Kidnapped - Sequestrada
Um olhar pode significar adeus
Me desvencilhei de seus braços fortes e arrumei minha roupa, rindo.
— Já falei que você precisa de um motivo forte para voltar. – ri mais.
Ele suspirou dando uma risada gostosa que fez meu peito apertar e colocou a almofada branca em seu rosto, abafando o riso.
Meu soluço se fez ouvir e Justin se levantou num súbito, me olhando assustado.
— O que foi?
— Me... Me promete que essa não será a última risada que eu vou ouvir sua... – limpei as lágrimas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ele se levantou me abraçando. E foi em seus braços que eu desabei a chorar.
— Eu estou com medo de não ouvir mais a sua voz, de não sentir seu cheiro, você. Seu sorriso. De não ter mais momentos como este.
— Calma, calma. Vai ficar tudo bem. Você não confia no meu potencial de ladrão? Não se lembra que além de conseguir roubar você, ainda roubei seu coração? – riu.
— Besta. – o xinguei, secando as lágrimas.
— Tô falando sério! Perto disso um assalto a banco não é nada. – me deu vários selinhos.
— Por que não deixou para roubar meu coração depois desse assalto?
— Porque é bom ter alguém te que faça temer a morte. Saber que tem alguém desesperado para você chegar em casa logo. Que se preocupa com você. Alguém que te ame e que você ame de volta. Na verdade quem roubou meu coração primeiro foi você.
Eu sorri e colei nossos lábios em um selinho demorado, cheio de sentimentos.
— Eu não ficava desesperada para você chegar não, tá?
— Vou fingir que eu não via você espiando na janela do seu quarto me vendo chegar, correndo pelo mesmo e depois fingindo que não viu que eu tinha chego.
Senti minhas bochechas esquentarem.
— Você também ficava querendo vir embora rápido que eu sei.
— Eu fazia tudo as pressas ou mandava alguém fazer só para voltar logo embora.
Isso me pegou de surpresa.
— Sério?
— É.
— Que fofinho, já gostava de mim e não assumia.
— Na verdade eu nem sabia. Sabia mas não queria admitir para mim mesmo. – riu amarelo.
— Você lembra daquele dia que eu estava na praça com o menino de skate que eu nem lembro o nome e você espantou ele e me jogou no carro falando para as pessoas que eu era sua namorada?
Justin soltou uma gargalhada.
— Cortei o barato daquele otário. Mas se eu soubesse que ia rolar tudo isso, teria te deixado lá.
— Como assim, Bieber? – fiz a ofendida.
— Você da muita dor de cabeça. – balançou a cabeça rindo.
— Para o seu governo, eu ia ter adorado ficar lá, ele era super gatinho, disso eu lembro. – as bochechas de Justin ficaram rosadas e ele me lançou um olhar de esguelha.
— Gatinho sou eu, aquele era no mínimo um hamster.
— Hamsters são fofos.
— Então tá achando o cara fofo agora?
— Ah, fala sério! Maior gatinho, se você não tivesse tesourado, eu tinha certeza de que ele iria pedir para ficar comigo.
— Moscou eu corto mesmo. Fala como se não tivesse gostado que eu cortei o barato daquele moleque né. Ou nós não estaríamos aqui agora.
— Na verdade estaríamos, já que você planejava me roubar de qualquer jeito.
— Verdade. – riu. – Quando você derrubou minhas coisas no hotel, naquele momento eu te desejei. E eu nem sabia quem você era.
— É que eu sou irresistível. – ri.
Ficamos um momento em silêncio e eu resolvi perguntar o que me martelava a mente.
— Justin, quando você nos encontrou no hotel, depois aconteceram eventos e você chamou minha amiga para sair.
— É. – riu. – Eu achei que ela fosse você.
— O que? Como assim? – apoiei minha cabeça no cotovelo, deitada na cama.
— Enquanto você me ajudava a juntar as coisas que você, desastre em pessoa, derrubou, eu ouvi ela dar seu nome na recepção e imaginei que fosse ela. Por isso chamei ela para sair. A gente ia sequestrar a Alessa errada.
— Eu achei que era porque você gostou dela.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Desde o primeiro momento foi você. Só não imaginava sentir algo mais que atração. Algo tão forte assim. Uma rasteira, eu diria.
— Também te amo. – rimos e alguém bateu na porta. E eu desejei mata-la por isso.
Era Chaz, ele disse algo baixinho para Justin e saiu.
— Já? – perguntei sentindo minhas mãos tremerem, junto a todos os nervos do meu corpo.
— Já. Vem cá me dar um abraço.
— Sem despedidas, lembra? – falei com a voz já embargada.
— Não é uma despedida. É só um abraço de namorados.
E eu praticamente corri e me joguei nos braços dele, me segurando para não desabar de novo.
— Ah, Jus... Eu vou chorar de novo. – tentei quebrar o abraço e ele me segurou, prendendo-me e ouvi sua respiração pesada. – Jus...
— Eu te amo. – falou num sussurro embaçado, me soltando.
— Eu também te amo, muito. – ele tentou limpar os olhos rapidamente e eu ri. – Não vou contar a ninguém que você dia pelos olhos.
Descemos e lá embaixo, foi mais difícil ainda ver ele colocando o colete a prova de balas. Aquela correria toda. Meu coração faltas sair pela boca e seguir ele, já que meu corpo não podia sair da casa.
Ele parou na porta e me encarou, por um bom tempo. Meu coração apertou em pensar e entender que nossa conversa lá em cima, foi uma despedida, nossas risadas, foi uma despedida. Não nos abraçamos mais, porém ele deu um sorriso e falou apenas com os lábios “eu te amo” e o que eu não queria aconteceu. De novo. A gente se despediu pelo olhar e foi a despedida mais dolorosa que eu já tive.
Quando a porta se fechou, senti que uma parte de mim também se foi. E eu tinha um mal pressentimento de que algo daria errado. Só não esperava que ia dar tanto errado assim.
E foi doloroso entender que um olhar pode significar adeus.
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