Irresistível Presença

Capítulo XX - Ótimo Professor


Capítulo XX

- A mãe de Edward? – repeti incrédula.

- Sim. Imagino que ele nunca tenha falado de mim, mas é verdade o que estou dizendo, sou a mãe dele. Por favor, não desligue o telefone... – pediu apressadamente temendo que eu a julgasse um trote maldoso.

- Sei que é verdade. Não vou desligar – tranquilizei-a, sem saber ao certo o que dizer. Edward tinha deixado bem claro que não gostaria de falar novamente com Elizabeth, mas o que fazer quando ela pedia por minha atenção? – O que deseja comigo? – perguntei hesitante.

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Escutei um suspiro aliviado do outro lado da linha antes que Elizabeth se manifestasse em voz fraca:

- Então... Edward já falou sobre mim? – meu coração partiu diante a expectativa da mulher. – Isso é bom, não é? Pelo menos ele não me ignora... - a esperança de Elizabeth me atingiu em cheio, e ali pude sentir, sem escutar nenhuma palavra referente ao assunto, seu remorso por ter um dia abandonado o filho.

- Sim, ele me falou sobre você... – tentei ser cautelosa com as palavras. Elizabeth nunca fora tema de alegria para Edward, mas eu não precisava jogar álcool em suas feridas – É que não existem segredos entre nós, compreende?

- Entendo. – pausou por um momento – Entendo perfeitamente o que tenta dizer, meu bem. – comentou resignada - Não fique constrangida por mim. Você é muito gentil, Isabella, mas sabemos que mereço toda a mágoa que meu filho sente... – não conseguiu dizer mais nada, pois suas palavras foram interrompidas pela emoção. Sabia que a mulher chorava, embora tentasse abafar o pranto.

Não sei explicar se minha reação foi pelo fato de estar grávida e comovida pela história da mãe desprovida de afeto filial, ou se pelo rancor que sabia existir no coração de Edward, só sei que quando percebi, meu rosto também se banhava em lágrimas.

Viajei, em fração de segundos, em meus próprios pensamentos, levando uma mão à barriga, acariciando-a. Tentei imaginar os motivos que podem levar uma mulher a abandonar um filho, e automaticamente pressionei os dedos na pele que cobria meu ventre habitado, sentindo uma angústia crescer dentro do peito.

Preferiria ser apunhalada mil vezes a ter que me afastar da criança que já tanto amava, porém, isso não me dava o direito de julgar Elizabeth. Sem dúvida, sua atitude gerara grande sofrimento àquelas pessoas envolvidas no caso - principalmente a Edward, que era o mais inocente de todos -, mas é muito fácil apontar um dedo de recriminação para uma pessoa e condenar suas atitudes quando nossa vida está perfeita. No entanto, a vida de Edward ainda não estava completamente perfeita, pois ele alimentava mágoas do passado em seu coração, e se eu não o ajudasse a se libertar dessa ferida, quem mais poderia?

Obviamente não agiria feito uma estúpida romântica, que ao invés de resolver, piora a situação por estar cheia de boas intenções e deixar o coração falar mais alto do que a razão. Antes de qualquer tentativa de reaproximação, me certificaria de que Edward não se machucaria ainda mais com o retorno de Elizabeth.

- Tudo bem, Elizabeth... – comecei sem titubear, contudo resoluta em reorganizar as vidas que restaram daquele passado triste. – Já entendi, você quer minha ajuda para se reaproximar de Edward, não é isso?

- Oh, sim, querida! – exclamou e não sei se ela ficou mais surpresa ou grata por eu ter ido direto ao assunto. – Você me ajudaria?

- Primeiro preciso saber quais são as suas intenções. – e tinha um ponto crucial a ser descartado - Diga-me, você está precisando de dinheiro? – indaguei sem medo.

- Não, não... – respondeu rapidamente – Minha situação financeira é bem estável. Não me falta nada. Dou-lhe minha palavra de que não estou atrás do dinheiro de Edward.

- Ótimo. E do que você está atrás Elizabeth? De perdão?

Ela gemeu.

