.:Clint:.

O sol nascia enquanto eu andava de volta para torre vingadores, minha mais nova residência. Há pouco mais de seis meses, eu e os outros vingadores estávamos morando juntos no grande prédio. Tivemos que nos adaptar a rotina, ao jeito, as manias um dos outros. Confesso que eu já estava um pouco acostumado, mas nem tanto, talvez porque, no fim, eu sempre ficava sozinho naquele prédio enorme.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Estava cansado, devido a uma missão que o Coulson pediu que eu participasse, apesar de não mais fazer parte da S.H.I.E.L.D., há algum tempo, ele me chamou. Disse que minha presença nela era de grande importância. Foi bom trabalhar, pelo menos por um dia, na minha antiga agência novamente. A missão era acabar com um grupo de traficantes de mulheres, drogas e armas, apenas o básico. Não foi difícil desmanchar a organização deles, foi bastante divertido, confesso.

Ao chegar no prédio, fui em diretamente para o meu piso. Tomei um banho demorado para limpar toda a sujeira da missão que ficou grudada meu corpo, vesti apenas uma roupa de baixo e preparei um lanche rápido para mim. Depois que comi e tomei meu banho, “desmaiei” na minha cama sem me preocupar com a hora de acordar. Afinal, eu não tinha nada para fazer durante o dia mesmo, no máximo ficaria sozinho entre os casais da torre.

...

..

.

Assim que caí na inconsciência comecei a ter vários sonhos sem nenhum significado aparente. Mas houve um sonho, apenas ele, que despertou minha curiosidade. Ela não foi “acordada” pelo sonho por inteiro, mas por apenas uma figura feminina dançando de forma charmosa e delicada. Palavras que ficavam bastante distantes de meu vocabulário e do meu mundo, mas que apareceram em meu sonho.

− Dream on –

Eu estava em um teatro, sentado ao lado de Stark e Pepper, vestido formalmente. Parecia estar bastante ansioso, mas eu não entendi o motivo. Nas mãos de Pepper havia um papel informando o nome da peça, La Bayadere, ou ballet, não sei, e os nomes dos artistas, mas apenas um se destacou em minha vista. “Natalie Morgan, como Nikiya”, estava escrito no papel. As luzes ainda estavam acesas, mas aos poucos elas foram perdendo seu brilho até chegar a escuridão. Ao mesmo tempo que as luzes se apagavam as cortinas do palco se abriam, revelando um cenário bastante escuro, apenas com poucas luzes o iluminando e um homem dançando por fugazes segundos.

Depois da saída do homem que abriu o ballet, vários outros dançarinos entravam em cena e saíam do palco pelas coxias. Eu não estava prestando muita atenção ao que estava acontecendo, ou que história estavam contando, até a ver uma mulher entrar de branco no mesmo. A partir daquele momento meus olhos não se desviaram de sua figura graciosa. Não entendi o porquê da minha reação ao ver aquela mulher entrando, mas logo que ela começou a dançar parei de tentar entender o que eu sentia.

https://www.youtube.com/watch?v=VJaMoys8vbY

− Dream off −

Acordei assustado, pois o sonho que tive não foi um sonho que costumava ter, geralmente neles eu estava sob o domínio de Loki, na guerra contra os Chitauris ou na luta contra Ultron. Sempre que eu sonhava se tratava de pesadelos sobre os traumas que tive em minha vida. Me levantei rapidamente da cama, com a imagem da mulher do meu sonho, viva, entre meus devaneios. Na tentativa de espairecer ou esquecer dessa ilusão, pois uma pessoa como eu não podia ficar “preso” em pensamentos tão bobos, ingênuos, decidi tentar encontrar Natasha para avisar que já estava de volta. Provavelmente, ela estaria no piso de Steve com ele ou na sala comum, com ele também, afinal desde que ficaram juntos eles nunca se separavam.

Antes de colocar a primeira roupa limpa que vi, guardei meu arco e minhas armas e coloquei minha roupa da missão para lavar. Só depois de fazer tudo isso, fui em direção para o piso do Capitão América, afinal Natasha já estava praticamente morando com ele. Então, de nada adiantaria eu a procurar no andar dela. Entrei no elevador e apertei no botão correspondente ao número do apartamento de Steve.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

− JARVIS, por favor, avise ao casal que estou indo para o piso deles. – Pedi para o computador de Tony, pois não queria me deparar com uma imagem constrangedora dos dois. Rogers, sempre esquecia de fechar seu piso para visitas nesses momentos, devido ao esquecimento dele tive um dia, justamente, essa visão que queria evitar.

Depois de pouco mais de 30 segundos no elevador, vi o mesmo abrir sua porta e me deparei com a sala de estar do apartamento de Steve. Natasha estava sentada no sofá, com Steve ao seu lado. Ambos sorriram para mim ao me ver, sorri de volta. Eu estava feliz pela minha única amiga e por Rogers, os dois mereciam ser felizes e se a felicidade deles dependesse do outro, eu apoiava o relacionamento deles. Só não entendia como algo, como o amor, pudesse existir, afinal nunca o senti. Até vê-los juntos eu não acreditava na existência do mesmo.

