Kissu´s

"Ima sugu ikimasu"


(Shaoran, Fay e Kurogane - CLAMP)

...

“Você disse: Shaoran, cuide-se você também. Obrigada?!”- Motoko, incrédula, encarava uma Sakura nervosa – “Só isso?” – Motoko ficou furiosa com a resposta positiva dela – “Como assim Sakura?! Você tem a oportunidade de xinga-lo, de dizer muitas verdades e só diz isso!?”.

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“Motoko-chan, você sabe muito bem que a Sakura-chan nunca iria seria bocuda como você!”. Naoko deu língua a Motoko que protestou.

“E-eu não sinto raiva dele Motoko-chan. O que eu sinto é carinho. Pretendo guardar boas lembranças dele...”. Sakura apertava as mãos entrelaçadas sobre o peito, com um sorriso doce.

Naoko a abraçou, repentinamente, e chorava uma cachoeira. Motoko balançava a cabeça com a cena: “Você é tão linda, Sakura-chan! Queria tanto que vocês continuassem juntos!”. Surpresa com o abraço, Sakura sorriu com a atitude da amiga exagerada.

“Mas o que foi? Posso abraçar também?”. Mamoru abriu os braços. Ficou curioso com a cena de Naoko apertando Sakura, em um abraço.

“Naoko, e suas doidices!”. Motoko cruzou os braços.

“Quem quer ir tomar sorvete, depois do trabalho?!”. Perguntou Mamoru levantando a mão. Naoko soltou Sakura e comemorou empolgada.

“E-eu não posso, tenho que treinar hoje”. Motoko respondeu envergonhada.

Naoko a encarou minuciosamente: “Mentirosa! Você aceitou sair com Haruhiko!”.

Evitou os olhares de Naoko: “C-claro que não!”.

A encarou: “Não negue!”.

Mamoru sorria com a cena das duas discutindo. Fitou Sakura, ao seu lado, que também as observava: “É hoje, cerejeira?”.

“Sim”. Sorriu.

“Já pensou no que vai responder ao Touma-kun?”.

“Vou dizer sim”.

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“Eriol, e a minha guitarra? Mio, já devolveu? Não vou sossegar enquanto ela não deixar com você”.

Ao mandar a mensagem SMS, Shaoran largou o celular na mesa, e sorriu ao vê-la entrando. Jogou todo o corpo para trás, apoiando-se na poltrona de couro. Kurogane estava em pé, ao lado da janela vertical do escritório.

“Deixa eu adivinhar, seu pai, mais uma vez, estava em uma reunião importante?”.

“S-sim”. Respondeu, sem graça. Ela aproximou-se da mesa, e colocou uma pasta sobre a mesa.

Ele riu: “Seu pai está mesmo decidido em nos casar, srta. Xing!”. Ele pegou a pasta e tirou alguns documentos de lá. Ele indicou a cadeira para ela sentar.

“Você não fica irritado mesmo?” – Ela sentou-se – “Meu pai tem me mandado frequentemente desde que você assumiu a liderança, sempre com a mesma desculpa”.

“Claro que não! Gosto de conversar com você. Você é diferente, não me trata com tanta restrição” – Ele a encarou – “Acho que temos o mesmo pensamento em relação aos vastos protocolos: Que se danem!”. Piscou o olho esquerdo e sorriu. Ela sorriu de volta. Kurogane apenas balançava a cabeça negativamente.

“Seu pai anda gastando além do que devia. Desse jeito, ele vai nos pedir dinheiro emprestado” - Olhavam os números da receita e despesa do clã Huo de três meses seguidos – “Sabe me dizer qual é a causa?”.

“Meu pai está tentando investir em outros negócios do qual ele não entende”.

“Diga a ele que pare e venha falar comigo ou vou ser obrigado a intervir”.

“Xiaolang, você vai mesmo liderar o clã Li?”.

“E eu tenho outra opção?”.

“Sempre há” – Ficou com o pensamento distante – “Sr. Wang acha que você desistirá com tudo o que ele tem feito”.

“Aquele cretin...” – Parou de falar ao ver a feição de reprovação dela – “Aquele cara acha que pode fazer eu desistir, me fazendo trabalhar horas e horas analisando os documentos que ele envia ou com os acordos que ele me pede para aprovar. Ele não sabia que eu era músico? Acostumei a passar horas e horas sem sono e trabalhando”. Espreguiçou-se.

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“Mas você gostava do que fazia, não era?”.

“Sim. Muito”. Ficou triste. Sentia muita falta do palco e da banda.

“Como era ser famoso?”.

“Era... Quase a mesma coisa que aqui. Mas não havia muito protocolo a ser seguido. Aqui, por exemplo, nenhuma mulher, até hoje, apareceu pelada em meu quarto”. Sorriu. Xing ficou vermelha, assim como Kurogane.

“P-pelada?”.

“Sempre acontecia!”.

“E o que você fazia?”.

“Ah por favor, não vai querer que eu conte esses detalhes eróticos, posso contar para o Kurogane, mas para você não”.

“E-eu não quero saber!”. Kurogane negou, envergonhado.

Xing riu.

“Você rindo fica mais bonita. Você sabe que não estou dando encima de você, né? Apenas, sendo sincero” – Sorriu. Ela sorriu também – “Só não entendo como você gosta tanto daquele velho”.

“Xiaolang!”. Ela protestou.

“Ele é velho mesmo! Não é um xingamento!”.

“E Sakura?”. Notou que o sorriso dele, se desfez.

