Aquela parecia uma noite de quinta-feira normal. Sirius havia saído para se encontrar com Marlene, Remus estava ajudando Peter com os deveres e James... Geralmente ele estaria ocupado planejando o que fariam para espalhar o caos pelos corredores de Hogwarts, mas não naquele dia.

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O grifinório estava sentado em sua cama com o pomo de ouro sobrevoando sua cabeça e seu tão amado mapa aberto sobre a cama. Lily não estava em seu quarto, o que era estranho, já que ela nunca desrespeitava o toque de recolher por ser uma monitora, só quando era extremamente necessário.

Checou a biblioteca primeiro, mas ela não estava lá, então começou sua busca por todo o castelo. Encontrou seu nome solitário próximo ao lago negro e se levantou, pegando seu casaco.

—Hey, aonde vai? –Remus perguntou, enquanto ele pegava a bolinha dourada e a colocava no bolso.

—Lily está fora da cama, vamos nos esbarrar acidentalmente. –Ele deu de ombros, arrancando uma risada de Peter.

—O que está acontecendo entre vocês dois?

—Não faço ideia, Moony. –Murmurou, sincero.

—Eu acho que ela gosta de você, Prongs. –Pettigrew disse e o outro riu.

Aquela garota era um enigma que ele estava completamente tentado a decifrar. Ninguém conseguia realmente saber o que se passava na cabeça de Lily Evans e isso o deixava louco. Às vezes podia jurar que naqueles olhos verdes havia algo mais forte quando olhava no azul dos seus, mas ao mesmo tempo também havia o medo e o desespero que ele se recusava a sentir.

Sabia que pensar nos recentes acontecimentos só o levaria a fazer algo estúpido e impulsivo, por isso estava evitando ao máximo esse tópico, mesmo que soubesse que quando parasse para pensar no que o futuro reservava para os dois não seria nada bom. Pegou sua capa de invisibilidade e saiu, passando sem problemas pelos monitores e por Filtch, que reclamava sobre a falta que os antigos métodos de tortura que eram usados nos alunos fazia.

—O grupinho do Potter pensaria duas vezes antes de destruir o castelo! –Resmungou e o aluno revirou os olhos.

Tirou a capa quando conseguiu vê-la sentada próxima ao lago e se aproximou, cauteloso. A ruiva estava sentada em uma pequena manta no chão, observando o lago com apenas uma luz fraca vindo de sua varinha.

—Lumus. –Ele murmurou, anunciando sua chegada. Ela se virou para olhá-lo e sorriu, dando espaço para que ele se sentasse ao seu lado.

—Como me achou aqui? Por acaso está me seguindo, Potter? –Ela perguntou, com um sorriso enquanto ele se acomodava.

—Não me subestime, Evans, sei de tudo o que acontece neste castelo. –Respondeu, piscando para ela, passando sua capa – do lado contrário – sobre os ombros dela.

—É claro. –Ela revirou os olhos.

—Como você está? –Perguntou, olhando nos olhos dela. –Vi como ficou quando a garota da visão entrou na sala.

—Eu não sei. –Ela deu de ombros. –Bem, eu acho. E você?

—Nunca estive melhor. –Disse sorrindo convencido.

—Estou falando sério, Potter. –Lily disse colocando sua mão sobre a dele. –Sei que está usando seu sorriso convencido de sempre para esconder o que realmente está sentindo, mas não precisa esconder, não de mim. Eu já disse isso.

—A verdade é que eu não parei para pensar no que me disse.

—Como consegue?

—Se eu pensar sobre o assunto terei que aceitar que não vou acompanhar o meu filho até a estação quando ele fizer 11 anos e que você também não e tudo isso por nenhum motivo aparente.

Os dois se encararam por um momento até que ela colocou um sorriso nos lábios. Estava cansada daquele clima pesado sobre eles, então decidiu mudar de assunto, um mais agradável.

—Hey, aonde escondeu esse James Potter por todos esses anos? –Brincou e ele arqueou as sobrancelhas.

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—Não sabia que existia mais de um James Potter.

—Ah, existe. Já conheci vários, mas esse ainda é novidade pra mim.