- Não creio que serei perdoada...mas gostaria que Edward, pelo menos, soubesse o quanto o amo.

- Bom...se você está disposta a lutar por esse objetivo, então eu a ajudarei.

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Elizabeth murmurou um “obrigada” e se entregou a um choro comovente.

- Você poderia se encontrar comigo? – perguntou depois de um tempo.

Hesitei.

- Sim, mas só depois do reveillon. Tudo bem? – a vida profissional de Edward estava uma correria com as festas de fim de ano e eu não queria perturbá-lo ainda mais naquele momento com assuntos sobre Elizabeth, muito menos mentir sobre os meus encontros com a mulher em questão. Nada seria secreto, sendo assim, faria apenas quando pudesse participá-lo sem peso na consciência.

- Oh, sim! Para mim, está ótimo. Quer anotar o número do meu telefone?

- Melhor, não. - quanto menos eu soubesse de Elizabeth, menos mal me sentiria em ter que omitir, por alguns dias, aquele telefonema de Edward - Façamos assim: ligue-me na primeira segunda-feira de janeiro, após as 17:00h, mas antes das 19:30h, combinado? – nesse horário apenas eu estaria em casa.

- Combinado. Ah, Isabella, nem sei como lhe agradecer.

- Muito simples, dê a seu filho o amor que ele merece. A propósito, como sabe o meu nome?

- Todos os jornais divulgaram o vosso casamento, minha querida.

Claro que sim. Pergunta ridícula. Muitas outras dúvidas surgiram em minha cabeça, mas deixaria tudo para depois.

No Natal, Edward fizera uma surpresa me levando a Forks, a fim de passarmos o dia com meu pai. Já a virada do ano havíamos comemorado na casa de Esme e Carlisle junto de Emmett, Rosalie, Alice e Jasper; e passava das três horas quando decidimos abandonar a festa. Mesmo dando a todos a desculpa de que “Bella precisa descansar” para irmos embora, Edward não me deu sossego desde o momento em que adentramos em nosso apartamento. E eu estava adorando aquela celebração particular.

- Esse foi o melhor reveillon da minha vida. – Edward comentou acariciando minha barriga, apoiado sobre um cotovelo na cama, após uma sessão explosiva de boas vindas ao novo ano. – Feliz dois mil e nove, meu amor! – desejou com uma voz roucamente sensual e desceu os dedos até meu sexo inchado pelo ato ardente de pouco tempo antes. Gemi.

- Ah, Edward...você é impossível. – eu me contorci, arfando com seus toques alucinantes. – Acabamos de fazer isso...e ohh...você...ahh...já quer mais?

- Vou te mostrar – afirmou antes de me levar mais uma vez às alturas.

Somente depois de escutar a voz de Elizabeth no telefone é que me dei conta do quão rápido os dias se passaram. Já era cinco de janeiro, segunda-feira, e eu nem percebera até então. O que foi bom, pois talvez eu não tivesse me comportado tão naturalmente na presença de Edward se me lembrasse a todo o momento do que estava por fazer. Na última vez em que Elizabeth telefonara temi não esconder a ansiedade quando Edward chegasse em casa, mas me surpreendi com o fato de que - na época - o artigo que estava revisando para a revista acompanhado por alguns outros trabalhos de faculdade, distraíram minha cabeça.

- Bem, Isabella, estou no Delaville Café, se puder me encontrar agora...fica pertinho da sua casa.

Sim. Ficava há exatamente dois quarteirões do meu prédio, o que significava que Elizabeth sabia tudo sobre a vida de Edward.

- Claro. Já estou indo.

Desliguei antes de maiores informações e peguei o casaco que tinha acabado de deixar no sofá da sala. Saí calçando minhas luvas, excitada com a situação, sabendo que nem o frio me faria andar devagar até o meu destino.

Deus! Eu conheceria a mãe de Edward. Uma mulher que nem mesmo ele reconheceria se avistasse pelas ruas da cidade. Como ela seria?

