Um mês se passou. Gabe todos os dias sentava em frente à janela e observava os pingos da chuva escorrendo pelo vidro. Mas, naquela quarta-feira do mês de março, havia sido diferente. Não estava chovendo ou ventando, por incrível que pareça. O dia estava claro e ensolarado.


POV do Gabe:


– Tchau, Ry.


Fechei a porta e caminhei até a praça. Parei em uma Starbucks no caminho para pegar um café. Chegando no lugar desejado, sentei em um banco e observei algumas crianças brincando. Devo ressaltar que elas eram lindas.

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Não tardou para que eu percebesse ninguém menos do que Bill lá. Ele estava com uma mulher a seu lado. Uma mulher. Eu não conseguia acreditar. Era tudo o que eu menos precisava. Havia ido até a praça para relaxar e acabei me deparando com aquela cena.

Levantei rapidamente do banco e saí da praça.


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– Já voltou?

– Já.

– Eu preciso sair. Você fica bem sozinho?

– Sim.

– Tudo bem, então tchau.


Ryan saiu do apartamento, e eu, após alguns poucos minutos, saí também.


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Bati na porta. Ele abriu e não percebeu de imediato que era eu. Quando ele conseguiu perceber, já era tarde demais; eu segurei sua nuca para que ele não tentasse fugir e o beijei.

Ele tentava lutar. Conseguiu se soltar e me encarou bravo. Deu um tapa no meu rosto.


– O que você pensa que está fazendo, seu imbecil?


Não dei ouvidos: voltei a o beijar. Ele mais uma vez tentou lutar. Por vezes eu ficava sem fôlego e parava, mas não dava tempo para ele me arrastar para fora de sua casa. Enfim, ele se rendeu. O guiei até o corredor, onde tinha a entrada para seu quarto, ainda o beijando. Abri a porta e a fechei depois de termos passado. O encostei sem força na parede e beijei seu pescoço.

Depois, o joguei na cama. Tirei sua camisa e beijei sua barriga, voltando depois para sua boca. Comecei a abrir o zíper de sua calça.


– Para - ele disse.

– Você quer que eu sei.

– Eu mandei parar. Que merda você está fazendo aqui, bastardo? Vai embora da minha casa.

– Ei, calma aí né.

– Seu cu. O que pensa que está fazendo?

– Eu penso que eu estou tirando a sua roupa e vendo um corpo lindo - obviamente.

Deu um tapa em minha testa. - Ah, vai tomar no seu rabo. Sai de cima de mim.


Pegou sua camisa e a colocou de volta. Saiu do quarto e eu fui atrás. Depois, parou em frente à porta.


– Anda, vai embora.

– Eu não vou a lugar algum.

– Sai. Da. Minha. Casa. - Falou pausadamente.


Sentei e coloquei os pés em cima do sofá. Peguei uma revista e comecei a folheá-la, para provocá-lo.


– Ei, essa revista é nova?


William caminhou até mim e tirou a revista de minhas mãos.


– Ei, qual é!

– Eu mandei você ir embora, ficou surdo?

– Desculpa, eu não consigo ouvir - gritei.

– Você quer que eu vá aí te pegar à força?

– Quê? Eu não estou ouvindo! - Gritei novamente.


Novamente foi até mim, mas dessa vez, me agarrou pela camiseta e me levou até a porta.


– Até nunca mais.


E bateu-a.

Saí feliz de sua casa: eu havia feito mais do que simplesmente beijado sua boca; e eu adorava vê-lo irritado. Era uma das coisas que eu mais gostava nele.

Ele havia se rendido, e agora eu não desistiria tão facilmente. Eu iria atrás dele, custava o que custasse. Não me importava nem um pouco se ele queria ou não, eu iria fazer de tudo para consegui-lo de volta.