–- Finnick... – Mags sussurra, meio envergonhada, evitando me encarar – me acompanhe. – ela se dirige à escadaria e sobe para o seu escritório.

A sigo, meio aluado, tentando continuar de pé com o imenso peso que me esmaga por dentro. Meus passos hesitantes param quando me sento de frente para ela, com a cabeça baixa, olhando meus pés.

Os sentimentos dentro de mim estão confusos. Zen deve está com muita raiva de mim, a mesma que vi no olhar de Henry. Sinto-me um monstro por ter destruído a confiança dele, nunca mais ele acreditará em uma palavra que eu disser, Zen vai morrer achando que sou um traidor, não haverá mais tempo de explicar minha situação, nem posso fazer isso aqui.

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Ah, Dan me paga, ele não perde por esperar, eu não terei piedade dele!

Quero chorar, gritar até minha garganta sangrar, jogar para fora tudo isso que está se acumulando dentro de mim, porque fica cada vez mais pesado!

Amanhã é o início dos Jogos, logo mais tem a Apresentação individual, onde mostrarei minhas maiores habilidades aos Idealizadores e ganharei uma nota de avaliação e à noite, os tributos serão entrevistados pelo famoso Caesar, em seu programa que será exibido para todo o país, nos telões nas praças dos Distritos, onde eu costumava assistir antigamente.

–- Eu quero te pedir desculpas Finn... Eu sei que deve ter sido muito difícil, mas foi preciso. – ela começa e eu concordo, balançando a cabeça baixa – Acredite, foi melhor assim. Se tornar amigo de outro tributo é uma péssima idéia, porque chegará um momento em que um irá embora, para sempre... Deixa um buraco na alma...– suas palavras falham, levanto a cabeça e a vejo choramingar, emocionada.

–- A Capital sabe da Annie, não é? – a pergunta surpreende Mags, que fica paralisada por um tempo e depois assente.

–- Sim... Eles investigam a vida de todos vocês... E descobriram a Annie. – sua expressão de assombro me deixa preocupado.

–- Aconteceu alguma coisa?

–- Não... nada... – ela tenta despistar, mas eu continuo com uma pulga atrás da orelha. – Eu te chamei aqui para outra coisa. – Mags diz e fica de pé. Se abaixa, com dificuldade suspende uma enorme caixa, larga, envolta num pano de seda vermelha, que ameaça escorregar.

–- O que é isso? – chego para trás e visualizo o objeto de longe.

–- Hoje à tarde você terá sua Apresentação individual. – responde, mas não foi essa minha pergunta, disso eu já sabia – Tenho um presente para você... – sua mão enrugada segura numa das pontas do pano e puxa.

O tecido desliza pelo tampo de vidro e aos poucos vai revelando uma familiar caixa de vidro. O objeto dentro dela, cuidadosamente colocado num acolchoado, reluz como na primeira vez que o vi, negro, feito num misto de violência e delicadeza.

É a primeira vez que um sorriso tão espontâneo toma conta da minha face desde muito tempo. Minha mão se precipita, mas Mags me detém.

–- Muito cuidado. – diz engolindo em seco, ciumenta. – Só o estou emprestando porque é para você, mas assim que terminar... Me devolva.

–- Tudo bem, já entendi – digo alegre – Agora posso tocar nessa belezinha?

–- Claro – concorda e destranca a caixa.

–- Ah meu Deus! – minhas mãos o envolvem com ternura, o instrumento é perfeito! O tiro calmamente da caixa e o seguro ao meu lado, muito leve, quase do meu tamanho.

–- Os Idealizadores não perdem por esperar! – ela bate palmas empolgada, e depois começa a tossir.

–- Uau! – nem presto atenção no que ela diz. – Com isso aqui, os Jogos Vorazes já teria um vencedor!

–- Gostou? – pergunta, pondo a mão na cintura e sorrindo do meu comportamento, parecendo uma criança que ganha um balão colorido. – Ah, é claro, nem precisava perguntar. – vem em minha direção, com os braços abertos – Um abraço na mentora?

–- Com certeza! – ponho o instrumento de novo na caixa e abro os braços também.



Exclamações de descrença se espalham entre os Idealizadores e personalidades da elite de Panem. As criaturas me encaram, com a boca entreaberta, surpresas. Uma senhora deixa o vinho derramar no seu vestido amarelo berrante e o homem ao seu lado vê o charuto escapar entre os lábios.

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–- Meu nome é Finnick Odair, Distrito 4, o Garoto do Tridente! – numa postura confiante, um gosto amargo de vingança na boca, insinuando um sorriso encantador, sinto-me realizado com o tridente negro reluzindo ao meu lado.

Em poucos segundos todos os bonecos viram um monte de espuma e isopor. Giro o instrumento primoroso e deslizante entre as mãos e finco as três pontas afiadas no último brinquedinho, num movimento impecável, sem quase tocar a barra gélida de precisão perfeita e finalizo com um golpe assassino.