Quando entrei no café, senti o corpo relaxar com o calor do ambiente, no entanto, meu coração ainda palpitava de ansiedade. Era a hora da verdade. Pedi ajuda aos céus, pois não gostaria de ferir ainda mais os sentimentos de Edward. Reaproximar mãe e filho seria muito bom, se Elizabeth estivesse realmente sendo honesta em alegar seu amor por Edward.

Por alguns segundos fiquei paralisada e confusa estudando os rostos dos presentes no ambiente, porém, quando avistei uma solitária mulher em uma das mesas mais ao fundo do café arregalei os olhos. Não tinha como não saber: aquela era Elizabeth. Caminhei até sua direção admirando a rosto que tanto contribuíra para a perfeição de Edward. Elizabeth era bem mais jovem do que eu havia imaginado e sua delicada blusa rosa-pastel enfeitada por um longo colar de pérolas, revelava uma elegância monárquica. Ela remexia nervosamente os botões do casaco creme que repousava sobre suas pernas, enquanto os olhos passeavam de um lado para o outro sem nada fitar, alheia em seus próprios pensamentos, mas quando me encontraram – já parada diante sua mesa - eu os vi arregalarem-se em surpresa.

- Isabella! – exclamou a voz suave que eu já bem conhecia. Sorriu, dando-me mais uma prova de que era mãe do meu marido, e se levantou para me cumprimentar com um abraço. – Você chegou rápido. Sente-se, querida.

Retirei meu casaco, e coloquei-o ao meu lado no assento almofadado. O Delaville Café era frequentando por pessoas das classes mais favorecidas, e por isso, sua decoração era bem soberba, mesmo assim, Elizabeth parecia muito à vontade no ambiente.

- Como me descobriu aqui? – indagou com um sorriso vaidoso por deduzir a resposta. Sorri também, arqueando as sobrancelhas.

- Realmente estou impressionada. – garanti com um gesto positivo de cabeça - Você e Edward são muito parecidos. – o sorriso de Elizabeth aumentou ainda mais.

- Sim. De Anthony, Edward herdou apenas os olhos – já que os de Elizabeth eram verdes, os castanho-dourados de Edward só podiam ter vindo do pai. – Porém os de meu filho são mais bonitos...cor de whisky – comentou pensativa e me lançou uma piscadela – Dos mais caros, obviamente.

Gostei da comparação, pois aqueles olhos cor de whisky, sempre me aqueciam e me embriagavam, porém o que eu mais gostei naquela conversa, foi de constatar o quanto Elizabeth se orgulhava de Edward. Após um suspiro tristonho, ela prosseguiu:

- Anthony teve um fim triste... – permaneci em silêncio ouvindo o desabafo – Eu soube de sua infeliz morte, mas não me culpo por ela. – confidenciou – Me culpo apenas por todo o sofrimento de Edward.

- Por que o abandonou, Elizabeth? – não pude evitar a pergunta. Ela franziu o cenho e abaixou o olhar, constrangida.

- Gostaria que antes pedisse uma bebida bem quentinha para se aquecer do frio que enfrentou para me encontrar. Pode ser? – assenti e então pedi a um garçom um capuccino com chocolate suíço e enquanto Elizabeth explicava o seu café, fiquei observando o lindo rosto da mãe de Edward.

- Então, Isabella... – começou quando nossos pedidos foram deixados na mesa.

- Por favor, me chame apenas de Bella.

- Muito bem, então, Bella, vou tentar resumir minha vida. – sorriu sem vontade - Eu era muito nova quando me casei – confidenciou mirando as mãos entrelaçadas por dedos agitados, sobre a mesa – Eu tinha apenas dezessete anos quando Edward nasceu – o que significava que hoje ela possuía quarenta e cinco - E nessa época já não aguentava mais o ciúme de Anthony. Ele era extremamente possessivo e desconfiado, e com o tempo ele ficou também agressivo. – tampou o rosto com as mãos e depois de segundos em silêncio, me encarou com um olhar magoado – Anthony era doente por mim, Bella, e eu me sentia sufocada... Ah, sei que não foi certo correr para os braços de outro, mas quando conheci Ruy, me senti viva novamente. Ele era gentil, carinhoso e extremamente protetor. Eu não pensei duas vezes antes de abandonar Edward, pois achava que eu também merecia ser feliz, mas não tardou muito para que a triste realidade desabasse sobre minha cabeça: eu jamais poderia ser feliz tendo deixado para trás o melhor pedaço de mim. – abaixou o rosto para chorar em silêncio. – Eu nunca deixei de amar meu filho. – murmurou.

