Just a Dream

A Stranger, A Guardian Or A Friend?


A Stranger, A Guardian Or A Friend?

- Percy!

Um garoto alvo, já não mais magricela olhava-me profundamente, mas eu não conseguia ver seu rosto. Ele apenas se aproximou de mim e pude sentir nossos lábios se tocarem, aquilo foi definitivamente incrível, eu realmente não podia acreditar. Quando abri os olhos ele havia desaparecido e pude perceber que aquilo era mais um de meus devaneios, desistindo desses sonhos loucos apenas me concentrei em meus estudos, com certeza isso ia me ajudar a esquecê-los, gostaria de dizer maldito, mas não eram em tudo pelo menos podia estar com ele mais uma vez.

Finalmente consegui terminar meu trabalho de Poções, aproveitei meu tempo na biblioteca para terminar todos os estudos que estavam perdurados por todos esses dias de sonhos inúteis, acabei por me divertir com todos os livros que peguei. Quando dei por mim já era bem tarde, estava quase na hora em que eu e meus amigos nos reencontrávamos na cabana do Hagrid para colocar assuntos em dia, antigamente costumávamos fazer isso sempre, mas atualmente conseguíamos fazer de seis em seis meses no máximo.

Andava apressada pelos corredores, quando algo estranho me chamou a atenção, parecia que algo estava se movendo por entre as árvores, me aproximei até tocar as paredes de pedra da ponte, parecia não haver nada. Bom, estava enganada e tenho que admitir assustada, afinal já era tarde e aqueles sonhos esquisitos não me saiam da cabeça. De repente algo me veio a mente, os N.O.Ms estavam a vir com o fim do ano e eu estava totalmente desligada dos assuntos escolares!Que lástima, bem melhor que eu tome jeito e comece a estudar. Só assim abandonei a ponte e seu lindo lago, porém no momento em que ia completar meu segundo passo, ouvi novamente aquela voz grave e suave, dessa vez parecia mais rígida e desconfortável.

- Hermione!

- Apenas vá embora!

- Quer mesmo que eu vá?

Quando me virei para ver que tipo de devaneio estava tendo dessa vez, dei de cara com Percy a poucos centímetros de mim. Dessa vez podia ver seu rosto e seus olhos verde-mar, um sorriso bobo em seus lábios, mas um olhar duro e me atrevo a dizer que um pouco rude. - Percy!...É... É...

- Sim!

No mesmo instante tentei atravessar minha mão por entre seu tórax e pude sentir com o impacto sua carne e seus músculos se contraírem e meu estomago revirar totalmente, então era verdade.

- Eu sou real e não pode atravessar sua mão pelo meu corpo, só uma nota caso não tenha notado.

O mesmo idiota de sempre, sim, era o Percy, muito engraçadinho da parte dele. Ele realmente se achava, e não sei por que de súbito o abracei e comecei a rir. Senti-lo novamente, não como um fantasma, como uma matéria viva e convidativa, realmente me deixava fora de mim. Demorei a sentir seus braços deslizarem lentamente até minhas costas e sentir sua cabeça repousar entre meu pescoço.

- Por que está aqui?

Perguntei confusa desfazendo meu longo abraço, ao qual, não sei por que senti certa relutância em abandonar.

- Depois de todos esses anos, como me achou? Como me reconheceu?

- Bom, quando descreveram a garota da qual eu deveria ser guardião por uma semana, não foi difícil descobrir que era você.

Eu apenas sorri com certeza meu mundo inteiro iria parar.

- Uma bruxa, hã?

- Bom... Longa história...

- Sorte sua, estou com tempo.

Aquilo com certeza foi novo para mim, quem era aquele garoto na minha frente, Percy engraçado? Ele se dirigiu a ponte se reencostando nela.

- Guardião, é?

Por mais que eu quisesse explicar algo, acho que me faltaram palavras, apenas me aproximei e toquei nas paredes.

- Acho que tem um compromisso com seus amigos, não é isso?

- Você tem razão!Como pude esquecer!

No mesmo momento eu preparei-me para correr em direção a casa de Hagrid. Parei.

- Venha comigo, quero lhes apresentar a meus amigos.

Ele apenas sorriu e assentiu com a cabeça. Peguei sua mão e percebi o quão fria estava. Não me lembrava disso também, nós havíamos mudado e muito. Enquanto rumávamos para casa de Hagrid o silencio permaneceu absoluto entre nós, se tornava cada vez mais insuportável aquele clima. De repente Percy parou de andar e dirigiu seu rosto ao chão.

- Mione há algo que tenho de lhe dizer.

Eu me virei. Mione, era incrivelmente doce quando ele falava aquelas palavras.Espera será que estou louca, será que tanto tempo sem meus preciosos livros me fizeram ficar maluca?

- Eu não sou... Bem... Um garoto normal...

Sua voz parecia sumir entre a noite estrelada e fria.

- Isso eu sei, já que veio parar em Hogwarts.

- Não Hermione, eu não sou bem isso...