“O que tem ela? Deve estar feliz, namorando. Quem se importa, não é mesmo?” – Levantou da mesa, bruscamente – “Eu vou ter que ir até a fábrica Wulong, quer ir com a gente, dá uma volta?”. Apontou com a cabeça para Kurogane.

“Não posso, Fei irá precisar de mim”.

“Ok, ok. Diga a seu pai que preciso conversar com ele sobre os gastos. E diga que falei que ando me sentindo muito só, que penso em encontrar uma noiva”. Riu, enquanto andava até a saída da sala.

“Se eu disser isso, só nos trará problemas!”- Ele acenou com a cabeça e saiu da sala – “Não vai com ele?”. Notou que Kurogane ficou parado.

“Ele não vai agora. Vai até o banheiro lavar o rosto e quem sabe dá um grito de raiva. É assim toda vez que ele ouve o nome Sakura”.

“E-eu...”

“Não se penalize. Isso só vai ter fim quando ele se conformar”.

“Xiaolang não faz o tipo conformado. Acho que ele acabará se casando com essa menina”.

“Não, se Wang Fei puder impedir”.

“Não o julgue”.

“Não finja que ele é algo diferente do que ele demonstra ser”.

“Shaoran!” – Meilin entrou sem bater, ficou surpresa – “Ué, cadê ele?”.

“Ele foi ao banheiro srta. Meilin”. Kurogane respondeu.

“Você aqui de novo?”. Fuzilou Xing com o olhar.

“Na verdade, já estou indo embora”. Ela levantou da cadeira, e sorriu.

“É melhor mesmo. Sei muito bem o motivo de seu pai mandar você aqui. Mas vou logo avisando: fica longe do meu primo! Ele já gosta de alguém!”.

Xing passou por ela, e de costas acenou: “Tudo bem. Vou indo. Até mais!”.

“Hey!” – Meilin – “Mas que mulher irritante! Me deixou falando sozinha!” – Olhou para o lado e viu Kurogane rindo – “Do que você está rindo, seu bobão?!”.

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“E então líder Zhou?”

“Ele tem se saindo muito bem, Sr. Wang” – Mostrou um documento a ele – “Fiz o que o senhor pediu, mas ele encontrou uma rápida solução para o meu problema”.

Fei amassou o documento, irritado: “Moleque maldito...”.

Sem graça, pediu o papel, amassado: “O senhor não acha que é melhor deixarmos ele...”

“Não ouse terminar a frase! Me recuso a aceita-lo como líder”. Jogou o papel em sua direção.

“O líder Huo, anda dizendo que ele o agrada muito. Aliás, a maioria dos líderes. O líder Tao disse que estava com problemas na fabricação de celulares pela alta taxa cobrada pela empresa detentora da marca. O líder Li disse simplesmente para ele fingir desinteresse em fabrica-la, assim a empresa voltaria atrás, e foi o que aconteceu. Ele dá soluções tão simples”.

“Ele dá soluções arriscadas!”.

“Mas líder Wang...”

“Chega! Já estou vendo que ele está ganhando um possível aliado. Quando ele nos levar a falência, não diga que não avisei!”.

“M-mas... O menino tem dom para os negócios. Ele me lembra o Sr. Li. Talvez o senhor não vá com a cara do garoto porque ele lembra ao pai”.

“Não fale asneiras. Lang era idiota, mas não como o filho”.

“Enfim, nós estamos com o senhor. Mas, temos que admitir que o garoto tem nos livrado de muitos problemas. Começo a pensar que orquestrar a volta dele, foi a melhor coisa que fizemos. A Sra. Li já estava esgotada”.

“Não me importa. Ele deve ter algum ponto fraco, e eu vou descobrir!”.

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Na cozinha, Naoko ao lado de Sakura, e alguns funcionários, em horário de almoço, assistiam, na pequena TV, Kissu´s em um programa de TV.

TV – Good Morning Japan

.

“Nakuru, o que você tem a falar sobre as fofocas que dizem que você e Yue-san inventaram o namoro para desviar a atenção da ausência do integrante Li Shaoran?”. Sentada ao lado de Eriol, Nakuru ficou vermelha..

Praguejou, nervosa:“São falsas! Nunca faríamos isso. Nosso sentimento é verdadeiro!”.

“Coitada da Nakuru-chan! Deve ser um saco ter que ficar negando esse tipo de bobagem”.

“Sim...”

“Sakura-chan, se você ainda tivesse namorando Shaoran, você também teria que ficar negando coisas do tipo ‘é verdade que você está grávida?’, ‘é verdade que você foi traída’. Seria muito chato, não é?”.

Não tinha parado para pensar... Por um momento imaginou-se no lugar de Nakuru. Seria bem difícil enfrentar esse tipo de coisa. A vergonha seria grande.

“Nakuru-chan e Yue-kun se gostam antes mesmo dessa banda existir. Shaoran não estar na banda, não é mais segredo para ninguém. Portanto, são afirmações falsas que só servem para vender revistas de fofocas sem credibilidade e que não acrescentam em nada. Não acho que seja de bom agrado perdermos tempo com esse tipo de fofoca em seu programa, que tem muita credibilidade”. Ao terminar de falar, Eriol sorriu. A apresentadora corou, e abaixou, e levantou, a cabeça rapidamente.

“O-obrigada pelo elogio! V-você tem razão! Mas o bom é que nosso programa serviu para Nakuru responder essa fofoca tão baixa, não é mesmo? E como vai a vida de casado Eriol-kun? Já pensam em filhos?”.

“Está ótima. Filhos ainda não, em um futuro próximo”. Sorriu.

“Antes mais nada, quero agradecer a presença de vocês dois. Lamentamos a ausência dos outros integrantes, mas como vocês prometeram, todos estarão aqui da próxima vez, inclusive Shaoran, né?”.

