Caio Vaga Narrando:

Fiquei puto com a ligação da Carol, a mina já deve estar bolada, segunda vez já. Sai do camarote, subi na minha moto e fui em direção à entrada do morro.

CV: Hoje já dei ordens para ela subir, você está surdo caralho! – disse Le nervoso.

Pequeno: Desculpa chefe!

CV: Grava bem a cara dela, para isso não acontecer de novo, porque se acontecer, desculpa não vai te salvar da morte!

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Pequeno: Ok chefe!

Carolina: Não é para tanto! Você acha que tem algum lugar para por meu carro? – olhei para a rua.

CV: Pequeno, cuida disso. Coloca o carro dela na minha garagem! Carol vem comigo – subindo na moto.

Carolina: Tudo bem né, podia fazer isso sozinha – pego minha bolsa carteira, saio do carro e entrego a chave para o tal de menor e subo na garupa me ajeitando.

Carolina Pizzetti Narrando:

A movimentação de pessoas era enorme. Aquele lugar estava lotado. Carros e motos passavam por nós o tempo inteiro. Em cada esquina, havia homens armados e a maioria deles mexia comigo. Quando vejo uma quadra repleta de pessoas, na mesma hora Caio para a moto e então saio da garupa e já vejo algumas pessoas vindo em nossa direção.

XXX: Que isso hein Chefe... Quem é a amiguinha? – Ele perguntou.

Ele parou e deu um toque na mão do garoto.

CV: Ela é a Carolina. Veio se divertir aqui no morro.

XXX: Opa, maravilha.

Virei o rosto. Eles não tentavam nem disfarçar os olhares. Se eu conhecesse aquele lugar, pode ter certeza que eu não estaria mais ali.

CV: Ela tem um gênio difícil. – Explicou.

O homem continuou a sorrir enquanto voltávamos a andar em direção ao baile.

CV: Eles são sempre assim. Uma mulher que não morra de excitação por eles ainda é uma novidade. Aquele era o Ruben.

Chegamos a um lugar amplo com um palco bem à frente. O som estava nas alturas e só tocava funk. Caio, então, teve a brilhante ideia de passar no meio da multidão.

Carolina: Onde estamos indo? – sem entender.

CV: Conhecer algumas pessoas.

Ele levou-me para trás do palco, onde havia uma salinha. Assim que entramos, pudemos ver vários homens com pistolas escoltados por outro com bom e velho fuzil. Havia várias mulheres ali, provavelmente prostitutas... Ou moradoras. Ela levou-me até os três homens sentados em cadeiras conversando, sendo que um deles eu já tive o horror de conhecer que foi o Ruben.

CV: E ai molecada. – Ele cumprimentou-os.

XXX: Fala ai patrão! – disse um menino bem bonito.

Carolina: Oi – sorri de lado.

CV: Carol esse ali e o PJ e o HD e o Ruben tu já conhece – disse apontando para os homens.

Carolina: Tá, agora eu quero saber o nome deles.

CV: Pablo, Thiago e Ruben – Ele respondeu envergonhado pela minha insolência.

Carolina: Muito prazer. – Disse educadamente.

PJ: Ui, marrentinha. – Ele brincou.

O homem do meio pegou minha mão e beijou-a cavalheiramente. Como era seu nome mesmo?! Thiago não é?!

HD: O prazer é todo meu, marrenta.

Retirei minha mão bruscamente, apesar de estar encantada pelo seu gesto.

CV: O que você quer beber? – Ele perguntou.

Carolina: Qualquer coisa com bastante álcool – Disse.

CV: Arruma uma vodka pra ela ai.

Em menos de um minuto, entregaram-me uma garrafa média e alguns energéticos. Li rapidamente no rótulo: 42% de álcool. Perfeito! Abri-a e saboreei da sensação gostosa do álcool descendo queimando por minha garganta.

PJ: Sentem ai, vem beber com a gente. – Convidou

CV: Que nada, vamos pro camarote! Logo irá começar o show! – Ele disse, brotando ao meu lado.

Saímos da sala e enfrentamos a multidão de pessoas que chegava perto de curiosidade.

CV: Então... Ta curtindo?

Carolina: É. Tirando esse povo que não para de me encarar – disse Le bebendo mais um copo de vodka.

CV: Você está usando uma roupa de marca importada e digamos que a maioria das pessoas que vivem aqui não tem condições de comprar um desse. Então, é bem provável que você chame a atenção. Afinal, você está do meu lado.

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Carolina: É pensando bem, com certeza não é por você. Ou todos os homens aqui são gays?!

CV: Você não parece ser uma pessoa difícil de lidar.

Ri de sua afirmação. Tão tolo...

Carolina: Todos pensam isso.

CV: Bem, você aparenta ser até dizer a primeira palavra.

Eu já estava ficando irritada com aquela conversa, eu queria sair dali tão depressa quanto entrei.

Carolina: É vai começar o show, está na hora de se divertir também – viro as costas.

CV: Relaxa princesa. – Ele disse, puxando pelo braço e pondo-se rosto a rosto comigo.

Carolina: Não me chama de princesa, ok? E me solta. – Sacudi meu braço, mas ele pareceu ignorar meus protestos.

CV: Desculpa boneca. – me solto, fazendo com que eu esbarra se em uma das meninas do camarote.

XXX: Desculpa, estava atrás de ti – disse Le uma menina bem bonita, não parecia ser da comunidade, estava mais para patricinha da zona sul.

Carolina: Eu que me desculpo, esse homem é maluco. Prazer Carol!

XXX: Não liga não, meu irmão tem certas doideiras. Prazer Luiza. – pude perceber que ele estava rindo da situação.

CV: Esqueci-me de ti apresentar, essa é minha irmã mais nova. Luiza toma conta dela, tenho que resolver umas paradas com o HD. – Olhei para o lado e vejo o Thiago fazendo sinal para o Caio e ele indo a sua direção.

Luiza: Percebi que não mora por aqui.

Carolina: Acertou em cheio, aqui e sempre assim?

Luiza: Praticamente todos os finais de semana. Então já que é a primeira vez aqui, vamos curtir.

Brindou um copo de vodka e começamos a virar. Começou o tal show da Mc Beyonce, eu e Luiza se acabamos de dançar, era só curtição, bebemos várias garrafas de vodka, o povo já estava ficando doido, vários homens querendo chegar perto. Até que eu me liguei que já estava ficando tarde, e o CV não tinha mais aparecido foi ai que me lembrei do quartinho atrás do palco, olhei para o lado estava Luiza beijando um menino.