– Só Deus sabe o que eu daria pra te matar aqui e agora! - Digo perdendo a linha e avançando sobre Snow.

– Faça isso Kramer! - Ele faz um gesto chamando alguém do fundo da sala. - Faça isso e ponha tudo à perder.

Por um momento me neguei a acreditar no que estava vendo. De um canto escuro da sala, com os olhos inchados pelo choro e com um andar cabisbaixo, Kândice tenta se aproximar de mim antes de ser rendida por dois pacificadores.

– Kramer! Eu... eu sinto muito! - Ela balbucia.

– Não! Você não pode fazer isso! - Grito às lágrimas. - SNOW!

– Não posso? - Ele se aproxima deixando o rosto à poucos centímetros do meu. - Eu já estou fazendo, Kramer.

– Seu covarde! - Avanço sobre ele até que mais dois pacificadores me seguram pelos braços e me arrastam para o "prato elevador". - Ela nem mesmo teve um treinamento adequado!

Antes mesmo de eu fazer mais alguns protestos, eles me colocam uma jaqueta escura camuflada e me jogam contra a parede. Logo a cápsula se fecha ao meu redor e vejo Kândice sendo arrastada porta à fora.

– Certo, Kramer! - Converso comigo mesmo no intuito de me acalmar. - Você e Kândice podem sobreviver! É só dar o espetáculo que eles querem e tudo vai acabar bem. Você vai subir nesta arena e acordar o assassino sanguinário que nasceu em você na primeira vez.

Sinto o "prato" me impulsionando para a superfície e minha respiração começa a ficar mais ofegante.

"Tributos, me perdoem, mas CUSTE O QUE CUSTAR eu vou sair vivo desta arena! Aqui vou eu!"