Ergo a cabeça, jogando o cabelo loiro desgrenhado para trás, sorrindo. Meus olhos verdes hipnotizantes pousam no Idealizador Chefe, que se apóia no corrimão e suspira orgulhoso. Sou o tributo que eles querem.

–- Muito obrigado – levanto e faço uma reverência, aquele teatro já está chegando longe demais.

Os aplausos irrompem, todos estão de pé, surpresos. A arma que usei, tão incomum e ao mesmo tempo mortífera, me deu créditos extras. Ali, entre eles, há vários Patrocinadores, assobiando de perplexidade para o show que foi essa Apresentação individual.

A Capital conhece agora o Garoto do Tridente.



Mais tarde reunidos em volta do televisor, roemos as unhas de ansiedade. Jeline e Lia estão presentes para nos arrumar para a entrevista logo mais e compartilham a mesma emoção conosco.

Caesar Flickerman, estrela da Capital, ler os nomes numa folha de papel, com a tradicional voz pausada e carregada com sotaque estranho.

–- Daniel... Distrito 2 – faz suspense – 10 pontos!

As notas vão de 0 à 12, combinando com o número de Distritos. Nunca antes um tributo foi capaz de tirar a nota máxima. 10 pontos é uma nota absurdamente valorizada, vai chover na horta do Dan.

Ele prossegue, passa pelos tributos do 3, que tiveram notas razoáveis e hesita antes de anunciar a nossa.

–- Dakota Marshall – ela fica atônita e me belisca ansiosa, todos nos aproximamos um pouco mais da TV, como se isso fosse fazer alguma diferença. – 10 pontos!

Os gritos quase me ensurdecem, Dakota sai pulando pela sala, vibrante, mas eu permaneço onde estou, aguardando dizerem meu nome.

–- Hum... – Caesar sorri – Finnick Odair – seu tom de voz desperta uma coceira desesperada em mim, nervosismo – Bem... – pigarreia – 11 pontos!

Levo as mãos à boca e sinto os braços me envolverem.



Vestido com um terno azul, me vejo no imenso espelho da parede. Afago o cabelo loiro coberto por uma camada de gel e ajeito a gravata preta.

–- Lindo! – Lia, atrás de mim, se apóia no meu ombro, e olha o espelho através dele – Preparado? A entrevista começa em alguns minutos.

Sorrio, mas um mal pressentimento me assola. A ansiedade pelo dia seguinte me consome de forma avassaladora. Depois do show hoje a tarde, pensei que me sentiria melhor, mas não. Algo dentro de mim me avisa sobre algo ruim que ainda vai acontecer. Os Jogos Vorazes é algo horrível, eu sei, mas é outra coisa, eu sinto, só não sei explicar.

Lia teve pouco trabalho comigo hoje. Disse que dessa vez queria preservar minha beleza natural. Pintou meu rosto com algum tipo de pó que realçou a cor verde clara dos meus olhos, deixando-os ainda mais bonitos. O terno apertado se adapta ao meu corpo, como elástico, numa textura macia, deixando meus músculos mais vistosos.

–- Muito obrigado, Lia.

–- Bobo, esse é o meu trabalho! – fala alegremente e fica na ponta dos pés para beijar meu rosto. – Espero que você acabe com os outros! E seja o vitorioso mais lindo de todos! – saltita e gira, fazendo a barra do vestido cinza enrolar graciosamente em suas pernas.



Tudo está passando depressa, me sinto flutuando no tempo. Hoje foi um dia cheio de emoções, e nem quero imaginar quando acordar amanhã, isso se eu conseguir dormir, o que é impossível de acontecer.

Claire e Mags nos conduzem, eu e Dakota, pelo corredor em direção à sala de espera, onde os tributos estão reunidos e aguardam sua vez de serem chamados ao palco por Caesar.

Sento ao lado de uma garota do Distrito 3 e respiro fundo, vendo o público do auditório empolgado com o início do programa, por uma tela instalada ali perto. Os tributos dos distritos de maior número ainda não chegaram, um alívio, já que não quero ver Zen e Henry.

Ouço a música tradicional do programa e Caesar Flickerman entrar no palco, sorrindo e acenando para os habitantes presentes. As pessoas aplaudem e assobiam e o apresentador se senta na sua famosa cadeira giratória, com o microfone em mãos.

–- Boa noite, Panem! – o povo responde com gritos de euforia. – está é mais uma edição do nosso programa, comemorando o início dos Jogos Vorazes, amanhã! – diz contente – Não percam!

Minhas mãos tremem, não consigo controlar. Ao meu lado, Dakota parece um robô, inteiramente sob controle, sorrindo, ansiosa, mas não nervosa. Mags e Claire parecem bem tristes, sinto uma atmosfera pesada no ar, o que não ajuda em nada.