“Sim!”.

“Cantem para nós, por favor!”. Curvou-se.

Nakuru levantou-se do sofá e andou até o pequeno palco, com duas banquetas nele. Nakuru sentou-se na banqueta da direita e ajeitou o microfone preso ao pedestal. Eriol pegou o violão, sentou-se e o colocou sobre seu colo.

Começou a tocar. Nakuru sorrindo olhava para ele, esperando sua deixa para cantar.

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Sējaku o kirisaku yō otozureta no wa

Rasgando o silêncio em pedaços, é chegada a hora

Hitsuzen to shite no kaikō bokura no tame ni
Era um encontro predestinado para o nosso bem

Kōkai o nageku me ni utsuru kimi no SŌ

E então, você mostrando remorso em seus olhos
REINBŌ o totte

Revestida em angústia
Utsukushiku saita

Floresceu lindamente

.

“Com a ausência do Li, a Nakuru assumiu praticamente os vocais...”. Olhava encantava, cantava junto com ela, baixinho.

“Ela tem uma voz linda”.

“Sim! O Eriol também, fiquei muito surpresa no show que fomos. Ele canta muitíssimo bem!”.

“Sim”. Lembrou do show com carinho. Foi lindo.

“Mas...”

Dareka no sēmē ni

Eu consigo ver a flor

Tokeru hana nē

Trazendo alegria para a vida das pessoas
Kimi ni mo mieru darō

Você consegue ver também, né?
Kitto

Tenho certeza que sim
(Som da TV)

Suspirou antes de falar: “Mas o Shaoran faz falta. Ele era o lado mais rock’n’roll da banda!”.

“...”.

“Sakura-chan, você ainda sente falta dele?”

“Sim”.

Kasaneta ayamachi nurikaeyō

Cobriremos pintando todos os erros que acumulamos

Nando demo ī sa

Vamos recomeçar quantas vezes forem necessárias
Kurikaeshiteku sutātorain

De volta ao início
Kako to wa chigau asu o

E fazer amanhã diferente de ontem
Futari dake no kibō egaku sutātorain

Começando criando uma esperança apenas para nós
I never say good bye

Eu nunca disse adeus
Itsu datte sō sa

E eu nunca direi
(Som da TV)

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China- Companhia Wulong- Horas depois...

“Não vem com esse papinho, que eu conheço muito bem você, Líder Wulong!”.

“Mas como sua prima é brava, Li! Desse jeito vai ser difícil arranjar um marido, e eu que penso em me candidatar...”

“Vai perder seu tempo! Eu nunca me casaria com um cara mimado, que só pensa em sair para beber e flertar com as mulheres!”. Cruzou os braços, orgulhosas de suas palavras.

“Mas se eu tivesse uma esposa como você ao meu lado, não faria mais isso!”. Sorria para ela.

“Aí, como você é irritante! Seu, seu, seu... Seu ridículo! Eu vou te esperar no carro Shaoran! E vou repetir: Para de arrastar meu primo para essa sua vida fútil!”. Saiu pisando duro.

“Passar bem, meu amorzinho”.

“Passa você, abusado!”. Bateu a porta, com força.

Shaoran sorriu e balançou a cabeça: “Isso vai dá em casamento!”.

Wulong jogou o corpo para trás, na poltrona de seu escritório, relaxando: “Bem que eu queria. Sua prima é linda! Adoro mulher com o temperamento difícil!”.

Ficou sério: “É, mas não seria fácil assim. Ela é como uma irmã para mim. Não sei se concordaria que ela se casasse com você”.

“Qual é Xiaolang! Achei que fossemos amigos! Mudando de assunto...” – O encarou de perto – “E hoje: balada, bar, pôquer?”. Piscou.

“Não sei, estou meio cansado...”. Desconversou.

“Ah não! É a japonesa de novo?”.

“O que tem a ver Sakura com cansaço?”.

“Você tem evitado sair comigo, e isso já tem um tempo. Especificadamente, desde aquela noite que você saiu com aquela mulher, que outro dia veio me perguntar se você é gay” – Arqueou as sobrancelhas –“Juntando as peças, só pode ser por causa dessa mulher”.

“Não tem nada a ver com ela! Ela é uma página virada. Faz tempo que não sei nada dela, deve estar namorado algum idiota, babaca...”. Lembrou de Touma.

“Pega leve. É por isso que não faço muita questão de me apaixonar. Para mim, isso é entrar numa fria”.

Shaoran, sorriu de lado: “Eu já fui igual a você, Wulong. Nunca fiz questão também, e em um piscar de olhos, eu me vi amando aquela mulher perdidamente”.

“Você está querendo dizer que foi amor à primeira vista? Isso não existe!”.

“Acho que sou uma prova viva de que existe sim” – Olhou o relógio do pulso – “Eu vou indo, se não Meilin vai vim cuspindo fogo”.

“Não quer mesmo sair hoje?”.

“Não, Wulong. Fica para a próxima. Agradeço o convite! Ah! Meu aniversário se aproxima, talvez...”

Wulong levantou estupefato da poltrona: “S-seu aniversário? Nossa! Quando será? Tenho que preparar o presente. Será uma festa e tanto!”.

“Não exagere, eu estou pensando em algo íntimo”.

“Intimo? Está brincando? Você é o líder, esqueceu? Será uma festa grande, bem longe de ser intima!”.

“Droga...”. Suspirou inconformado. Ele tinha razão. Tudo o que queria era uma simples comemoração... Não estava no clima e com paciência para novas formalidades...

...