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Permaneci em silêncio, deixando Elizabeth à vontade para enfrentar o passado.

- Ruy era engenheiro recém-formado – continuou enquanto as lágrimas ainda escorriam - Não possuía muitos recursos, e eu sabia que juntos passaríamos por dificuldades financeiras. Embora possa parecer irônico, eu não queria que nada faltasse a Edward, por isso deixei-o junto ao pai – riu cheia de rancor – No entanto, tudo faltou a ele.

Na verdade faltara amor, que era o principal na existência de uma criança, mas eu não diria em voz alta.

- Por que não o procurou antes?

- Medo.

- Mas o risco de rejeição teria sido menor antes do que hoje em dia... o que mudou agora? Não sente mais medo?

- Ah, minha querida... – enxugou os olhos com um lenço que retirou da bolsa – O tempo é um ótimo professor. Sabe? Eu não entendia como uma pessoa que teve a coragem de abandonar a família para viver ao lado de outro homem, podia ter tanto medo de tentar se reaproximar do filho. – meneou a cabeça – Só então percebi que eu nunca tive coragem para coisa alguma. Eu fugi ao invés de enfrentar o que achava ser meu grande problema. Quando fui embora, fui por ser medrosa e não por ser corajosa. Mas essa conversa de coragem e medo não serve mais para mim, afinal, o que mais eu poderia perder tentando falar com o meu filho?

- E o seu marido, o que diz de tudo isso?

- Não tenho marido. – mostrou a mão esquerda livre de qualquer anel de compromisso.

- Mas e esse Ruy com quem foi viver? Você teceu vários elogios sobre ele.

- Todos verdadeiros, pode acreditar. Ruy foi o meu grande e verdadeiro amor. Mas ele queria uma família. – deu de ombros.

- Não entendo. Vocês romperam por que ele queria uma família? Mas você não pediu o divórcio a Anthony? – mesmo que o pai de Edward se recusasse, ela conseguiria o divórcio por meios legais, mesmo que demorasse, então Elizabeth e Ruy poderiam se casar oficialmente. Não existia motivo para rompimento.

- Não é isso. Ruy queria filhos. – arqueei as sobrancelhas. – Como eu poderia ter outros filhos sabendo que o meu maior tesouro não estava em meus braços? – então Elizabeth chorou copiosamente. Os que estavam mais próximos a nossa mesa perceberam o drama que a mulher se encontrava, embora fosse impossível escutar seus lamentos de dor - Como eu poderia cuidar, acariciar, amamentar, educar e amar outra criança sabendo que tudo isso fora negado a Edward por mim?

Meus olhos também estavam embaçados por lágrimas. Não tinha como me manter indiferente às palavras de Elizabeth. Deus! Ela nunca fora feliz.

- Está tudo bem, Elizabeth – peguei uma de suas mãos geladas entre as minhas, transmitindo-lhe confiança – Vai dar tudo certo. Edward também vai aprender com o tempo a lhe perdoar. Pode apostar.

- Não sei se eu mereço perdão.

- Claro que merece. Não se condene tanto, Elizabeth. Sei que se fosse hoje, você faria tudo diferente, mas infelizmente não dá para mudar o passado. Se pudesse, todas as pessoas teriam motivos para voltar no tempo e reparar algum ponto de suas vidas, porque ninguém é perfeito. Todos se lamentam ou se culpam por algo que ficou para trás, mas poucos tentam consertar o que foi danificado, ou reconstruir aquilo que parecia não ter mais salvação.

Ela ficou me observando com um brilho novo no olhar. Como se tivesse sido injetada por novos ânimos. Sorri para Elizabeth.