—Uma novidade boa? –Ele a olhou esperançoso e a garota riu. –Quais são os que você conheceu?

—Tem o James Potter convencido, o insuportável, o metido, o infantil, também tem o idiota. –O garoto revirou os olhos, rindo. –Tem o sério também, mas ele só aparece no campo de Quadribol e geralmente vem acompanhado do convencido.

—Eu sou sempre convencido.

—Tem razão, mas as vezes você exagera.

—E qual James Potter eu sou agora? –Perguntou, desviando os olhos das lindas estrelas e voltando os seus para um brilho ainda maior e mais bonito, que eram os olhos dela.

—O verdadeiro.

—Como assim?

—Não está preocupado com o que eu penso de você e mesmo que tente esconder o que está sentindo, tenho que dizer, não está funcionando.

—Eu sei, nunca fui bom em esconder o que estou sentindo de você. –Ele deu um pequeno sorriso e reparando que ela estava perto demais, voltou seus olhos para as estrelas antes que fizesse uma loucura.

—James? –Ela chamou e ele se virou.

—O que foi?

Devagar, Lily Evans se aproximou mais dele. Era perigoso, ele sabia, mas não desviou o rosto desta vez. Ela levou sua mão até a nuca dele e continuou chegando perto até que um sentisse a respiração do outro tocar sua pele. A ruiva olhava em seus olhos enquanto acariciava sua nuca e então ela selou aquele momento com um beijo.

Era um beijo tranquilo, lento, mas ao mesmo tempo o mais intenso. Os lábios macios dela se fecharam sobre os dele e James ficou sem reação por um momento. Não sabia o que aquilo significava, mas resolveu que não pensaria nisso também.

Aos poucos o beijo se tornou mais desesperado e vivo, como se com aquilo eles tivessem colocando todas as suas preocupações e medos para fora, de modo que restassem apenas os verdadeiros James e Lilían ali, livres de tudo e de todos. Estavam ali apenas para aquele momento.

Não se lembravam como, mas de algum jeito a ruiva acabou sentada no colo do rapaz, ainda coberta pela capa e com os lábios ainda presos aos dele. Quando se separaram, os dois deram o primeiro sorriso verdadeiro depois de toda a preocupação que aquela visão trouxe consigo. Aquilo não importava mais, não naquele momento.

—Você gostaria de ir a Hogsmeade comigo, James Potter? –Ela convidou.

—Essa é a parte em que eu grito o quanto você é detestável? –Ele disse com um sorriso divertido e ela revirou os olhos. –Eu adoraria.

Os dois se beijaram mais uma vez, e continuaram com isso por mais um tempo até que Lily se deu conta de que precisavam acordar cedo no dia seguinte. Não queriam ir embora. Queriam continuar presos naquele momento sem preocupações ou ameaças, apenas a paz e a felicidade de estar na companhia um do outro.

Caminharam em silêncio pelo castelo até que chegaram a torre da Grifinória. Disseram a senha e juntos entraram, parando no salão comunal. Os dois se beijaram mais uma vez e quando pararam Lily disse:

—Você não pode simplesmente ignorar o que sabe, James.

—E não posso aceitar também. –Respondeu, pegando a mão dela.

—Me prometa que vai pensar em tudo o que aconteceu? E não estou falando apenas de hoje...

—Está falando da parte em que me beijou e me convidou para sair? –Brincou e ela riu, lhe dando um tapa fraco no ombro.

—Eu estou falando sério. –Disse se esforçando para ficar séria. –Quero que pense bem e saiba exatamente o que tudo o que eu lhe disse significa.

—Eu prometo.

A ruiva sorriu e seus lábios se tocaram uma última vez, finalmente se despedindo. Quando cada um seguiu seu caminho em direção ao quarto, todo o sentimento de medo que haviam se livrado havia voltado para mais uma noite em que eles gritariam tão alto que nenhum deles conseguiria dormir. Mas Lily preferiu passar sua noite revivendo os diversos beijos no lago negro, lembranças contra as quais James teve que lutar fortemente para cumprir a promessa que fizera para a ruiva.