Fay aproximou-se da entrada da mansão Li, e recepcionou com um sorriso Shaoran e Kurogane: “Boa noite, Shaoran! Kurogane! Bem vindos”.

Shaoran sorriu ao ver o amigo, que já estava de volta: “Como foi a viagem, Fay?”.

“Foi cansativa, mas deu tudo certo! Consegui um aumento na produção!”. Falou animado.

Shaoran deixou de prestar atenção nele, ao ouvir os gritos de alegria das irmãs: “Q-que confusão toda é essa?”.

“Como o senhor voltou para China, suas irmãs estão aceitando receber propostas de casamento. Como vê, há muito interesse”. Apontou para elas que liam cartas de diversos interessados.

“Casamento? Cartas? E-estou muito cansado para isso. Eu vou subir, depois falamos mais sobre a sua viagem”.

“N-não vai jantar?”.

“Agora não”. Fay ao lado de Kurogane, olhavam Shaoran, preocupados.

Antes de subir as escadas, Shaoran olhou com carinho as irmãs que gritavam de empolgação com fotos e cartas. Sorriu. Eram loucas. Loucas, chinesas, adoráveis.

O barulho de mensagem do celular no bolso do traje chinês preto, o entreteve. Subia as escadas enquanto lia a mensagem. Sorriu.

“Obrigado por perguntar como estou Shaoran, eu vou bem, e você? ¬¬ Não, Mio ainda não devolveu. Mas não se preocupe, marquei de nos encontrarmos em Tóquio, e ela vai devolver. Fique tranquilo. Como está tudo por aí? Saudades, cara”.

Espreguiçou-se ao andar pelo vasto corredor. Estava cansado e feliz por ter voltado para casa mais cedo.... Havia dias que gostaria de faltar as suas novas responsabilidades...

Ao ver a porta entre aberta, entrou. Avistou o piano e sentiu uma vontade de tocar.

Dedilhou algumas notas aleatórias no piano. Não sabia o que tocar.

Sorriu de lado e lembrou da música que havia escrito logo que chegou a China.

Nandemonai to kuchi o tsugunda

Sem dizer nada, segurei minha língua

Honto wa chotto ashi o tometakute

Eu realmente queria parar de andar.

Dake domo kimi wa hayaa shidesu tto mae o ikukara

Eu vi você caminhar rapidamente para a frente com passos rápidos,

Boku wa sore o mitsumeteru

eu fiquei olhando você.

Queria fingir que tinha escrito aquela música em um momento de inspiração. Mas não foi.

Escreveu pensando nela.

Saishuu bin kimi wa noru boku o oite tte
Você pegou o último trem, me deixando para trás
Hashiridasu yukkuri to jimen ga zureteiku

Comecei a correr, e o chão lentamente ficou escorregadio
Naicha dame naicha dame demo honto wa iitai yo

Eu não deveria chorar, eu não deveria chorar, mas eu realmente quero dizer isso:
“Ikanaide”

"Não vá"

Não sentia tristeza. Sentia nostalgia. Queria reviver os momentos que passaram juntos.

Tooku e to kieteiku boku o oite tte

Você desapareceu na distância, me deixando para trás

Mou zuibun mienai yo yoru ga kuzureteiku

Eu não posso te ver mais, a noite está entrando em colapso

Naicha dame naicha dame demo honto wa iitai yo

Eu não deveria chorar, eu não deveria chorar, mas eu realmente quero dizer isso:

“Ikanaide”

"Não vá".


Sorriu. Lembrou-se dela e do festival: O primeiro encontro que tiveram.

Matsuri mo owareba itsumo tomo onaji

Assim como o festival sempre acaba,

Kawaranu yoru ga kurunda to shitta

Eu sei que a noite virá sem falhas.

Dakedomo kimi wa itsumo yori zutto iroppoku miete

Embora você parecesse mais linda do que o normal,

Boku wa sore o mitsumeteru

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eu fiquei olhando você.

Queria esquece-la logo de uma vez. Mas sabia que tinha que ter paciência. Ambos seriam felizes, tinha certeza.

Mesmo que separados.

Jikan dake ga sugiteiku boku o tsurete tte

O tempo está passando, me levando

Kaeri michi kurai keredo hitori de daijoubu kana

Mesmo que o meu caminho para casa seja escuro, eu me pergunto se você vai ficar bem sozinha

Gaitou ni terasarete kage ga dekiteiru

À luz da lâmpada de rua,

Hitoribotchi sa

Minha sombra está sozinha

Se voltasse a sentir o que sentiu por Sakura, novamente, jamais deixaria que essa pessoa saísse de sua vida. Jamais. Não queria mais ter os dias vazios que com o tempo estão sendo preenchidos gradativamente.

Como ela estava? Feliz? Nostálgica? Tinha se esquecido dele?

Concentrou-se no ultimo estrofe da canção.

Tooku e to kieteiku boku o oite tte

Você desapareceu na distância, me deixando para trás

Kanzen ni matakondo yoru ga nijindeiku

Mais uma vez, a noite cai completamente

Naicha dame naicha dame demo honto wa iitai yo

Eu não deveria chorar, eu não deveria chorar, mas eu realmente quero dizer isso:
“Ikanaide”

"Não vá".

O barulho das palmas o assustou, olhou para porta: Suas irmãs suspiravam, emocionadas, sua mãe aplaudia sorrindo, junto de Meilin. Fay, o mais entusiasmado, aplaudia e assobiava. Kurogane apenas sorria. Sem graça, coçou a cabeça. Não esperava por plateia, muito menos que a sua família fosse ela. Mesmo assim, sorriu.

