Kings And Queens

Chapter 44 - Despertar


O coração de Lucy saltava de seu peito.
O caminho até a enfermaria nunca pareceu ser tão longo. Tinha a sensação de que nunca chegaria até ele.
Natsu acordara. Ele finalmente acordara. Esquecera-se totalmente das boas maneiras, suspendendo seu vestido com as mãos para facilitar sua corrida até o local.
— Srta. Heartfilia! Espere! – Um dos guardas a chamara, mas ela os ignorou. Queria ver Natsu. Precisava dele.
Se lembrou da promessa que ele fizera a ela. Ele realmente voltara para ela, e não somente da Floresta Leste, mas voltara á vida. Assim que chegou à porta da enfermaria, viu o local com algumas pessoas a mais. Silver e Ur estavam mais perto da porta, e quando viram a moça abriram passagem para ela. Lucy tentou se recompor, arrumou rapidamente os cabelos e arrumou o vestido.
Caminhou lentamente até a cama, onde Igneel se encontrava sentado ao lado dela, segurando a mão de seu filho.
—Natsu. – Ela o chamou assim que estava mais perto da cama. Viu o corpo do rapaz se remexer embaixo das cobertas brancas. Seu coração batia cada vez mais forte a medida que se aproximava da cama.
— Ei... Olá, Lucy. – Ela ouviu a voz rouca do rapaz a chamar. Isso foi o bastante para a loira ir ás lágrimas. Natsu estava mais pálido que o normal, porém sorria marotamente, como sempre fazia. – Por que está chorando?
— Por que? Você ainda pergunta? – Ela disse em meio aos soluços. Sentou-se na beirada da cama, olhando mais atentamente aqueles olhos cinzas, que, por um breve momento, os viu molhados. – Nunca mais me assuste desse jeito, ouviu?
— Eu disse que ela ia ficar brava. – O jovem disse para seu pai, que também estava com os olhos inchados. O homem apenas sorriu. – Mas agora não chore mais. Eu já estou bem. – Ele afirmou, mas em seguida fez uma leve careta de dor. – Bem... Talvez não completamente... Mas ainda estou vivo.
— Graças aos céus. – Lucy falou suspirando. Era bom vê-lo daquela forma.
— Onde está Gray? – O rosado perguntou, notando a ausência do amigo.
— Ele está no quarto de Juvia agora. – Erza falou dando um passo para frente. Ela estava em um canto do quarto, seus olhos estavam levemente inchados, mas ela estampava um sorriso no rosto.
— O que? – Natsu perguntou. – Certo... Acho que muita coisa aconteceu enquanto eu estive fora daqui, não é?
Lucy nunca pensou que fosse rir de uma situação como essas, mas foi o que ela fez.
— É verdade. – Ela disse, encarando os olhos cinzas do rapaz a encararem de volta. – Muita coisa aconteceu.
Se sentiu muito feliz por Natsu estar ali, como se estivesse mais leve do que nunca. Porém, o nome de Jellal Fernandes a colocava para baixo de novo. Ninguém ali sabia que ela se encontrava com o inimigo capturado, que estava lá na noite que Natsu quase foi morto. E não queria nem imaginar o que Igneel faria com ela caso descobrisse. Ou melhor, não sabia o que Natsu faria.
Tentou afastar esses pensamentos. Manteria Jellal em segredo por enquanto, até que o príncipe melhorasse, pelo menos.
Logo depois, aos poucos, os nobres foram saindo da enfermaria, por conta de outros afazeres que teriam mais tarde, e outros também pois iriam para o Salão de Jantar esperar pela refeição. Ficaram apenas Lucy, Erza, Mirajane e Igneel.
— Lisanna veio aqui. – Mirajane comentou baixinho com Lucy. – Ela ficou muito feliz por Natsu ter acordado, mas parecia um pouco triste... Logo depois foi embora, nosso pai havia a chamado para resolver uns assuntos com ela.
A loira engoliu em seco.
— Ela está bem. – A moça confirmou com convicção. – Você não tem noção do quanto eu estou feliz pelo Natsu estar aqui...
Mirajane sorriu para a loira. Ela já tinha uma noção do que estava acontecendo entre os dois.
— É... Ele também está feliz que você esteja aqui, Lucy. – Ela disse. Olhou para Erza, que olhava as duas conversando. – Erza, venha comigo. Agora que vimos que esse daí não morre tão facilmente quanto achávamos, e ele finalmente acordou... – Ela falou divertida, acariciando o braço de Natsu. – Tenho que resolver alguns assuntos com você. E acho que esses dois também têm coisas pendentes.
