Seis meses. Haviam se passado exatos seis meses desde o dia do terrível acidente. Nenhuma noticia de que Leon finalmente teria acordado, apenas o silêncio era a resposta. Como poderiam seguir com a vida se não tinham mais esperanças? Tudo estava tão vago que até mesmo as coisas que mais gostavam de fazer já estava ficando sem graça.

P: que carinhas são essas?

B: ninguém tem mais animo pra nada- responde por todos

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P: não podemos perder as esperanças assim pessoal

Fr: e como quer que a gente fique se já passaram 6 meses e nada?

P: sei que é difícil, mas erguer a cabeça e seguir em frente é o certo a se fazer

An: ele esta certo- adentra a sala com um sorriso fraco- sabemos o quanto isso é difícil e quase insuportável de aguentar, mas precisamos nos manter fortes para quando ele voltar dar todo o apoio do mundo

F: ninguém pensou em como ele vai se sentir quando acordar- comenta- ele perdeu seis meses

An: é disso que estou falando- passa o braço por seu ombro- precisamos estar bem para ajudar ele a se recuperar do susto e todo esse trauma

C: obrigada por estar com a gente- estende a mão na direção dela que a pega

P: vamos dar nosso melhor tudo bem?- sorri- confio em vocês

Os dois deixam a sala para os alunos conversarem e discutirem o que acabaram de falar. Por um momento ninguém se atreveu a falar nada, estavam processando o que acabou de acontecer.

Lu: por que eles sempre tem razão?- indaga

N: acho que por terem mais experiência- deita sobre o ombro do namorado

Ma: eles sempre sabem o que falar pra melhorar as coisas- afaga as costas da namorada

Tornam a ficar em silêncio. Era tudo muito complicado e delicado, tinham medo de falar algo errado e acabar machucando alguém.

Lu: bom eu vou pegar um café- pega sua bolsa

Ma: pega um pra mim?

Lu: não sou sua empregada- para perto da porta- levante sua bunda dai e pegue sozinho- da as costas

V: deixa que eu pego- sorri enquanto ia em direção da porta- Ludmila!- corre atrás da mesma

Lu: o que quer?- não a olhou nem por um segundo

V: falar com você

Lu: já esta

V: será que pode me ouvir de verdade?- segura seu braço

Lu: recomendo fortemente que não me toque mais- olha para sua mão- fala logo

V: entre mim e o Marcos não rola nada- relaxa os ombros- eu jamais poderia me envolver com outra pessoa

Lu: então o que foi aquilo que eu vi?- arqueia a sobrancelha- eu não estou cega Viluzinha

V: ele me pegou desprevenida- suspira- não é como se fosse reciproco

Lu: e se ele te pegar desprevenida mais vezes?- cruza os braços- não quero correr o risco de estar apoiando isso, não quero que meu irmãozinho desconfie da minha lealdade

V: eu o amo Ludmila

Lu: eu também, por isso prefiro que fique longe de mim- da alguns passos para trás

V: Ludmi...

Lu: por favor- se vira indo em direção da porta

M: ela esta brava?- para ao lado da morena

V: o que acha?- olha de relance para ele

M: mas não temos nada- coloca as mãos no bolso- porque você não quer

V: não comece com isso- para na sua frente- já tenho muita coisa na cabeça

M: será que posso pelo menos te dar um abraço?- arqueia a sobrancelha

V: umzinho- mostra o dedo indicador indicando quantidade

M: ta bom- sorri docemente enquanto a abraçava- vou sempre estar aqui

V: obrigada por tudo- sussurra- agora eu preciso mesmo ir- se afasta

M: podemos nos ver depois?

V: eu não sei- suspira

M: eu te ligo- sorri

V: tudo bem- toca seu braço- tchau- da um beijo rápido em seu rosto e sai

T: você não desiste mesmo- aparece com os braços cruzados

M: achei que tivesse ido embora- sorri debochado- sumiu por tanto tempo

T: pra sua sorte estou bem aqui- sorri

M: eu não diria isso- resmunga

T: eu já não disse pra ficar longe da Violetta?

M: eu já não disse que não dou a mínima pra você?- cruza os braços

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T: não a machuque- se aproxima- você sabe o quanto ela é especial pra mim e não vou aceitar vê-la sofrendo

M: pode deixar capitão- bate continência- satisfeito?