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Ao lado de Mamoru, Sakura andava pelo corredor do hotel, recolhendo os lençóis de cama para lavagem, conversavam entre si, até que a voz estridente, os assustou.

“Kinomoto, vá rápido até o quarto 202, há uma hospede chamando por você!”. A gerente do hotel, falou e com ar de superioridade deu as costas para os dois.

“S-sim senhora!”. Curvou-se.

“Ué, quem será?”. Mamoru a olhou, com um mar de interrogações.

“N-não sei. Talvez seja mais uma hospede difícil, dessas que a generala sempre me dá de presente”.

“Ela faz isso porque sabe que você acaba se tornando a preferida desses tipos de hospedes. Vá lá, antes que ela volte aqui e a leve até o hospede pelos cabelos”. Sorriu, pegou o carrinho de roupa suja de Sakura, assustada só em imaginar a cena em ser puxada pela gerente mal-humorada.

Balançou a cabeça, dissipando seus pensamentos, e sorrindo, despediu-se.

Andou apressada até o quarto.

...

Bateu na porta. Não obteve resposta. Bateu mais uma vez, dizendo: “Camareira!”. A voz feminina, permitindo a sua entrada, a fez abrir a porta.

Abriu e ficou parada em frente a porta. Olhou rapidamente e viu a figura de uma mulher sentada próxima a sacada do quarto. Ela fumava: “B-boa noite senhora, como posso ajuda-la?”.

“Senhorita”- Ela tragou o cigarro e encarou Sakura – “Feche a porta” – Sakura fez o que ela pediu – “Venha até aqui” – Ao ouvi-la, Sakura hesitou, não conhecia aquela mulher. Permaneceu de cabeça baixa e parada – “Venha menina, eu não mordo”. Sakura andou em passos lentos até ela.

“P-pois não?”. Sakura parou quase em frente a mulher, que permanecia sentada.

“Nossa, como você é desconfiada! Cruz credo!”- Ela apagou o cigarro no cinzeiro e soltou a fumaça pelo nariz. Levantou da cadeira e andou até Sakura. Ela rodeava Sakura, a olhando de todos os ângulos. Tocou em seu cabelo, o que fez Sakura se retrair, não estava entendendo nada daquilo – “Então você é a tal da Kinomoto Sakura? Hum... Você é bonita mesmo, mas o vi com mulheres mais bonitas que você. Sou até um exemplo disso. Quantos anos você tem?”.

Franziu as sobrancelhas: “E-eu não estou entendendo...”

“Atente-se a responder a minha pergunta!”. Disse em tom autoritário.

“23 anos, senhorita!”. Respondeu rispidamente. Não estava gostando nada de estar ali.

“Mas que safado! Apaixonou-se por uma ninfeta! Desgraçado....”. Revirou os olhos, e levou a mão até a testa.

“Do que a senhorita está falando? A senhora deve estar me confundido com...”

“Não mesmo, não foi você que namorou Li Shaoran?” – Ao ouvir o nome dele, Sakura arregalou os olhos. Como ela sabia daquilo? – “Pela sua cara, vejo que não é nenhum engano. Eu me chamo Aioi Mio”.

Lembrou dela! Shaoran havia falado sobre ela.

De uma hora para outra, se sentiu amedrontada com a presença daquela mulher estonteante e autoritária: “E-eu preciso ir senhorita...”. Deus as costas.

“Não se atreva a sair desse quarto. Não sei se você sabe, mas meu pai é um dos sócios desse hotel, quer perder o emprego?!”. Disse alto. Sakura permaneceu de costas.

Virou e encarou aquela mulher tão egocêntrica e cheia de si: “O que a senhorita quer comigo?!”. Estava ficando sem paciência.

“Hum... Melhorou! Não gosto da ceninha da menina tímida e nervosa “- Mio sorriu de lado – “Só queria conhecer você. Fiquei curiosa quando soube da sua existência. Shaoran escondeu você de nós direitinho. Fiquei muito chocada quando soube que ele namorou com alguém” – Percebeu o olhar confuso de Sakura – “Deve estar se perguntando como sei... Tenho amigos na China. O boato que rola por lá, é que o líder do clã Li, o solteiro mais cobiçado de toda a China, havia se apaixonado por uma japonesa. E que por isso não estava aceitando pretendentes. Descobrir o seu nome, foi o mais fácil”. Sakura ouviu tudo aquilo incrédula. Pretendentes?

“N-nós namoramos sim, mas acredito que você esteja enganada. Nós terminamos faz um bom tempo, acredito que ele já tenha encontrado outra pessoa!”. Sentiu um aperto no peito ao dizer aquilo.

Mio balançou a cabeça: “Esse seria o certo. Nunca imaginei na vida que o Shaoran, o mulherengo, cairia de amores por alguém como você” – Ao perceber a cara de reprovação de Sakura, negou veemente com as duas mãos- “N-não me olhe assim! Não é uma ofensa! O que quis dizer, é que você é normal. Não tem seios grandes e nem bumbum avantajado” – Mio riu do rosto vermelho de Sakura – “Enfim, agora que conheci você, posso me libertar!”.

“O quê?”. Sakura a viu andando até a suíte. Não estava entendendo nada. Pensou se não seria a boa oportunidade que estava esperando de sair dali. Virou-se e deu passos em direção a porta.

“Aonde você vai?” – Sakura tremeu – “Não acabei nossa conversa” – Ao se virar, Sakura a viu que segurando um instrumento musical guardada dentro de uma capa de nylon, pelo formato seria um violão ou uma guitarra – “Pega” – Sakura ficou onde estava, a olhando surpresa –“Pega” – Sakura ainda a encarava – “Pega logo! Eu não tenho o dia todo!”. Tremula Sakura se aproximou e pegou das mãos, da mulher barulhenta, o instrumento.

