eles fizeram o primeiro movimento. Armados com tanques, fuzis, o exército veio com tudo pra cima da gente.

E eles acabaram dando com a cara na porta. O escudo de energia criado pelos feitiços de proteção ao redor da Escola Salvatore tornou tudo aquilo inútil. O ataque da Tríade foi feito por humanos que tinham conhecimento sobre o mundo sobrenatural e acesso a magia, esses ai são apenas selvagens apavorados.

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—Se rendam agora e ninguém precisa se ferir.

Eu fui até o portão. E eles miraram em mim.

—Nós não queremos lutar. Mas, não vamos nos render. Não somos criminosos. Somos estudantes. E isso é uma Escola. É um Internato. Não sabe ler, meu filho?

Disse apontando para a placa.

—Esta é a ultima chance. Se rendam agora...

—Shh. Fala baixo meu filho. Grande parte dos alunos tem audição sobrenatural. Agora, pare de agir como um troglodita. Eu entendo, você está com medo. Na verdade, está apavorado. E eu entendo. É como funciona. Primeiro testemunham algo... extraordinário, depois vem a negação. Procurando uma explicação lógica que não envolva feitiços, maldições, magia e literalmente bruxaria. Então, vem a fase que está vivenciando agora o medo, o medo do desconhecido, de algo ou alguém que vocês simplesmente não conseguem controlar. Mas, finalmente logo a aceitação virá.

Eles miraram e abriram fogo. Mas, as balas, os canhões, tudo aquilo simplesmente bateu no campo de força e ricocheteou.

P.O.V. MacGyver.

Era uma coisa, fenomenal. Extraordinária! O exército estava atacando a escola, com tanques, armas de uso exclusivo dos militares, fuzis, armas automáticas e as balas batiam num... campo de força e ricocheteavam. Ela estava sendo metralhada e ficava com aquela cara de... Meu Deus, que idiotas.

—Preparar para lançar os mísseis!

Ela respirou fundo.

—Para com isso, meu filho. O mundo ainda é o mesmo. O mundo é assim desde muito antes de você e muito antes de mim e ele vai continuar sendo assim, muito depois da nossa partida. Aceite. Aceita que dói menos. Gasta menos munição, menos dinheiro, menos esforço.

O míssil veio, mas encontrou um adversário a altura.

—Aquilo é... Meu Deus!

A enorme criatura veio voando e aterrizou, deixou ela montar.

—Bem, vocês vieram aqui caçando confusão. Fizeram sua cama, agora vão ter que deitar nela.

Um dragão. Um dragão enorme, maior que um avião militar. E ele veio botando fogo em tudo. Os soldados atiravam, mas aposto que o bicho não sentia nem cócegas. Parecia que deixava o bicho mais irritado.

E o fogo que ele cuspia como um jato era tão quente e tão concentrado que derreteu os tanques. O Aço derreteu. Os tanques de guerra viraram um monte de metal retorcido. E quanto aos cadáveres... bem, não era bonito.

Então o dragão pousou com um baque, o chão tremeu. E ele deixou ela descer.

—Então, vão pra casa. E não retornem. Não em busca de sangue. Eu deixei claro, não queríamos lutar, não queremos lutar. Mas, o que fazer quando um bando de selvagens bárbaros ataca uma escola cheia de crianças? Eu sei que só estava fazendo isso numa falha tentativa de proteger o seu povo, mas tente de novo... eu te mato.

O General e o que sobrou do exército ficaram passados.

—Podemos cuidar dos seus feridos.

—Não precisamos da sua ajuda.

—Tudo bem. Se prefere deixar os seus homens nesta agonia, que seja. Eles são seu povo, não meu.

Ela se virou para sair.

—Muito bem.

—Ótimo. Um pouco de inteligência.

Os vampiros saíram.

—Kaleb, M.G. ajudem a carregar os feridos pra dentro. Levem eles para a enfermaria. Josie, Lizzie ajudem as bruxas com os feitiços de cura, como último recurso podem usar aquele... ingrediente especial.

Na enfermaria, era inacreditável. O que a nossa medicina levava meses para curar, os feitiços delas curavam em minutos e sem deixar qualquer cicatriz. Queimaduras de segundo, terceiro grau pelo corpo inteiro. Sumiam sem deixar vestígio.

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—Caramba. Isso é inacreditável.

—Se não conseguirmos curar eles todos, muitos vão morrer.

—Vamos ligar eles então.

Ela usou as placas de identificação dos soldados e escreveu alguma coisa num papel. As velas acenderam sozinhas e ela cortou a própria mão com uma faca. Uma faca que era brilhante demais. E o sangue caiu no papel.

—Ei!

—Phesmathos Intagrum Kalos, hamalon falagios ecodom...

Ela ia falando e o sangue ia se mexendo.

—Koson nabendox, kalagios amalon... descendium vinum Phesmatos Intagrum kalos cosom nabendox.