Erza entendeu o que a albina queria dizer, e com um aceno rápido, se despediu de Natsu. Voltaria mais tarde, mas por hora, iria procurar Gray e dizer que o rosado havia melhorado.
Assim que as duas saíram, Natsu se virou para seu pai.
— Pai... Poderia arrumar meus travesseiros? Quero ficar mais sentando. – Ele disse sorrindo, tentando convencer o homem a ajuda-lo. Não que fosse muito necessário, Igneel faria o que ele quisesse.
Assim, o homem fez. Levantou levemente o rapaz e arrumou os três travesseiros que estavam apoiando o corpo do rapaz, e em seguida Natsu fora colocado sentado na cama, apoiado na cabeceira.
—Bem melhor... – Ele suspirou. – Agora sim posso respirar direito.
Igneel estava aparentemente mais cansado do que nos outros dias, como se suas noites de sono não fossem suficientes, se é que estava dormindo. A verdade era que não dormia direito, e ficou a semana inteira assistindo o Sol nascer da janela da enfermaria do castelo, vigiando seu filho. E agora que ele acordara, suas noites ficariam muito mais calmas.
— Está com fome? Sede? – O rei perguntou para o filho, que discordou com a cabeça.
— Não... Mas... Se não for pedir muito... Poderia ir ao meu quarto pegar um casaco para mim? Estou com um pouco de frio, e fora que estou com saudade das minhas roupas... – Ele disse desconfortável. Lucy ruborizou um pouco ao perceber que o rapaz estava nu na cama durante todo esse tempo, apenas com as cobertas brancas cobrindo seu corpo.
— Claro. Lucy, por favor, fique com Natsu até eu voltar. – Ele disse sorrindo para a moça. Lucy concordou com a cabeça.
— Sim, Majestade.
Igneel caminhou até a porta, fechando a mesma depois de sair. Os dois estavam sozinhos na enfermaria. Um silêncio constrangedor pairou sobre os dois. Lucy ficava olhando suas mãos pousadas em seu colo, e o rapaz a olhava com ar de divertimento. Estava adorando ter voltado á sua consciência e estar recebendo todo aquele mimo e carinho de todos. Mas esperava por um especial, de certa loira tímida á sua frente.
Lucy estava sem palavras. Não conseguia imaginar sentir tanta falta assim de Natsu, e esse ataque que o rapaz sofrera provara á ela que estava dependente dele, de uma maneira tão natural quanto acordar de manhã no castelo. Percebera que agora Natsu fazia parte da sua vida, e esperava que ela fizesse parte da dele também.
— Espero que não tenha ficado muito preocupada. – O rosado disse tentando parecer delicado.
— Bem... Posso lhe dizer que fiquei bastante. – Ela disse olhando para o rapaz, com as malditas lágrimas começando a se acumular em seus olhos castanhos. – Você... Preocupou-me bastante. Fiquei assustada quando você chegou aqui todo ensanguentado, com Gray te carregando e gritando para todos que estava morrendo.
— Ele consegue ser escandaloso quando quer. – O príncipe disse, tentando quebrar o gelo, mas não conseguiu. Viu que Lucy estava dizendo a verdade quando uma lágrima escorreu pelo rosto da moça. – Lucy...
— Porlyusica ficou horas tentando te salvar, e foi conseguir no último minuto, em seu último suspiro de vida. E mesmo assim você ficou instável. – Ela disse começando a soluçar, se lembrando das horas horríveis. – Quase te perdemos. Eu... Eu fiquei arrasada...
O rapaz tentou tocar no rosto da jovem, mas ela estava longe demais, e quando foi esticar seu braço, seu peito ardeu, como se estivesse pegando fogo.
— Augh! – Ele gemeu de dor e se encolheu. Lucy chegou mais perto ainda do rapaz, esquecendo-se do choro, e preocupada se ele estava sentindo alguma outra dor.
— Natsu! Está tudo bem? – Ela perguntou tocando no braço do rapaz. Estava mais perto dele, a centímetros de seu corpo. – Natsu, fale comigo!
— Eu... Eu estou bem, não se preocupe. – Ele disse com a voz baixa. Logo a dor passou, e ele se recompôs aos poucos. Ainda tinha uma sensação estranha no coração, como se tivesse aberto um buraco ali, bem no meio dele, e um vazio preenchesse seu peito. Não queria ter feito Lucy sofrer daquela forma. – Me desculpe por ter te preocupado tanto assim. Eu não queria isso.