“M-mas o que vou fazer com isso?”.

“Essa guitarra é do Shaoran” – Sakura encarou surpresa o instrumento em suas mãos – “Ele me enche dia sim e noite sim por causa dela. Aquele idiota voltou apressado pra China e se esqueceu de leva-la. Como eu estava hospedada aqui, decidi ficar com ela. Na verdade, eu iria chantageá-lo: Ou ele transava comigo ou eu quebrava ela em duas. Hohoho” – Ela deu uma risada escandalosa. Sakura a encarou com raiva – “Calma queridinha. Shaoran não ia ceder. Ele realmente gosta de você, ou como você diz: gostava”.

“O que você quer que eu faça com isso?”.

“Não é obvio? Que você devolva a ele. Eu estou indo para Milão, não vou ficar segurando mais esse treco para lá e para cá de jeito nenhum. Cansei!”. Foi até o cinzeiro, acendeu outro cigarro.

“E-eu não falo com ele há bastante tempo! N-não tenho como entregar!”.

“Dá um jeito! Era isso, pode ir agora!”. A mandava ir balançando as mãos.

“M-mas senhorita, e-eu...”

“Eu no seu lugar pegaria o primeiro avião para China. Não ficaria perdendo tempo aqui comigo!”. Soltou a fumaça do cigarro.

“Não é tão simples assim! Tenho uma vida aqui!”.

Mio deu outra tragada no cigarro e a encarou: “Você está feliz com ela?”

“Hã?”

“Responda à pergunta”.

“C-claro que sim!”.

Ela andou até Sakura e ficou frente a frente a ela: “Ninguém hesita em responder esse tipo de pergunta, muito menos gagueja. Acho que você tem que rever seus conceitos de felicidade”.

Mio se afastou indo até a janela, Sakura balançou as mãos no ar, na tentativa de dissipar a fumaça do cigarro: “Você nem me conhece, não sabe nada sobre mim!”.

“E mesmo assim, invejo você” – Mio cruzou os braços e ficou séria. Fitava o céu pela janela – “Eu sou mais uma que se apaixonou por aquele chinês e sonhava pelo dia que ele sentiria o mesmo. Mas isso não aconteceu. Você está me vendo infeliz, triste ou amarga? Não perco tempo com essas coisas, quando percebi que isso não aconteceria segui em frente e me contentei em ser apenas mais uma. E fiz isso porque quis. Ninguém me obrigou. A vida é só uma, viver ela do jeito que você quiser, é meu lema”.

“...”. Abraçada ao instrumento, Sakura permaneceu calada.

“Agora, vai. Preciso descansar minha beleza. Cuide bem dela”. Apontou para a guitarra.

“T-tudo bem...”. Sakura curvou-se e andou até a porta, segurando com força a guitarra.

“Sakura...” – Ela virou-se ao escutar seu nome – “Diminua a distância entre vocês” - Ficou petrificada. Não podia ser coincidência – “Ai meu Deus, o que foi agora? Vai ficar parada aí? Vaza logo! Xô, xô!” – Empurrava a petrificada Sakura para fora de seu quarto. Deu um rápido tchau e fechou a porta – “Mio, mio... Você dando uma de boa samaritana... Hum, quem sabe, eu consiga ir para o céu. Hihihihi”.

...

Sentada no banco do vestiário, fitava a guitarra deitada sobre o banco, ao seu lado.

“Sakura... Diminua a distância entre vocês”. O que aquilo tudo significa? Que Yuuko era algum tipo de advinha ou que era alguém que estudava o comportamento humano e sabia tudo sobre... Não. Ela era advinha.

Não tinha ideia do que faria com aquela guitarra. Como a entregaria? Apoiou o queixo na mão apoiada sobre joelho. Lembrou-se do carinho que ele tinha por aquela guitarra.

Sorriu ao lembrar-se dele.

Balançou a cabeça, na tentativa de afasta-lo dos seus pensamentos. Não queria voltar a pensar nele, não de forma romântica. Levantou do banco, bruscamente, e abriu o seu armário. Falaria com Eriol e pediria que ele a ajudasse, na verdade que ele a devolvesse.

Voltou a olhar a guitarra, e sorriu. Um pedaço dele estava ali. Que saudade sentia.... Voltou a sentar e abriu o zíper da capa, lentamente. Um doce aroma invadiu suas narinas, era o cheiro dele! Que loucura!

O barulho das vozes femininas que entravam no vestiário a fez fechar rapidamente o zíper e levantar-se. Pôs a cara dentro do armário.

“Achei que você já tinha ido Sakura-chan!”. Naoko a viu, e sorriu.

“E-eu já estou indo”. Respondeu, sem graça.

“Tudo bem?”. Motoko estranhou o comportamento de Sakura.

“S-sim”. Sorriu sem graça.

“Ué de quem é esse instrumento?”. Naoko perguntou a si mesma, enquanto o analisava. Sakura engoliu seco, não contaria, tinha medo da reação de Motoko.

Motoko ignorou Naoko, indo até seu armário. Desabotoava o uniforme.

“Afinal, quem era a hospede de hoje?”.

“Ah n-não era n-ninguém importante” – Voltou a olhar dentro do armário – “Bem, eu j-já vou indo. Tchau meninas! Vejo vocês amanhã!”. Fechou o armário e pegou sua bolsa.

“Sakura...” – Sakura olhou Motoko – “Você vai assim?” . Apontou para a parte debaixo de Sakura. Ela estava sem calças, apenas de calcinha. Sakura ficou vermelha e apressou-se em vestir sua calça.