− Bom dia! – Falei sorrindo.

− Você não quer dizer, boa tarde, Barton? – Natasha perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas com um ar de riso. Não tinha notado que dormi durante toda manhã.

− Que horas são? – Perguntei a eles.

− Pouco mais que cinco horas da tarde, Clint. – Steve respondeu.

− Você chegou da missão de que horas? Não vimos você chegar... – Nat perguntou.

− Cheguei de manhã cedo, logo quando amanhecia.... – Expliquei. – Vocês não me veriam chegar, nem se eu quisesse, afinal estavam muito ocupados um com o outro! – Comentei rindo deles. Steve corou no mesmo momento que falei e Natasha riu em concordância.

− Ponto, Barton! – Nat falou rindo.

− Vou pegar algo para comer. Você quer, Clint? – Steve me perguntou já de pé.

− Não, não. Obrigado, Capitão, mas não... – Respondi.

− Encontrou alguém? – Tasha me perguntou assim que Steve saiu da sala.

− Sim, encontrei a equipe do Coulson... – Respondi ingênuo.

− Não, não essas pessoas.... – Ela falou impaciente. – Quero saber se você encontrou alguma companhia feminina que lhe chamou a atenção! – Falou rindo.

− Não, não encontrei ninguém com essas características, Nat! – Falei a contragosto. Ultimamente a Natasha vinha tentando conseguir encontros para mim. Confesso que saí com algumas das garotas, mas não aconteceu nada demais entre mim e elas. No máximo passávamos a noite juntos e depois eu as dispensava.

− Clint, você tem que encontrar alguém! – Natasha falou sincera para mim. Desde que ela começou a namorar o Steve, que tentava conseguir uma namorada para mim. Pois, depois de experimentar como é estar com alguém que se gosta, ela queria que todos nós sentíssemos a mesma sensação.

− Nat, entenda... – Comecei a falar. – Se eu tiver que encontrar alguém, dessa forma que você fala, um dia essa pessoa vai aparecer. Por hora, não quero procurar ninguém. – Quando terminei de falar, ela entortou o rosto, visivelmente irritada e contrariada.

− Você está parecendo o Steve com esse discurso! – Falou irada.

− Se o Steve tivesse lhe escutado poderia não estar com você agora... – Rebati rindo. Tinha certeza que neste momento, pelo menos por hora, ela pararia de me pressionar.

− Verdade... – Ela parou para pensar um pouco. – Por hora, você se livrou de mim, Barton! – Disse rindo.

− Ainda bem! – Falei rindo. – Bem, Nat, eu vou indo... – Disse por fim. – Só vim para vocês verem que eu estava vivo. – Comentei rindo.

− Idiota! – Ela disse meu apelido “carinhoso” rindo. – Não se esqueça que ainda não desisti de encontrar uma namorada para você! – Me alfinetou.

− Não tenho como esquecer! Você me lembra toda vez que nos vemos... – Falei me despedindo. – Tchau, Nat! – Falei entrando no elevador.

− Tchau, Clint! – Ela disse segundos antes do elevador fechar as suas portas.

...

..

.

Depois de falar com a Nat, fui em direção a sala de treinamento que Stark tinha feito na torre. Ele sabia da necessidade que eu, a Natasha e o Steve tínhamos de treinar, as vezes, até ele treinava, mas não era muito frequente. Chegando na sala de treinamento, soquei uns sacos de areia, fiz alguns abdominais, um pouco de flexão nos braços e outros exercícios.

Quando terminei de fazer os exercícios de fortalecimento, decidi treinar um pouco com meu arco. Passei um tempo treinando com ele de várias formas, por exemplo, acertar alvos parados, em movimento, ou eu em movimento e os alvos parados, ambos em movimento. Mas logo enjoei de ficar treinando, pois os alvos eram muito fáceis e portanto não estavam instigando a minha vontade de continuar tentando os acertar.

Decidi voltar para meu piso, talvez lá eu conseguisse algo para fazer meu tempo passar mais rápido. Tomei uma ducha para tirar o suor do meu corpo, assim que cheguei no mesmo, e já que não tinha nada de útil para fazer nesse meu tempo livre, decidi assistir algo na televisão. Um jornal passava no canal em que liguei a mesma, mas não prestei muita atenção nele. Decidi tentar me concentrar nas notícias, algumas delas falavam sobre política, outra sobre um incêndio numa fábrica. Mas a última me deixou um pouco aéreo, pois para mim existiam notícias mais importantes para um jornal colocar como a última do dia. O grande anuncio da noite era sobre o American Theatre Ballet está abrindo audições para primeiras bailarinas e bailarinos. Depois dessa notícia, sem nenhum fundo de importância, tomei a decisão de desligar a televisão e ficar olhando para o teto do meu apartamento mesmo.