— Eu sei que não queria. – Ela disse limpando as lágrimas. – Mas isso aconteceu... E me partiu o coração te ver naquele estado deplorável. Nunca mais me faça passar por isso!
— Eu prometo. – Ele disse olhando para ela com doçura. Lucy ficava ainda mais linda daquela forma, depois de chorar, com o rosto vermelho. Normalmente as pessoas não gostavam de ficar com o rosto inchado ou vermelho, mas parecia que tudo se encaixava perfeitamente na face de Lucy, a deixando mais atraente do que já era.
Sendo capaz de esticar seu braço e tocar seu rosto, ele afastou alguns fios dourados da face da garota.
— Se lembra de nossa promessa, não se lembra, Lucy? – Ele perguntou baixinho para ela, com os olhos brilhando. Não sabia o real motivo de estar tão sentimental, mas ele queria que Lucy não soubesse de uma coisa: Que ele queria vê-la mais que tudo. – Eu voltei. Fiz minha parte. Irá fazer a sua e ficará comigo?
A loira encarou os olhos cinza do rapaz com intensidade. Estavam cansados, mas ao mesmo tempo mais vivos do que nunca. Aproximou-se e tocou o rosto dele com ternura. Aquela timidez que antes havia, tinha sumido completamente.
— Um Heartfilia nunca quebra suas promessas. – Ela disse sorrindo, com o coração pulando de seu peito. Ainda sorrindo, se aproximou mais do rapaz, colando seus lábios róseos nos dele. Com o choque, uma lágrima solitária desceu do rosto de Natsu. Como ele ainda não tinha forças para abraçar Lucy, que era o que ele realmente queria, se contentou em tocar seu rosto, e puxá-la mais para si. Em poucos segundos, os dois estavam entrelaçados em um beijo caloroso e apaixonante.
A loira já havia beijado outros rapazes antes de chegar ao castelo, mas ninguém nunca a fez sentir como Natsu estava a fazendo sentir. Ele a fazia ser especial. Era como se Lucy estivesse entregue á ele, mas ao mesmo tempo, queria que ele também ficasse daquela forma. O que ela não sabia era que o rapaz já se sentia assim há muito tempo.
O beijo foi se intensificando, e se tornando desesperado ao mesmo tempo, como se estivessem querendo recuperar todo esse tempo perdido que tiveram. Agora as mãos do rapaz estavam na nuca da loira, e Lucy passava as mãos pelos fios rosa de Natsu com a maior delicadeza possível. Estavam entre o intenso e o suave, de uma forma que nunca conseguiriam explicar, apenas sabiam que conseguiam se equilibrar. Enquanto Natsu era provocador e agitado, Lucy era tranquila e meiga.
Se afastaram totalmente ofegantes, mas ainda sem se separar completamente, com eles ainda abraçados. Ao se verem naquela situação, se lembraram da primeira vez que se conheceram, e riram. Começaram a gargalhar do que o destino trouxe á eles.
— Caramba... – Natsu quebrou o silêncio, com sua voz alegre. – Eu deveria ter feito essa missão muito antes... Por que fui enrolar pra fazer isso?
Lucy fez uma cara brava para ele.
— Não diga isso. Olhe o estado que está! – Ela falou, mas não conseguiu conter um sorriso. – Bobo.
O rapaz riu como uma criança, mas depois fez uma careta de dor. Ainda estava com o machucado, e estava muito profundo. Não conseguia se movimentar muito, e não podia fazer muito esforço.
— Agora descanse. Não pode ficar fazendo todo esse esforço. – Lucy falou se levantando.
— Ei! Onde vai? – Ele perguntou, protestando contra a loira ir embora dali.
— Seu pai deve estar chegando. – Ela disse sorridente, se afastando da cama. – Não causaria uma boa impressão se ele me visse aqui, te beijando assim. Ele iria me decapitar.
— Meu pai não é desse jeito. Irei falar com ele sobre você, sobre nós! – Ele disse quando a loira já havia dado as costas para ele, e estava prestes a abrir a maçaneta.
— Está louco. – Ela brincou com ele. Se virou e o viu a encarando, com um sorriso malicioso no rosto. – Descanse bem, Natsu.
