Jogo de Espiões

CAPITULO 32 – ENCONTRO COM SASUKE


Sasuke estava sentado em sua mesa, não pude deixar de me assustar ao vê-lo ali.

- Veio trabalhar bem cedo hoje – ele usava um tom de voz calmo para falar.

Respirei pausadamente para controlar meus acelerados batimentos cardíacos.

- Eu quero compensar o fato de ter saído mais cedo ontem – retruquei tentando não deixar transparecer meu nervosismo.

Um sorriso sarcástico surgiu em seus lábios.

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- Saiu mais cedo do que eu esperava.

Mesmo tentando me controlar, meu coração ainda estava agitado e minha cabeça funcionava a mil por hora.

- Eu fui visitar uns amigos...

Sasuke levantou-se da cadeira, inconscientemente eu dei um passo para trás.

- Amigos? Eu não sabia que tinha amigos na União Soviética – o cinismo estava presente em cada fala dele.

- Eu... Eu também não sabia de muitas coisas que agora sei... – a minha voz estava falhando.

Eu estava mais nervosa do que imaginei que ficaria.

- O que você sabe? – o olhar de Sasuke era incisivo.

Eu enrijeci meu corpo e o olhei de maneira altiva.

- Essa bomba é mesmo real? – o questionei.

Sasuke me olhou com um ar interrogativo e surpreso, de certo ele não esperava que eu lhe respondesse com outra pergunta fora de contexto. Eu não me importei com sua reação.

Eu havia voltado a fábrica para saber se de fato a bomba de nêutrons existia. Eu não sabia falar russo, por isso eu não entendia nenhuma daquelas folhas dos documentos os quais eu havia tirado foto; e tampouco eu podia seguir em frente enquanto não soubesse se aqueles documentos eram apenas projetos de construção da bomba de nêutrons ou se ela já estava construída.

Sasuke riu para o meu espanto.

- Por que pensa que eu lhe responderia essa pergunta?

Eu previra que Sasuke tentaria se esquivar.

- Eu quero saber a verdade – meu tom de voz ficou autoritário.

- Essa questão é tão importante assim para você?

- Mais do que você imagina...

- E se eu não lhe contar?

Sasuke começava a querer me cercar em seu jogo.

- Se não me contar, eu terei que perguntar ao seu amigo Naruto da CIA.

A cara de Sasuke foi de choque, porém no instante seguinte ele abriu um sorriso malicioso.

- Muito bem, Sakura. Parece que finalmente abriu os olhos, ou será que alguém abriu os seus olhos? Talvez Naruto o tenha feito... Já esperávamos que ele fizesse isso mais cedo ou mais tarde.

- Pode ser decepcionante, mas não foi Naruto quem me contou. E não haveria razão para fazê-lo afinal... – havia um tom de decepção no final de minha frase.

- Havia uma razão sim... – ele me cortou deixando-me atônica.

Por um momento, eu tive a vã esperança que ele me dissesse que a razão era que o Naruto me amava, todavia a razão era outra.

- Mantê-la na missão. Sabíamos que você podia a qualquer momento descobrir que éramos agentes contratados da CIA. Era uma questão de tempo até que a Hungria lhe informasse que não trabalhávamos para eles.

Sasuke acreditava piamente que a Hungria ainda mantinha algum contato comigo, mal ele imaginava que Konan havia me abandonado assim que eu pisei em solo soviético.

Ele continuou.

- Parece que a Hungria demorou a lhe contar isso, ou será que estava apenas fingindo?

Eu ri nervosamente. Sasuke estava a apenas alguns centímetros de distância de mim.

- Os agentes da CIA deveriam ser mais cautelosos – eu tentei manter a calma.

Sasuke pegou uma mecha de meu cabelo e a segurou firme entre seus dedos.

- Por isso decidimos mantê-la por perto.

Eu fiquei com raiva ao lembrar-me de como meus sentimentos foram manipulados. Eu afastei a mão de Sasuke de meu rosto, imediatamente ele soltou a mecha de meus cabelos.

- Manter-me por perto! Por isso você precisava me conquistar? – a pergunta saiu irônica.

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- Não... – respondeu Sasuke com calma – Conquistá-la era o trabalho do Naruto – senti uma lasciva pontada no coração – Eu apenas a achei... Fascinante.

Enrubesci ante as palavras de Sasuke. Não havia como não me sentir sendo elogiada por Sasuke, pois ele havia tentando me conquistar não porque era o trabalho dele, e sim porque de alguma maneira havia gostado de mim.

- Eu estou cansada desses jogos – soltei um desabafo inconsciente.

- Se entregar as fotos para a CIA você poderá voltar para os Estados Unidos. Porém, quem lhe contratou para a missão não poderá protegê-la quando chegar a solo americano.

Fiquei séria. Sasuke tinha razão, ninguém poderia me proteger.

- Se eu fizer isso a CIA vai me prender por traição.

Sasuke se aproximou de mim, meus olhos foram capturados por seu olhar dominador.

- Eu não posso impedir que a CIA a prenda quando chegar aos Estados Unidos, mas se ficar em Moscou nada lhe acontecerá.

Faltou-me ar para respirar, e a falta de oxigênio fez minha cabeça girar.

- Fic... Ficar em Moscou?! – a idéia me pareceu absurda demais para ter algum sentido.

- Aqui você ficará protegida da CIA.

Sasuke estava mesmo falando sério. Se eu ficasse em Moscou eu estaria protegida das leis americanas e da CIA... De qualquer forma, eu estaria protegida enquanto não pisasse em solo americano, Moscou ou outro país da Europa tanto fazia. Lembrei-me de que no começo Naruto havia me pedido para ficar com ele na Europa, será que ele também estava me protegendo da CIA? A dúvida surgiu.