- Sabe que se continuar firme e forte nessa luta, você só tem a ganhar? Além de recuperar um filho, você ganha também um neto.

Ela então escancarou a boca maravilhada, parecia não encontrar palavras para expressar o que sentia.

- Se o meu coração quase parou agora, fico imaginando a reação de meu pai quando descobrir a novidade.

Naquela conversa fiquei sabendo que a avó materna de Edward morrera enquanto Elizabeth ainda era criança, e que depois de sua separação com Ruy voltara a morar com o pai, um viúvo de sessenta e nove anos, na Grécia. Edmund Masen, era um banqueiro impecável, que segundo Elizabeth sempre a incentivara a buscar o neto deixado para trás.

- Seu pai é grego? – perguntei curiosa. – Masen não me parece um nome grego.

- Ele nasceu em Atenas, mas seus pais eram daqui mesmo, de Chicago, já minha mãe era de família grega, Crestakis.

- Sabia que Edward tinha alguma relação genética com os deuses gregos. – brinquei vendo Elizabeth gargalhar pela primeira vez.

- Não sou capaz de dizer o quanto estou feliz por estarmos aqui juntas, Bella. Obrigada pela chance que está me proporcionando.

- Não me agradeça por nada, Elizabeth, faço isso apenas porque sei que Edward será muito mais feliz se conseguir superar as mágoas do passado.

- Você o ama muito, não é mesmo? – avaliou meu estado apaixonado – Nem precisa responder. Seus olhos brilham todas às vezes em que escuta ou fala o nome dele. – ri timidamente.

- Confesso que essa transparência de sentimentos era uma pouco inconveniente na época em que começamos a nos relacionar.

- Mesmo? – Elizabeth parecia encantada - Gostaria de saber como se conheceram. Poderia me contar? – pediu radiante pela oportunidade de saber mais sobre o filho.

- Claro que sim.

Seguimos sorvendo nossas bebidas enquanto narrava a história maluca de como Edward e eu havíamos nos conhecido.

O tempo passou rapidamente e quando cheguei em casa estava mais do que confiante em relação aos sentimentos de Elizabeth pelo filho. Ela era uma mulher encantadora, que mesmo se sentindo fraca e covarde, era na verdade muito corajosa. Somente os corajosos são capazes de enxergar seus erros e tentar repará-los.

Quando abri a porta do apartamento vi Edward estagnado no meio da sala, com o celular na orelha, me encarando com um semblante aturdido, e no exato momento o meu aparelho tocou dentro de minha bolsa.

- Preciso atender? – debochei correndo para abraçá-lo.

- Bella! – me repreendeu abraçando-me forte – Isso não se faz.

- O que houve? – questionei enquanto ele beijava meu rosto todo e por fim minha boca.

- Te procurei pela casa inteira antes de perceber que estava sozinho. Liguei no teu celular mas você não atendeu...fiquei preocupado. Pensei que estivesse desmaiada por alguma parte desse prédio, afinal, vi seu carro na garagem. – meu carro, uma BMW-X6 preta que ele me dera de Natal. – Onde estava?

- Aqui pertinho, no Delaville Café. – expliquei – Mas juro que não escutei meu celular.

- Tudo bem. – selou nossos lábios rapidamente – Da próxima vez fique com ele nas mãos. – revirei os olhos. – Estou falando sério.

- O pior é que eu sei disso. – às vezes ele falava comigo como se eu fosse uma criança.

- O que foi fazer no Delaville Café? Comer ovo com capuccino?

- Não engraçadinho. Fui me encontrar com uma pessoa. – a hora de revelar meu encontro chegara mais cedo do que eu imaginava. Edward franziu a testa quando sentiu meu nervosismo.

- Quem? – perguntou incerto, afrouxando os braços que rodeavam minha cintura.

Respirei fundo e mordi o lábio. Um gelo mordaz percorreu meu corpo. Não sabia se falava logo ou se enrolava um pouquinho contando tudo desde o princípio. No final, resolvi soltar sem protelar mais o assunto:

- Tua mãe.