Eles estão escondendo um segredo de mim, algo forte.

–- O primeiro à entrar no nosso palco é Seth! Tributo masculino do Distrito 1 – O apresentador, trajando um terno lilás brilhante, pisca os olhos de cílios longos postiços e fico observando seu cabelo vermelho coberto de purpurina. De pé recebe Seth, o garoto sorri e senta ao lado de Caesar.

–- Finn... – Claire chama, sua voz fria é desconcertante. Mags tenta impedi-lo, mas ele se aproxima e se ajoelha, de frente para mim. – Preciso que me acompanhe.

Meu coração dispara, sei que vou me arrepender de segui-lo, mas não consigo evitar, a curiosidade começa a me corroer. Levanto e vou atrás dele.

No corredor deserto ele para. Respira fundo e olha em volta para ver se tem alguém por perto.

–- Tenho uma má notícia.

–- Ah não...

–- Finnick, eu e a Mags tomamos uma decisão hoje cedo. Mas a culpa não é nossa. – começa, falando cada palavra com cautela – Isso pode ser absurdo para você, mas é necessário. Promissor!

–- Claire, diga logo! – meu estômago dói.

–- Panem, as pessoas da Capital, Idealizadores e Patrocinadores andam comentando seu sucesso, o Treinamento foi exibido na TV e o Garoto do Tridente ganhou fama por aí. – fico meio apreensivo, o que isso tem haver com.. – Você é o tributo modelo, o mais belo, talentoso... E entre outras coisas...

–- Claire... – tento adverti-lo.

–- Percebemos que tudo isso é muito importante para você, mas também atraiu a atenção da elite da Capital. E ao descobrirem da Annie...

Oh... eu me mato agora mesmo se tiver acontecido alguma coisa com ela!

–- Os Idealizadores nos ordenaram que lhe pedisse... – Claire olha para os lados, tenta retomar mas engasga e baixa a cabeça.

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–- Me pedissem o quê?

–- Que você escondesse a existência dela.

–- Como? – o balde de água fria quase me afoga, sinto como se o chão estivesse abrindo aos meus pés, o mundo está caindo!

–- Ninguém pode saber dela! Os Patrocinadores, a maioria damas da Capital, perderiam o interesse em você, por seu corpo!

–- Meu corpo?

–- Finn, há muita coisa em jogo. Mas seu papel é... quando o Caesar perguntar se você tem uma namorada, ou uma garota, qualquer coisa do tipo... diga que NÃO!

Tento engolir as informações, mas isso é uma bola de espinhos! Meus olhos ficam rasos d’água, meu corpo treme, tento segurar nas paredes, giro, olhando para os lados, mas não tem ninguém, só escuto os gritos lá fora quando mais um tributo entra no palco, minha cabeça está explodindo! Mais isso...

–- Eu não vou fazer o que está me pedindo! A Annie nunca iria me perdoar! – o fuzilo, com o pior olhar de nojo que consigo lançar. Claire recua, pasmo e estende as mãos para mim.

–- Finn, confie em mim, na Mags!

–- Confiar? Vocês me pedem uma coisa dessas e ainda querem confiança?

–- Segurança para a Annie, é isso que você vai garantir!

–- Hã? Isso é uma ameaça? – estou louco, quero rasgar aquele terno, estou derretendo dentro dele. Meu rostinho de bom moço está franzido.

–- É Senhor Odair! – me assusto com a expressão de Claire que avança. – Você ainda não entendeu a sujeira inteira? O importante é as donzelas da Capital continuarem caindo aos seus pés, mantendo a audiência dos Jogos, te trazendo lucro!

Fico em silêncio. Se eu não fizer o que eles pedem, a Annie morre? É isso?

–- O preço do sucesso.

–- O preço... – repito, anestesiado.



Dakota sai do palco realizada, com a promissora entrevista.

É minha vez.

Feito uma estátua de gelo, sem mais emoção ou nervosismo, caminho decidido para os degraus de acesso. Espero até ouvir meu nome e os gritos de empolgação. Vou ver mais uma vez aquelas coisas maquiadas desmaiarem, gritar feito loucas, tentar me agarrar. Mas o que era divertido se tornou um martírio.

–- Panem, vou chamar agora aquele tributo que deixou todo mundo boquiaberto! O tributo mais lindo de todos os tempos, aquele que arranca suspiro e provoca desmaios! O garoto mais desejado entre as mulheres. – o povo começa a chamar por meu nome, mas não é Finnick, e sim o novo título que ganhei.

Olho uma última vez para Mags, a única pessoa verdadeira nisso tudo, que tentou impedir o Claire de me esmagar. Minha melhor amiga.

–- Boa sorte – seus lábios tentam dizer.