T: esta avisado- sai na direção contraria

Havia ficado apenas Diego e Ruggero na sala, os outros haviam dado desculpas para poder ficar sozinhos e era compreensivo.

D: como esta se sentindo?- quebra o silêncio

F: quebrado- ri sem humor

D: da pra entender- acompanha o riso- isso é uma droga

F: ainda penso no acidente- confessa- e toda vez eu acordo gritando

D: eu também penso as vezes- da de ombros- acho que nunca vamos esquecer

F: ninguém nunca vai entender o quão difícil foi ver ele naquela situação, ver ele...

D: quase morto- engole em seco- ele vai voltar

F: ainda tem tanta certeza?- arqueia a sobrancelha- sabe, quero mais do que tudo o meu amigo de volta, mas as minhas esperanças estão começando a ir

D: não podemos abandonar ele assim- suspira- tem vezes que me pego pensando se um dia vamos tocar como uma banda completa

F: sinto falta das brincadeiras da galera, mas não é a mesma coisa sem ele

D: era sempre ele quem agitava as coisas- perde seu olhar em um canto da sala

Fr: será que posso entrar?- bate na porta

D: claro meu amor- sorri

Fr: do que estão falando?- senta ao lado do namorado

F: Leon

Fr: sentem muito a falta dele não é?

F: ele é nosso irmão- da de ombros- tem como não sentir?

D: segura a boca ai- lança um olhar repreendedor sobre o amigo

Fr: eu entendo que é difícil- toca o braço do namorado- mas eu tenho certeza de que ele vai voltar, vai tornar a cantar na banda e animar todos nós

F: como pode ter tanta certeza?

Fr: só estou sendo confiante- sorri- e vocês precisam fazer o mesmo, nada acontece se pensarem negativo

D: obrigada- a abraça de lado

F: é, obrigado e desculpa por descontar em você- sorri fraco

Fr: eu entendo- sorri calmamente- faz se fizer de novo eu vou te dar uns tapas- ri

F: entendido- acompanha os amigos na risada

A casa dos Vargas andava muito silenciosa nos últimos tempos, sem o Leon por ali não havia música alguma tocando quase o tempo todo, não se escutavam os risos que volte e meia ele dava por estar brincando com todos e aquilo era pior que vê-lo em uma cama de hospital. Nem mesmo os empregados tinham coragem de falar com o seu pai, pois estava extremamente irritado e parecia que a qualquer momento jogaria algo em alguém. O senhor Vargas estava sentado em seu escritório olhando o nada quando escuta o som chato da campainha tocando e logo em seguida passos de alguém abrindo a porta, desejando que não fosse ninguém de importância se encosta na cadeira fechando os olhos.

Xx: com licença- uma mulher bate na porta abrindo em seguida- o Senhor tem visitas- fala receosa

Va: e quem é?- pergunta sem nem olhar

G: eu- entra acompanhado de Violeta

Va: não estava esperando por vocês- rapidamente se levanta e vai até Germán estendendo a mão

G: pude perceber- fala aceitando sua mão

Va: sentem- vai para sua cadeira se acomodando e olhando para os dois a sua frente- o que te traz aqui?

G: estou preocupado com você- explica

Va: comigo?- parecia surpreso

G: você não esta indo as reuniões e todos entendemos o porque- ele escuta o homem a sua frente suspirar- estou preocupado- reforça

Va: estou bem- se encosta novamente na cadeira- de verdade, só estou tentando viver- ele olha pela janela- essa casa não é mais a mesma, nem os empregados são capazes de falar comigo- ri sem humor- não escuto mais o riso do meu filho e nem a música pela qual varias vezes me irritei- volta sua atenção para eles- daria tudo pra ter isso de volta

V: eu também- concorda- mas precisamos ser fortes e perceber que não podermos mais suportar devemos simplesmente desabafar

G: deveriam ir jantar na nossa casa hoje- propõe

Va: preciso confirmar com minha esposa- sorri- mas por mim tudo bem

G: ótimo- fala se levantando- as 8:00 esta bom?

Va: perfeito- levanta acompanhando os dois até a porta- obrigada por virem e obrigada Violetta por não sair do lado do meu filho

V: jamais faria isso- sorri e segue em direção ao carro parado em frente

Assim que os dois passam pela porta da frente, Olga corre em direção dos dois perguntando se precisavam de algo ou se estavam com fome, calmamente os dois respondem que estavam bem e não precisavam de nada. Era lindo a forma como ela se preocupava com todos por ali, eram uma família enorme e com certeza tinha muito amor naquele ambiente.

