Irmãos Desaventurados

Despedidas encharcadas / Katherine


Acho que tem alguma coisa errada com os meus ouvidos,dou uma leve batida neles. Eu escutei certo? Nicholas Marin? Meu irmão? Na mesma arena comigo,onde só um pode sobreviver? Isso só pode ser brincadeira. Então o vejo subindo ao palco com ar de tristeza.O que eu fui fazer? Porque me ofereci como tributo mesmo? Meus pensamentos começam a ficar bagunçados. Samanta O’Nery. Cega. Minha melhor amiga. Não pude deixar-la ir para o matadouro. Esses foram os motivos para me oferecer. Mais nunca imaginei que ele iria ser escolhido também. Bela encrenca fui me meter. Liesel me pergunta se somos parentes e afirmamos com a cabeça,digo que somos irmãos.Estou certa,ou consegui ver no olhar daquela mulher da Capital, um pouco de pena ? Ela nos manda apertar as mãos , porém fazemos mais do que isso,nos abraçamos. E damos as mãos erguendo -as quando ela diz :

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– Esses são os tributos dessa Edição, Nicholas e Katherine Marin – Todos batem palmas para nós e gritam nossos nomes. Somos campeões aos olhos deles, lutaremos e um de nós vencerá com honra pelo nosso distrito. Deve ser o que eles pensam,quanta bobagem.

Somos dirigidos juntos até uma sala,não sei como será esse ano,se vão nos deixar na mesma sala ou não. Irmãos na arena? Que excitante! Todos da Capital devem estar pirando e rancandos os cabelos de tanta emoção. Enquanto nossos pais, estão se derramando em lágrimas,exceto meu pai,claro que deve pensar que tem a família mais sortuda do mundo. Como previsto eles nos colocam em salas separadas,que burrice a deles,nós só temos uma família.

À medida que aguardo alguém vir me ver, começo a prestar mais atenção nos detalhes da sala. Um mesinha ao canto com uma flor muito mucha.Deviam trocá-la para animar os tributos que passam por aqui penso.Tem também um sofá,tão macio quanto a minha cama,mais mil vezes melhor,uma janela que vai na direção ao mar,vou até ela. Hoje o mar está tão calmo que eu diria que ele se parece mais com um rio. O céu está límpido sem nenhuma nuvem que pode significar uma tempestade. Sentirei saudades dessas ondas,da brisa nas manhãs de inverno. De andar pela praia no caminho até a escola, das poças d'água que ficam impregnadas junto com algumas rochas,dos corais,até de ajudar meu pai na pescaria.

Suspiro,o que diabos eu vou fazer? Posso vencer sem sombras de dúvidas,mas não quero que Nick vá. Ele tem que vencer,ele tem o melhor coração,é bondoso,ajuda as pessoas,quer ser médico. Não posso estragar os planos dele. Não tenho esse direito. Não tenho medo de morrer,e sim de viver e levar a vida dele comigo,isso me assombraria a vida toda, e eu o amo,não posso deixar-lo ir. Se ele soubesse que estou pensando nisso,me repreenderia na hora. Dou um pequeno sorriso,posso imaginá - lo."Pare de pensar besteira menina, e se concentre em cada oxigênio que você ainda tem." Imito sua voz. Mais é isso o que eu vou fazer. Todo mundo irá pensar que ele dará a vida para me salvar. Vamos ter muitos patrocinadores, primeiro por eu ter me oferecido por Samanta, segundo por sermos Carreiristas, e terceiro e o pior de tudo,por sermos irmãos. É isso ai Kats,Nick vai vencer e você vai fazer o impossível para que isso aconteça.

Interrompendo meus desvaneios vejo à porta uma Emma chorrosa e meu pai,sério como nunca o vi antes.

– Querida eu...eu...eu sinto muito, nunca quis que vocês dois fossem para arena. – Murmura meu pai.

– Eu sei pai,mas não sei o que fazer. – Tento ao máximo segurar as lágrimas não, na frente deles não.Eles vão me achar uma fraca e não posso aparentar isso.

– Tome cuidade que seu irmão fará do resto.

– Mas, não quero que ele morra .

Ninguém consegue falar mais nada. Que clima horrível penso. Respiro e pergunto:

– Já o viram?

– Sim. – Escuto a voz abafada de Emma.

– Como ele está?

– Horrível. Mas já nos disse o que vai fazer,salvar você.

Claro que vai, isso é tão previsível da parte dele,o que ninguém imagina são os meus planos .

– Tudo bem,não consigo mais fazer isso. – Os abraço e digo que ficaremos bem. Que mentira mais ridícula essa que acabei de dizer. Mas de uma coisa estou certa, nesse ano a vitória será de Nicholas.

Um pacificador avisa que o tempo acabou então é quando Emma começa a entrar em desespero,

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– Não deixe ninguém mata-lo, filha, faça com que ele vá sem dor. – Diz Mason.

– Eu vou protege-lo pai. – É a última coisa que digo e sinto seus olhos desconfiados me olhando através da parede.

– Três minutos – Diz rudemente um pacificador.

– Olá cachinhos de ouro .

– O que você quer John ? Não devia estar vendo Nick a uma hora dessas?

– Sim, já vi ele. Como se sente?

– Como acha que me sinto? Seu cabeça de vento!

Ele ri o que faz minha raiva aumentar. Delicadamente ele vem me abraçar penso em rejeita-lo mas não o faço.

– Não sei o que dizer,querida.

– Idiota.

– Fique segura e faça – o ter uma morte traquila,por favor.

Penso em discutir e lhe contar meus planos, mas só dou-lhe um beijo no rosto e digo:

– É o que eu vou fazer, obrigada por ter nos treinado.

Ele sorri.

– Seu tempo acabo - Alguém responde.

– Adeus John - Ele sai da sala me olhando.

Ainda falta a Sam,será que ela ficou muito abalada pra vim me ver? Nesse instante a porta se abre e ela vem em minha direção com ajuda de sua bengala.

– Oh céus!Você não devia ter ido no meu lugar,agora irá para arena com o Nicholas! Porque você fez isso sua sua anta sem cérebro? – Ela diz de repente aos choros.

– Não podia deixar você ir Sam! Sei que se a situação fosse o oposto,você faria o mesmo por mim.

– Sim,faria. Obrigada por ir no meu lugar. Tente não morrer minha amiga. – Ela sussurra.

– Farei o possível, mas pensa pelo lado bom, terá tanta gente imbecil nesse Jogos que não precisarei matar ninguém eles mesmo farão o serviço. – Digo presunçosa. Ela dá um sorrisinho de lado e me abraça forte.