Assenti.

–- É ele pessoal... Finnick, Finnick Odair! O Garoto Tridente!!!

Sorrio, mas na verdade quero destruir aquele auditório de fachada, quebrar a cara contente daquele filho da mãe que levanta com a minha chegada e me mostra a cadeira onde sentar. Nem consigo imaginar porque todas aquelas pessoas estão tão alegres para ver uma chacina pela TV, jovens morrendo amanhã.

–- Ora, ora – volta à sentar – Temos muitas perguntas para você.

Visualizo as pessoas, que estão na ponta dos pés para me verem, gritando e ainda aplaudindo minha chegada.

–- Prometo responder todas elas... – digo numa simpatia forçada, mas que soa tão sincera, que me surpreendi com o meu sangue frio.

–- Ok, então vamos começar! – nos ajeitamos na cadeira ao mesmo tempo ficando um de frente para o outro. - Hum, o que todo mundo quer saber... Ora, qual o segredo para essa beleza exótica?

–- Segredo? Não há segredos, a beleza exterior é algo superficial, acontece! – digo entre risos e convence Caesar a fazer o mesmo – Mas eu tenho um segredo para outro tipo de beleza, a interior – digo pondo a mão no coração – Honestidade! – a indireta foi certeira, e Caesar deve saber da pressão, porque fica apreensivo.

–- Palmas para ele! Bela resposta! – diz tentando abafar a situação, e a platéia obedece, eufórica. – Mas está apenas começando... Queremos saber o segredo para o incrível talento que demonstrou hoje mais cedo, durante as Apresentações individuais, a destreza com o tridente!

O auditório fica em silêncio pela primeira vez. Me incomodo um pouco com a luz de um dos refletores e pisco os olhos irritados. As câmeras chegam mais perto e tentam filmar o máximo do meu rosto.

–- Bem, eu aprendi a manusear tridentes no meu distrito, o 4, da pesca. Não que eu usasse ele para pescar, já tentei uma vez e não deu muito certo – digo meio debochado – e tive contato freqüente com eles nos treinamentos escolares, onde, além de facas e espadas, armas tradicionais, também poderíamos utilizá-los para combate. Eu fui o único que se interessou.

–- Nossa, e quem te ensinou?

–- Eu aprendi sozinho.

–- Uau! Palmas pessoal, esse garoto é incrível!

Sinto um mau estar e sei que o pior está chegando.

–- E como não poderia esquecer... A sua exibição escandalosa na Abertura dos Jogos, completamente nu numa carruagem, com escamas douradas e brilhantes, se expondo para todo mundo! O que sentiu com tudo aquilo?

Começo a rir e todos respondem da mesma maneira, Caesar pousa a mão fria na minha, compartilhando a mesma risada forçada e persuasiva.

–- Defino tudo aquilo numa única palavra: Liberdade!

Uau! A resposta deixou todo mundo admirado e eles batem palmas para minha sinceridade.

Panem inteira deve estar fazendo o mesmo.

–- Bem, um garoto tão novinho como você... – Caesar faz um gesto e os aplausos cessam imediatamente. – parece bem amadurecido para sua idade. Alguém ai lembra que ele tem 14 anos? – o pessoal grita e as respostas se misturam, mas Caesar parece entendê-las – Não. – diz enfim – Poderia falar mais um pouco sobre isso?

–- Claro, porque não? – me ajeito e olho para as lentes das câmeras. – Porque eu sou tão maduro? Simplesmente vocês me obrigaram a isso, me fizeram amadurecer de forma atropelada, ao longo dessa semana turbulenta e cheia de emoções. Eu não conseguiria me adaptar aqui sem esse choque, ou morreria antes dos Jogos começarem.

O silêncio se instala.

–- E... – estou conseguindo desconcertar Caesar, sinto que ele teme minhas palavras, e agora quer contra atacar.

Me preparo para ouvir a pergunta chave da noite, a qual todos em Panem daria um dedo para saber a resposta, e que agora, enfim, assistiram tudo saindo da minha boca. O jovem garoto de 14 anos, que entrou para os Jogos Vorazes, ficou nu para todos verem, provou ter um talento único e mortífero, ter maturidade para encarar uma platéia de cabeça erguida como um adulto, vai falar o que todos em Panem querem ouvir.

–- Hum, um garoto tão cheio de qualidades como você... – ele e o público trocam um último olhar esclarecedor, e a galera começa a gritar, já sabendo o que ele está prestes à perguntar – Deve ter um interesse amoroso...

O nojo transforma minha face, deixando-a com um ar de repugnância. É claro que combinaram tudo com ele.

–- Diz ai porque todo mundo quer saber! Alguma garota especial flechou o coração do nosso peixinho? Você é apaixonado por alguém Finnick Odair?


–- Não. Ninguém especial.