An: e então- descia as escadas- ele vem?

G: sim- se aproxima da mulher- as 8:00

An: perfeito- sorri

Um toque baixo começa a soar das mãos de Violetta, assim que olhou o identificador deixou um sorriso escapar, era Marcos. Disse que estaria esperando por ela em uma lanchonete e não aceitaria um não como resposta.

G: posso saber que sorrisinho é esse?- coloca as mãos na cintura

V: não é nada- afasta seu olhar do celular- é só um amigo me chamando pra um café

G: amigo é?- arqueia a sobrancelha

V: sim papai- sorri se aproximando- a proposito, eu já vou sair

G: com o seu amiguinho?

An: German- o repreende rindo

G: o que foi?- a olha- só quero saber

V: sim, é com ele mesmo pai- ria da cena toda- já vou indo ta bem?- aponta para porta dando alguns passos

G: espera- a olha serio- não esta esquecendo de nada?

V: não- olha em sua bolsa- acho que não- torna a olhar para os dois

G: e o meu beijo?- cruza os braços

V: ah- ria enquanto dava um beijo em seu rosto- eu te amo

G: também te amo- sorri de canto- se cuida

V: pode deixar- abre a porta rindo- até mais tarde

An: tchau querida- olha para o homem parado ao seu lado- você é muito chato- ri

G: como é?- a olha surpreso

An: quem é seu amigo?- imita sua voz- vai sair com ele? Mas quem é?- ria sem parar

G: eu não falo desse jeito- franze as sobrancelhas

An: é claro que fala- segue rindo para a cozinha

G: eu falo assim?- apronta para si mesmo- ei, eu não falo assim-faz o mesmo caminho que ela

V: então- fala assim que chega ao local- o que queria?

M: nada- beberica de seu copo- só te ver

V: me chamou aqui só pra me ver?- sorri

M: sim- da de ombros- como esta?

V: estou bem- aponta para o copo- do que é?

M: abacaxi- empurra o copo em sua direção- quer?

V: só um golinho- pega o copo- meu deus que delicia- percebe Marcos rindo e franze as sobrancelhas- do que esta rindo?

M: você fica muito linda assim

V: assim como?- manteve as sobrancelhas franzidas

M: leve- sorri- fica tão linda

V: assim me deixa com vergonha- coloca alguns fios atrás da orelha

M: não precisa- toca sua mão sobre a mesa- é apenas a verdade- ficam um tempo se olhando quando escutam uma voz conhecida

S: não sabia que estavam oficialmente saindo- tinha um sorriso nos lábios

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V: não estamos- olha em sua direção

S: então por que estão de mãos dadas?- olham na direção de suas mãos

V: isso não é nada- afasta rapidamente sua mão da mesa

S: tudo bem- ri- vou deixar vocês a sós- passa a mão pelo ombro de Marcos e sai em direção do balcão

V: e se ela falar alguma coisa pra alguém?

M: relaxa, ela não vai falar nada e também- se aproxima- não tem o que falar, não é?

V: não- nega rapidamente- não tem nadinha aqui

M: então- sorri- eu vou pagar e já te levou pra casa- ela assente enquanto o mesmo se levantava- que ótima atriz você é- sussurra assim que chega ao balcão

S: sempre me falaram isso- sorri de canto- agora vê se beija ela

M: fez o que te pedi?

S: ainda duvida da minha capacidade?- arqueia a sobrancelha- juro que esperava mais de você

M: é claro que confio- da alguns passos para trás- até mais querida- pisca em sua direção antes de sair- pronta?

V: sim, sim- levanta pegando sua bolsa

M: estava pensando- andavam calmamente pela rua- que tal pegar um cineminha depois?

V: hoje não vai dar, tenho um jantar com os pais do Leon

M: tudo bem- sorri de canto- fica pra próxima- param em frente de sua casa- acho que é o fim da linha

V: obrigada por me acompanhar- arruma a bolsa sobre o ombro

M: não te deixaria sozinha- se aproxima- sabe o que sinto por você- se aproxima mais um pouco- e de tudo que faria pra te ver bem- estavam cada vez mais próximos

V: Marcos....- sussurra

M: shiii- cola seus lábios nos dela

De começo Violetta resiste, mas acaba cedendo e se entrega ao beijo. No seu interior sabia o quanto aquilo era errado, mas somente ela sabia as coisas que sentia por Marcos. Escutam passos em sua direção e em seguida um riso.