Então o papel pegou fogo. Combustão espontânea.

—A ligação está completa. Eles são um. Vamos lá.

Ela curou um soldado e os outros dez curaram junto. Exatamente na mesma hora, do mesmo jeito.

—Nossa!

—Caramba, mano! Nem as suas paradinhas são tão impressionantes, Mac.

—Precisamos desligá-los.

—Hope, você vai desmaiar.

—Precisamos desligá-los.

—Eu desligo.

—Obrigado, Josie.

A outra pegou um novelo estranho e fez ele se desdar sozinho.

—Pronto. A ligação foi quebrada.

—Só isso?

—Somos bruxas não abominações.

Ela tinha uma das mãos no chão enquanto fazia o feitiço. Não usou palavra nenhuma. E sua mão ficou com a palma luminescente. Uma luminescência laranja enquanto realizava aquele encantamento.

—Porque chamam a sua amiga de Tribrida?

—Porque é o que ela é. E se pensa que porque nós curamos os seus soldados feridos eu vou trair os meus amigos e a minha família ou gosto de você... bem, está errado.

—Então, bruxas podem voar em dragões, controlar eles.

—Não. A Hope pode fazer isso. Porque ela é a Tribrida.

Disse a garota, Josie saindo.

—Isso é loucura Mac.

Percebi que a outra a loira era mais de falar.

—Eu sou Angus MacGyver.

Ela riu.

—Seus pais devem ter problema na cabeça. Parece nome dum sanduíche do Mc'Donalds. Tá, isso foi horrível. Ser uma pessoa melhor e menos egocêntrica. Eu sou a Lizzie Saltzman. Ela era a minha gêmea Josie.

Disse me estendendo a mão. E eu apertei.

—Muito prazer.

—Igualmente.

—Porque suas mãos ficam laranjas?

—Somos bruxas gemini. Somos bruxas de sifão.

—Bruxas de sifão.

—Nós não temos...

—Lizzie! Fica quieta! Ele tá te interrogando.

Disse o vampiro Kaleb.

—Oh! Isso foi grosseria! Seu humano mal agradecido!

Disse ela me dando um empurrão e saindo.

—Qual é cara, eu sei... Lizzie Saltzman é um pé no saco, mas isso não é jeito de se tratar uma dama.

E tinha uma médica, a Doutora Carter, ela era médica do exército.

—Isso é incrível. Imagine os avanços científicos que podemos obter á partir do D.N.A. destas criaturas magníficas! Curar doenças, paralisia, o câncer. O que eles fizeram aqui foi um milagre!

Então... ouvimos disparos e quando todo mundo chegou...

—Caramba!

Disse Kaleb. E o corpo de um dos estudantes estava estirado no chão.

—Bem, parece que as armas funcionam em alguns deles.

—Landon!

—Cara, você é um idiota.

—Eu te deixei viver, eu te forneci ajuda e abrigo. E é assim que me agradece? Que nos agradece? Assassinando meu namorado? Bem, não pode me dizer que eu não te dei uma segunda chance.

Então, ela moveu a mão e ouvimos o estalo. O General caiu morto.

—Eu avisei que iria te matar se tentasse de novo. Eu avisei.

Ela tinha quebrado o pescoço dele com um movimento de mão. Então, ela começou a chorar.

—Hope ele vai...

—Eu sei, mas ainda dói.

Então, o cadáver começou a soltar fumaça.

—Vou pegar roupas limpas.

O vampiro M.G. saiu correndo e voltou.

—O cadáver está soltando fumaça?

Então... fogo. Queimou tão rápido e tão intensamente que consumiu o cadáver em questão de segundos.

—Tudo pega fogo por aqui?

—Quase tudo.

Do nada o fogo apagou e ficaram apenas as cinzas, mas não eram cinzas comuns, aquilo era um casulo.

—É um casulo?

E cara, o menino saiu de lá de dentro vivinho da silva. Nu, mas vivo.

—O que... o que aconteceu?

Ele se olhou e ficou com vergonha.

—Eu morri. E estou pelado na frente de um monte de estranhos. Esquisito.

O garoto se vestiu e saiu andando como se fosse a coisa mais normal do mundo.

—Ele disse que morreu?

Então... eu percebi o óbvio.

—Ele é uma Fênix.

—É. Pois é. Da primeira vez que ele morreu foi... feia a coisa. Não sabíamos o que ele era e encontramos o corpo no bosque. Ai, aconteceu isso. Ele voltou. Fiquei tão aliviada que ele estava vivo.

Disse a Tribrida chorando e sorrindo ao mesmo tempo.

—Sua amiga deixou escapar que você é uma Tribrida.

—Tem um erro na sua frase. Eu sou A Tribrida. Primeira e única.

Tribrida. Tri significa três, brida. Híbrida?

—Você é uma híbrida?