“- Sabíamos que você podia a qualquer momento descobrir que éramos agentes contratados da CIA”

As palavras de Sasuke ressoavam em minha cabeça.

Estava tudo perfeitamente planejado. Naruto deve ter pensado que eu logo descobriria que ele era um agente da CIA, ainda mais porque ele viu que Konan e meus contatos haviam desaparecido. Então, ele me pediu para ficar com ele na Europa, essa era uma maneira de me fazer confiar nele: mostrar-me que ele não tinha intenções de me levar de volta para os Estados Unidos para ser presa. O que o Naruto não contava era que eu não sabia que estava trabalhando para a Hungria, por isso jamais teria desconfiado que ele era um agente da CIA.

- Você não precisa ser presa por traição... – eu escutava Sasuke falar, mas não via seu rosto; meus olhos estavam fixos na janela do outro lado da sala - eu a protegerei.

Proteger-me... Naruto também disse que me protegeria, mas ele não o fez. Naruto teve alguma vez intenções de fazê-lo? Não. Quando Naruto me pediu para ficar na Europa, ele apenas estava pretendendo fazer-me confiar nele, no entanto assim que passei a confiar, ele disse que voltaríamos para os Estados Unidos juntos... Sim, voltaríamos juntos porque Naruto faria questão de entregar-me pessoalmente nas mãos da CIA.

Meus olhos se abriram ante a luz daquilo que eu enxergava como verdade, eu sentia que não estava mais cega pela mentira.

- Sakura, Sakura – a voz de Sasuke me trouxe a realidade – Você está bem? – havia um leve tom de preocupação em sua voz.

Eu fechei meus olhos e em seguida voltei a abri-los. Senti os braços de Sasuke me envolverem num caloroso abraço.

- Sei que houve muitas mentiras, mas precisa confiar em alguém... E eu sou o único que pode protegê-la agora.

Eu não conseguia reagir. Sasuke era uma serpente habilidosa, sabia deixar sua vitima sem chance de defesa.

- Eu não falo russo... – era sem sentido falar isso, mas eu estava simplesmente fora de mim.

- Você pode continuar trabalhando na fábrica se assim o desejar, ou pode ser apenas minha esposa...

Ergui minha cabeça para olhar para Sasuke, eu estava surpresa por suas palavras, mais especificamente pelas palavras “minha esposa”. Seria essa uma proposta indireta de casamento?

Minhas pernas estavam fracas, e eu só me mantive em pé porque o corpo forte de Sasuke me amparava.

- Sakura, fique comigo... – a voz suave de Sasuke era penetrante.

Eu podia ficar com Sasuke, ele me protegeria, ele gostava de mim... Eu não precisava ir para a Hungria, não precisava morrer... Eu podia recomeçar a minha vida naquele lugar, eu só tinha que dizer...

- Não... – minha voz saiu num sussurro.

Sasuke soltou-me e eu tive que ter forças para não perder o equilíbrio e cair.

- O que quer Sakura? Pretende voltar para os Estados Unidos e ser presa? – o olhar de Sasuke ficou sombrio e cheio de ódio – ou é por causa dele?

- Não... É só... – eu tentava encontrar as palavras certas para explicar a Sasuke a situação – Eu não posso entregar o microfilme para os Estados Unidos, se eu fizer isso... Uma nova guerra vai começar... – a minha voz abaixou de tom – Eu não posso...

Eu sei que era tentador resistir àquela proposta de Sasuke, ainda mais porque se eu ficasse em Moscou eu não iria para a Hungria; mesmo estando decidida a ir eu tinha medo do que me esperava lá. Porém eu tinha que manter-me firme a idéia de não entregar o microfilme para os Estados Unidos.

Sasuke abriu-me um discreto sorriso.

- Não precisa entregar nada para a CIA.

Eu arregalei meus olhos surpresa por aquelas palavras, por um instante eu acreditei que havia escutado mal, ainda mais porque naquela hora eu já não sabia se estava sendo capaz de raciocinar direito.

- Eu não entendo... – eu estava bem confusa.

- Eu pedi que ficasse comigo, e não que entregasse o microfilme para a CIA.

Eu não tive forças para perguntar por que raios existia aquela missão então?!

- A bomba de nêutrons é real? – foi tudo o que eu consegui perguntar.

A questão da existência da bomba foi posta em cheque novamente.

- Real?... Depende do que você considera real – respondeu-me com tranqüilidade.

- O que quer dizer com isso?

- Sakura, você realmente acredita que essa fábrica teria condições de manipular energia nuclear?

A pergunta retórica tinha como objetivo me fazer pensar a respeito da construção de uma bomba nuclear num lugar como aquele, e de repente me senti uma criança que não sabe que a soma de dois com dois é quatro. Eu estava sendo ingênua demais em acreditar que uma bomba nuclear pudesse ser produzida com tanta facilidade.

- Por quê? Por que essa missão?

Eu tentava compreender o que se passava a minha volta.

Sasuke passou a mão em meus cabelos, fazendo-me arrepiar.

- Pense Sakura... Você já tem a resposta.

Eu dei um passo para trás.

- Eu não sei... Aqueles documentos só tinham um projeto de arma nuclear.

- Só que eles não mencionavam energia nuclear em si.

Os raios de sol brilhavam mais forte em minha mente, tudo finalmente parecia ter sentido; eu finalmente entendia o que havia na fábrica que era assim de tão valioso.