- Isso? Não é um bruxo?Então como veio parar aqui...

- Bom, eu...

- Hermione. - Gina me avistara, já que estávamos muito próximos da velha cabana. Correu até meu encontro com uma graça que eu acho que não conseguiria repetir tão facilmente.

- Pensei que não viria, alias, todos pensaram que...

Ao ver Percy que agora também a olhava ela pareceu imobilizar-se.

- Certo, chegamos. Gina este Percy, um antigo amigo de infância, Percy essa Gina, namorada do meu melhor amigo e minha melhor amiga.

A ruiva assentiu com a cabeça e me olhou de uma forma esquisita e engraçada, abaixou os olhos e voltou a casa de Hagrid.

- Hermione também não sou Percy!

- O quê?

Agora sim ele estava passando dos limites, o que ele estava dizendo?

- Eu conheço um pouco dos dois mundos, por isso não foi difícil para mim.

Ele começou a rodear-me e me senti como uma presa prestes a ser atacada.

- Pare com isso Percy, está me assustando.

- Droga garota, não escuta nada que eu digo!

De repente começou uma forte ventania, o engraçado é que parecia que as coisas ao meu redor estavam sendo arrastadas para baixo, mas continuávamos com os pés no chão, eu e aquele estranho completo.

- Não se preocupe, sou seu guardião, então tecnicamente não posso fazer nada contra você. Senti que começamos a descer até algum tipo de subterrâneo. Ao meu redor podia ver como se atravessa se as pessoas, as coisas.

- Fez um pacto? É algum tipo de seguidor de Voldemort!Ele está morto!

- Não, isso é o que eu sou, um protetor, um espião, que nem o seu mundo e nem o de seu amigo pode ver ou compreender.

- Mas o que...

Não consegui terminar de falar nada, porque senti que me faltava ar, cada vez que afundávamos mais, mais ar eu perdia. Se ele não queria me matar, o que ele queria. Não agüentei e senti meus joelhos tocarem o chão, doía muito para respirar e até mesmo as coisas e pessoas ao meu redor pareciam sombras. Nunca pensei que assim seria meu fim, seqüestrada por um maluco e morrendo de falta de ar.

Quando perdi as esperanças, aquele estranho que eu mal conhecia as deu para mim, por quê? Eu não sei!

Senti ele se aproximar, assim como no sonho, senti seu hálito quente e sua respiração compassada chegarem cada vez mais perto, senti nossos lábios se tocarem e senti meu ar voltar como num passe de mágica.

- Só continue respirando!Tente puxar o ar pela boca.

Pude senti-lo sussurrar em meus lábios, o que me fez sentir cócegas. Depois consegui sentir algo tocar meus cabelos, ele parecia estar passando seus dedos por entre minhas mexas calmamente. E nunca se esquecendo de compartilhar comigo seu ar. Nunca pensei que um estranho poderia me ajudar tanto. Quem seria ele afinal? Ele se afastou lentamente, novamente aquela sensação de não conseguir respirar me invadiu, agora estava mais forte e acho que em apenas segundos desmaiei.

Quando acordei, pude vê-lo pela primeira vez, não como Percy, mas como ele mesmo! - Puxa como vocês são parecidos!

Com certeza não era para ter dito isso, mas simplesmente saiu. Senti-me uma idiota. Ele estava sentado em uma cadeira próxima lendo um livro, o qual deveria estar em minha mochila: Hogwarts Uma História. Eu não acredito que ele havia mexido em minhas coisas sem nem mesmo me perguntar antes. Isso não ia ficar assim.

- Relaxa!Aqui é obrigatório dizer a verdade e ás vezes o que pensa!

- E o que pensa que estava fazendo com meu livro?

- Lendo!

Ele era completamente irritante e bonitinho, espera o que isso tem haver. Quando ele se aproximou da cama pude ver seus olhos azuis meio esverdeados, seu cabelo preto e liso em um corte moderno e como a natureza tinha-lhe sido boa! Seu corpo é até agradável de ver.

- Obrigado!

- Hã?!

- Que bom que meu corpo é até agradável de ver. Porque ainda vai vê-lo por muito tempo. Ele apenas sorriu e se virou.

- Pode ler pensamentos?

- Não, mas a pessoa que pode me emprestou seu dom.

Meu Merlin, onde eu estava? Emprestou seu dom. E nem ao menos privacidade eu tinha minha mente era controlada.

- Ótimo!

Cobri minha boca rapidamente com as mãos, o que eu estava fazendo?

- Se prometer que não contará a ninguém, poderia te revelar um segredo.

- Por que eu deveria prometer não contar a ninguém?

- Por que... - Senti sua voz se comprimir em um desespero eminente -.... Porque isso pode salvar a vida dos seus amigos... E talvez do mundo...

Ele se virou novamente e pude ver o seu olhar, ele parecia morto por dentro, se aproximou e se sentou na extremidade da cama e pegou minha mão.

- Veja pelos meus olhos!