Iris

Reaching Horizons


O vento que adentrava a grande janela acariciava o corpo semi-coberto da bela ninfa. Acordara, assim, com uma angústia profunda em seu peito. Observara que estava sozinha no recinto, e começara a vestir-se, ignorando o sentimento sufocante, que secava-lhe a garganta e dava-lhe calafrios. Notara que o violino e a lira de sua companheira de viagem continuavam no mesmo lugar que a mesma havia deixado na noite passada, e, sendo assim, deixara seu cajado ao lado dos dois, para que o reouvesse se assim precisasse. Descera as escadas e logo no final dos degraus, fora informada por um dos guardiões, que Lúthien encontrava-se na sala de refeições, com Isirië, por convite da mesma. O elfo disse-lhe também que a mesma também fora convidada, e a refeição não havia começado há muito tempo; o sol havia surgido no horizonte há poucos momentos, e ainda haviam sinais da escuridão noturna em uma pequena faixa do horizonte. Orube, então, fora acompanhada até a sala por outro elfo, e gentilmente convidada para entrar e juntar-se à mesa. Sentou-se ao lado de Lúthien, e começara a degustar os vários pratos que compunham aquela refeição, digna de uma princesa. Isirië comentava sobre vários assuntos com as duas garotas, até que a curiosidade maior revelara-se: perguntara sobre o fato da ninfa ser um dos tão ditos Arautos. O clima dentre as três presentes na mesa deixou a descontração, e Orube sabia precisar lidar melhor coma s palavras dali para a frente. Respondeu, com cautela, que sim, fora designada pela deusa Nix a representá-la dentre os reinos, e que contava com a vigilância da mesma. Em resposta, uma expressão com nuances de dúvida formava-se no rosto da princesa, e a mesma respondeu-lhe que havia notícias de outro Arauto, e que ele rumava para suas terras em pouco tempo. A meio-elfa e a ninfa logo creram estar-se falando de Vincent, mas assim que Isirië contar-lhes de que este Arauto vinha de terras distantes, por além dos oceanos que dividiam o continente e que tinha a bênção do deus protetor da água, também conhecido como Dhástir - seu nome era pouco disseminado nos povos dos cinco reinos, mas os tomos que reuniam as grandes histórias com os feitos dos deuses, era sabido que o deus patrono da água não era uma entidade com quem deveria-se lidar sem ter-se certeza de suas habilidades, pois o mesmo já havia liderado muitos heróis para a luz, quando sua vida esvaía-se em trevas. Era uma pena que um deus tão poderoso perdesse seu culto assim tão facilmente e caísse em esquecimento.

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Algum tempo após o grande café da manhã em companhia da líder local, Lúthien e Orube ainda pensavam no que havia sido na mesa. Certamente, Orube contataria Vincent mais tarde, para contar-lhe de tal novidade e pedir-lhe que ficasse atento com notícias de um possível Arauto Cristalino dentre o reino Ignídeo, que era o destino do humano. As duas garotas, então, prosseguiram para a cidade, para procurar por serviços que lhes fossem úteis antes de partirem novamente até sua jornada. A maga encontrara um grande mestre no domínio do fogo, enquanto a barda ouvira falar de um exímio musicista, e foram ter com estes. Esperavam aprender mais sobre as habilidades que podiam dominar, bem como novas técnicas que as pudessem preparar mais contra os perigos maiores que enfrentariam na estrada.

Orube entrara na grande casa indicada, e encontrara um jovem sauriano dentre uma grande quantidade de tomos e pergaminhos antigos. Ele era uma espécime de humanoide, com o corpo feito de uma couraça vermelha que assemelhava-se a um dragão, porém menos evoluído, e com um aspecto levemente amedrontador. Lembrava, em parte, as espécies que diziam-se viver por além do mar, que eram também faladas no passado de um dos vários mundos conhecidos, além de Iris - eram conhecidos por estes como dinos. Sendo assim, a ninfa não pudera deixar de admirar-se: encontrar um sauriano em qualquer um dos reinos era algo raro, tanto quanto encontrar uma criatura de sua raça.

O sauriano saudou a maga e questionara-a sobre por que elas estaria no seu sacrário escriba, após um pequeno gracejo sobre sua beleza. Orube devolvera-lhe com um sorriso e comentara precisar de instruções, e que seu nome fora dito por alguns habitantes da cidade. Sendo assim, Klamel mudara de posição perante a ninfa. Deixara os livros de lado e perguntara-a sobre seus feitos; sabendo o que deveria ser feito, a ninfa mostrara-lhe todas as medalhas que havia conseguido. Observara a face do reptiliano iluminar-se ao ver a medalha do Pentágono, a da Escola Lazúli e também as conseguidas no duelo que haviam lutado na floresta; porém, nada o impressionara mais do que o belo amuleto de Orube, que ela havia recebido da grande deusa Nix. Prontamente, Klamel se dispôs a ensinar-lhe tudo o que sabia sobre o domínio do fogo, bem como dar a maga novos pergaminhos, para que a mesma pudesse conjurar feitiços que a ajudassem.