—Você é inteligente. Aprecio isso.

—Poque Tribrida?

—Porque minha mãe era a alfa da matilha dos Crescentes.

—Sua mãe era lobisomem?

—Sim. Não só lobisomem, ela era uma lobisomem alfa descendente da primeira lobisomem do mundo. Minha vó era uma bruxa. E meu pai é... um dos primeiros vampiros do mundo. Um Original. E todas essas três coisas passaram á diante me tornando... Uma híbrida. De três criaturas diferentes. Tribrida.

Uau!

—Então vampiros podem procriar?

—Não. Mas, lobisomens podem. A magia fez o meu pai ser vampiro, mas ele nasceu lobisomem. Ai, ele teve uma coisa duma noite só com a minha mãe e boom! Brecha. Bebê milagroso. Eu.

—Espere, sua mãe não era a lobisomem?

—O pai biológico do meu pai era lobisomem, o nome dele era Ansel. Ai a minha vó transformou os filhos em vampiros e acidentalmente criou um híbrido. Papai. Ela suprimiu seu lado lobisomem, mas ele encontrou um jeito de desfazer. Ai... bebê milagroso. Sou uma brecha ambulante e falante. E eu aceito isso.

—Uma brecha?

—O pai do Landon, Malivore. Ele era um Golem, criado pela primeira Tríade.

—Um Golem?

—É. Á cerca de um milênio em certas partes do mundo haviam monstros. Nenhum mais intimidade e apavorante... do que dragões. Sozinhas, nenhuma das facções eram paio para dragões. Então, isso forçou uma aliança nada convencional. Uma bruxa, um lobisomem e um vampiro combinaram seu sangue usando magia negra para criar o Golem. Eles o encantaram para ter uma fome insaciável por criaturas sobrenaturais e para ser incapaz de consumir vampiros, bruxas e lobisomens. Como eles três o criaram, deveriam ser os únicos a poderem destruí-lo. Mas, ele traiu seus criadores. Os matou.

—Então a coisa não pode ser destruída.

—Ele já foi destruído.

—Como?

—Porque a natureza encontrou uma brecha. Fazendo uma Eu. Quando eu me atirei no poço, eu fui apagada do coletivo consciente, porém... eu destruí o Malivore de dentro pra fora. Ele explodiu.

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—Como assim fazendo uma você?

—A criatura não podia consumir vampiros, bruxas ou lobisomens e você é os três. Isso matou a criatura, como uma indigestão.

—Algo assim. Vem cá, tem certeza que você é humano? Nenhum gene sobrenatural na família?

—Não que eu saiba. Porque?

—Porque você é um gênio! Tem algo que te torna especial, a maioria do seu povo não tem. Eles são apenas... trogloditas medíocres, com uma visão de mundo tão limitada que dá pena. E ainda assim, eles se acham tão especiais, tão únicos, tão... tão. Até basearam toda sua teoria de existência na sua singularidade. Sendo que de singular, eles não tem nada. São tão comuns que você encontra um em cada esquina.

P.O.V. Doutora Carter.

Ela não parecia gostar muito de humanos.

—Você não gosta de humanos?

—De alguns. Da maioria não. Eu acho tão engraçado, vejo esses jogadores de futebol e líderes de torcida que se acham o centro do Multi-verso. Vejo os problemas sobre os quais meus vizinhos brigam. Brigam por dinheiro, porque um chegou em casa muito tarde, porque trabalha demais. São motivos tão tolos. Tão facilmente resolvíveis. E ainda assim, eles fazem tanto alarde por conta disso. A maioria da população humana vai desperdiçar a vida brigando por causa disso. Dinheiro, trabalho, guarda de filho.

Acho que quando você tem a eternidade pela frente, e tanto poder quanto eu imagino que ela tenha... sejam realmente preocupações tolas.

—Eu tive uma vida feliz, mas o Multi-verso está tentando me matar desde antes de eu nascer. Passei minha infância me mudando, fugindo de vampiros malvados que queriam me matar. É claro que eu não sabia que eles queriam me matar. Por sete anos minha mãe me protegeu de tudo.

—E quanto ao seu pai?

—Estava preso. Com uma adaga imbuída de magia negra vodu enfiada no peito, cimentado dentro duma parede. Mas, eu não sabia disso. Acorrentado numa masmorra. Meus tios e minha mãe o resgataram e eu finalmente criei minha primeira memória com ele.

—É uma memória boa?

—É. Você quer ver?

—Isso é possível?

—É. Me permite?

—Claro.

Ela tocou a base do meu pescoço e eu comecei a ver. Estávamos num jardim. Uma garotinha e um homem sentados numa mesinha colorida com cadeirinhas coloridas, pintando juntos com guache.

Então... parou.

—Isso foi incrível. Você entrou na minha mente, fácil assim?

—É projeção. A memória é real, a projeção é... ilusão. Mas, o que é real e o que não é?