Lu: mas é um dissimulada mesmo- estava com os braços cruzados

C: Ludmila, calma- segura a amiga

V: o que fazem aqui?- as olha assustada

Fr: nos chamou pra passar a música, esqueceu?

Lu: esta na cara que sim

M: eu acho que vou indo nessa- toca seu ombro

V: tudo bem- olha de relance para ele- depois nos falamos- assim que ele estava longe o suficiente torna a falar- não é nada disso que estão pensando....

Lu: não queremos ouvir suas desculpas- da as costas- prefiro ficar com essa bela imagem na minha cabeça

C: desculpa amiga- acompanha a loira

V: Fran?- encara a amiga

Fr: acho que você precisa pensar sobre tudo isso- levanta os ombros- até- corre para alcançar as duas

Não podia acreditar no que estava acontecendo, suas amigas estavam bravas e justo agora que ela mais precisava de apoio. Entrou na casa sem animo algum, deu graças ao perceber que todos estavam ocupados demais para perceber sua chegada, correu para seu quarto agarrando a única peça de roupa que havia sobrado de Leon com ela. Tinha levemente seu perfume, adorava dormir abraçada com aquela camisa, se sentia mais próxima dele e por vezes até se sentia junto dele.

Não soube dizer em qual foi o momento que pegou no sono, mas quando abriu os olhos já estava escuro. Com o susto correu para o banheiro tomar um banho e se arrumar para o jantar, não podia fazer feio com os pais de Leon. Se olhou no espelho e percebeu que as olheiras insistiam seguir em seu rosto, suspirou profundamente pegando sua necesserie, teria de usar um pouco de maquiagem.

Desceu as escadas vagarosamente tentando prestar atenção na conversa que seu pai tinha com o outro homem no local. Fechou fortemente os olhos quando escutou o nome do seu amado, então era disso que falavam. Assim que apareceu na ponta da escada viraram seus olhares em sua direção, sentiu levemente seu rosto corar.

G: esta linda filha- vai em sua direção

V: obrigada papai- sorri docemente

O: o jantar já esta servido- aparece toda sorridente

G: ótimo- sorri em resposta- vamos para mesa- aponta em direção da mesma

Xx: você esta magnifica Vilu- comentou assim que sentaram a mesa

V: muito obrigada- sorri- a senhora também esta linda

Va: não tenho a mulher mais linda desse mundo?- sorri em direção da esposa

O jantar ocorreu normalmente, por momentos Violetta participava da conversa por outras nem sabia o que falar e apenas ficava olhando. Estavam todos “animados” ou seria apenas impressão? Não sabia dizer ao certo. Com toda certeza percebeu o truque a mãe de Leon estava usando, porque ela mesma usava isso a bastante tempo. Podia apostar que também lhe havia olheiras sobre os olhos e que perdeu algumas de suas roupas, mas quem notaria não é mesmo?

Sentiu seu celular vibrar e abriu rapidamente para conferir quem era, deixou um sorriso escapar quando viu uma foto de Marcos no cinema, contou que o filme estava ótimo mas era uma pena não ter companhia alguma. Mais que rápido digitou uma resposta recebendo outra em seguida, e mais outra, e mais outra. Os sorrisos não paravam se surgir em seu rosto e se estivessem prestando atenção nela com certeza perceberiam.

Assim que o casal decidiu que era hora de ir para casa Violetta sentiu uma sensação estranha, era como se parte do Leon também estivesse indo. Suspirou dando adeus aos convidados e logo em seguida disse que iria subir porque estava muito cansada, sem objeção nenhuma correu pelas escadas abrindo a porta do seu quarto. Correu para cama tirando aquela roupa desconfortável e vestindo seu bom pijama, assim que deitou na cama escutou seu celular vibrar novamente. Abriu o conteúdo da mensagem, fechou os olhos deixando uma lágrima cair, o que estava fazendo? Dando esperanças e se iludindo com uma pessoa qualquer quando quem mais precisava dela não podia dizer nada. Se sentia a pior pessoa do mundo, e com razão, deitou a cabeça em seu travesseiro desejando que aquele dia acabasse logo.