“Você está mais avoada do que o normal Sakura-chan!” - Naoko sorriu. Enrolava-se em uma toalha, voltou a olhar o instrumento – “Mas de quem será esse instrumento mesmo?”. Sakura voltou a pôr o sorriso amarelo no rosto.

“Bem, agora já vou!”. Já vestida adequadamente, curvou-se.

“Até mais Sakura! Bom encontro com o Touma. Boa sorte!”

“Boa sorte Sakura-chan!”

“Meu Deus, o Touma!”.

Naoko ficou surpresa: “V-você esqueceu dele?”

“E-eu tenho que ir, até mais!”. Saiu correndo, apressada.

“Aiaiai sempre atrasada e esquecida” – Fitou Motoko – “Motoko-chan, de quem será isso?” – Apontou para a guitarra. Motoko deu de ombros – “Mas que estranho! Será que é assombrado?”. Seus olhos brilharam.

Sakura adentrou novamente no vestiário, correu até a guitarra e a pegou.

Sem graça e vermelha, deu tchau para as amigas e saiu correndo. As duas a olharam atônitas.

...

Sentada a mesa, tomava o cappuccino de sempre. Olhou para o lado, conferiu se a guitarra estava bem posicionada. Seria uma lastima derruba-la no chão.

Não teve tempo de passar em casa, e deixa-la. Não sabia nem o que dizer a Touma. Ficou aliviada por não estar atrasada, na pressa não tinha visto a mensagem que ele mandará avisando do seu atraso.

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“Aqui”.

“Mas senhor Yusuke, eu n-não...”. Um senhor alto de bigode branco, sorriu gentilmente.

“É por conta da casa! São pãezinhos que unem os corações apaixonados!”

~~~~~~~~~~

Lembrança Sakura

(...)

“Ele gosta de você Sakura. Não tenha dúvidas!”. Naoko piscou o olhou.

“Eu tenho que concordar. Você já comeu os pães de mel que ele trouxe para você?”. Perguntou Usagi.

“N-não”. Não entendeu.

“Ele comprou porque o Sr. Yusuke, dono da padaria, disse que comê-los uniria os corações apaixonados”.

~~~~~~~

“Algum problema? Srta. Sakura?”

“N-não, n-não”. Envergonhada, deu atenção a ele.

“Coma-os. Qualquer coisa, é só me chamar” – Ao avistar uma mulher entrando, ele sorriu – “Sobrinha, até que enfim!”.

“Oi tio! Desculpa a demora, vamos?”.

“Agora não posso. Incomoda-se de esperar um pouco? O Yamoto-san já volta, daí poderemos ir”- Ele olhou Sakura – “Sakura, essa é minha sobrinha, não é linda? É a minha cara!”. Sakura ficou encantada com a beleza dela. Os cabelos castanho-claros, davam ênfase aos olhos azuis. Ela vestia uma saia florida até os joelhos, com uma blusa de punho de seda. Era elegante. Elegante e educada. Notou a aliança na mão esquerda.

“Sim, tio. Sou sua versão feminina”- Sorriu para o tio, e curvou-se na direção de Sakura – “Olá, prazer! Me chamo Shinomoto Akiho”. Sakura, rapidamente, levantou-se e fez o mesmo.

“Sente-se aqui, quer comer alguma coisa?”. Ele apontou para uma mesa ao lado de Sakura.

“Um pedaço da sua maravilhosa torta de morango e um chá da sua escolha, por favor”.

“É pra já!”.

Ela sentou-se e sorriu para Sakura: “Você toca?”

“Ah n-não! É do...É do...” – Relutou em dizer o nome dele. Ela poderia conhece-lo por causa da banda... E com certeza diria que ela é louca – “É de uma pessoa especial”.

“Seu namorado?” - Ela ficou vermelha e negou com a cabeça – “Sei”. Deixou de olhar Sakura, e mexeu em sua bolsa.

Sakura suspirou aliviada. A olhou rapidamente e a viu pegando um livrinho de palavras cruzadas.

“Desculpe a demora, Sakura-chan!”. Touma vermelho e afoito, a assustou. Ele curvava-se repetidas vezes.

“T-tudo bem, Touma!” – Ela levantou e o cumprimentou – “E-eu cheguei ainda agora. Achei que eu te deixaria esperando”. Ele sentou-se.

“D-desculpe! Eu achei que ia conseguir sair mais cedo do trabalho...”- Olhou curioso a guitarra – “De quem é? Vai dizer que é pra mim?”. Os olhos brilharam, e estendeu as mãos para pega-la.

“N-não, n-não. É-é-é-é de um amigo!”. A tirou das mãos dele, delicadamente.

“Posso vê-la?”. Apontou para ela.

“Pode ser depois? Não quer comer alguma coisa? Sr. Yusuke, sr. Yusuke!”. Chamava por ele, nervosa e sem graça. Touma, a encarou, estranhava sua atitude.

Veio apressado ao ouvi-la: “Pois não? O que vai querer jovem?”.

“Pode ser um café sem açúcar e um bolo de chocolate, por favor”.

“Vai querer mais alguma coisa, Sakura?”.

“N-não! Talvez depois”.

“E então...” – Touma, acomodou-se na cadeira, e resolveu deixar a guitarra de lado. A olhou com carinho – “Como foi o trabalho hoje?”

“Ah normal. Nada demais”- Lembrou-se do seu encontro com Mio– “E o seu? Como foi?”.

“Foi muito produtivo, estou aprendendo muita coisa por lá, hoje...”. Touma havia conseguindo um trabalho de meio período.