— Prometa que vai voltar. – Ele falou decidido. Lucy nada disse, apenas sorriu para ele. Ele sabia. Sabia que ela não tinha que prometer nada. De alguma forma, tinha certeza de que ela iria voltar para vê-lo.
Saiu da enfermaria rapidamente, com um sorriso no rosto. Estava muito feliz. Agora estava com Natsu, ou pelo menos era o que ela pensava. Iria deixa-lo descansar mais um pouco, e iria aproveitar e também relaxaria em seu quarto. Precisava daquele descanso. Iria dormir como um anjo.
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Natsu queria que a próxima pessoa a entrar na enfermaria fosse Lucy, avisando que iria dormir com ele aquela noite, porém teve que se contentar com Gray Fullbuster, olhando incrédulo para ele.
— Ei, cueca gelada! – O rosado provocou quando o amigo parou, estupefato, na beirada da cama.
— Finalmente você acordou. Todos aqui já estavam preocupados! – O moreno disse com alegria ao ver seu melhor amigo acordado e são. Nem parecia que ele estava correndo risco de morte. Ficou embasbacado com a força que Natsu tinha. Foi até o amigo e deu um abraço nele.
— Fiquei sabendo que foi você que me trouxe para cá. – Natsu falou enquanto Gray se sentava em uma cadeira do lado da cama. – Obrigado.
— Não me agradeça. Apenas te carreguei por metade do reino, rezando para todos os deuses que eu conhecia para que você não sangrasse até morrer. E eles me atenderam. Aqui está você.
— Depois que eu melhorar, tem que me levar para a Fairy Tail. Estou com saudades de lá. – O rosado comentou, mais sorridente do que Gray já imaginaria.
— Aposto que não era só de Fairy Tail que estava com saudades... – O moreno disse com um sorriso malicioso. – Soube pela Mirajane que Lucy ficou aqui. Mais um tempo... Depois seu pai chegou e ela já não estava mais.
O rapaz de cabelos rosas sorriu para o amigo, e depois suspirou alto.
— Meu caro, acho que dessa vez eu não vou mais conseguir terminar com a garota. Lucy vai ficar por um bom tempo do meu lado, se depender de mim.
Gray gargalhou ao ver a expressão sonhadora e admirada do amigo.
— Nunca pensei que fosse te ver assim, Natsu. – Ele comentou colocando suavemente a mão no ombro do amigo, que sentia muitas dores ao se mexer.
— Também nunca pensei em ter ver casado, e olha onde estamos! – Natsu respondeu alegre, e o sorriso de Gray murchou ao se lembrar da memória mais recente que tinha de Juvia. Sentia que tinha feito a coisa errada ao contar para ela sobre os pais mortos. – Ei, o que foi? Não vai me dizer que brigou com a Juvia?
— Não... Na verdade, estivemos nos melhores dias juntos, eu acho. Não discutimos, e acho que estou mais á vontade com ela do que antes, mas... Aconteceram algumas coisas essa semana.
— Que coisas? Me deixe ciente de tudo.
— Descobrimos algumas cartas naquele castelo maldito. Eles contavam o que aconteceu com Jenny e com os Lockser. Nela falava que os três estavam mortos, e que os corpos dos pais da Juvia foram queimados. E eu contei isso a ela, e acho que não fiz a coisa certa. Ela está muito mal por isso, e estou preocupado com ela.
— Nossa. – Natsu disse surpreso. – Pelo visto ela não reagiu muito bem... E o que pretende fazer?
— Ur e Ultear ofereceram a Casa de Campo da família Milkovich por quinze dias para nós. Pensei em leva-la até lá. Se lembra de quando éramos pequenos e íamos passar alguns dias na mansão?
— Claro que me lembro. – O rosado disse sorridente. – É um lugar muito lindo, acho que seria bom para vocês dois. Quando pretendem ir?
— Assim que assinarmos os papéis, declarando que sou, oficialmente, um Lorde. – O moreno disse suspirando em seguida. – O que eu acho que irá acontecer em breve. Estava pensando em irmos daqui uma semana.
— Entendi. Bem, acho que vocês deveriam ir. Seria bom para os dois. – O rosado disse com um sorriso malicioso. Gray bufou.
— Por que estão desse jeito? Disse isso para meu pai mais cedo e ele fez a mesma cara... – Ele disse emburrando. – Juvia não me deixaria tocar nela nem por decreto.
—Não, hum? – Natsu arqueou uma sobrancelha. – Quer apostar?