Ao mesmo tempo, Lúthien aventurava-se a encontrar o tal instrumentista tão falado pelas tabernas da cidadela. Disseram-lhe que deveria procurá-lo na mais alta colina que o sol iluminava sobre as árvores, e ele estaria lá, cantando suas modas para o firmamento, observando a imensidão esverdeada da grande floresta. Sendo assim, a meio-elfa seguiu para o local indicado em um pequeno mapa, levando consigo seu violino e sua lira em uma pequena algibeira. Entoava uma antiga melodia, que lhe fora ensinada na infância por um trovador, quando uma bela voz interrompera sua cantoria. "Esta lira", fora dito por entre as folhas, "não é como as que eu já tenha visto. Nem mesmo este violino... Diga-me, adorável dama, conte-me sobre eles...". A garota girou em torno de si, procurando vestígios de onde poderia estar a pessoa que falava-lhe, mas não o vira. Pediu, então, que o mesmo saísse para que ela pudesse o ver; disse também que precisava encontrar o grande musicista que lhe fora dito.

Lúthien continuara seguindo o caminho, e vira uma pequena estrada que levava até o topo de uma planície. Lá, era possível observar nuances de um indivíduo que banhava-se na luz estonteante do sol e calmamente emitia notas ricamente compassadas de uma flauta dourada. A meio-elfa seguiu até encontrar-se com o tão falado instrumentista, indicado por todos na taverna da cidade. O hobgoblin, um pouco menor que ela, encontrava-se sentado na grama fofa da colina, observando as montanhas longínquas no horizonte. Ele fez-lhe um aceno para que sentasse-se ao seu lado, e tornou a falar. Estava deveras interessado nos instrumentos musicais da meio-elfa, enquanto a garota apenas necessitava de suas instruções para que pudesse aprimorar suas habilidades. O hobgoblin apresentou-se, falando que chamava-se Preathid, e que seus contos já haviam rodado os cinco reinos, bem como sua fama; ainda acrescentou que mesmo colecionando histórias de todos os lugares, nunca havia visto tal artefato quanto a lira encantada da garota. Pediu a ela para poder observá-la melhor, e surpreendera-se com a descrição. Era a lira dada pelas deusas da música, da arte e da beleza, as guardiãs da Escola Lazuli. Surpreendido com tal instrumento, Preathid prontamente ofereceu que a meio-elfa o encontrasse durante o crepúsculo, no topo da mesma colina. Estava maravilhado em poder ensinar à jovem suas habilidades, pois ela apresentava aptidão nesse campo.

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O sol brilhava majestoso quando Orube e Lúthien encontraram-se novamente, maravilhadas com os avanços que haviam conseguido. Orube começaria a estudar seus pergaminhos mais tarde, pois ao mesmo tempo que a meio-elfa estaria em companhia de Preathid, o contador de histórias, a ninfa estaria com Klamel, como discípulas. As duas faziam um pequeno lanche que a maga havia conjurado, e direcionaram-se às lojas de armaduras. Venderam alguns itens que haviam saqueado, e outros que carregavam consigo há tempos, e conseguiram uma boa quantidade de ouro. Assim, equiparam-se melhor com novas ombreiras, braçadeiras, anéis, colares, dentre outros bons armamentos indispensáveis. Levaram consigo também alguns potes com poções para reposição de vida e de mana, para futuras batalhas, e partiram.

Orube encontrou-se com Klamel antes ainda do anoitecer, enquanto a aurora boreal ainda não riscava os céus. Saíram da cidade e o sauriano levou-a até a beira de um lago, onde a magia era presente na atmosfera. O ar era puro e várias fadas reluziam sobre a superfície da água cristalina, alguns animais místicos ressonavam seus cantos por entre as árvores e aves noturnas cruzavam os céus. Era o lugar perfeito para que a maga concentrasse-se na pura magia, e pudesse conjurar os determinados feitiços sem que houvessem perigos.

Lúthien, por sua vez, encontrou-se com Preathid no último instante em que a luz brilhava nos céus, no topo da mesma colina. Havia com ele, além de sua flauta, um violino e uma lira, todos de beleza única. Ele contava também com vários pergaminhos, e a meio-elfa levara os seus consigo, para que o hobgoblin os aprimorasse no que fosse necessário, e a ensinasse a dominar melhor as artes das canções.

A noite fora longa para as duas jovens, e quando encontraram-se na aurora do dia seguinte, estavam exaustas, porém satisfeitas com seus avanços. Adormeceram, então, e prepararam-se para partir juntamente com as estrelas do dia seguinte, para que as mesmas servissem-lhes de guia.