Sakura sorriu. A conversa paralela chamou sua atenção: “Tio! Tio! O senhor saber o que isso aqui significa: Aumentar. Tromba. Quilômetros e flor?”

“Desse jeito, vou fazer por você!”.

“Então, você pensou?”.

“Hã?”.

“Na resposta Sakura. Você não escutou o que eu disse, não é?” – Touma sorriu – “Eu disse que não querendo já chato, mas já sendo, perguntei se você pensou na resposta sobre meu pedido de namoro”.

“D-desculpa! E-eu estou um pouco aérea hoje”. Sorriu sem graça.

“Elefante e pétala! Vê se é isso!”.

Ela contou os quadradinhos e viu que se encaixava perfeitamente: “Certíssimo! E os outros dois tio?”

“Quais menina?”

“E-eu gosto muito de você, muito mesmo. E como eu te disse, se você me der a oportunidade farei você muito feliz!”. Suas bochechas estavam vermelhas.

“Aumentar e quilômetros”.

“Aumenta e quilômetros? Hum...”.

“Você é uma garota incrível. Queria ter me confessado quando ainda éramos dois adolescentes....” – Sakura tentava se concentrar no que ele dizia, mas a conversa paralela, a estava deixando louca – “Admito que fui um covarde, eu dever...”.

“Parece ser fácil, tio!”.

“Então porque você, não sabe?”.

“Devia ter dito tudo o que sentia. Mas isso não importa agora, não é? Importa que estamos aqui, juntos. E estou pedindo uma oportunidade de cuidar de você”.

“Estou com preguiça de pensar... Aumentar e quilômetros, o que será?”

“DIMINUIR E DISTÂNCIA!”. Sakura levantou da cadeira e disse de forma decidida. Eles a olhavam com perplexidade.

Depois de alguns minutos em silêncio, a mulher olhou o livro: “Isso, isso! Você acertou Sakura! Diminuir e Distância!”. Ela escreveu animada.

Sem graça, voltou a sentar. Touma sorria sem jeito, não estava entendendo nada.

Ela olhou a guitarra ao seu lado, olhou Touma e respirou fundo: “Touma, me desculpa, mas eu não posso aceitar” – Ele a olhou tristemente – “Eu estaria sendo egoísta se dissesse que sim. A verdade é que ainda gosto do Shaoran, mesmo sabendo que a nossa história acabou faz um tempo. Não quero usar seu sentimento puro para esquece-lo. Quero esquecer por conta própria e estar pronta para me apaixonar novamente. Desculpa”.

“Sakura, eu não sou nenhuma criança. Não me importo quem ocupa aí, eu não quero perder você” – Apontou para o coração dela – “Eu gosto de você e sei que com paciência e carinho, você pode gostar de mim também. Estou disposto a lutar por você”. Sorriu.

“Touma, eu sinto muito”.

Não conseguiria. Não queria fazer ninguém sofrer. Amava Shaoran. O amava.

O silêncio que se fez foi sufocante, não teve coragem de encara-lo. Ele era uma pessoa tão querida, não merecia sua resposta negativa, mas tinha que ser sincera.

Touma encerrou o silêncio: “Tudo bem Sakura-chan. Espero que isso não nos impeça de sermos amigos”.

Sakura o encarou e respondeu de imediato: “C-claro que não!”.

“Mas antes...”- Touma se aproximou dela. Ele segurou seu queixo. Sakura notou que ele estava diferente, sério, seus olhos a encaravam de forma profunda e sedutora. Não parecia o Touma tímido e doce de antes. Encararam-se por segundos, e Touma a beijou. Sakura arregalou os olhos e ficou vermelha. Sentiu o beijo doce e sereno dele em seus lábios. Logo, ele soltou seus lábios – “Por favor! Não fique com raiva de mim! Não pretendo mais tocar no assunto namoro. Essa é a última oportunidade que tive de te beijar!!” – Vermelho, abaixava e levantava a cabeça. Sakura permaneceu intacta. Ele se recompôs, suspirou fundo e olhou para a guitarra – “Agora vá”.

“Hã?”.

“Vai devolver essa guitarra a ele, Sakura”.

“M-mas...?”

“Vá, Sakura. Não perca mais tempo. Seja feliz”.

Aquelas palavras foram libertadoras, eram como se tivessem quebrado um encanto. Era isso! Ela tinha que ser feliz. Ela tinha que encontra-lo e dizer o quanto o ama!

Sakura abriu um largo sorriso. Levantou-se, e abraçou Touma, o agradecendo. Pegou a guitarra, e tirou uma nota da bolsa, a deixando na mesa. Curvou-se, repetidas vezes e saiu de lá apressada.

Apressada, mas contente. Tinha tomado a decisão.

Yusuke ao lado da sobrinha observava Touma, que dava tchau a Sakura: “Nunca tinha visto um japonês tão inibido”.

“Nem eu, tio”. Touma suspirou lentamente. Sentiu os olhares sobre si, e ficou vermelho.

Mas como sempre: sorriu.

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Continua...

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Personagem novo:

Shinomoto Akiho: nova personagem do mangá Card Captor Sakura: Clean Card Arc. *Fofaaaa demais e misteriosa hehehehe

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1ª Música: Daisy by Stereo Dive Foundation

https://www.youtube.com/watch?v=vE8NSzEM0no (Versão cover, acústica: Konomi-Kun)

2ª Música:Ikanaide by Kaai Yuki

https://www.youtube.com/watch?v=X42aW8aJmI8 (Versão cover, acústica: Zeru)

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Ima sugu ikimasu: "Agora vá".