— Sabe que se eu apostar, eu ganho. – O moreno falou sorrindo de canto. – Eu sempre ganho.
— Se acontecer alguma coisa com vocês dois nessa Casa de Campo, compra um cavalo novo para mim. – O príncipe falou rindo da cara do moreno. – Se, e somente se, acontecer.
— Acha mesmo? Bem, então se é assim, ganharei uma espada nova. – Ele disse decidido.
— Se não acontecer nada. Ora, Gray, vamos! Olhe para a Juvia, ela é linda e me parece que se dão bem! Por que não? – Ele tentou convencer o amigo.
—Acha mesmo que eu passaria uma noite com ela, e depois agiria como se nada tivesse acontecido? Ela não é como as outras.
— Mas você vai trata-la como as outras? – O rosado perguntou, o que fez Gray engolir em seco. Não sabia daquela resposta. – Pense nisso. Talvez seja você que mude quando conhecer ela melhor.
— Certo. Certo! – Ele parou aquela conversa por ali, já estava se estendendo demais. – Vamos parar de falar de Juvia. Conversarei com ela depois. Agora, tem mais uma coisa que eu quero te falar.
— Diga. – Natsu falou.
— Na noite da emboscada, capturamos um inimigo. Erza me disse que era a espécie de Conselheiro do chefe daquele lugar. Está nas masmorras, mas se recusa a ser interrogado.
— Até mesmo por seu pai? – Ele perguntou, já claramente preocupado.
— Sim. Inclusive ele.
— Apenas espero que ele não nos dê problemas, e que seu pai não o mate antes de nos dar as respostas necessárias. – Ele suspirou. – Não sabemos nem o seu nome?
— Não. Ele não disse nada. Soube que andava recebendo visitas de Ultear, ela parecia com pena do rapaz, mas Ur logo a proibiu de fazer isso. Era errado ela ficar se envolvendo assim com um prisioneiro.
— Romanticamente? – Ele perguntou arqueando uma sobrancelha, já desconfiado com tudo.
— Não. A pegaram dando alguma coisa de comer á ele sem ser o mingau da masmorra. Acharam que isso era errado. Queria perguntar para ela o porquê ela estava fazendo isso, mas Ul simplesmente ignora e muda de assunto.
— Que estranho... Ela normalmente não ajuda prisioneiros desse jeito. Aliás, ela nunca ajudou prisioneiros, e dependendo de alguns, até ajudava no interrogatório.
— Eu sei. Ultear é um amor de pessoa. – Gray deu uma risada nasalada de sarcasmo.
Quando ia falar mais alguma coisa, uma dor forte atingiu o peito de Natsu, fazendo o rapaz gemer de dor. Gray rapidamente arrumou o amigo, o colocando deitado na cama com o maior cuidado do mundo.
— Ei, cara, está tudo bem? – Ele perguntou preocupado.
— Acho que apenas estou cansado... – Ele gemeu de dor. – Vou dormir agora... Preciso de um remédio... Assim que sair, chame Grandine, está bem?
Gray não estava muito confiante em deixar Natsu ali, com dor, sozinho, e procurar Grandine que nem sabia onde ela estava. Por fim, acabou que algumas enfermeiras entraram no local e deram á ele alguns remédios para dor, o que fez o jovem melhorar. Gray saiu da enfermaria, e, antes mesmo de virar o corredor, viu Igneel chegando no lugar. Ficou mais aliviado ao ver que o pai passaria a noite com ele. Dormiria muito mais tranquilo.
Caminhou até seu quarto lentamente, mas se viu parando na frente do quarto de Juvia, onde a porta estava entreaberta. Não se conteve e deu uma olhada, para ver se ela estava bem. O quarto estava escuro, mas ele conseguia ver a cama de Juvia pela luz da Lua, onde apenas viu um pequeno volume por entre os lençóis. Pensava que a azulada já estivesse dormindo, pois ela não se mexia nem um pouco. Ficou um pouco mais tranquilo ao ver que ela estava, pelo menos, conseguindo dormir.
Levou a mão aos seus cabelos e os bagunçou. Por que estava com esses pensamentos. Desde quando se importava com Juvia daquela forma? Voltou a caminhar apressadamente para seu quarto, onde, ao entrar nele, fechou a porta com força com o pé, enquanto retirava sua camisa, a jogando pelo chão. E caiu na cama, arrancando as botas. Quando já estava confortável em sua cama, suspirou pesadamente.
Ele estava começando a achar que estava mais encrencado do que pensava.

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